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Autor Tópico: É preciso uma uma perspectiva que não seja apenas austeridade  (Lida 38395 vezes)

tatanka

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http://www.publico.pt/Economia/portugueses-e-espanhois-precisam-de-uma-perspectiva-que-nao-seja-apenas-a-da-austeridade-1567766

Citar
O Presidente francês, François Hollande, dirigiu-se "aos espanhóis e aos portugueses, que estão a pagar caro por desavenças de outros". "Chegou a hora de lhes dar uma perspectiva que não seja apenas a da austeridade”, defendeu numa entrevista concedida no Palácio do Eliseu a seis jornais europeus.


No encontro com os jornalistas, Hollande declarou que “não é possível, para o bem comum, impor uma prisão perpétua a algumas nações que já fizeram sacrifícios consideráveis, se os seus povos não vêem, em momento algum, os resultados desses esforços”.

“Estou convencido de que, se não dermos um novo alento à economia europeia, as medidas de disciplina, por muito desejáveis que sejam, não poderão traduzir-se em nada”, sublinhou o Presidente francês. A frase que proferiu para rematar esta parte da entrevista pode mesmo vir a tornar-se num novo slogan: “A ameaça da recessão é hoje tão importante como a ameaça dos défices!”
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Re:É preciso uma uma perspectiva que não seja apenas austeridade
« Responder #1 em: 2012-10-17 17:02:43 »
Isso é fundamental. Mas também o estado apenas gastar o que a economia consegue suportar, e nada disso está a acontecer.

Abr
Entregar a supervisão a Constâncio, é dar dinamite a um pirómano - Astrid Lulling

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Re:É preciso uma uma perspectiva que não seja apenas austeridade
« Responder #2 em: 2012-10-17 17:05:34 »
O que é que ele propõe em alternativa? Que a França nos financie um bocado do déficit?
 
De facto é precisa uma perspectiva que não seja apenas de austeridade, mas essa perspectiva passa por criar uma série de condições para actividades que hoje são difíceis, proibidas, cheias de entraves mas potencialmente lucrativas, de forma a que alguém invista nelas.
 
O que as pessoas pensam quando acham que já é austeridade a mais, é simplesmente que alguém tem que se chegar à frente e emprestar MAIS dinheiro para a austeridade não ser tão agressiva. Isso é absurdo.
 
 
Isso é fundamental. Mas também o estado apenas gastar o que a economia consegue suportar, e nada disso está a acontecer.

Abr

Mas não é nisso que as pessoas pensam quando dizem aquela frase.
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Re:É preciso uma uma perspectiva que não seja apenas austeridade
« Responder #3 em: 2012-10-17 18:01:06 »
O que é que ele propõe em alternativa? Que a França nos financie um bocado do déficit?
 
De facto é precisa uma perspectiva que não seja apenas de austeridade, mas essa perspectiva passa por criar uma série de condições para actividades que hoje são difíceis, proibidas, cheias de entraves mas potencialmente lucrativas, de forma a que alguém invista nelas.
 
O que as pessoas pensam quando acham que já é austeridade a mais, é simplesmente que alguém tem que se chegar à frente e emprestar MAIS dinheiro para a austeridade não ser tão agressiva. Isso é absurdo.
 


Alguém se chegou á frente para emprestar dinheiro, com um plano a 3 anos, para nós não cairmos.
Porque achas que o fizeram?
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Re:É preciso uma uma perspectiva que não seja apenas austeridade
« Responder #4 em: 2012-10-17 18:05:47 »
O que é que ele propõe em alternativa? Que a França nos financie um bocado do déficit?
 
De facto é precisa uma perspectiva que não seja apenas de austeridade, mas essa perspectiva passa por criar uma série de condições para actividades que hoje são difíceis, proibidas, cheias de entraves mas potencialmente lucrativas, de forma a que alguém invista nelas.
 
O que as pessoas pensam quando acham que já é austeridade a mais, é simplesmente que alguém tem que se chegar à frente e emprestar MAIS dinheiro para a austeridade não ser tão agressiva. Isso é absurdo.
 


Alguém se chegou á frente para emprestar dinheiro, com um plano a 3 anos, para nós não cairmos.
Porque achas que o fizeram?

Para existir uma probabilidade maior de pagarmos. Daí as condições. Emprestam-nos se fizermos algo para reduzir o déficit. Não fazendo, não emprestam.
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Re:É preciso uma uma perspectiva que não seja apenas austeridade
« Responder #5 em: 2012-10-17 18:11:11 »
O que é que ele propõe em alternativa? Que a França nos financie um bocado do déficit?
 
De facto é precisa uma perspectiva que não seja apenas de austeridade, mas essa perspectiva passa por criar uma série de condições para actividades que hoje são difíceis, proibidas, cheias de entraves mas potencialmente lucrativas, de forma a que alguém invista nelas.
 
O que as pessoas pensam quando acham que já é austeridade a mais, é simplesmente que alguém tem que se chegar à frente e emprestar MAIS dinheiro para a austeridade não ser tão agressiva. Isso é absurdo.
 


Alguém se chegou á frente para emprestar dinheiro, com um plano a 3 anos, para nós não cairmos.
Porque achas que o fizeram?

Para existir uma probabilidade maior de pagarmos. Daí as condições. Emprestam-nos se fizermos algo para reduzir o déficit. Não fazendo, não emprestam.

Exacto.

Então quando o Hollande diz:  “A ameaça da recessão é hoje tão importante como a ameaça dos défices!”, está provavelmente a querer dizer que com um plano ultra-agressivo como este, é mais improvavel nós pagarmos, do que com um plano menos recessivo, mais prolongado no tempo.

A Europa como um todo, e em particular a França, que muito depende da sua coesão, tem mais a perder com a imposição desta austeridade assassina, do que com um plano mais faseado.
« Última modificação: 2012-10-17 18:12:54 por tatankov »
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Re:É preciso uma uma perspectiva que não seja apenas austeridade
« Responder #6 em: 2012-10-17 18:38:22 »
O que é que ele propõe em alternativa? Que a França nos financie um bocado do déficit?
 
De facto é precisa uma perspectiva que não seja apenas de austeridade, mas essa perspectiva passa por criar uma série de condições para actividades que hoje são difíceis, proibidas, cheias de entraves mas potencialmente lucrativas, de forma a que alguém invista nelas.
 
O que as pessoas pensam quando acham que já é austeridade a mais, é simplesmente que alguém tem que se chegar à frente e emprestar MAIS dinheiro para a austeridade não ser tão agressiva. Isso é absurdo.
 


Alguém se chegou á frente para emprestar dinheiro, com um plano a 3 anos, para nós não cairmos.
Porque achas que o fizeram?

Para existir uma probabilidade maior de pagarmos. Daí as condições. Emprestam-nos se fizermos algo para reduzir o déficit. Não fazendo, não emprestam.

Exacto.

Então quando o Hollande diz:  “A ameaça da recessão é hoje tão importante como a ameaça dos défices!”, está provavelmente a querer dizer que com um plano ultra-agressivo como este, é mais improvavel nós pagarmos, do que com um plano menos recessivo, mais prolongado no tempo.

A Europa como um todo, e em particular a França, que muito depende da sua coesão, tem mais a perder com a imposição desta austeridade assassina, do que com um plano mais faseado.

Não faz sentido - a economia que está a ser destruída agora é economia que não existiria sem déficit. Se não rebentarmos com ela agora, rebentamos mais tarde apenas com a diferença de que mais tarde teremos já acumulado mais dívida.
 
Agora o país tem que se recentrar em actividades que existem e se suportam sem déficit. Inicialmente, mais viradas para fora, ou substituindo coisas que vêm de fora.
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Re:É preciso uma uma perspectiva que não seja apenas austeridade
« Responder #7 em: 2012-10-17 18:42:06 »
Tal maneira faz sentido, que até os maximos interessados, os proprios credores o afirmam:




Citar
IMF’s Lagarde: Pace of austerity measures must take into account economic health

PARIS — The pace at which countries like Greece and Spain cut their deficits with austerity measures must depend on their economic conditions, International Monetary Fund Managing Director Christine Lagarde said Tuesday.

Lagarde said that while financially weak countries should hike taxes and cut spending to heal their public finances, the pace of those measures may have to be reconsidered in some cases because “conditions have changed” — notably the slowing global economy.

Deficit reduction must be “compatible with each country’s circumstances,” she told reporters in Paris on her way back from the IMF’s annual meeting in Tokyo last week.


Many European governments, led by Germany, have for years insisted that countries with excessive public debts focus on debt reduction measures, even if that meant the economy was damaged.
« Última modificação: 2012-10-17 18:43:03 por tatankov »
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Re:É preciso uma uma perspectiva que não seja apenas austeridade
« Responder #8 em: 2012-10-17 19:21:03 »
Tal maneira faz sentido, que até os maximos interessados, os proprios credores o afirmam:




Citar
IMF’s Lagarde: Pace of austerity measures must take into account economic health

PARIS — The pace at which countries like Greece and Spain cut their deficits with austerity measures must depend on their economic conditions, International Monetary Fund Managing Director Christine Lagarde said Tuesday.

Lagarde said that while financially weak countries should hike taxes and cut spending to heal their public finances, the pace of those measures may have to be reconsidered in some cases because “conditions have changed” — notably the slowing global economy.

Deficit reduction must be “compatible with each country’s circumstances,” she told reporters in Paris on her way back from the IMF’s annual meeting in Tokyo last week.


Many European governments, led by Germany, have for years insisted that countries with excessive public debts focus on debt reduction measures, even if that meant the economy was damaged.

A esmagadora maioria dos oficiais não sabia, nem sabe, o que está a dizer.
 
(de resto se soubessem nunca a situação se teria gerado. Para piorar tudo a economia é uma ciência soft e não existem certezas - a única coisa razoavelmente certa é que se tens produtores e consumidores e um agregado acumula muita dívida, em algum ponto têm que trocar de posições - têm que os consumidores consumir menos e produzir mais, e vice-versa)
« Última modificação: 2012-10-17 19:23:16 por Incognitus »
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Re:É preciso uma uma perspectiva que não seja apenas austeridade
« Responder #9 em: 2012-10-17 21:21:50 »
Citar
(de resto se soubessem nunca a situação se teria gerado. Para piorar tudo a economia é uma ciência soft e não existem certezas - a única coisa razoavelmente certa é que se tens produtores e consumidores e um agregado acumula muita dívida, em algum ponto têm que trocar de posições - têm que os consumidores consumir menos e produzir mais, e vice-versa)

Isto não está em causa.
O que se coloca em questão, é a velocidade com que deve ser feito essa troca de posições.
A esta velocidade, começa a ser claro, que não é a melhor forma de o fazer. Tanto devedores como credores, começam a dar conta disso mesmo.

Os resultados são esmagadores:

Citar
O FMI acaba de apresentar mais um relatório semestral sobre o estado da economia mundial e, mais uma vez, reconhece que as suas previsões falharam. E falharam grosseiramente, para muito pior. Segundo o Público on line, "os responsáveis do FMI tentam perceber (sublinhado meu) porque é que as suas previsões para a evolução das economias têm vindo a falhar durante a crise".
Lê-se ainda no Público: "No relatório semestral sobre o estado da economia mundial tornado público ontem à noite, o FMI reconhece que as medidas de contenção orçamental aplicadas em vários países em todo o Globo estão a ter, nos últimos anos, um impacto negativo na economia muito maior do que aquilo que os modelos que estão a ser utilizados (novamente sublinhado meu) previam. Entre as vítimas destes erros de cálculo estão os países que, na Europa, têm vindo, ainda sem sucesso, a apostar em políticas de forte austeridade para resolver os seus problemas orçamentais, como a Grécia e Portugal.
E a conclusão a que chegam é impressionante. Enquanto que, nos modelos de projecção usados, se estimava que, por cada euro de cortes de despesa pública ou de agravamento de impostos se perdia 0,5 euros no PIB, a realidade mostrava que esse impacto (os chamados multiplicadores) é muito maior. Afinal, desde que começou a Grande Recessão, em 2008, o que os dados económicos mostram é que por cada euro de austeridade, o PIB está a perder um valor que se situa no intervalo entre 0,9 e 1,7 euros."
 
É, de facto, impressionante. A previsão, só por si, já era impressionante: perda de 0,5 euros no PIB por cada euro de cortes na despesa pública ou de agravamento de impostos. A realidade revela-se, porém, muitíssimo pior: a perda, no PIB, situa-se entre 0,9 e 1,7 euros. O que quer dizer que a recessão económica é muito mais grave do que nos quiseram fazer crer. Nada de novo, portanto.
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Re:É preciso uma uma perspectiva que não seja apenas austeridade
« Responder #10 em: 2012-10-17 22:26:38 »
tatankov,
 
1) Uma velocidade mais lenta não garante de forma nenhuma que se consuma menos e produza mais (pelo contrário, o principal objectivo de uma velocidade mais lenta é mantermos o consumo excessivo mais tempo);
2) Uma velocidade mais lenta, por outro lado, garante que se acumula dívida e piora o problema.
 
De novo, a quebra de nível de vida, a quebra brutal de consumo - que é aquilo de que as pessoas se queixam, "não conseguirem comprar", não é um bug, é mesmo uma feature da solução. Isto porque o problema é consumirmos demasiado, não podemos esperar que a solução não passe pelo menos em parte por consumirmos menos.
 
Por fim, a opção de uma velocidade mais lenta no programa de ajuste não é uma opção nossa. É uma opção de quem (ainda) nos empresta dinheiro, sendo que mesmo a esta velocidade mais rápida nós necessitamos de montantes crescentes de NOVA dívida.
 
A única alternativa que controlamos e que pode mitigar este processo, é substituirmos consumo de bens e serviços produzidos fora do País por bens e serviços produzidos internamente (não comprar automóveis, telemóveis, etc, mas manter o comer fora, etc).
« Última modificação: 2012-10-17 22:27:57 por Incognitus »
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Re:É preciso uma uma perspectiva que não seja apenas austeridade
« Responder #11 em: 2012-10-18 11:26:44 »
Eu ate acho é que o primeiro orcamento deveria ter sido como este ou seja um estocada mais forte logo no inicio de forma a não prolongar a agonia e com previsões feitas logo bem por baixo para nada falhar tipo recessão de 3% , desemprego de 20%, exportações mais fracas etc ..... tudo isto para no fim não haver supresas ....
Mas como eu acho que esta classe politica é sedente de burrice e estupidez fazem tudo ao contrario.

Mas alguém acredita que para ano so tenhamos um recessão de 1%  :o no mínimo tinham feito contas para os 3% e mesmo aí erravam ....eu num orçamento deste tipo faria as contas com recessão de 4%, desemprego de 25%, receitas com redução de 25%, e mantinha as exportações e partir daqui sim faziam o orçamento e tomavam as medidas e mesmo assim haveria margem para erro , mas não haveria surpresas maiores e o defice será cumprido .....porque da forma como fizeram para ano ficamos de novo bem longe do defice so não percebo é que como vao resolver porque subir impostos daqui para frente so faz uma coisa senão estará ja a fazer é baixar a receita.

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Re:É preciso uma uma perspectiva que não seja apenas austeridade
« Responder #12 em: 2012-11-02 00:12:27 »
Metas de defice razoaveis, uma divida a aumentar, mas o país com um garrote menos estrangulado, tem muito melhores perspectivas do que nós. Crescimento de 0.5% a 1% para 2013, e mercados a cotar a divida de longo prazo a apenas 5%.

Citar
Apesar das previsões para o crescimento da Irlanda terem abrandado, as entidades internacionais certificam, no comunicado emitido hoje, que “as políticas implementadas mantêm-se inabaláveis, apesar do ambiente externo pouco propício, ajudando a Irlanda a regressar aos mercados”. A troika afirma também que “os objectivos fiscais para 2012 vão ser cumpridos, mesmo com as derrapagens em alguns sectores”, acrescentando que as autoridades estão empenhadas em cumprir o défice de 7,5% do PIB em 2013.

A queda da procura interna e do desemprego são bons indicadores do estado actual da Irlanda, apesar dos altos níveis de desemprego ainda registados, principalmente entre os jovens, “fazendo da criação de emprego e do crescimento uma prioridade”. A troika salienta ainda a importância de os desempregados estarem bem preparados para o mercado e que uma preferência pelos desempregados de longo prazo deve ser uma prioridade, através de “um bom envolvimento do sector privado na criação de emprego”.

As derrapagens do sector da saúde irlandês mantêm as autoridades em alerta, pelo que pedem que as medidas para o orçamento de 2013 sejam duradouras e que impulsionem o crescimento o mais possível. Paralelamente, a troika está a preparar reformas que restaurem o sector financeiro da Irlanda, de modo a que faça parte da recuperação económica.

Em relação aos títulos de dívida soberana, as autoridades concluem que as condições do mercado face à Irlanda melhoraram bastante, trazendo a taxa de juro dos títulos de referência a oito anos para baixo dos 5%. “Esta conquista, apesar do contínuo crescimento da dívida pública irlandesa, sublinha a confiança dos investidores na capacidade da Irlanda implementar as medidas de ajustamento financeiro”.

As conclusões desta avaliação devem desbloquear novas tranches no valor global de 2,2 mil milhões de euros. A próxima avaliação ficou marcada para Janeiro de 2013.
« Última modificação: 2012-11-02 00:13:39 por tatankov »
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Re:É preciso uma uma perspectiva que não seja apenas austeridade
« Responder #13 em: 2012-11-02 01:36:29 »
Temos que fazer o mesmo que eles e também espetar o IRC a 10% ou algo assim, enquanto reanimamos a zona franca da Madeira e fazemos grande alarido internacional com a iniciativa (do IRC). Aliás, era não só fazer isso como espetar o IRC na constituição, de forma a que ninguém o mudasse durante muito tempo (também isso teria que ser sabido internacionalmente).
 
É claro que espetá-lo na constituição não seria fácil.
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Re:É preciso uma uma perspectiva que não seja apenas austeridade
« Responder #14 em: 2012-11-02 02:04:11 »
Com a postura de extrema subserviencia que o PPC vai demonstrando, parece pouco provável que adoptemos tal medida. Aliás, até vamos no sentido oposto, como demonstra a morte da zona franca da Madeira.

A Irlanda, tem sido mais inteligente, batendo o pé, quando o tem de fazer:

Ao contrári
Citar
o do que aconteceu com a Grécia, a Irlanda foi castigada pelos seus parceiros da Zona Euro e não obteve qualquer tipo de flexibilização para o seu plano de resgate, que totaliza um montante de 85 mil milhões de euros.
Isto porque o seu novo primeiro-ministro, Enda Kenny, recusou aceitar qualquer alteração à taxa nacional de IRC, de 12,5%, uma das mais baixas em toda a União Europeia. E o motivo por que muitas multinacionais, como Google, Microsoft ou Facebook escolhem instalar as suas sedes europeias em Dublin.
"Hoje não decidimos nada para a Irlanda", afirmou a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, esta madrugada. "Há outros países zelosos da sua soberania em termos fiscais, mas esses países não pedem aos outros que participem nos seus planos de ajuda", declarou, por seu lado, o Presidente francês Nicolas Sarkozy, citando os casos de Chipre, Malta e Eslováquia.
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Re:É preciso uma uma perspectiva que não seja apenas austeridade
« Responder #15 em: 2012-11-02 02:11:45 »
A Irlanda tinha uma vantagem interessante - podia incumprir sem que isso fosse um incumprimento do Soberano. Tinha a opção de incumprir em algumas responsabilidades da banca e deve ter usado isso nas negociações.
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Zel

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Re:É preciso uma uma perspectiva que não seja apenas austeridade
« Responder #16 em: 2012-11-02 20:27:10 »
o que portugal precisava era de cortar no orcamento do estado e de baixar os impostos ao mesmo tempo

para tal teria de cortar imenso no estado... mas seria o melhor

Automek

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Re:É preciso uma uma perspectiva que não seja apenas austeridade
« Responder #17 em: 2012-11-02 21:39:29 »

Se para cortar 4.000 milhões já está a ser um alarido enorme, imagino que se quisessem ir além disso...

jeab

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Re:É preciso uma uma perspectiva que não seja apenas austeridade
« Responder #18 em: 2013-07-22 09:58:46 »
Lá se vai o último reduto das mentiras eleitorais do Hollande ... taxar mais e a todos ... até parece que já estou a ouvir o Seguro a dizer que vai engolir o corte dos 4 mil milhões não tarda  :D

França quer arrecadar mais 6 mil milhões em impostos

OJE/Lusa
O Presidente francês, François Hollande, está a preparar um aumento de impostos que vai render entre 4 e 6 mil milhões de euros durante o próximo ano, noticia a agência financeira Bloomberg, citando o Le Journal du Dimanche.

 
Alguns dos aumentos de impostos já foram anunciados, como a eliminação dos descontos para o gasóleo comprado pelos agricultores e o aumento do imposto sobre as vendas, mas estes, aparentemente, não são suficientes.

De acordo com o jornal, o presidente francês prepara mais impostos, que valerão aos cofres públicos entre 4 e 6 mil milhões de euros.

A receita fiscal francesa aumentou 22 mil milhões de euros em 2012 e deverá subir 33 mil milhões este ano, de acordo com o auditor público, citado pelo jornal.

O Orçamento do Estado para o próximo ano é apresentado a 25 de setembro.

Hollande disse esta semana, durante um jantar com jornalistas, que a crise foi superada na zona euro e não se repetirão as tensões nos mercados dos últimos anos, reforçando a ideia de que a França saiu da recessão e que a fase de crescimento chegará antes de 2014, disse à "France Info" uma jornalista que esteve presente no convívio, citada pela Efe.
De acordo com François Hollande, a França saiu "da crise do euro" que sacudiu os países periféricos (Espanha, Portugal, Grécia e Itália) e não espera "nada de grave este verão".

O líder socialista definiu a sua linha política como "reformista", que se desmarcou de "uma política mais à esquerda, com protecionismo e desequilíbrio nas contas", mas também de uma política de direita que suprimiria as 35 horas de trabalho semanais ou subiria a idade da reforma para 65 anos (atualmente nos 62).

http://www.oje.pt//noticias/internacional/franca-quer-arrecadar-mais-6-mil-milhoes-em-impostos
« Última modificação: 2013-07-22 10:01:27 por jeab »
O Socialismo acaba quando se acaba o dinheiro - Winston Churchill

Toda a vida política portuguesa pós 25 de Abril/74 está monopolizada pelos partidos políticos, liderados por carreiristas ambiciosos, medíocres e de integridade duvidosa.
Daí provém a mediocridade nacional!
O verdadeiro homem inteligente é aquele que parece ser um idiota na frente de um idiota que parece ser inteligente!

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Re:É preciso uma uma perspectiva que não seja apenas austeridade
« Responder #19 em: 2013-07-22 12:16:19 »
Lá se vai o último reduto das mentiras eleitorais do Hollande ... taxar mais e a todos ... até parece que já estou a ouvir o Seguro a dizer que vai engolir o corte dos 4 mil milhões não tarda  :D

França quer arrecadar mais 6 mil milhões em impostos

OJE/Lusa
O Presidente francês, François Hollande, está a preparar um aumento de impostos que vai render entre 4 e 6 mil milhões de euros durante o próximo ano, noticia a agência financeira Bloomberg, citando o Le Journal du Dimanche.

 
Alguns dos aumentos de impostos já foram anunciados, como a eliminação dos descontos para o gasóleo comprado pelos agricultores e o aumento do imposto sobre as vendas, mas estes, aparentemente, não são suficientes.

De acordo com o jornal, o presidente francês prepara mais impostos, que valerão aos cofres públicos entre 4 e 6 mil milhões de euros.

A receita fiscal francesa aumentou 22 mil milhões de euros em 2012 e deverá subir 33 mil milhões este ano, de acordo com o auditor público, citado pelo jornal.

O Orçamento do Estado para o próximo ano é apresentado a 25 de setembro.

Hollande disse esta semana, durante um jantar com jornalistas, que a crise foi superada na zona euro e não se repetirão as tensões nos mercados dos últimos anos, reforçando a ideia de que a França saiu da recessão e que a fase de crescimento chegará antes de 2014, disse à "France Info" uma jornalista que esteve presente no convívio, citada pela Efe.
De acordo com François Hollande, a França saiu "da crise do euro" que sacudiu os países periféricos (Espanha, Portugal, Grécia e Itália) e não espera "nada de grave este verão".

O líder socialista definiu a sua linha política como "reformista", que se desmarcou de "uma política mais à esquerda, com protecionismo e desequilíbrio nas contas", mas também de uma política de direita que suprimiria as 35 horas de trabalho semanais ou subiria a idade da reforma para 65 anos (atualmente nos 62).

http://www.oje.pt//noticias/internacional/franca-quer-arrecadar-mais-6-mil-milhoes-em-impostos


É que vai mesmo. Só não se sabe é de que maneira. Se é feito pelos outros e ele tem que assinar ou se é ele que o tem que colocar em prática.