Acerca do Ensino Básico (1º a 3º ciclo), temos uma redução de 1.101.923 alunos para 1.089.094, ou seja uma quebra de 1,2% num ano.O nº de alunos é o total, mas como o peso do ensino público aumentou no total, isso não fará grande diferença no final.
No caso dos professores em exercício nesses ciclos temos uma diminuição de 130.940 para 121.687, ou seja, uma quebra de 7,1%, o que significa uma redução relativa seis vezes maior à verificada com os alunos.
A “explicação” oficial é que está em decurso um “ajustamento” dos quadros às necessidades efectivas das escolas.
O que é mentira.
O que aconteceu é que em virtude de uma engenharia curricular abstrusa, se diminuíram fortemente as horas lectivas para atribuir horários aos professores.
Para 2012-13, em virtude de mais engenharia curricular e outras medidas de rarefacção da rede escolar, penso que o número de professores do Ensino Básico (contratados e dos quadros) terá chegado perto dos 10% e para o próximo ano, os números continuarão em acentuada quebra, tudo dependendo do grau de distorção final da rede escolar pública autorizada pela MEC.
Isto significa que em 3 anos lectivos, os professores em exercício poderão diminuir 25% no Ensino Básico, enquanto os alunos terão diminuído menos de 5%, mesmo que o MEC (ou os seus derivados) surjam a dizer outra coisa).
A redução do número de professores não resulta directamente da “quebra demográfica”, como os números acima bem demonstram, mas de medidas de outro tipo, como a tal engenharia curricular e a contracção artificial da rede escolar, não apenas ao nível de escolas, mas de turmas em funcionamento, numa medida centralista como há muito não se via entre nós.
A “tese demográfica” é o argumento dos preguiçosos e intelectualmente desonestos apoiantes deste desgoverno que opinam sobre Educação em modo de papagaio.
Os números não a provam de forma alguma.
Como já várias vezes referi, quando se optar pelo regresso à tele-escola no Ensino Básico, a redução poderá ser ainda muito maior.