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Autor Tópico: Educação - Tópico principal  (Lida 378819 vezes)

Vanilla-Swap

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #200 em: 2013-08-20 17:10:18 »
« Última modificação: 2013-08-20 17:25:59 por Vanilla-Swap »

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #201 em: 2013-08-20 17:21:04 »
Fica bem neste tópico, o exemplo da Siemens (e da Alemanha)

Citar
The Simple Solution to Tackle Youth Unemployment
August 19, 2013
 

Companies used to train college graduates and help them learn the skills they needed on the job, but those days have largely passed. All too frequently, students graduate without tangible job skills and loaded with debt. They’ve fallen into what I call the training gap. It’s time for the U.S. to tackle youth unemployment by borrowing from the apprenticeship programs we have developed at Siemens in Germany.

In an article entitled “Over 20 Percent Youth Joblessness and Still No Apprenticeships”, economist Robert Lerman stated that the way out of youth unemployment is through apprenticeship programs which raise the skills and productivity of future workers. That is, turning “productive learners into productive earners”, while students are still in high school.

I admit – the story isn’t exactly a summer beach read, but it caught my attention for a couple of reasons. First, I’m a big believer in apprenticeships as a vehicle for creating a highly skilled workforce as well as meaningful, well-paying work for young people. Second, my daughter just graduated from college and, like many young graduates, is working as a "fellow" after which she'll have to find permanent employment.

She’s not alone. According to a study released last year by the Pew Research Center (Young, Underemployed and Optimistic) just 54 percent of Americans ages 18 to 24 currently have jobs.

That's the lowest employment rate for this age group since the government began keeping track in 1948.

In the typical apprenticeship, high school students enter the program while finishing high school. They take college classes, get paid, gain a skill while working and graduate with a degree. At Siemens, we have been involved in apprenticeships since the founding of our company in 1847. It is a concept which goes back for centuries and was alive and well in the U.S. at its founding. In fact, Benjamin Franklin was an apprentice.

In Germany today, Siemens has 10,000 paid apprentices. Each year we offer jobs to about 2,500 of these graduates. In total, approximately 84% of the apprentices go on to a job within the Siemens network.

Compare the U.S., which does not have a formal apprenticeship program, to two countries that do: Germany and Denmark. Both countries have deeply engrained and successful apprenticeship programs and their youth unemployment rates are 7.5% and 14% respectively. Given that the overall youth unemployment rate in Europe is 24%, these two countries appear to be doing something right.

At Siemens, we have imported our apprenticeship model to our recently expanded gas/steam turbine and generator plant in Charlotte, North Carolina. There, 18 recent high school graduates are in various stages of a 3 ½ year apprenticeship program that we created in partnership with Central Piedmont Community College. They attend classes and earn a significant paycheck while working for Siemens at our advanced turbine plant in Charlotte.

They will graduate debt-free with an Associate’s Degree in Mechatronics that combines expertise in the specialties of mechanical, computer, electronic, software control and system design engineering.

This is the floor for these kids, not the ceiling. Once they graduate, they will be Siemens employees with an average starting salary that is more than the average of a four year liberal arts graduate. Many will go on to earn engineering degrees, also on Siemens’ dime. There is absolutely no limit to what they can accomplish.

But, there is no state funding for this training. We are paying the cost ourselves. We believe it’s a smart investment in the long-term success of our company. The investment we make pays off in a workforce of long-term, highly dedicated, highly skilled employees.

With only 0.3% of American youth participating in apprenticeship programs compared to 50% - 70% in Germany, Switzerland and Austria, it’s easy to see why the U.S. has a training gap and why youth unemployment is so high.

But we can’t expand these programs on our own.

If apprenticeship programs are going to work here we need a firm commitment from both the public and private sectors and we need to start in high school. It must be a true partnership, between companies, educators and governments, with each party having “skin in the game” for it to produce meaningful results – in the form of highly skilled young adults ready for today’s global job market.

The correlation between youth apprenticeships, youth employment and economic prosperity is undeniable. It’s time for the U.S. to take a bold step towards reducing youth unemployment by borrowing from this idea. It’s a bet worth making.

Eric A. SpiegelPresident and CEO, Siemens USA
http://www.linkedin.com/today/post/article/20130819165448-77238165-the-simple-solution-to-tackle-youth-unemployment?trk=eml-mktg-inf-w-celeb-eas-link1

Incognitus

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #202 em: 2013-08-20 17:44:06 »
Também parece algo interessante para promover em Portugal.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Vanilla-Swap

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #203 em: 2013-08-20 17:49:06 »
È engraçado este documentário sobre Singapura, existem mais professores a treinar professores do que a dar aulas,



Singapore - Strong Performers and Successful Reformers in Education




deMelo

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #204 em: 2013-08-20 18:03:17 »
A redistribuição já se faz via escalões de IRS progressivos.

Se quiseres redistribuição adicional via apoios "means-tested", ao fim de algum tempo as famílias com menores rendimentos acabam capazes de adquirir mais bens e serviços que as famílias com maiores rendimentos, o que é incrivelmente absurdo e injusto.

Aparentemente no texto acima é isso que estás a advogar.

Para a liberdade de escolha ser justa, todos têm que ser igualmente apoiados, sejam ricos, pobres ou qualquer coisa no meio.

Havia por aí um gráfico que mostrava que a partir de determinada altura (e para determinados escalões), nem compensava o esforço de ser mais rico...
A situação piorava com o aumento de rendimento.

(penso que a hipótese do gráfico era numa família dos states)
The Market is Rigged. Always.

Zel

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #205 em: 2013-08-20 18:53:50 »
http://www.publico.pt/sociedade/noticia/ensino-basico-perdeu-quase-13-mil-alunos-num-ano-1603498

Ensino básico perdeu quase 13 mil alunos num ano

------

toca a despedir professores
 

Luisa Fernandes

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #206 em: 2013-08-22 14:02:04 »
Acerca do Ensino Básico (1º a 3º ciclo), temos uma redução de 1.101.923 alunos para 1.089.094, ou seja uma quebra de 1,2% num ano.O nº de alunos é o total, mas como o peso do ensino público aumentou no total, isso não fará grande diferença no final.

No caso dos professores em exercício nesses ciclos temos uma diminuição de 130.940 para 121.687, ou seja, uma quebra de 7,1%, o que significa uma redução relativa seis vezes maior à verificada com os alunos.

A “explicação” oficial é que está em decurso um “ajustamento” dos quadros às necessidades efectivas das escolas.

O que é mentira.

O que aconteceu é que em virtude de uma engenharia curricular abstrusa, se diminuíram fortemente as horas lectivas para atribuir horários aos professores.

Para 2012-13, em virtude de mais engenharia curricular e outras medidas de rarefacção da rede escolar, penso que o número de professores do Ensino Básico (contratados e dos quadros) terá chegado perto dos 10% e para o próximo ano, os números continuarão em acentuada quebra, tudo dependendo do grau de distorção final da rede escolar pública autorizada pela MEC.

Isto significa que em 3 anos lectivos, os professores em exercício poderão diminuir 25% no Ensino Básico, enquanto os alunos terão diminuído menos de 5%, mesmo que o MEC (ou os seus derivados) surjam a dizer outra coisa).

A redução do número de professores não resulta directamente da “quebra demográfica”, como os números acima bem demonstram, mas de medidas de outro tipo, como a tal engenharia curricular e a contracção artificial da rede escolar, não apenas ao nível de escolas, mas de turmas em funcionamento, numa medida centralista como há muito não se via entre nós.

A “tese demográfica” é o argumento dos preguiçosos e intelectualmente desonestos apoiantes deste desgoverno que opinam sobre Educação em modo de papagaio.

Os números não a provam de forma alguma.

Como já várias vezes referi, quando se optar pelo regresso à tele-escola no Ensino Básico, a redução poderá ser ainda muito maior.
Quem não Offshora não mama...

Incognitus

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #207 em: 2013-08-22 14:11:04 »
Terias que ir mais para trás na tua análise, pois a queda do número de alunos começou bem mais cedo e não foi, inicialmente, acompanhada por uma queda do número de professores.
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Automek

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #208 em: 2013-08-22 14:59:54 »
Terias que ir mais para trás na tua análise, pois a queda do número de alunos começou bem mais cedo e não foi, inicialmente, acompanhada por uma queda do número de professores.
Sim, em tempos já passou por aqui um quadro onde isso se via bem (até acho que até foste tu que postaste).

Além disso é preciso ver que alguma da 'reengenharia' foi retirar entulho que em tempos meteram no programa curricular só para empregar professores. Se se retira porcaria do curriculum seria estranho que o número de professores se mantivessem.

Luisa Fernandes

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #209 em: 2013-08-22 15:53:46 »
Terias que ir mais para trás na tua análise, pois a queda do número de alunos começou bem mais cedo e não foi, inicialmente, acompanhada por uma queda do número de professores.

Porque o número de horários de professores não depende directamente do número de alunos mas sim do número de turmas, E em boa verdade ninguém sabe ao certo quantas turmas têm funcionado em Portugal nestes últimos anos lectivos. Serão 40.000? Menos? Mais? Distribuídas por que ciclos de escolaridade? Cortar 5% de turmas, aumentando o número de alunos por turma ao mesmo tempo, pode levar ao desaparecimento de 2000 turmas o que equivale a algo como 70.000 tempos lectivos e mais de 3.000 horários completos de professores. Que podem deixar de ser contratados ou ser empurrados para a mobilidade daqui a um ano. Depende. em nome da “racionalização” que não passa de um truque administrativo-estatístico. Pois continuamos a fazer contas com base em escolas e alunos, quanto a turma é a base de cálculo para a constituição dos horários dos docentes (apesar do Incognitus querer uma turma de 30 para a filha).

Podem dizer que não, que não é bem assim, mas… é! Ou é em grande parte. Se não é, demonstrem a falsidade da tese com a evolução comparada, para a última década, do número de alunos, turmas, horas lectivas totais e número de professores.

Se isto é feito a pensar no que é melhor para os alunos? Não! Quanto ao interesse nacional, tudo depende da nação em que estão interessados.


Já agora... Degradar a resposta educativa das escolas públicas impondo o centralismo economicista e controlador do MEC também ajudará os colégios a afirmarem as suas lideranças, os seus progressos, a sua fiabilidade, a sua organização…
« Última modificação: 2013-08-22 15:58:50 por Luisa Fernandes »
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Incognitus

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #210 em: 2013-08-22 16:00:27 »
O interesse nacional é o de ter a melhor educação possível pelo menor custo possível. O rácio professores/alunos no privado, em Portugal, era muito mais favorável do que no ensino público não obstante o ensino privado ser pago a dobrar (em impostos para suportar o ensino público e de seguida na conta para suportar o ensino privado).

Portanto era óbvio que existia espaço para utilizar menos professores no ensino público e ainda assim atingir os objectivos da educação pública. O que se tem verificado entretanto com a saída de professores era assim previsível.

A defesa que a Luísa faz do menor trabalho possível, do maior número de professores possível, pagos o mais possível, é antagónica com o interesse do resto da população nesta matéria.
« Última modificação: 2013-08-22 16:01:29 por Incognitus »
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Zel

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #211 em: 2013-08-22 16:08:01 »
Terias que ir mais para trás na tua análise, pois a queda do número de alunos começou bem mais cedo e não foi, inicialmente, acompanhada por uma queda do número de professores.

Porque o número de horários de professores não depende directamente do número de alunos mas sim do número de turmas, E em boa verdade ninguém sabe ao certo quantas turmas têm funcionado em Portugal nestes últimos anos lectivos. Serão 40.000? Menos? Mais? Distribuídas por que ciclos de escolaridade? Cortar 5% de turmas, aumentando o número de alunos por turma ao mesmo tempo, pode levar ao desaparecimento de 2000 turmas o que equivale a algo como 70.000 tempos lectivos e mais de 3.000 horários completos de professores. Que podem deixar de ser contratados ou ser empurrados para a mobilidade daqui a um ano. Depende. em nome da “racionalização” que não passa de um truque administrativo-estatístico. Pois continuamos a fazer contas com base em escolas e alunos, quanto a turma é a base de cálculo para a constituição dos horários dos docentes (apesar do Incognitus querer uma turma de 30 para a filha).

Podem dizer que não, que não é bem assim, mas… é! Ou é em grande parte. Se não é, demonstrem a falsidade da tese com a evolução comparada, para a última década, do número de alunos, turmas, horas lectivas totais e número de professores.

Se isto é feito a pensar no que é melhor para os alunos? Não! Quanto ao interesse nacional, tudo depende da nação em que estão interessados.


Já agora... Degradar a resposta educativa das escolas públicas impondo o centralismo economicista e controlador do MEC também ajudará os colégios a afirmarem as suas lideranças, os seus progressos, a sua fiabilidade, a sua organização…

o melhor para os alunos seria baixar os salarios dos professores evitando assim os despedimentos. mas os professores preferem despedimentos e preferem que se lixem os colegas precarios e os alunos, querem mamar a todo o custo
« Última modificação: 2013-08-22 16:10:14 por Neo-Liberal »

Automek

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #212 em: 2013-08-22 18:12:55 »
Já agora... Degradar a resposta educativa das escolas públicas impondo o centralismo economicista e controlador do MEC também ajudará os colégios a afirmarem as suas lideranças, os seus progressos, a sua fiabilidade, a sua organização…
É curioso a Luísa afirmar isto e simultaneamente defender a escola pública. Ou seja, reconhece que o sistema está todo avariado, com desvantagem do público relativamente à escola privada em organização, liderança, etc., mas insiste em que é essa mediocridade que temos de forçar todos a ter, não permitindo a liberdade e livre concorrência (e não me falem em concorrência entre escolas públicas porque isso é tão bom como era a concorrência entre notários públicos).

Zel

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #213 em: 2013-08-22 19:16:52 »
os colegios logo a partida tem melhor alunos, nao da para fazer boas comparacoes

mas a mim faz-me uma imensa impressao estes professores sempre a chorarem qd ganham muito bem para portugal e mais do que os colegas no privado, esta mentalidade de queixinhas eh um problema geral que faz parte da nossa cultura e ate aqui na suica se observa, os portugueses estao sempre prontos para culparem o sistema pelas suas falhas e tb os putos aprendem cedo que sao vitimas da sociedade.. o que eh a sociedade que os vitimiza eh que ninguem sabe dizer.
« Última modificação: 2013-08-22 19:19:15 por Neo-Liberal »

Automek

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #214 em: 2013-08-22 20:52:00 »
A concorrência entre escola tem de implicar mais autonomia e liberdade de contratação e despedimento  (é um espectaculo deplorável este centralismo do concurso de professores), assim como flexibilidade nas questões disciplinares (como o fascista do Inc já referiu noutro tópico com a sugestão dos internatos).

Alguém imagina um colégio privado a abrir concurso, em que é um computador que debita o professor que lá vai leccionar mediante os parâmetros A, B, C, D e E, independentemente do tipo não ter peva de jeito para leccionar ?!

Se esse sistema fosse bom então a Delta ou a Sonae, quando quisessem contartar alguém, nem valia a pena fazerem entrevistas. Metiam meia dúzia de parâmetros dos candidatos num computador e saiam os empregados a contratar.
« Última modificação: 2013-08-22 20:55:56 por Automek »

Smog

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #215 em: 2013-08-22 23:40:00 »
Acerca do Ensino Básico (1º a 3º ciclo), temos uma redução de 1.101.923 alunos para 1.089.094, ou seja uma quebra de 1,2% num ano.O nº de alunos é o total, mas como o peso do ensino público aumentou no total, isso não fará grande diferença no final.

No caso dos professores em exercício nesses ciclos temos uma diminuição de 130.940 para 121.687, ou seja, uma quebra de 7,1%, o que significa uma redução relativa seis vezes maior à verificada com os alunos.

A “explicação” oficial é que está em decurso um “ajustamento” dos quadros às necessidades efectivas das escolas.

O que é mentira.

O que aconteceu é que em virtude de uma engenharia curricular abstrusa, se diminuíram fortemente as horas lectivas para atribuir horários aos professores.

Para 2012-13, em virtude de mais engenharia curricular e outras medidas de rarefacção da rede escolar, penso que o número de professores do Ensino Básico (contratados e dos quadros) terá chegado perto dos 10% e para o próximo ano, os números continuarão em acentuada quebra, tudo dependendo do grau de distorção final da rede escolar pública autorizada pela MEC.

Isto significa que em 3 anos lectivos, os professores em exercício poderão diminuir 25% no Ensino Básico, enquanto os alunos terão diminuído menos de 5%, mesmo que o MEC (ou os seus derivados) surjam a dizer outra coisa).

A redução do número de professores não resulta directamente da “quebra demográfica”, como os números acima bem demonstram, mas de medidas de outro tipo, como a tal engenharia curricular e a contracção artificial da rede escolar, não apenas ao nível de escolas, mas de turmas em funcionamento, numa medida centralista como há muito não se via entre nós.

A “tese demográfica” é o argumento dos preguiçosos e intelectualmente desonestos apoiantes deste desgoverno que opinam sobre Educação em modo de papagaio.

Os números não a provam de forma alguma.

Como já várias vezes referi, quando se optar pelo regresso à tele-escola no Ensino Básico, a redução poderá ser ainda muito maior.

Este texto é do Pailo Guinote. Seria bom que referisses as fontes e fizesses citação.
wild and free

Zel

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #216 em: 2013-08-23 01:26:39 »
o bacano eh doutorado em ciencias da educacao e nao sabe sequer fazer contas e raciocinar, pobres alunos que estao entregues a esta bicharada 

despedimentos ja ! principalmente dos profs doutorados e mestres pois sao os mais burros de todos.
« Última modificação: 2013-09-05 22:39:02 por Neo-Liberal »

Luisa Fernandes

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #217 em: 2013-09-05 22:07:20 »
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O Grande Combate Ideológico De Nuno Crato…
… teve hoje um passo decisivo e há dois anos ansiado por diversos sectores que manobra(ra)m na sombra do actual governo e que se movimentam de forma hábil pelos gabinetes ministeriais (dentro ou fora deles).

O anúncio de algo parecido com a generalização do cheque-ensino ainda deixa muitas pontas soltas por apurar, mas é aquela porta aberta que se espera escancarar mais à medida que existir dinheiro para financiar o ensino privado e não, como se afirma de forma mistificadora, os alunos que pretendam escolher a sua escola.

Vou sintetizar o que já escrevi há muito sobre este combate ideológico, que tem sido duramente travado por quem defende a existência da mercantilização da Educação ao abrigo de um aparente princípio filosófico da “liberdade de escolha”.

Eu resumo o argumento, podendo deixar alguns aspectos periféricos de fora:
O valor da liberdade é superior a qualquer outro.
A concorrência num mercado alargado da Educação leva naturalmente  à selecção dos melhores e à eliminação dos piores desempenho.
As famílias têm o direito a escolher as escolas para os seus filhos, devendo o Estado subsidiar directamente essas escolhas em vez de as condicionar com a existência de um serviço universal de escolas públicas.
A gestão privada é financeiramente mais eficaz do que a pública, pelo que o Estado poupará com essa opção.

O que oculta, de forma selectiva, esta posição:
Que a liberdade no campo social e económico, ao não ser regulada, traduz-se na lei do mais forte e no esmagamento dos mais fracos. Na Natureza, a liberdade sem entraves é o campo ideal dos predadores.
Que a concorrência não impede que, naturalmente, num qualquer conjunto (de escolas, por exemplo), exista sempre um topo e uma base, piores e melhores. E que há uma opção de fundo a fazer quanto a escolhermos se queremos que todo o conjunto melhore de desempenho ou se prescindimos disso e não nos incomoda que a desigualdade aumente, desde que o topo avance ainda mais.
Que o apoio às famílias deve ser feito de forma diferenciada, numa perspectiva de discriminação positiva dos mais desfavorecidos no acesso às ofertas educativas mais adequadas, tendo sido essa a tendência dominante na introdução e desenvolvimento da liberdade de escolha nos EUA, por exemplo. E que o cheque-ensino universal ou pouco diferenciado acaba por beneficiar apenas os que já são favorecidos, só beneficiando residualmente os mais carenciados.
Que a gestão privada é tanto mais eficaz quanto esmaga os direitos laborais da maioria do pessoal docente e não docente, através da sua precarização e proletarização salarial.

Mas há mais do que isto, pois a investigação tem sido vasta nesta matéria e, apesar de deturpada ou apresentada de modo truncado para a opinião pública, existem muitos dados disponíveis em estudos rigorosos que apontam na sua globalidade para o seguinte:
A introdução da liberdade de escolha não melhora globalmente os resultados dos alunos, apenas se verificando uma distribuição mais diferenciada dos resultados, com o aumento da desigualdade dos desempenhos, contrariando a teoria de que as escolas piores desaparecem e são substituídas por outras melhores. O que acontece é um reforço da distribuição piramidal dos resultados.
A introdução de cheques-ensino de tipo universal está associada a um aumento da guetização socio-educativa, com o reforço do carácter exclusivista das comunidades educativas, pois as famílias optam mais por escolas com um perfil homogéneo de frequentadores do que por ofertas de maior diversidade pedagógica. Em alguns países essa introdução está associada a quebras nos resultados globais dos alunos (Suécia, sendo o exemplo mais evidente).
Os cheques-ensino são muito mais eficazes quando direccionados para minorias étnicas ou culturais em risco de insucesso escolar ou com problemas de inserção nas comunidades envolventes ou para grupos economicamente mais desfavorecidos do que quando são concedidos de forma indiferenciada e transversal.
Em muitos países, a gestão privada das escolas financiadas pelo Estado não pode levar à acumulação ou distribuição de lucros pelos stakeholders, sendo os gestores remunerados pela sua função e não recompensados enquanto proprietários. É o caso, por exemplo, da Holanda. Este princípio visa a diminuição do risco de gestões economicistas viradas para o mínimo custo possível em detrimento da qualidade pedagógica e dos recursos humanos.

Mais haveria a dizer, mas chega deixar bem claro que o que está em causa é um combate ideológico com feição económica, equivalente no seu facciosismo ao das nacionalizações em tempos do PREC, não deixando de ser curioso que encontremos individualidades comuns aos dois períodos. Mas isso são apenas as tropelias da pequena história.

Mais importante é deixar claro que, na situação actual, a liberdade de escolha não está sequer assegurada entre as escolas públicas, pois a autorização para abertura de turmas foi controlada ao pormenor, empobrecendo a oferta e levando ao afastamento de professores para situações de mobilidade.

Igualmente importante é afirmar sem pruridos que a rede pública de ensino poderia receber mais alunos sem aumento dos custos para o Estado, sendo que a actual opção do Governo/MEC é, paradoxalmente, propícia ao aumento dos encargos públicos.

Resumindo e repetindo-me: está em causa um combate ideológico, com reflexos económicos, em que uma facção privilegia a mercantilização da Educação e a concorrência que leva ao aumento de fenómenos de desigualdade e em que se reforçam os mecanismos de diferenciação dos melhores em detrimento dos mais fracos. Do outro lado, sem se ficar anquilosada numa fórmula arcaica de Escola Pública, está quem considera que a Educação pode incluir mecanismos de concorrência regulada que vise uma melhoria global do desempenho, apoiando os mais carenciados no sentido da ultrapassagem das suas dificuldades, quando esse é o seu objectivo.

É realmente um combate Direita/Esquerda se o entendermos como uma oposição clássica entre os interesses particulares e a cooperação.

Tem traços muito específicos do nosso tempo, mas também uma indesmentível dimensão ética que está para além das disputas transitórias pelos milhões do orçamento do MEC e de recompensa por apoios políticos recentes.
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Jérôme

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #218 em: 2013-09-05 22:13:40 »
O Grande Combate Ideológico De Nuno Crato…
… teve hoje um passo decisivo e há dois anos ansiado por diversos sectores que manobra(ra)m na sombra do actual governo e que se movimentam de forma hábil pelos gabinetes ministeriais (dentro ou fora deles).

O anúncio de algo parecido com a generalização do cheque-ensino ainda deixa muitas pontas soltas por apurar, mas é aquela porta aberta que se espera escancarar mais à medida que existir dinheiro para financiar o ensino privado e não, como se afirma de forma mistificadora, os alunos que pretendam escolher a sua escola.

Vou sintetizar o que já escrevi há muito sobre este combate ideológico, que tem sido duramente travado por quem defende a existência da mercantilização da Educação ao abrigo de um aparente princípio filosófico da “liberdade de escolha”.

Eu resumo o argumento, podendo deixar alguns aspectos periféricos de fora:
O valor da liberdade é superior a qualquer outro.
A concorrência num mercado alargado da Educação leva naturalmente  à selecção dos melhores e à eliminação dos piores desempenho.
As famílias têm o direito a escolher as escolas para os seus filhos, devendo o Estado subsidiar directamente essas escolhas em vez de as condicionar com a existência de um serviço universal de escolas públicas.
A gestão privada é financeiramente mais eficaz do que a pública, pelo que o Estado poupará com essa opção.

O que oculta, de forma selectiva, esta posição:
Que a liberdade no campo social e económico, ao não ser regulada, traduz-se na lei do mais forte e no esmagamento dos mais fracos. Na Natureza, a liberdade sem entraves é o campo ideal dos predadores.
Que a concorrência não impede que, naturalmente, num qualquer conjunto (de escolas, por exemplo), exista sempre um topo e uma base, piores e melhores. E que há uma opção de fundo a fazer quanto a escolhermos se queremos que todo o conjunto melhore de desempenho ou se prescindimos disso e não nos incomoda que a desigualdade aumente, desde que o topo avance ainda mais.
Que o apoio às famílias deve ser feito de forma diferenciada, numa perspectiva de discriminação positiva dos mais desfavorecidos no acesso às ofertas educativas mais adequadas, tendo sido essa a tendência dominante na introdução e desenvolvimento da liberdade de escolha nos EUA, por exemplo. E que o cheque-ensino universal ou pouco diferenciado acaba por beneficiar apenas os que já são favorecidos, só beneficiando residualmente os mais carenciados.
Que a gestão privada é tanto mais eficaz quanto esmaga os direitos laborais da maioria do pessoal docente e não docente, através da sua precarização e proletarização salarial.

Mas há mais do que isto, pois a investigação tem sido vasta nesta matéria e, apesar de deturpada ou apresentada de modo truncado para a opinião pública, existem muitos dados disponíveis em estudos rigorosos que apontam na sua globalidade para o seguinte:
A introdução da liberdade de escolha não melhora globalmente os resultados dos alunos, apenas se verificando uma distribuição mais diferenciada dos resultados, com o aumento da desigualdade dos desempenhos, contrariando a teoria de que as escolas piores desaparecem e são substituídas por outras melhores. O que acontece é um reforço da distribuição piramidal dos resultados.
A introdução de cheques-ensino de tipo universal está associada a um aumento da guetização socio-educativa, com o reforço do carácter exclusivista das comunidades educativas, pois as famílias optam mais por escolas com um perfil homogéneo de frequentadores do que por ofertas de maior diversidade pedagógica. Em alguns países essa introdução está associada a quebras nos resultados globais dos alunos (Suécia, sendo o exemplo mais evidente).
Os cheques-ensino são muito mais eficazes quando direccionados para minorias étnicas ou culturais em risco de insucesso escolar ou com problemas de inserção nas comunidades envolventes ou para grupos economicamente mais desfavorecidos do que quando são concedidos de forma indiferenciada e transversal.
Em muitos países, a gestão privada das escolas financiadas pelo Estado não pode levar à acumulação ou distribuição de lucros pelos stakeholders, sendo os gestores remunerados pela sua função e não recompensados enquanto proprietários. É o caso, por exemplo, da Holanda. Este princípio visa a diminuição do risco de gestões economicistas viradas para o mínimo custo possível em detrimento da qualidade pedagógica e dos recursos humanos.

Mais haveria a dizer, mas chega deixar bem claro que o que está em causa é um combate ideológico com feição económica, equivalente no seu facciosismo ao das nacionalizações em tempos do PREC, não deixando de ser curioso que encontremos individualidades comuns aos dois períodos. Mas isso são apenas as tropelias da pequena história.

Mais importante é deixar claro que, na situação actual, a liberdade de escolha não está sequer assegurada entre as escolas públicas, pois a autorização para abertura de turmas foi controlada ao pormenor, empobrecendo a oferta e levando ao afastamento de professores para situações de mobilidade.

Igualmente importante é afirmar sem pruridos que a rede pública de ensino poderia receber mais alunos sem aumento dos custos para o Estado, sendo que a actual opção do Governo/MEC é, paradoxalmente, propícia ao aumento dos encargos públicos.

Resumindo e repetindo-me: está em causa um combate ideológico, com reflexos económicos, em que uma facção privilegia a mercantilização da Educação e a concorrência que leva ao aumento de fenómenos de desigualdade e em que se reforçam os mecanismos de diferenciação dos melhores em detrimento dos mais fracos. Do outro lado, sem se ficar anquilosada numa fórmula arcaica de Escola Pública, está quem considera que a Educação pode incluir mecanismos de concorrência regulada que vise uma melhoria global do desempenho, apoiando os mais carenciados no sentido da ultrapassagem das suas dificuldades, quando esse é o seu objectivo.

É realmente um combate Direita/Esquerda se o entendermos como uma oposição clássica entre os interesses particulares e a cooperação.

Tem traços muito específicos do nosso tempo, mas também uma indesmentível dimensão ética que está para além das disputas transitórias pelos milhões do orçamento do MEC e de recompensa por apoios políticos recentes.


Autor do texto: Paulo Guinote
em: http://educar.wordpress.com/2013/09/05/o-grande-combate-ideologico-de-nuno-crato/

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #219 em: 2013-09-05 22:15:44 »
Não se compreende porque é que ao taralhoco que escreveu isso não lhe chega que ele e quem pensa como ele mantenha os seus filhos na escola pública, porque é que ele e as suas opiniões têm que ditar onde é que os filhos de quem pensa diferente têm que ser educados.

Isto mesmo não tendo em conta liberdades, economicismos ou outra coisa qualquer.

O mundo era um local muito melhor sem as pessoas que gostam de decidir a vida dos outros.
« Última modificação: 2013-09-05 22:18:16 por Incognitus »
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