Foi exatamente isso o que aconteceu no primeiro grande choque entre os dois novos rivais, na Guerra dos Trinta Anos (1618-1648). O conflito teve início por causa de diferenças religiosas entre católicos e protestantes no Sacro Império Germânico e arrastou várias nações para uma guerra travada em solo alemão. O resultado foi desastroso. A população alemã foi reduzida de 16 para 8 milhões de habitantes, e o império, fragmentado em mais de 300 territórios soberanos. "A França saiu como vitoriosa. Em meio ao cenário caótico, anexou a Alsácia e rapidamente começou a escalada para se tornar a maior potência do planeta. O território seria fundamental para deflagrar conflitos futuros entre as duas nações", diz a inglesa Mary Fulbrook, professora de história da University College, de Londres.
No século seguinte, aproveitando-se da debilidade do adversário, os franceses expandiram o país à custa de pequenos reinos alemães. Conquistaram a Lorena, a cidade de Estrasburgo e fincaram o pé na margem esquerda do Reno. Com a Alemanha dividida, ninguém poderia deter esse avanço. Manter os alemães enfraquecidos se tornou ponto comum na diplomacia francesa.
O século 18 trouxe um novo componente à rivalidade: o surgimento da Prússia. No início, austríacos e prussianos lutaram ferozmente pela hegemonia regional. Esses conflitos eram tudo o que os franceses queriam - claro, torciam para que ninguém saísse vencedor. Durante a Guerra de Sucessão Austríaca (1740-1748), apoiaram a Prússia contra a Áustria. Dez anos mais tarde, na Guerra dos Sete Anos (1756-1763), cerraram fileiras com a Áustria contra a Prússia. "A rivalidade austro-prussiana neutralizava as duas nações e deixava os territórios germânicos à mercê da intervenção externa",
a maior estupidez dos comunas de lisboa e ser laicos
portugal laico nao existe
Se a ascensão da Prússia acirrou a rivalidade interna com a Áustria e facilitou a vida da França, a Revolução Francesa teve o efeito contrário.
Em 1792, pela primeira vez prussianos e austríacos se uniram contra os franceses
Ainda hoje franceses e alemães discordam de direções econômicas dentro da Comunidade Econômica Européia - mas uma nova guerra entre Paris e Berlim é algo inimaginável.