Sim, até se está a ir para além de Bolonha. As universidades estão a transformar-se em instituições de 'aprendizagem'. Já não se fala em ensino, fala-se em ensino/aprendizagem. Até se poderia mudar o nome para instituições de aprendizagem superior.
A tendência é para evoluírem para instituições de certificação superior, em que a universidade define os currícula de um plano de estudos e os alunos vão aprender onde quiserem, e aparecem lá para fazer o exame.
É evidente que sou desfavorável a esta ideia (perdoem-me os liberais) mas neste momento isto já está a ser feito de forma encapotada.
Parece me que estão a caminhar para um processo de auto gestão na aprendizagem.
É uma forma de transformar os professores em meros orientadores e monitores da aprendizagem dos alunos.
Partem do princípio que está tudo na net ou nos livros. O saber não necessita de transmissão, os saberes são enciclopédicos e ninguém necessita de encornar as enciclopédias. Há que ensinar métodos e técnicas para aceder a esses repositórios de saber - será essa a tarefa dos professores no futuro .
No pré também existe essa ideologia. O problema é que os mais pequenos não têm autonomia para aprender sozinhos e por isso a teoria não funciona. No superior é suposto serem autónomos. Mas serão? Duvido. É aí que anulam a coisa.
Esta ideia de transformar os professores em meros gestores da aprendizagem é perigosa por desvalorizar o saber científico e sobrevalorizar o saber pedagógico. Ora, nós até sabemos que a grande falha no superior é a preparação pedagógica.... no fim anulam a figura do Professor.
Abram os olhos....