Conheci, depois do 25 de abril, dez anos mais tarde,
um ex-ministro de Salazar. Um dia, em viagem a Madrid
asseverou-me que real mente, com o 5 de abril,
o estado corporativo era por fim
uma realidade política e social!
Cada profissão, cada sector de actividade económica
tinha em verdade leis, direitos e deveres diferentes!
Todo o ideal das corporações de artes e ofícios
finalmente em vigor.
O que isto acarretou em atraso da nossa sociedade
só pode imaginar-se abrindo os olhos ao estado da nação.
E o que há a denunciar é tudo que nos querem fazer crer.
Sim, o Rei Vai Nu!
Na educação e instrução pública,
no idiotismo do 'Todos e Todas', no Abortográfico,
na Economia, nas Finanças, espoliadores,
nos economistas e gestores de empresas,
nos médicos e sua ordem profissional,
nos farmacêuticos, nos patrões
que exploram os empregados
com salários abaixo do custo de vida.
E para debelar tudo isto
só nos aparece o emplastro do Chega!
É preciso sermos realmente muito incompetentes.