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Autor Tópico: Educação - Tópico principal  (Lida 376229 vezes)

Smog

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #100 em: 2012-12-30 23:51:20 »
bem, eu posso adoptar mais dois ou tres desde que os respectivos pais me paguem as contass. :D
wild and free

Automek

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #101 em: 2013-01-16 22:34:44 »

itg00022289

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #102 em: 2013-01-18 17:23:11 »
Um estudo interessante e um pouco contra uma ideia feita:


Citar
Escolas públicas preparam melhor os alunos para terem sucesso no superior

Público   
18 Janeiro 2013

As escolas privadas preparam melhor os alunos para os exames, mas não para terem um bom desempenho na universidade. A Universidade do Porto (UP) analisou o percurso académico de 4280 estudantes admitidos no ano lectivo 2008/09 e concluiu que, entre os 2226 que concluíram pelo menos 75% das cadeiras dos três primeiros anos, os estudantes que provinham de escolas públicas apresentavam melhores resultados académicos do que os provenientes das privadas.
 
"As escolas privadas têm grande capacidade para preparar os alunos para entrar, mas o que se verificou é que, passados três anos, estes alunos mostraram estar mais mal preparados para a universidade do que os que vieram da escola pública", adiantou ao PÚBLICO José Sarsfield Cabral, pró-reitor da UP para a área da melhoria contínua. Esta constatação baseia-se no facto de estes últimos estarem mais representados no grupo dos 10% melhores daquele ano lectivo.
 
Exemplos? A secundária Garcia de Orta, uma escola pública do Porto, que naquele ano lectivo "colocou" 114 alunos em diferentes faculdades da UP, tinha, ao fim de três anos, 14 desses alunos (12%) entre os 10% melhores do ano. Já o Externato Ribadouro, também do Porto mas privado, colocou 154 alunos na UP, muitos dos quais em Medicina, mas, no fim do terceiro ano, apenas cinco integravam o grupo dos melhores (3%). A Garcia de Orta vinha colocada em 6.º no ranking das secundárias desse ano, enquanto o Externato Ribadouro beneficiava de um confortável 3.º lugar.
 
Do Colégio do Rosário, que tem surgido nos três primeiros lugares dos rankings, transitaram 56 alunos para a UP. Três anos depois, apenas três se incluíam entre os 10% com melhor desempenho académico. Do mesmo modo, o Colégio Luso-Francês, com 39 alunos admitidos, tinha apenas dois no top 10. (Neste estudo, a Universidade do Porto utilizou os critérios dos rankings do PÚBLICO, adaptando-os ao universo das escolas secundárias citadas neste trabalho da UP).
 
Em termos globais, por cada 100 estudantes provenientes das escolas públicas que concluíram pelo menos 75% das cadeiras dos três anos, havia 10,69 no grupo dos melhores. No caso das escolas privadas, esse número era de 7,98.
 
O documento (que surge como um alerta contra o facilitismo na utilização dos rankings e que procura rebater a ideia de falência do ensino público) sublinha que o melhor desempenho dos estudantes das escolas públicas é ainda "mais relevante pelo facto de as escolas privadas de maior prestígio fazerem uma selecção social dos seus estudantes".
 
"O desempenho dos estudantes no superior requer habilidades e capacidades que não são aquelas que decorrem de o aluno saber muito bem a matéria dos exames. Temos alunos que vieram de escolas de província, e que tiveram que resistir a muita coisa e superar muitas dificuldades para chegar ao superior, e que se tornaram alunos excelentes; provavelmente porque já vinham apetrechados com qualidades que um aluno demasiado protegido não tem", admite Sarsfield Cabral. "Os alunos das privadas saem-se pior porque estarão habituados a ser mais acompanhado e, quando passam para a universidade, onde são considerados adultos, perdem esse tipo de aconchego", concorda Alberto Amaral, do Centro de Investigação de Políticas do Ensino Superior e ex-reitor da UP.
 
Este estudo (o primeiro do género e que foi repetido no ano lectivo seguinte, sendo que estes últimos resultados deverão ser conhecidos dentro de dois meses) partiu de uma amostra inicial de 4280 alunos. Destes, 954 abandonaram os estudos, 83 tinham-se recandidatado a outros cursos, 131 tinham concluído menos de 45 dos 180 créditos do curso, 303 tinham completado entre 45 e 90 créditos, 583 entre 90 e 135 créditos e apenas 2226 tinham completado mais de 135 créditos, ou seja, o equivalente a 75% das cadeiras do curso. Foi no desempenho académico destes últimos que a análise se baseou. Entre as conclusões possíveis, destaca-se a de que os alunos que recorrem às bolsas — e beneficiam delas — têm desempenhos comparáveis aos que não precisam do apoio social. Ao contrário, os que se candidatam e vêem negado aquele apoio tendem a sair-se pior, o que "evidencia bem a importância da Acção Social", segundo Sarsfield Cabral.
 
Para o pró-reitor, resulta claro que as universidades deveriam estar a equacionar formas alternativas ou complementares de selecção dos seus alunos. "Dos 340 alunos que naquele ano entraram nos dois cursos de Medicina da UP, todos com notas elevadíssimas e separadas por centésimas, havia, um ano depois, quem tirasse 20 e quem nem aos 10 conseguisse chegar. Isto torna muito claro que a nota de entrada do aluno não permite perceber qual vai ser o seu desempenho, o que nos leva a questionar se o critério de selecção dos alunos não estará a deixar de fora alunos que podem vir a revelar-se excelentes", questiona.
 
Sarsfield defende assim que as universidades devem estudar métodos alternativos de selecção dos alunos. "Há de certeza outras variáveis que merecem ser consideradas. As universidades têm de começar a olhar para o exemplo das universidades estrangeiras e pensar em soluções".

http://www.crup.pt/pt/imprensa-e-comunicacao/recortes-de-imprensa/4404-escolas-publicas-preparam-melhor-os-alunos-para-terem-sucesso-no-superior

 

Smog

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #103 em: 2013-01-18 18:17:42 »
Nada que não lhes tivesse dito.
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Incognitus

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #104 em: 2013-01-18 19:19:14 »
Ah, a conclusão é exactamente a oposta da óbvia: que as escolas privadas, com matéria igual ou inferior dada a selecção de uma pool menos alargada, conseguem produzir alunos que desempenham melhor ... obviamente quando esses alunos são colocados em condições de igualdade (durante a universidade, contra os melhores de um universo mais alargado - o público), a sua qualidade intrínseca revela notas algo inferiores.
 
Imaginem que se tratavam de atletas e não de alunos. Dois métodos diferentes de preparação, num os atletas conseguiam qualificar-se acima de determinada barreira, noutro - os atletas, muito mais numerosos, sujeitos um treino pior, só os intrinsecamente melhores conseguiriam ultrapassar a mesma barreira. Mais tarde (universidade) os do primeiro grupo treinariam em condições iguais aos do segundo - obviamente os do segundo, que conseguiram a sua qualificação graças ao seu potencial intrínseco superor e não ao treino - iriam destacar-se em média.
 
 
 
 
« Última modificação: 2013-01-18 19:20:30 por Incognitus »
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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #105 em: 2013-01-18 23:07:04 »
Posso acrescentar o que foi a minha experiência pessoal enquanto estudante do secundário e depois na universidade. Fiz até ao 11º ano (inclusive) no privado. Decidi fazer o 12º no publico porque tinha a certeza que seria muito mais facil. E confirmou-se. O meu 12º ano foi um autentico passeio e tive média final de 19 a matemática... Ou seja a minha preparação no privado foi de tal ordem superior que nem deu para comparar com o publico.

Depois na universidade não havia real distinção entre aqueles que vinham de um sistema ou do outro.

Nota: no meu caso, o privado foi não apenas privado como também numa escola com um sistema de ensino / programa não Português (mas em Portugal) (e por acaso, um que se tem falado em adoptar em Portugal agora).

Smog

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #106 em: 2013-01-19 13:30:23 »
Conclusão- eras bom aluno. 8)
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Automek

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #107 em: 2013-01-19 14:51:11 »
que as escolas privadas, com matéria igual ou inferior dada a selecção de uma pool menos alargada, conseguem produzir alunos que desempenham melhor ...
Este ponto é discutivel Inc. Menos alargada, sem dúvida, mas matéria inferior possivelmente não (pelo menos nos que fazem selecção à entrada).

O estudo para ser completo deveria distingur entre privados com contrato de associação e privado 'puros' (sem apoios do estado e onde há selecção à entrada).

Smog

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #108 em: 2013-01-19 15:38:06 »
Ah, a conclusão é exactamente a oposta da óbvia: que as escolas privadas, com matéria igual ou inferior dada a selecção de uma pool menos alargada, conseguem produzir alunos que desempenham melhor ... obviamente quando esses alunos são colocados em condições de igualdade (durante a universidade, contra os melhores de um universo mais alargado - o público), a sua qualidade intrínseca revela notas algo inferiores.
 
Imaginem que se tratavam de atletas e não de alunos. Dois métodos diferentes de preparação, num os atletas conseguiam qualificar-se acima de determinada barreira, noutro - os atletas, muito mais numerosos, sujeitos um treino pior, só os intrinsecamente melhores conseguiriam ultrapassar a mesma barreira. Mais tarde (universidade) os do primeiro grupo treinariam em condições iguais aos do segundo - obviamente os do segundo, que conseguiram a sua qualificação graças ao seu potencial intrínseco superor e não ao treino - iriam destacar-se em média.

pensas que os do privado são um universo de luxo mas isso não é verdade. há muita escola privada que tem alunos normais. em zonas do pais com forte implantação da igreja ou demasiado pobre (densidade populacional baixa) há muitos colégios privados com subsidios do estado que tem todos os alunos. aqui, quando se comapara o publico, este ganha de longe.
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Zenith

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #109 em: 2013-01-19 16:18:44 »
Olhando para a tabela diria que nada se pode concluir em termos de escolas individuais. Os valores andam entre os 7 e 12%, mas as amostras são pequenas para ter significado estatistico.
Por exemplo a escola de montserrate que estaá a meio com mais um aluno nos 10% passva a ser a melhor e com menos um a pior.
Mesmo esquecendo as escolas especificas, para o conjunto de escolas privadas a % é 8,9 e para as publicas 9,5. Diferença demasisdo pequenas para em face do tamanho das amostras se poder tirar qq conclusão.
A tabela não inclui todo o universo (dixem que são um total de 2240), e aí
Citar
Em termos globais, por cada 100 estudantes provenientes das escolas públicas que concluíram pelo menos 75% das cadeiras dos três anos, havia 10,69 no grupo dos melhores. No caso das escolas privadas, esse número era de 7,98.
talvez a diferença já tenha tenha algum significado.

Afirmações como
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Do Colégio do Rosário, que tem surgido nos três primeiros lugares dos rankings, transitaram 56 alunos para a UP. Três anos depois, apenas três se incluíam entre os 10% com melhor desempenho académico. Do mesmo modo, o Colégio Luso-Francês, com 39 alunos admitidos, tinha apenas dois no top 10.
deviam envergonhar o departamento de estatitisca da UP já que os nºs são tão pequenos que não tem significado estatístico  ;D

Agora as afirmações do Inc de ignorar todos os dados e vir invocar factores que nem sequer são mencionados, e para os quais ele também não apresenta números, isso é pura cegueira ideologica.
« Última modificação: 2013-01-19 16:22:20 por Zenith »

Incognitus

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #110 em: 2013-01-19 16:23:06 »
que as escolas privadas, com matéria igual ou inferior dada a selecção de uma pool menos alargada, conseguem produzir alunos que desempenham melhor ...
Este ponto é discutivel Inc. Menos alargada, sem dúvida, mas matéria inferior possivelmente não (pelo menos nos que fazem selecção à entrada).

O estudo para ser completo deveria distingur entre privados com contrato de associação e privado 'puros' (sem apoios do estado e onde há selecção à entrada).

Eu falo em relação aos melhores, apurados. Se escolheres os melhores de uma pool mais alargada, os melhores desses melhores, dada a dispersão de resultados e a maior pool, têm alguma probabilidade de serem melhores que os de uma pool mais pequena. Dito de outra forma, mesmo que os colégiso privados em média tenham melhores alunos, seria de esperar que os melhores alunos do país estejam nos colégios públicos.
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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #111 em: 2013-01-19 16:24:58 »
Ah, a conclusão é exactamente a oposta da óbvia: que as escolas privadas, com matéria igual ou inferior dada a selecção de uma pool menos alargada, conseguem produzir alunos que desempenham melhor ... obviamente quando esses alunos são colocados em condições de igualdade (durante a universidade, contra os melhores de um universo mais alargado - o público), a sua qualidade intrínseca revela notas algo inferiores.
 
Imaginem que se tratavam de atletas e não de alunos. Dois métodos diferentes de preparação, num os atletas conseguiam qualificar-se acima de determinada barreira, noutro - os atletas, muito mais numerosos, sujeitos um treino pior, só os intrinsecamente melhores conseguiriam ultrapassar a mesma barreira. Mais tarde (universidade) os do primeiro grupo treinariam em condições iguais aos do segundo - obviamente os do segundo, que conseguiram a sua qualificação graças ao seu potencial intrínseco superor e não ao treino - iriam destacar-se em média.

pensas que os do privado são um universo de luxo mas isso não é verdade. há muita escola privada que tem alunos normais. em zonas do pais com forte implantação da igreja ou demasiado pobre (densidade populacional baixa) há muitos colégios privados com subsidios do estado que tem todos os alunos. aqui, quando se comapara o publico, este ganha de longe.

Nesta discussão é razoavelmente irrelevante quem ganha - para se defender a autonomia das escolas, o convívio em termos de igualdade entre público e privado, o apoio a todos os alunos e a liberdade de escolha dos pais NÃO é necessário esperar que tal produza resultados melhores (embora se espere). Isto porque a liberdade e igualdade de tratamento devem ser as condições por defeito, e o sarcear da liberdade e a imposição devem ser as excepções raríssimas que têm que ser MUITO bem explicadas.
« Última modificação: 2013-01-19 16:25:26 por Incognitus »
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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #112 em: 2013-01-19 16:30:07 »
Olhando para a tabela diria que nada se pode concluir em termos de escolas individuais. Os valores andam entre os 7 e 12%, mas as amostras são pequenas para ter significado estatistico.
Por exemplo a escola de montserrate que estaá a meio com mais um aluno nos 10% passva a ser a melhor e com menos um a pior.
Mesmo esquecendo as escolas especificas, para o conjunto de escolas privadas a % é 8,9 e para as publicas 9,5. Diferença demasisdo pequenas para em face do tamanho das amostras se poder tirar qq conclusão.
A tabela não inclui todo o universo (dixem que são um total de 2240), e aí
Citar
Em termos globais, por cada 100 estudantes provenientes das escolas públicas que concluíram pelo menos 75% das cadeiras dos três anos, havia 10,69 no grupo dos melhores. No caso das escolas privadas, esse número era de 7,98.
talvez a diferença já tenha tenha algum significado.

Afirmações como
Citar
Do Colégio do Rosário, que tem surgido nos três primeiros lugares dos rankings, transitaram 56 alunos para a UP. Três anos depois, apenas três se incluíam entre os 10% com melhor desempenho académico. Do mesmo modo, o Colégio Luso-Francês, com 39 alunos admitidos, tinha apenas dois no top 10.
deviam envergonhar o departamento de estatitisca da UP já que os nºs são tão pequenos que não tem significado estatístico  ;D

Agora as afirmações do Inc de ignorar todos os dados e vir invocar factores que nem sequer são mencionados, e para os quais ele também não apresenta números, isso é pura cegueira ideologica.

Eu não ignorei dado nenhum e expliquei o que aconteceria num tal sistema se fosse desporto e não educação, para se compreender o paralelo.
 
Começa com 2 conjuntos de atletas razoavelmente equivalentes sendo o segundo grupo muito mais numeroso. O primeiro conjunto é sujeito a um treino puxado e eficaz, o segundo a um treino manhoso. Destes dois conjuntos, apura acima de determinadas marcas os atletas para um novo programa de treino. No primeiro conjunto do treino eficaz, terás atletas inferiores - mas melhor treinados - a qualificarem-se. Do segundo conjunto, mais numeroso, sendo o treino mau terás essencialmente atletas mais talentosos, com maior potencial, a qualificar-se.
 
O que é que acontece quando juntares esses atletas e os sujeitares a um treino igual? O que é expectável? O que é expectável é que a performance dos atletas do segundo conjunto agora exceda a dos do primeiro. Isso significa que o treino dos do primeiro era inferior? Não, pelo contrário - significa que era superior, que conseguiu levar atletas inferiores, mais longe.
 
Isto é bastante simples, cegueira ideológica é ignorar este efeito simples.
« Última modificação: 2013-01-19 16:31:16 por Incognitus »
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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #113 em: 2013-01-19 16:31:12 »
Eu falo em relação aos melhores, apurados. Se escolheres os melhores de uma pool mais alargada, os melhores desses melhores, dada a dispersão de resultados e a maior pool, têm alguma probabilidade de serem melhores que os de uma pool mais pequena. Dito de outra forma, mesmo que os colégiso privados em média tenham melhores alunos, seria de esperar que os melhores alunos do país estejam nos colégios públicos.

Mas utilizando o teu exemplo do desporto, se reunires numa competição (universidade) atletas do Sporting (colégio privado) vs atletas de bairro de centenas de colectividades (escola pública), há fortes probabilidades de os atletas do Sporting, apesar de ser uma poll pequena, estarem no topo em % superior à da sua representatividade total na amostra. Isto porque são melhores, em média que os restantes, uma vez que fazem selecção à entrada (só bons atletas vão para o Sporting).

Daí que seria expectável que nos melhores das universidades públicas estivessem uma % de privados que é superior à % que estes privados representam no total de alunos. Ou seja, se os privados são 10% do total de alunos, seria de esperar que fossem por exemplo 20% no total dos melhores alunos, devido a essa selecção.

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #114 em: 2013-01-19 16:33:50 »
Eu falo em relação aos melhores, apurados. Se escolheres os melhores de uma pool mais alargada, os melhores desses melhores, dada a dispersão de resultados e a maior pool, têm alguma probabilidade de serem melhores que os de uma pool mais pequena. Dito de outra forma, mesmo que os colégiso privados em média tenham melhores alunos, seria de esperar que os melhores alunos do país estejam nos colégios públicos.

Mas utilizando o teu exemplo do desporto, se reunires numa competição (universidade) atletas do Sporting (colégio privado) vs atletas de bairro de centenas de colectividades (escola pública), há fortes probabilidades de os atletas do Sporting, apesar de ser uma poll pequena, estarem no topo em % superior à da sua representatividade total na amostra. Isto porque são melhores, em média que os restantes, uma vez que fazem selecção à entrada (só bons atletas vão para o Sporting).

Daí que seria expectável que nos melhores das universidades públicas estivessem uma % de privados que é superior à % que estes privados representam no total de alunos. Ou seja, se os privados são 10% do total de alunos, seria de esperar que fossem por exemplo 20% no total dos melhores alunos, devido a essa selecção.

Esse paralelo não é bom. Seria bom, sim, se fizesses o seguinte:
 
* Escolheres os atletas do Sporting que conseguem marcas melhores que X
* Escolheres os atletas de colectividades muito mais numerosas que também conseguem marcas melhores que X
* Treinares ambos durante 3-5 anos segundo as mesmas condições.
* O provável aqui seria que no final dos 3-5 anos, os atletas de colectividades fossem superiores aos do Sporting, em média.
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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #115 em: 2013-01-19 16:34:40 »
Conclusão- eras bom aluno. 8)

Não sei... essa não era certamente a minha fama :)

Quando digo que o 12º foi um passeio estou quase a ser literal. Ou seja, usando o exemplo da matematica, aquilo que os meus colegas estavam a aprender nas aulas já eu tinha aprendido em anos anteriores na escola privada.

Ou seja, penso que um dos graves problemas do nosso ensino passa pelos programas. Existem muitos outros problemas, mas para mim este é óbvio face à minha experiência.

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #116 em: 2013-01-19 16:42:03 »
Um outro exemplo simples. A minha filha esteve alguns anos em natação de competição, se agora a qualificasse para uma pool de nadadores junto com nadadores com pouco treino que se conseguissem igualmente qualificar com tempos equivalentes, e de seguida sujeitasse todos esses nadadores a um treino igual durante vários anos, ela levaria uma sova exactamente devido ao mesmo efeito.
 
É algo expectável, é o resultado expectável de o ensino privado ser um treino superior.
« Última modificação: 2013-01-19 16:50:07 por Incognitus »
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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #117 em: 2013-01-19 16:48:42 »
nop. fazem seleccao pelas notas. tipo corredores do sporting.
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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #118 em: 2013-01-19 16:55:30 »
Esse paralelo não é bom. Seria bom, sim, se fizesses o seguinte:
 
* Escolheres os atletas do Sporting que conseguem marcas melhores que X
* Escolheres os atletas de colectividades muito mais numerosas que também conseguem marcas melhores que X
* Treinares ambos durante 3-5 anos segundo as mesmas condições.
* O provável aqui seria que no final dos 3-5 anos, os atletas de colectividades fossem superiores aos do Sporting, em média.

Não me parece Inc, porque neste o caso o Sporting já começa com muito melhores atletas.

Seguindo o exemplo, seleccionas atletas do Sporting que fazem menos do que 35 minutos aos 10kms (já é uma marca razoável - provavelmente todos os atletas do Sporting se qualificam). Depois seleccionas de igual forma todos os das colectividades que fazem abaixo de 35m aos 10Kms.

A pool de partida, embora pareça igual, contém diferenças significativas porque no Sporting, não só essa condição apanha quem faz abaixo dos 35m, mas outros que fazem abaixo dos 30m e até algum recordista nacional ou eventualmente mundial (basta pensar no Carlos Lopes ou no Fernando Mamede).

Depois do treino de 3 a 5 anos de todos os atletas é normal que os que já eram melhores (e que estavam já no Sporting) apareçam em maior %.

Não é nada liquido que alguém a quem fosse dadas as mesmas condições de treino do Carlos Lopes ou do Fernando Mamede (ou outros que já estavam no Sporting porque eram melhores que a média), conseguissem batê-los.

Zenith

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Re:Educação - Tópico principal
« Responder #119 em: 2013-01-19 17:05:25 »
Olhando para a tabela diria que nada se pode concluir em termos de escolas individuais. Os valores andam entre os 7 e 12%, mas as amostras são pequenas para ter significado estatistico.
Por exemplo a escola de montserrate que estaá a meio com mais um aluno nos 10% passva a ser a melhor e com menos um a pior.
Mesmo esquecendo as escolas especificas, para o conjunto de escolas privadas a % é 8,9 e para as publicas 9,5. Diferença demasisdo pequenas para em face do tamanho das amostras se poder tirar qq conclusão.
A tabela não inclui todo o universo (dixem que são um total de 2240), e aí
Citar
Em termos globais, por cada 100 estudantes provenientes das escolas públicas que concluíram pelo menos 75% das cadeiras dos três anos, havia 10,69 no grupo dos melhores. No caso das escolas privadas, esse número era de 7,98.
talvez a diferença já tenha tenha algum significado.

Afirmações como
Citar
Do Colégio do Rosário, que tem surgido nos três primeiros lugares dos rankings, transitaram 56 alunos para a UP. Três anos depois, apenas três se incluíam entre os 10% com melhor desempenho académico. Do mesmo modo, o Colégio Luso-Francês, com 39 alunos admitidos, tinha apenas dois no top 10.
deviam envergonhar o departamento de estatitisca da UP já que os nºs são tão pequenos que não tem significado estatístico  ;D

Agora as afirmações do Inc de ignorar todos os dados e vir invocar factores que nem sequer são mencionados, e para os quais ele também não apresenta números, isso é pura cegueira ideologica.

Eu não ignorei dado nenhum e expliquei o que aconteceria num tal sistema se fosse desporto e não educação, para se compreender o paralelo.
 
Começa com 2 conjuntos de atletas razoavelmente equivalentes sendo o segundo grupo muito mais numeroso. O primeiro conjunto é sujeito a um treino puxado e eficaz, o segundo a um treino manhoso. Destes dois conjuntos, apura acima de determinadas marcas os atletas para um novo programa de treino. No primeiro conjunto do treino eficaz, terás atletas inferiores - mas melhor treinados - a qualificarem-se. Do segundo conjunto, mais numeroso, sendo o treino mau terás essencialmente atletas mais talentosos, com maior potencial, a qualificar-se.
 
O que é que acontece quando juntares esses atletas e os sujeitares a um treino igual? O que é expectável? O que é expectável é que a performance dos atletas do segundo conjunto agora exceda a dos do primeiro. Isso significa que o treino dos do primeiro era inferior? Não, pelo contrário - significa que era superior, que conseguiu levar atletas inferiores, mais longe.
 
Isto é bastante simples, cegueira ideológica é ignorar este efeito simples.

O estudo é simples. Pega nos alunos que entraram num determinado ano, e passados 3 anos vai ver os top 10 e relacionar com a proveniência (publico ou privado). O estudo refere que 10,69% dos provenientes do público estao nos top 10 e 7,98% do privado estao no top 10 (o que da para concluir que na UP 75% provem do publico e 25% do privado).
Se a matéria fosse a mesma e ambos os sistemas de ensino tivessem qualidade semelhante esperar-se ia 10% para cada um dos grupos. O grupo mais pequeno ao longos dos anos apresentaria maiores flutuações.
Os resultados dão 10,69 -7,98, indicam (se as amostras forem suf grandes e materia original semelhante) que ter frequentado o publico no secundario aumenta a probabilidade de passados 3 anos estar nos top 10. Até aqui é matemática.
O factor qualitativo que pode ser discutido é "estar no top 10 - qualidade da preparação". A mim parece que o crterio top 10 é muito elitista.
Quanto á qualidade da materia prima, não ha qq dado quantificável. A n~so ser que sejam apresentados dados especificos (o que não fizeste), aquiloque menos incertezas gera é considerar igual.
Mesmo que se admitisse que a matéria prima no privado era inferior, isso apenas serviria para justificar o resultado e em nenhum inferir que era melhor.