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Autor Tópico: Portugal falido  (Lida 3451233 vezes)

vbm

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Re: Portugal falido
« Responder #6180 em: 2013-12-15 22:38:06 »
Tal como na Antiguidade se fazia a distinção entre "trabalho manual" (que na Grécia antiga era reservado aos escravos) e "trabalho intelectual" (ou artístico), também hoje em dia continua a existir essa separação entre o trabalho assalariado (mormente o dos operários agrícolas e fabris) e o trabalho mais criativo, que a força do intelecto se sobrepõe à força muscular. Obviamente, aquilo que digo acima é que o 1º irá ser progressivamente realizado por máquinas programadas para tal, libertando assim o espírito humano para o seu verdadeiro potencial, o qual se manifesta na ânsia do conhecimento, na imaginação e na criatividade.

Não é só o "trabalho manual" que é progressivamente realizável por máquinas. O "trabalho intelectual abstracto" também é programável e realizável por máquinas, como já largamente sucede nos serviços do sector terciário administrativo e financeiro. O "trabalho" comunitário ou familiar solidário tem forçosamente de ser compensado por contrapartidas para uma vida sustentável. Mas isso não é de modo algum um sistema para garantir um rendimento básico incondicional! Eu continuo a repudiar, e cada vez mais convicto estou, o excesso demográfico que grassa no planeta, muito de responsabilidade da medicina dos antibióticos e das religiões anti-contraceptivas. (Mortalidade infantil eliminada; África e América católicas; Índia, África e Ásia islâmicas). Tivéssemos no planeta a população de 1950, o total de 3.5 mil milhões de habitantes, em vez dos 7 mil milhões de hoje, e o desenvolvimento económico seria o de agora ou superior, e todos viveríamos sem a miséria que existe.

Incognitus

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Re: Portugal falido
« Responder #6181 em: 2013-12-17 11:42:03 »
O que permite subir salários.


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Zel

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Re: Portugal falido
« Responder #6182 em: 2013-12-17 11:49:12 »
pensava que era a luta sindical e a vontade politica, lol

Zel

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Re: Portugal falido
« Responder #6183 em: 2013-12-17 11:54:49 »
bem, os sindicatos ainda servem para transferir o valor por hora entre grupos de trabalhadores

tipo, lixam o privado para beneficiarem o publico

Automek

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Re: Portugal falido
« Responder #6184 em: 2013-12-17 12:43:06 »
li uma entrevista do bernardino soares a queixar-se de que a câmara de loures está atolada em dívidas.

se bem me lembro o bernardino soares, não o presidente de câmara mas o deputado, dizia que isso das dívidas não era obstáculo nenhum porque bastava renegociar com os agiotas.

kitano

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Re: Portugal falido
« Responder #6185 em: 2013-12-17 12:56:58 »
No gráfico não dá para tirar se é o aumento dos salários que aumenta a produtividade ou se é o aumento da produtividade que aumenta os salários.

Existiu por aí um texto sobre o bernardino...o perigoso neoliberal de loures...governar é bastante diferente de fazer oposição...
"Como seria viver a vida que realmente quero?"

hermes

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Re: Portugal falido
« Responder #6186 em: 2013-12-17 12:59:02 »
Prefiro fazer uma pregunta eventualmente mazinha: qual é a definição de produtividade?
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Re: Portugal falido
« Responder #6187 em: 2013-12-17 13:19:24 »
Prefiro fazer uma pregunta eventualmente mazinha: qual é a definição de produtividade?

Neste caso deve ser valor da produção por hora por trabalhador.
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Re: Portugal falido
« Responder #6188 em: 2013-12-17 14:52:47 »
Não é propriamente sobre Portugal mas padeceremos do mesmo.

Citar
Nasceu na década de 60 ou de 70? É provável que fique mais pobre do que os seus pais
17 Dezembro 2013, 14:15 por Jornal de Negócios | jng@negocios.pt

A convicção de que as gerações seguintes podem, em regra, esperar ter um nível de vida superior na reforma ao das anteriores estará a cair por terra. Um estudo britânico sugere que esse “salto” ficará cada vez mais reservado a quem é herdeiro.
Se nasceu na década de 60 ou de 70, o mais provável é que na idade da reforma tenha um nível de vida inferior ao dos seus pais, a menos que tenha herdado património. Ser herdeiro deverá, aliás, passar a ser o factor com maior peso para determinar se o nível de vida dos futuros reformados será ou não melhor face à da actual geração de aposentados.
 
Esta é a conclusão para os britânicos de um estudo do Institute for Fiscal Studies (IFS), divulgado nesta terça-feira, 17 de Dezembro. “A riqueza herdada deverá ser o único factor de peso que poderá fazer com que, em média, os indivíduos nascidos na década de 1960 e 1970 fiquem numa melhor situação na reforma do que os predecessores”.
 
O estudo perspectiva a evolução do nível de vida relativo dos britânicos partindo de constatações que tenderão a ser observáveis noutros países do mundo desenvolvido.
 
Refere o IFS que, quando se compara quem nasceu na década de 60 e 70 com quem nasceu uma década antes, chega-se à conclusão de que, com a mesma idade, as gerações mais recentes “não levam mais rendimento para casa, não poupam mais, são menos susceptíveis de serem donos das casas onde vivem, provavelmente terão uma pensão privada menor e irão descobrir que os sistemas públicos irão substituir uma porção menor dos seus anteriores rendimentos”.

http://www.jornaldenegocios.pt/economia/europa/detalhe/nasceu_na_decada_de_60_ou_de_70_e_provavel_que_fique_mais_pobre_do_que_os_seus_pais.html


o resumo do estudo: http://www.ifs.org.uk/pr/cohorts_2013.pdf

vbm

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Re: Portugal falido
« Responder #6189 em: 2013-12-17 16:40:53 »
Um hipotético país em que a produtividade e o salário hajam crescido em meio século de um índice-base 40 para 140, ou seja à taxa de 2.5% ao ano, - 3.5 = 1.025^50 -, proporcionaria triplicar o nível de vida da sua população no pressuposto da sua estabilidade demográfica.

No entanto, tratar-se-ia sempre de um valor médio, porque a elevação da produtividade do trabalho coexiste com uma multiplicidade de sectores de produção dos quais, uns mantém uma produtividade relativamente constante no tempo, enquanto outros progridem com a utilização de meios de produção inovadoramente engenhados no sentido de elevar a produtividade do trabalho, requerido no processo de produção.

Deste modo, aumenta a desigualdade produtiva e salarial no todo da economia, a qual só é benéfica na medida em que contribua para o acréscimo líquido do bem-estar global de todos os indivíduos na sociedade, sendo prejudicial a desigualdade excessiva desprovida desse efeito.
« Última modificação: 2013-12-17 16:43:37 por vbm »

hermes

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Re: Portugal falido
« Responder #6190 em: 2013-12-17 17:27:23 »
Essa vantagem não é sustentável, pois aparecem logo mais candidatos a esse almoço grátis até que a comida no prato para cada um só dá para serem elegantes.
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Re: Portugal falido
« Responder #6191 em: 2013-12-17 20:01:59 »
Citar
A realidade é tão somente que a remuneração do capital supera inúmeras vezes a do trabalho... simple as that!

Pode ser simples, mas não é verdade. A remuneração do trabalho é a maior fatia do PIB, o que impossibilita a remuneração do capital de a superar inúmeras vezes. E dentro da remuneração do capital, os lucros são uma fatia pequena, as rendas (alugueres) uma fatia maior.
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Zel

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Re: Portugal falido
« Responder #6192 em: 2013-12-17 20:03:00 »
na uniao europeia em media os lucros rondam os 10% do PIB

vbm

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Re: Portugal falido
« Responder #6193 em: 2013-12-17 20:16:06 »
Rui Vaz,

É interessante o teu texto. Dá expressão a preocupações comuns dos cidadãos e dos trabalhadores. Mas, uns e outros enquanto economistas, e em abstracto, não veem as coisas sob a luz dos receios que exprimes.

Citar
Esse definição básica de produtividade dificilmente se aplica às economias ocidentais, onde os fatores de produção são cada vez menos as pessoas e cada vez mais as máquinas, [ ]

Toda a produtividade se liga à acção dos produtores. O que sucede é as máquinas estarem engenhadas à produção de efeitos dados, o que potencia a acção específica dos trabalhadores que as utilizam. Simplesmente, as próprias máquinas são projectadas e fabricadas através de outras máquinas operadas por trabalhadores fabris segundo o processo de construção engenhado para tais meios de produção.

E assim sucessivamente até à extracção dos recursos da natureza, onde sempre o trabalho se requer, nem que seja para colher a maçã da macieira, como dizia John Locke.

Logo, é sempre o trabalho que é produtivo, não obstante a fecundidade da natureza e a inteligência do engenho humano.

Citar
É que, à medida que a produtividade aumenta e o número de trabalhadores diminui, sendo a maior parte do trabalho efetuado por máquinas, quem  que vai tirar o maior benefício dessa correlação praticamente de 100%?! [ ] o excesso de mão de obra que cada vez se torna menos necessária, sobretudo nos setores onde a mecanização e automação se vão tornando preponderantes, ou seja, os que são mais de capital intensivo do que de trabalho intensivo.

O número de trabalhadores diminui no sector inovado por tecnologia mais avançada, mas não diminui nos sectores da investigação da ciência e do conhecimento, nem nos da produção dos novos meios de produção. Para além disto, há sectores de produtividade relativamente constante que sempre são necessários como os de serviços pessoalizados, interactivos, por exemplo, o ensino, os cuidados de saúde, para além da construção e manutenção de infraestruturas de transporte, comunicações, etc.

Citar
[ ] pois vai deixar de ser possível beneficiar os rendimentos do capital comparativamente aos do trabalho, caso estes diminuam progressivamente em relação aos primeiros, algo que já se vem verificando desde há muito!

Os rendimentos de trabalho não diminuirão progressivamente em relação aos do capital, antes o movimento é inverso, o que se reflecte num leque salarial alargado segundo as exigências de conhecimentos e competência requeridos para uma laboração cada vez mais subordinada à ciência.

O capital investido nos meios de produção é necessariamente recuperado pelo produto da venda dos bens que vão sendo fabricados ao longo da respectiva vida útil.

O rendimento líquido, denominado lucro, tende a nivelar-se pela taxa de juro em vigor no mercado do capital-dinheiro, excepto nos casos inevitáveis de monopólio que originam lucro supra-normal, de raíz estrictamente económica.

Citar
1ª As máquinas não recebem salários, e a automação fica por uma fração do custo do trabalho humano, muito menos produtivo.
2ª Numa economia de mercado (mesmo apenas parcial) o  lucro empresarial (o salário do empreendedor!) é pago, em última análise, pelos consumidores.

Estas duas "razões"-"apreensões", nada valem.

As máquinas "não recebem salários", lol,
apenas o seu custo é inteiramente ressarcido
através de preço pago pelos consumidores
dos bens em cuja produção intervieram.

O salário do "empreendedor", como o de todos
os assalariados directos e indirectos de toda
a produção vendida, aplicada na produção
e ou consumida como produto final,
é pago pelos consumidores.

Os bens que se produzam e não sejam
consumidos, por não haver quem os compre
ou por não interessarem para nada, redundam
em puro empobrecimento geral e diminuição
do capital e riqueza acumulada. 

Luisa Fernandes

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Re: Portugal falido
« Responder #6194 em: 2013-12-17 21:36:36 »
1º Como diz o Kitano, o gráfico não diz nada daquilo que o Incognitus afirma.

2º Se a lógica fosse a do Incognitus, os empregados do "Continente" eram uns sortudos.

TODOS sabemos que as coisas não são simples como esses gráficos apresentam.
Para quando o fim da desonestidade intelectual suportada por gráficos, Médias e Rácios?

Quem não Offshora não mama...

Incognitus

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Re: Portugal falido
« Responder #6195 em: 2013-12-17 22:01:14 »
1º Como diz o Kitano, o gráfico não diz nada daquilo que o Incognitus afirma.

2º Se a lógica fosse a do Incognitus, os empregados do "Continente" eram uns sortudos.

TODOS sabemos que as coisas não são simples como esses gráficos apresentam.
Para quando o fim da desonestidade intelectual suportada por gráficos, Médias e Rácios?

Parece-me que desonestidade intelectual suportada por coisa nenhuma vai primeiro.
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manel

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Re: Portugal falido
« Responder #6196 em: 2013-12-17 22:09:57 »
Parece-me que este Titulo " Portugal Falido" merecia ser mais "adaptado" , às circunstancias atuais.

Até por razões Patrioticas e pelo respeito , que tem sido feito por todos os Portugueses. 8)

A não ser que o melhor seja a politica do " Bota Abaixo" :o

manel

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Re: Portugal falido
« Responder #6197 em: 2013-12-17 22:11:03 »
Parece-me que este Titulo " Portugal Falido" merecia ser mais "adaptado" , às circunstancias atuais.

Até por razões Patrioticas e pelo respeito e sacrifício  , que tem sido feito por todos os Portugueses. 8)

A não ser que o melhor seja a politica do " Bota Abaixo" :o

Zel

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Re: Portugal falido
« Responder #6198 em: 2013-12-17 22:28:33 »
1º Como diz o Kitano, o gráfico não diz nada daquilo que o Incognitus afirma.

2º Se a lógica fosse a do Incognitus, os empregados do "Continente" eram uns sortudos.

TODOS sabemos que as coisas não são simples como esses gráficos apresentam.
Para quando o fim da desonestidade intelectual suportada por gráficos, Médias e Rácios?

quando e' que mostras os teus graficos, as tuas medias e os teus racios? estas a esconde-los ?

Mystery

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Re: Portugal falido
« Responder #6199 em: 2013-12-17 22:51:13 »
Prefiro fazer uma pregunta eventualmente mazinha: qual é a definição de produtividade?


www.columbia.edu/~rr2572/papers/11-Ernani.pdf
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