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Autor Tópico: Portugal falido  (Lida 3459902 vezes)

Luisa Fernandes

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Re: Portugal falido
« Responder #4000 em: 2013-07-13 12:16:10 »
Questionando se é isso que tem acontecido nos últimos anos, o investigador afirma que as reformas mais recentes, nomeadamente as que estão consubstanciadas no orçamento do Estado para 2013, “não só não aumentam a capacidade redistributiva do sistema como antes a reduzem”.

Carlos Farinha Rodrigues frisa, a terminar, que a redução de escalões do IRS “diminui a progressividade do sistema”. Reconhecendo que “ o nosso sistema de IRS tinha mais escalões” que a maioria dos países da Europa, lembra que “somos dos países da União Europeia com maiores níveis de desigualdade” pelo que “o esforço necessário para a sua correção deve também ainda ser maior”, justificando-se “perfeitamente essa situação de excecionalidade”.

Aceda à apresentação, no colóquio Desigualdade e Pobreza, da comunicação Desigualdades em Portugal: o papel das políticas redistributivas em pdf

--------------------------------------------------------------------------------


* Carlos Farinha Rodrigues é doutorado em Economia pelo Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa. É docente do Instituto Superior de Economia e Gestão, assessor do Instituto Nacional de Estatística nas áreas de distribuição do rendimento e das estatísticas das famílias, membro da Society for the Study of Economic Inequality, International Association for Research in Income and Wealth, Centro de Investigação sobre Economia Portuguesa, Centro de Matemática Aplicada à Previsão e Decisão Económica e do Observatório das Desigualdades.
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Incognitus

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Re: Portugal falido
« Responder #4001 em: 2013-07-13 12:23:10 »
1) Luisa, não viu a tabela que deixei na página anterior?
 
2) Os escalões de IRS são muito mais violentos para os maiores rendimentos, pelo que diminuirão DE CERTEZA a deigualdade. Idem no caso das reformas.
 
Alguém que não conclua isso (como o citado), só pode estar a fazer essa afirmação em interesse próprio (coisa que também é óbvia pelo CV do homem).
« Última modificação: 2013-07-13 12:24:17 por Incognitus »
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Automek

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Re: Portugal falido
« Responder #4002 em: 2013-07-13 12:31:31 »
Existe uma grande apetência para martelar ainda mais os 'ricos', esquecendo que já não vivemos nos anos 50, com o pais fechado ao exterior.
Ainda não perceberam que se martelam o tipo do Porche, ele muda a morada para a Holanda (e é para não ir buscar um offshore) e continua a viver cá como "turista" residente na Holanda, desta vez com a matrícula Holandesa e como residente Holandês, proprietário de uma casa de "férias" em Portugal.
Nada disto é proibido, daí, também, a cada vez maior ira em relação a esta libertinagem dentro da UE e a vontade indisfarçável de quererem fechar o pais.

Local

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Re: Portugal falido
« Responder #4003 em: 2013-07-13 12:41:06 »
Bom quadro esse Local, sobretudo o da coluna da % de municípios <5.000 habitantes. Não tinha essa noção.
Há uma questão adicional que é a de saber se, no caso dos outros países, o município é a unidade local mais pequena ou se também existem as Juntas de Freguesia como em Portugal (que não sei têm os custos reflectidos neste relatório, ou seja, se nos custos dos 308 municípios já está incluídos os das JFs - sabes ? as empresas municipais disseste que já estavam consolidadas aqui, certo ?).

Em baixo mais outro quadro com a comparação de diversos países e governos sub-nacionais.
Os custos com as Juntas de Freguesias não estão incluídos e representam menos de 1% da despesa pública (em contraste com pouco mais de 10% por parte das Câmaras Municipais).
Nesta altura (2011 e 2012) as contas das empresas municipais já devem estar consolidadas com as das respectivas autarquias.

Quadro retirado daqui, pág. 4
http://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/12161/1/Governa%C3%A7%C3%A3o%20Subnacional_Legitimidade%20Econ%C3%B3mica%20e%20Descentraliza%C3%A7%C3%A3o%20da%20Despesa%20P%C3%BAblica.pdf
“Our values are human rights, democracy and the rule of law, to which I see no alternative. This is why I am opposed to any ideology or any political movement that negates these values or which treads upon them once it has assumed power. In this regard there is no difference between Nazism, Fascism or Communism..”
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JoaoAP

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Re: Portugal falido
« Responder #4004 em: 2013-07-13 16:59:06 »
Epá, se fosse farinha em vez de papeis tinha tido mais graça  :D
É verdade...mas
as pessoas estão a confundir liberdade com libertinagem!!

Johny

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Re: Portugal falido
« Responder #4005 em: 2013-07-13 17:23:49 »
1) Luisa, não viu a tabela que deixei na página anterior?

 :-\

Luisa, um conselho para uma melhor discussão, tente usar menos a ironia e fugir menos às perguntas directas que lhe fazem  :)

X2

valves1

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Re: Portugal falido
« Responder #4006 em: 2013-07-13 18:15:12 »
Citar
). E pode-se ver claramente que Portugal é um país extremamente centralizado e a centralização é geradora de ineficiências superiores quando comparado com a descentralização. Não é por qualquer razão que a UE defende os investimentos pela menor unidade territorial.
Muitos reclamam de que o poder de decisão existe apenas em Lisboa, mas depois defendem políticas centralizadoras. Para mim falta uma cultura de envolvimento com a forma de gastos públicos (incluíndo os gastos locais) e maior envolvimento nas decisões. Por exemplo aqui em Portugal é impensável existirem referendos locais, as leis têm que ser aplicadas a todas as regiões, etc, etc.

Uma descentralizacao do poder de decisao apenas fara sentido se houver uma fiscalizacao muito forte por parte das administracao central na forma como sao alocados os recursos.
Existe o perigo  muito real do dinheiro ser repartido pelas elites locais e respectivos amigos e  a maior parte das pessoas ficar a ver navios.
Existem demasiados casos em Portugal de pequenos concluios entre empreiteiros e autarcas ou de pequenas empresas e autarcas para que se avance para uma descentralizacao.
Nota Local que uma das grandes razoes porque tem sido muito dificil chamar a Europa a razao no que toca a suavizacao das metas de austeridade reside numa profunda desconfianca com que de fora se ve a gestao dos dinheiros publicos em Portugal ...
« Última modificação: 2013-07-13 18:16:03 por valves1 »
"O poder só sobe a cabeça quando encontra o local vazio."

Local

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Re: Portugal falido
« Responder #4007 em: 2013-07-13 22:53:36 »
Se há algum nível de poder em Portugal que tem maior fiscalização esse é o poder local. É mais fácil controlar unidades menores que um mega grupo, como é a administração central. Basta ver quais os políticos que estão presos ou perderam o mandato, são apenas autarcas. No entanto sabe-se que meia dúzia de médicos e farmácias provocam rombos de milhões de Euros ao erário público ou um governo acha-se no direito de onerar os contribuintes em quase 5 MM€ porque vê ataques de moinhos de vento.
É muito mais fácil e economicamente proveitoso provocar rombos na administração central, penso que não há dúvidas nisso.

A dificuldade em aceitar a descentralização parte muitas vezes de uma falta de cultura nacional que já vem de muitos séculos e que gosta de desresponsabilizar-se pela gestão da sua comunidade.

Relativamente à gestão dos dinheiros públicos, as autarquias foram, pelo segundo ano, elementos que diminuíram o défice e o endividamento público, por isso não vejo como é que a administração local possa ser vista com desconfiança, ao contrário da administração central.

Nota que quando falo em descentralização não é passar o poder de Lisboa para o Porto, como alguns defensores da regionalização querem fazer, mas sim aproximar o poder de decisão das pessoas e assim o Estado cumprir eficazmente com as necessidades colectivas da população.
« Última modificação: 2013-07-13 22:54:07 por Local »
“Our values are human rights, democracy and the rule of law, to which I see no alternative. This is why I am opposed to any ideology or any political movement that negates these values or which treads upon them once it has assumed power. In this regard there is no difference between Nazism, Fascism or Communism..”
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Zel

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Re: Portugal falido
« Responder #4008 em: 2013-07-13 23:29:36 »
concordo completamente

Kin2010

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Re: Portugal falido
« Responder #4009 em: 2013-07-14 03:21:40 »
Treta é o teu argumento. Existem milhares de variáveis envolvidas, as idas aos restaurantes podem ser substituídas por outra coisa qualquer, no entanto o único dado apresentado foi que o número de porsches aumentou - que indica que mais pessoas têm acesso a esse bem.

O teu argumento é:
Mais porsches = mais desigualdade
Menos idas a restaurantes = mais desigualdade

Mantenho o que disse. Se numa sociedade, simplesmente um certo bem (porsches) tiver ficado acessível a mais pessoas, então a desigualdade diminuiu. Mas se tivermos em conta todos os bens e a variação do nº de pessoas com acesso a eles, então dependendo da distribuição, e utilizando algoritmos com uma certa complexidade, a desigualdade poderá ter aumentado ou diminuído, dependendo dos dados das variações e dos algoritmos usados. Só invocar os porsches sozinhos não diz nada.

Kin2010

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Re: Portugal falido
« Responder #4010 em: 2013-07-14 03:35:14 »
Se mais pessoas têm porsche, as desigualdades diminuiram.

Que argumento da treta. Se imaginares uma sociedade fictícia em que de repente o número de porsches tivessem aumentado ficando todos os outros bens inalterados, isso até seria verdade. Mas se considerares uma sociedade como a portuguesa actual, em que o nº de porsches aumentou e, ao mesmo tempo, o nº de pessoas que frequentava restaurantes diminuiu drasticamente, já se vê que a desigualdade aumentou. O teu argumento só é matematicamente verdade se a única variação tiver acontecido nos porsches.

Levando em conta impostos e apoios, é provável que a desigualdade em Portugal esteja a cair.

Isso baseado em que critário? No Gini? Tenho dois pontos a comentar.

1)  A tua série de dados do Gini mostra diminuição, mas termina em 2010. Ora o que se está a discutir é se a actual crise pós-troika o aumentou ou não. (Nota: eu sou completamente a favor da troika e da necessidade de austeridade, como já referi inúmeras vezes aqui).

2) E o Gini é apenas um critério e baseado nos rendimentos expressos em moeda. Na prática, devemos raciocinar em termos de acesso a bens e serviços reais (uma coisa que tu muitas vezes enfatizas). Ora, em termos de acessos a bens e serviços, é óbvio que, para certos bens que contribuem  para o bem estar das pessoas (compra de carros novos, idas a restaurantes, viagens, prática de actividades desportivas ou recreativas pagas, e muito provavelmente outros), o nº de pessoas com acesso aos mesmos reduziu-se drasticamente desde 2010-11. Basta ver as filas de lojas fechadas, e basta ver as estatísticas de compras de carros. Essas reduções deviam contar para um aumento da desigualdade, embora não seja ainda claro, só metendo todos os dados à análise se pudesse tirar conclusões.

valves1

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Re: Portugal falido
« Responder #4011 em: 2013-07-14 09:26:13 »
Citar
Relativamente à gestão dos dinheiros públicos, as autarquias foram, pelo segundo ano, elementos que diminuíram o défice e o endividamento público, por isso não vejo como é que a administração local possa ser vista com desconfiança, ao contrário da administração central
.

o principio de  quem lida diariamente com os problemas e com as realidades locais  estara  mais apto a lidar com os problemas e um principio correcto o problema e que para fazeres funcionar isso como deve ser tens que montar uma estrutura paralela de fiscalizacao muito apertada que tem custos. e uma questao de fazer as contas e ver se compensa.

 
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Re: Portugal falido
« Responder #4012 em: 2013-07-14 09:59:18 »
Citar
Relativamente à gestão dos dinheiros públicos, as autarquias foram, pelo segundo ano, elementos que diminuíram o défice e o endividamento público, por isso não vejo como é que a administração local possa ser vista com desconfiança, ao contrário da administração central
.

o principio de  quem lida diariamente com os problemas e com as realidades locais  estara  mais apto a lidar com os problemas e um principio correcto o problema e que para fazeres funcionar isso como deve ser tens que montar uma estrutura paralela de fiscalizacao muito apertada que tem custos. e uma questao de fazer as contas e ver se compensa.

As asneiradas que a adiministração central tem feito custam muito mais caro. Ao menos se for ao nivel local comem todos e assim como está só comem os amigos dos da administração central.

Incognitus

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Re: Portugal falido
« Responder #4013 em: 2013-07-14 11:07:58 »
Se mais pessoas têm porsche, as desigualdades diminuiram.

Que argumento da treta. Se imaginares uma sociedade fictícia em que de repente o número de porsches tivessem aumentado ficando todos os outros bens inalterados, isso até seria verdade. Mas se considerares uma sociedade como a portuguesa actual, em que o nº de porsches aumentou e, ao mesmo tempo, o nº de pessoas que frequentava restaurantes diminuiu drasticamente, já se vê que a desigualdade aumentou. O teu argumento só é matematicamente verdade se a única variação tiver acontecido nos porsches.

Levando em conta impostos e apoios, é provável que a desigualdade em Portugal esteja a cair.

Isso baseado em que critário? No Gini? Tenho dois pontos a comentar.

1)  A tua série de dados do Gini mostra diminuição, mas termina em 2010. Ora o que se está a discutir é se a actual crise pós-troika o aumentou ou não. (Nota: eu sou completamente a favor da troika e da necessidade de austeridade, como já referi inúmeras vezes aqui).

2) E o Gini é apenas um critério e baseado nos rendimentos expressos em moeda. Na prática, devemos raciocinar em termos de acesso a bens e serviços reais (uma coisa que tu muitas vezes enfatizas). Ora, em termos de acessos a bens e serviços, é óbvio que, para certos bens que contribuem  para o bem estar das pessoas (compra de carros novos, idas a restaurantes, viagens, prática de actividades desportivas ou recreativas pagas, e muito provavelmente outros), o nº de pessoas com acesso aos mesmos reduziu-se drasticamente desde 2010-11. Basta ver as filas de lojas fechadas, e basta ver as estatísticas de compras de carros. Essas reduções deviam contar para um aumento da desigualdade, embora não seja ainda claro, só metendo todos os dados à análise se pudesse tirar conclusões.

O contabilizar de serviços prestados pelo Estado também não é feito, e esse sim diminui brutalmente a desigualdade (ou inverte até as posições das pessoas, em termos de rendimentos efectivos).
 
Inclusive alguém que tenha vários filhos e use educação privada e saúde privada, pode ter um nível de vida inferior a uma pessoa que ganhe 1/2 ou menos mas use os serviços do Estado, por exemplo.
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Re: Portugal falido
« Responder #4014 em: 2013-07-14 12:35:53 »
O problema está identificado (quebra de negócio, quebra de margem, o que resultou na diversificação de produtos). Agora reparem nas declarações do Sá Fernandes. O que irá a ganzo-esquerda tirar da cartola ?

Citar
Um ardina já não se sustenta só a vender jornais
ONTEM às 18:01

Os jornais e as revistas já não são, como no passado, a única fonte de receitas do negócio dos quiosques em Lisboa, e, “para segurar a banca”, um ardina português do século XXI tem de vender outros produtos e serviços.

Os tempos mudaram. “Não há dúvida de que hoje é difícil sobreviver só com a venda de jornais e revistas”, diz à Lusa o presidente da Associação dos Ardinas de Lisboa, José Matias.

Nos últimos dez anos, afirma, a margem de lucro caiu de 20-25% para 12-15%, e o volume de negócios diminuiu em 50%. "É aqui que está a questão”, explica, queixando-se também de que as empresas de distribuição pedem aos ardinas cauções muito elevadas.

Henrique Neves, de 55 anos, neste negócio há 16, vende no seu quiosque, virado para o jardim do Príncipe Real, muitos produtos para além de jornais e revistas, como cigarros, águas, pastilhas ou isqueiros.
“Com esta idade tenho que me aguentar, não consigo arranjar emprego em mais lado nenhum”, diz à Lusa. O negócio, afirma, tem vindo a decair de ano para ano: "As pessoas não têm poder de compra e como este não é um produto de primeira necessidade deixam de comprá-lo”, explica.

Pelo caminho de quem desce em direção ao rio, na avenida da Liberdade, há mesmo quiosques onde os jornais foram destronados por 'souvenirs' - como postais, ímanes, bases para tachos - e por utilitários - como leques, mapas da cidade, chapéus e óculos de sol - e quase não se distinguem em bancas repletas.

Em declarações à agência Lusa, o vereador José Sá Fernandes, responsável na Câmara de Lisboa pelo Espaço Público, reconhece que sabe que muitos quiosques praticamente já não vendem jornais e garante que a autarquia está a trabalhar para resolver o problema.

"Tenho essa perceção e acho que temos de mudar isso. Temos o levantamento feito, e é um assunto que temos de resolver, porque os quiosques devem servir para a venda de jornais", afirma, acrescentando que estes espaços "não podem fazer concorrência às lojas que estão instaladas".


Na baixa lisboeta, Rosa Novais Bonifácio, de 55 anos, há 28 num quiosque, diz à Lusa que teve que transformar a banca numa pequena tabacaria, porque “só com os jornais não conseguia sobreviver”.
A enquadrar esta conversa há, a perder de vista, pastilhas, mapas da cidade, tabaco, águas, chocolates, cigarros, postais, magnetos: “Como a margem [de lucro pela venda de jornais] é muito pequena, tenho de ter bastante variedade [de produtos] para conseguir fazer face às despesas”, explica.

Rosa Bonifácio não tem empregados. Abre o quiosque às 06:30 e fecha-o às 20:00. “Não é que não gostasse de ter alguém que me ajudasse, mas não dá”, diz.

Muitos dos que passam por aqui espreitam as capas, veem os títulos, mas não compram: “Há outras prioridades. O comer faz mais falta, e é onde vai o dinheiro todo”, explica.

Abaixo da Baixa, já quase junto ao rio, no Cais do Sodré, Francelina Vasques, de 49 anos, “segura a banca” que o marido mantém há mais de 30 anos, muito perto da entrada para a estação de comboios, com a venda de bilhetes para autocarros turísticos. “O negócio está péssimo”, estes bilhetes “complementam as receitas”. Se não fosse isso, diz, já tinha fechado a porta, “não conseguia” manter-se.

Lina, como os clientes habituais lhe chamam, diz que faz "os possíveis" para sobreviver à "quebra diária do negócio": está aqui 14 horas todos os dias, sem folgas, e espera que "tudo melhore".
Diário Digital com Lusa
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=644358

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Re: Portugal falido
« Responder #4015 em: 2013-07-14 14:55:53 »
Citar
Para um pais falido onde  todos choram é estranho nunca ter sido ultrapassado por tanto porsche na A1 como hoje   e todos quase novos .....a matricula mais antiga foi JM  o resto tudo  mais novo e 60% eram o porsche cayenne e o resto carrera 4s .....e não pelo mais fraco, o boxster lol impressionante mas foram uma dezena 


se fizeste a A1  toda e vistes  10 Porches  nao e assim tanto ...
 mesmo que exista a ideia de que os Portugueses fazem tudo para ter um bom carro das duas uma : ou  fazem mesmo tudo mas nem assim conseguem ter bons carros ou entao sao bastante mais comedidos do que se pensa e alem disso  muitas   carrinhas ou carros da gama media / alta sao carros que nao pertencem as pessoas mas as empresas

Foram apenas cerca de 100 km,  quando a questão que os carros são as empresas pouco interessa tem de ser pagos nem que seja só para andar 1 mês e depois venham busca-lo mas ha dinheiro a ser pago pelo carro e nesta gama não é assim tão pouco .....mas mesmo assim duvido que sejam das empresas ....porque já não compensa como antes.

John_Law

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Re: Portugal falido
« Responder #4016 em: 2013-07-14 15:28:05 »
Imagino o Sá Fernandes depois da invenção da lâmpada: "sabemos que há fábricas de velas a falir e já fizemos um levantamento e vamos resolver o problema porque a indústria das velas é muito importante".

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Re: Portugal falido
« Responder #4017 em: 2013-07-14 16:46:32 »
Imagino o Sá Fernandes depois da invenção da lâmpada: "sabemos que há fábricas de velas a falir e já fizemos um levantamento e vamos resolver o problema porque a indústria das velas é muito importante".
Eheheh, muito boa essa John. Vou adicionar ao meu reportório quando falo com os comunas.  :D

vbm

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Re: Portugal falido
« Responder #4018 em: 2013-07-14 17:04:04 »
Imagino o Sá Fernandes depois da invenção da lâmpada: "sabemos que há fábricas de velas a falir e já fizemos um levantamento e vamos resolver o problema porque a indústria das velas é muito importante".
Eheheh, muito boa essa John. Vou adicionar ao meu reportório quando falo com os comunas.  :D

;))

A supreme joke!
Congratulations.

John_Law

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Re: Portugal falido
« Responder #4019 em: 2013-07-14 18:24:54 »
A piada não é propriamente muito original...  :P

É uma derivação do exemplo clássico da carta de Bastiat.

http://bastiat.org/en/petition.html