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Autor Tópico: Portugal falido  (Lida 3451326 vezes)

Incognitus

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Re: Portugal falido
« Responder #3080 em: 2013-05-15 14:09:36 »
Luísa, isto rebentou graças a políticas socialistas, não liberais.
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Johny

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Re: Portugal falido
« Responder #3081 em: 2013-05-15 14:59:24 »
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A pensão de reforma de José Silva Lopes


Não esperem revelações, não sei quanto ganha Silva Lopes de reforma. Sei apenas que ele foi Governador do Banco de Portugal e ministro das Finanças. Foi sempre um homem mais para a esquerda do que para direita, e por volta de 2002 (ou até talvez antes) começou a alertar que íamos no caminho do abismo. Ontem, apesar dos seus mais de 80 anos, com a lucidez que falta a tanta gente, afirmou o seguinte: custa-me ir contra a minha classe de reformados, mas as pensões de reforma mais altas têm de ser cortadas, não podemos viver à custa das gerações mais novas. E acrescentou: "Eu sou pensionista, quem me dera a mim que não toquem nas reformas, mas tocam, vão tocar e eu acho muito bem. Não há outro remédio. A geração grisalha não pode asfixiar a geração nova como tem feito até aqui".

Silva Lopes é dos raros casos de desprendimento nas elites portuguesas (compare-se com Cavaco, que preferiu a reforma ao salário de Presidente). É um exemplo. Porque ele sabe bem que a situação é insustentável. O mesmo sabe Victor Baptista, um quadro do Partido Socialista, que hoje num artigo no 'Público' escreve: "Nos últimos anos, o sistema é continuamente deficitário (...) este ano serão transferidos do OE mais de mil milhões de euros para o pagamento das pensões e reformas". Victor Baptista apresenta uma proposta de se taxar não apenas os trabalhadores das empresas, mas também a maquinaria e equipamentos.

Eu sei que estes exemplos de honestidade intelectual escasseiam. Deve ser por isso que ouvimos tantos indignados a reclamar que o dinheiro das pensões corresponde ao que descontaram. Mas, significativamente, isso não é bem assim. Basicamente há dois sistemas de segurança social: no de capitalização puro, o dinheiro é de facto de quem o descontou, uma vez que a poupança é transformada em renda. Mas num sistema de repartição, que é aquele que Portugal sempre teve, os reformados não têm necessidade de ter qualquer poupança prévia. Carlos Pereira da Silva, professor Catedrático do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), escrevia em 2006 (há sete anos, muito antes desta trapalhada toda), que "neste caso não existe titularização dos direitos formados. Tudo depende do papel do Estado e das maiorias que o Governam. O risco é essencialmente político".

O nosso sistema é o de repartição porque a classe política portuguesa bloqueou sempre, mas sempre, qualquer reforma de fundo da segurança social. O esforço - meritório - feito por Vieira da Silva veio ajudar a remendar, mas não pôde consertar. Baseava-se em taxas de crescimento da Economia que não se verificaram nem se vão verificar. Recordo que no primeiro trimestre deste ano (leia-se hoje o Financial Times) a Alemanha cresceu uns ridículos 0,1% e a França entrou (pela quarta vez desde 2008) em recessão.

Este é o problema que temos. O imobilismo nas pensões e reformas, por muito que custe à APRE e ao dr. Pinhal faz-se - como diz Silva Lopes, um dos homens mais estruturalmente sérios com que me cruzei - à custa das gerações dos nossos filhos netos. Nós, os grisalhos, temos de escolher. Ou entramos na conspiração (como bem lhe chamou Ribeiro Mendes, que foi secretário de Estado da Segurança Social de Guterres e tem alertado para a insustentabilidade do sistema) e queremos apenas salvar-nos a nós mesmo. Ou compreendemos que tem de haver solidariedade intergeracional e abdicamos de parte do que temos. É esta a questão. Toda a restante conversa é baixa política.


Fonte: http://expresso.sapo.pt/a-pensao-de-reforma-de-jose-silva-lopes=f807109#ixzz2TMygKj4u
« Última modificação: 2013-05-15 15:00:49 por Johny »

Zenith

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Re: Portugal falido
« Responder #3082 em: 2013-05-15 15:00:39 »
Para curiosidade fica aqui um grafico da variação do PIB desde 2003 com indicação dos governos em cada periodo


Incognitus

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Re: Portugal falido
« Responder #3083 em: 2013-05-15 15:05:51 »
Tendo em conta a natureza da crise, não faz sentido olhar para um tal gráfico e depreender o que quer que seja quanto aos governantes. O "crescimento" que ocorre antes do governo presente é basicamente a razão para a implosão durante o governo presente. Esse "crescimento" constitui o acumular de dívida e a criação de uma estrutura de custos baseada numa economia alimentada a dívida e portanto insustentável.
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Zel

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Re: Portugal falido
« Responder #3084 em: 2013-05-15 15:17:46 »
os efeitos temporais causados pela divida e credito baralham 90% do portugueses, nao admira que depois tb nao saibam gerir as suas financas pessoais pois tb ai somos dos piores

itg00022289

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Re: Portugal falido
« Responder #3085 em: 2013-05-15 15:47:58 »
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A pensão de reforma de José Silva Lopes


Não esperem revelações, não sei quanto ganha Silva Lopes de reforma. Sei apenas que ele foi Governador do Banco de Portugal e ministro das Finanças. Foi sempre um homem mais para a esquerda do que para direita, e por volta de 2002 (ou até talvez antes) começou a alertar que íamos no caminho do abismo. Ontem, apesar dos seus mais de 80 anos, com a lucidez que falta a tanta gente, afirmou o seguinte: custa-me ir contra a minha classe de reformados, mas as pensões de reforma mais altas têm de ser cortadas, não podemos viver à custa das gerações mais novas. E acrescentou: "Eu sou pensionista, quem me dera a mim que não toquem nas reformas, mas tocam, vão tocar e eu acho muito bem. Não há outro remédio. A geração grisalha não pode asfixiar a geração nova como tem feito até aqui".

Silva Lopes é dos raros casos de desprendimento nas elites portuguesas (compare-se com Cavaco, que preferiu a reforma ao salário de Presidente). É um exemplo. Porque ele sabe bem que a situação é insustentável. O mesmo sabe Victor Baptista, um quadro do Partido Socialista, que hoje num artigo no 'Público' escreve: "Nos últimos anos, o sistema é continuamente deficitário (...) este ano serão transferidos do OE mais de mil milhões de euros para o pagamento das pensões e reformas". Victor Baptista apresenta uma proposta de se taxar não apenas os trabalhadores das empresas, mas também a maquinaria e equipamentos.



Fonte: http://expresso.sapo.pt/a-pensao-de-reforma-de-jose-silva-lopes=f807109#ixzz2TMygKj4u


Só não sei porque motivo colocam na mesma linha alguém do calibre do Silva Lopes com o Vitor Batista.

Para quem não saiba, o Victor Batista votou em 2005 o fim do sistema de reformas vitalicias ao fim de 8 anos (uma boa decisão) mas porque pensava que ele próprio se encontrava a salvo disso, claro!

Acontece que agora está a processar a Assembleia da República por esta não lhe reconhecer o tempo suficiente de prestação de serviço público em cargos políticos para poder receber uma subvenção vitalícia.
O socialista quer que o tempo como governador civil de Coimbra lhe seja reconhecido, chegando assim ao mínimo de oito anos necessário para aceder à subvenção. O caso está no Supremo Tribunal Administrativo (STA).

Ele, como muita gente, reconhece que  sistema é insustentável mas antes disso acha que tem (legalmente) direito a sacar uma reforma por 8 anos de serviço.
Isto é o quê, hipócrisia?!?

Já agora, fica aqui a sua defesa:
http://www.asbeiras.pt/2013/05/opiniao-a-ferradela/
« Última modificação: 2013-05-15 15:51:17 por itg00022289 »

valves1

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Re: Portugal falido
« Responder #3086 em: 2013-05-15 18:42:50 »
O que mais ressalta do grafico nao e variacao do PIB em funcao dos governos. O que mais ressalta no grafico e nos ultimos 13 anos nao ter havido mais do que um ano que tenhamos crescido mais de 1 % em media.
Esse e  o verdadeiro drama e claro os numeros deste trimestre corroboram aquilo que ja vimos falando ha muito tempo : A divida esta absolutamente fora de controlo e nao existe qualquer saida para Portugal sem um perdao de divida ...

Cumpts
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Automek

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Re: Portugal falido
« Responder #3087 em: 2013-05-15 22:22:02 »
Luísa, isto rebentou graças a políticas socialistas, não liberais.
Mostra bem como aqueles discursos inflamados do PCP e BE têm vasta aceitação na comunicação social. Se esta confusão se verifica em quem participa num forum sobre mercados, facilmente se imagina o que será no resto da população.

Automek

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Re: Portugal falido
« Responder #3088 em: 2013-05-16 16:03:13 »
Extraordinário

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«Inventam filho para receber abono»

«Francisco já tinha idade para ir à escola. Para jogar à bola. Já tinha cartão de cidadão, a câmara até lhe tinha dado um quarto só para si. Francisco recebia mensalmente um apoio do Estado, mas não existia. Foi inventado por uma família que conseguiu, durante sete anos, enganar tudo e todos. A Polícia Judiciária do Porto andou quatro meses à procura de Francisco.»


Sete anos a aldrabar o estado. O 'miúdo virtual' nunca levou vacinas, nunca foi ao médico, nunca foi à escola e pelos vistos não houve problemas. Só foram apanhados por causa duma rusga da PJ ligada ao tráfico de droga. Na sequência disso os dois filhos reais foram retirados pela comissão de protecção de menores, mas ninguém sabia do terceiro filho. Até receberam uma casa maior da câmara por causa disso, além dos abonos e outras benesses. Lindo.

Incognitus

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Re: Portugal falido
« Responder #3089 em: 2013-05-16 16:05:10 »
Extraordinário

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«Inventam filho para receber abono»

«Francisco já tinha idade para ir à escola. Para jogar à bola. Já tinha cartão de cidadão, a câmara até lhe tinha dado um quarto só para si. Francisco recebia mensalmente um apoio do Estado, mas não existia. Foi inventado por uma família que conseguiu, durante sete anos, enganar tudo e todos. A Polícia Judiciária do Porto andou quatro meses à procura de Francisco.»


Sete anos a aldrabar o estado. O 'miúdo virtual' nunca levou vacinas, nunca foi ao médico, nunca foi à escola e pelos vistos não houve problemas. Só foram apanhados por causa duma rusga da PJ ligada ao tráfico de droga. Na sequência disso os dois filhos reais foram retirados pela comissão de protecção de menores, mas ninguém sabia do terceiro filho. Até receberam uma casa maior da câmara por causa disso, além dos abonos e outras benesses. Lindo.


Tens que ver o lado positivo. Isto ajuda a demografia. Precisamos de mais Franciscos virtuais! Dir-se-ia que um subsídio para filhos virtuais deveria ser imediatamente criado.
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Zakk

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Re: Portugal falido
« Responder #3090 em: 2013-05-16 16:52:37 »
Já viram que este francisco foi apanhado com 7 anos de idade, mas pode haver franciscos casados e com filhos. :)
Será que há Franciscos na reforma? Pelo que se gasta em reformas eu suspeito que sim. :D

jeab

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Re: Portugal falido
« Responder #3091 em: 2013-05-16 17:03:41 »
Já viram que este francisco foi apanhado com 7 anos de idade, mas pode haver franciscos casados e com filhos. :)
Será que há Franciscos na reforma? Pelo que se gasta em reformas eu suspeito que sim. :D

e porque não ? ... Se há tantos mortos a votar ... :D
O Socialismo acaba quando se acaba o dinheiro - Winston Churchill

Toda a vida política portuguesa pós 25 de Abril/74 está monopolizada pelos partidos políticos, liderados por carreiristas ambiciosos, medíocres e de integridade duvidosa.
Daí provém a mediocridade nacional!
O verdadeiro homem inteligente é aquele que parece ser um idiota na frente de um idiota que parece ser inteligente!

valves1

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Re: Portugal falido
« Responder #3092 em: 2013-05-16 18:09:53 »
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Duvido que a saída do Euro permita que se volte a criar um grande núcleo industrial, até porque no caso dos texteis vamos competir com os ordenados mais baixos do mundo. Se antigamente existiam impostos aduaneiros que compensavam essa diferença, actualmente é impossivel competir com o Bangladesh, China ou Índia.

Portugal nunca teve um grande nucleo Industrial agora o que tambem nunca teve foi um sector industrial que nao chega a 15 % do PIB isso tambem nunca teve ...
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vbm

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Re: Portugal falido
« Responder #3093 em: 2013-05-16 18:59:52 »
Para lá da escravatura, servidão na gleba, mão-de-obra assalariada não sindicalizada, sempre houve Estado redistributivo desde a República de Roma e Império dos Césares aos nossos dias de Estado Social. "Pão e Circo", redistribuido e atribuido, foi método constante de manter as populações sob controlo. Emissão de moeda, inflação e impostos também têm a antiguidade das civilizações históricas. De modo que, um indivíduo que queira subtrair-se ao estado da "mó de baixo", ou progride como puder, e ama como conseguir, ou vira eremita e contemplativo, ou compra uma arma e alinha em acção à humphrey bogart...

Zakk

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Re: Portugal falido
« Responder #3094 em: 2013-05-17 10:43:06 »
Carta aos Pais

Da Escola Secundária Francisco de Holanda, em Guimarães.
 
 
Ex.mo Sr.
 
Encarregado de Educação:
 
 
 
Tendo em conta a gravidade da situação do país e, muito em particular, da Escola Pública, dirigimo-nos, deste modo, aos Pais e Encarregados de Educação.
 
 
 
Como é sabido, o Governo tem vindo a encetar uma série sucessiva de cortes nas funções do Estado e, em particular, na Escola Pública, visando, ao que dizem, equilibrar as contas públicas e diminuir a dívida do país.
 
 
 
No entanto, como também é público, não só a dívida global do país tem aumentado como também o défice, pese embora o crescente empobrecimento de funcionários públicos e pensionistas, não dá sinais de estabilizar. Em grande parte, a subida da dívida e a manutenção do défice nos valores atuais deve-se a que as políticas de austeridade têm conduzido a um brutal aumento do desemprego, e consequentes encargos sociais, e à diminuição do consumo em geral, fazendo diminuir, ao mesmo tempo, os resultados das coletas de impostos, em virtude da diminuição acentuada da atividade económica.
 
 
 
No entanto, o efeito destas políticas especificamente sobre a Escola Pública é ainda mais terrível. Tendo como objetivo a sua desestruturação, o Governo decidiu encetar na Educação uma série de políticas, das quais destacamos:
 
 
 cortes nos apoios socioeconómicos às famílias (SASE, NEE, apoios escolares…);
 aumento do preço dos manuais escolares;
 aumento do custo dos passes de transportes escolares;
 aumento do número de alunos por turma, até ao máximo de trinta;
 aumento do horário de trabalho letivo dos professores, implicando a diminuição de aulas de apoio individualizado aos alunos;
 aumento de número de turmas e de alunos por professor, que pode, em alguns casos, chegar a mais de 250 ou mesmo 300 alunos por professor;
 diminuição do número de horas dos professores para receber as famílias dos alunos;
 quase eliminação de horas no horário de trabalho dos professores para o trabalho individualizado ou não disciplinar com os alunos;
 congelamento das carreiras e progressões profissionais dos professores, há pelo menos seis anos;
 redução acentuada dos salários;
 redução do número de funcionários auxiliares/administrativos.
 
 
 
Todas estas políticas, incluindo um novo e considerável aumento do horário de trabalho dos professores, nova redução de salarial, anunciado aumento das propinas dos alunos (espécie de taxas moderadoras da educação), das refeições escolares/bar/reprografia têm um único objetivo: reduzir o investimento na educação até um mínimo desprezível, permitindo o despedimento do máximo de professores e outros funcionários das escolas, abrindo espaço à privatização do ensino público e à sua transformação num negócio, transformando a Escola Pública numa escola exclusiva para pobres.
 
 
 
Claro que conhecemos uma certa argumentação segundo a qual o despedimento de professores tem diretamente a ver com a redução do número de alunos. Mas isso simplesmente não é verdade. O número de professores aposentados nos últimos anos tem sido verdadeiramente esmagador, compensando a relativa diminuição do número de alunos, para já não falar no enorme número de adultos e jovens adultos portugueses com baixíssimas qualificações que procuram as escolas portuguesas mas a que estas, pelos cortes produzidos, não são capazes de responder.
 
 
 
A Escola Pública está no centro da Democracia portuguesa. Ela é o seu mais poderoso instrumento de ascensão, mobilidade e igualdade social, tendo produzido as mais qualificadas gerações da história de Portugal, permitindo que os jovens de todas as classes sociais e níveis económicos pudessem aspirar a uma vida melhor. O que estas políticas do Governo pretendem é, pelo contrário, diminuir a capacidade de ação educacional e cívica da Escola Pública, entregando ao mercado e à competição económica a tarefa de qualificar os portugueses. Todos sabemos onde isso nos irá conduzir: à criação de uma sociedade com dois níveis: um para ricos e outro para pobres, sem espaço para a justiça e a igualdade social. A curto prazo é a própria democracia portuguesa que está em causa.
 
 
 
Todas estas políticas afetarão imediatamente as vidas de milhares de professores, muitos com dezenas de anos de serviço, conduzindo-as à pobreza, mas, logo a seguir, afetarão também profundamente todos os portugueses e a capacidade da Escola Pública para educar e formar as crianças e jovens, eliminando as suas perspetivas de um futuro com um mínimo de esperança e prosperidade.
 
 
 
Todas as posições que os professores venham a adotar visam defender a Escola Pública. Neste sentido, vimos apelar aos pais dos nossos alunos para que se ponham do nosso lado na defesa de uma educação de qualidade; sem um número mínimo de professores e condições profissionais, o seu trabalho será crescentemente difícil ou, até, uma triste impossibilidade, cujo preço final não deixará de ser pago pelos alunos das escolas portuguesas.
 
 
 
A defesa da Escola Pública e do trabalho, com qualidade, dos professores, é, afinal, a defesa das crianças e jovens de Portugal (vossos e nossos filhos), para os quais se exige a nossa mobilização e ação conjuntas.
 
 
 
Contamos consigo.
 
Os signatários do manifesto aprovado em plenário de professores em 8.05.2013
 


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Re: Portugal falido
« Responder #3095 em: 2013-05-17 10:48:08 »
Será que utilizaram os meios escolares para difundir esse manifesto político?
É o que parece...
“Our values are human rights, democracy and the rule of law, to which I see no alternative. This is why I am opposed to any ideology or any political movement that negates these values or which treads upon them once it has assumed power. In this regard there is no difference between Nazism, Fascism or Communism..”
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Zakk

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Re: Portugal falido
« Responder #3096 em: 2013-05-17 10:52:32 »
Será que utilizaram os meios escolares para difundir esse manifesto político?
É o que parece...

Sim. E acho que já há mais escolas a fazerem isto.

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Re: Portugal falido
« Responder #3097 em: 2013-05-17 10:57:12 »
Se têm dinheiro para gastar em politiquices então ainda há muito por onde cortar.
“Our values are human rights, democracy and the rule of law, to which I see no alternative. This is why I am opposed to any ideology or any political movement that negates these values or which treads upon them once it has assumed power. In this regard there is no difference between Nazism, Fascism or Communism..”
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Re: Portugal falido
« Responder #3098 em: 2013-05-17 11:03:27 »
Se têm dinheiro para gastar em politiquices então ainda há muito por onde cortar.

Sim, mas é um caso de abuso gritante

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Re: Portugal falido
« Responder #3099 em: 2013-05-17 11:16:17 »
Gritante são as benecesses que os professores tinham e que estão, cada vez mais, a perder.
congelamento das carreiras e perda de salários todos estão a ter.
Aumento do n.º de alunos é uma situação normal, porque as turmas eram consideradas pequenas.
Aumento do preço dos manuais escolares, deixem de mudar todos os anos de livros (e nisso os professores também são culpados).
Os passes de transportes escolares são pagos pelas autarquias, que depois vão cobrar apenas aqueles que utilizam o serviço (em vez de cobrarem a quem os requer no início do ano).
Aumento do horário de trabalho é algo que é da mais elementar justiça.
Que eu me lembre apenas o director de turma recebe os pais e, salvo erro, é uma vez por mês.
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