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Autor Tópico: Portugal falido  (Lida 3448862 vezes)

vbm

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Re: Portugal falido
« Responder #9280 em: 2014-12-23 10:14:40 »
Naturalmente que o capitalismo precisa de um esquema social qualquer para cuidar daqueles que não conseguem (pelas mais variadas razões) cuidar de si próprios num contexto capitalista.
 
E o próprio Estado, providenciando educação, saúde, segurança, justiça, etc já está a promover um papel redistribuidor considerável - um papel que geralmente não entra para as contas de desigualdade e deveria entrar. Qualquer serviço que se obtenha sem dar algo em troca é rendimento efectivo.
 
Agora, é preciso ter muito cuidado quando se vai para lá disto, quanto mais não seja porque não é justo para quem tem que trabalhar para obter produção dos outros em troca - que é a razão pela qual a esmagadora maioria das pessoas trabalha.
 
Adicionalmente, embora num contexto capitalista os esquemas sociais possam permitir uma existência mesmo a quem não tem nada para trocar com os outros, é importante que essa existência seja a um nível indesejável (de forma a que não seja escolhida conscientemente por quem visa evitar o trabalho). Dito de outra forma, o nível de vida de alguém apoiado num esquema assistencialista deve ser inferior ao pior nível de vida alcançado por alguém que trabalha/produz para os outros de forma a obter o seu sustento.


Estou absolutamente de acordo com estes princípios e esta doutrina para a acção do Estado,
desde que, além de tais procedimentos de gestão, cada governo conduza uma
estratégia de desenvolvimento da sociedade e dos cidadãos
de molde a que a perfeição e a felicidade de todos
aumente e não regride nem estagne;
o que destitui todas as curvas
de indiferença de valores.
« Última modificação: 2014-12-23 11:10:47 por vbm »

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Re: Portugal falido
« Responder #9281 em: 2014-12-23 12:49:28 »
Naturalmente que o capitalismo precisa de um esquema social qualquer para cuidar daqueles que não conseguem (pelas mais variadas razões) cuidar de si próprios num contexto capitalista.
 
E o próprio Estado, providenciando educação, saúde, segurança, justiça, etc já está a promover um papel redistribuidor considerável - um papel que geralmente não entra para as contas de desigualdade e deveria entrar. Qualquer serviço que se obtenha sem dar algo em troca é rendimento efectivo.
 
Agora, é preciso ter muito cuidado quando se vai para lá disto, quanto mais não seja porque não é justo para quem tem que trabalhar para obter produção dos outros em troca - que é a razão pela qual a esmagadora maioria das pessoas trabalha.
 
Adicionalmente, embora num contexto capitalista os esquemas sociais possam permitir uma existência mesmo a quem não tem nada para trocar com os outros, é importante que essa existência seja a um nível indesejável (de forma a que não seja escolhida conscientemente por quem visa evitar o trabalho). Dito de outra forma, o nível de vida de alguém apoiado num esquema assistencialista deve ser inferior ao pior nível de vida alcançado por alguém que trabalha/produz para os outros de forma a obter o seu sustento.



Estou absolutamente de acordo com estes princípios e esta doutrina para a acção do Estado,
desde que, além de tais procedimentos de gestão, cada governo conduza uma
estratégia de desenvolvimento da sociedade e dos cidadãos
de molde a que a perfeição e a felicidade de todos
aumente e não regride nem estagne;
o que destitui todas as curvas
de indiferença de valores.


Camarada VBM, há locais onde já o fazem :)
Citar
O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou na quinta-feira a criação do vice-ministério para a Suprema Felicidade do Povo, com vista a coordenar os programas sociais do Executivo.

Segundo o governante, o vice-ministério tem como objetivo "elevar a qualidade social dos venezuelanos até ao céu", sendo ainda uma demonstração de agradecimento ao ex-Presidente Hugo Chávez.

Ler mais: http://expresso.sapo.pt/venezuela-cria-vice-ministerio-para-a-suprema-felicidade-social=f837569#ixzz3MizRCRzw

Automek

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Re: Portugal falido
« Responder #9282 em: 2014-12-23 13:08:28 »
Um país ingovernável.

Citar
Tribunal decreta permanência do helicóptero do INEM em Macedo de Cavaleiros

O Tribunal Administrativo e Fiscal de Mirandela acaba de decretar a obrigação de permanência do helicóptero do INEM em Macedo de Cavaleiros, dando razão aos autarcas do distrito de Bragança, divulgou hoje o advogado dos mesmos.

Paulo de Moura Marques adiantou à Lusa que se trata da decisão do julgamento relativa à primeira ação principal intentada, há dois anos, em conjunto pelos 12 presidentes da primeira desta região contra a intenção do Instituto Nacional de Emergência Média (INEM) deslocalizar o meio de socorro para Vila Real.

«O tribunal deu total provimento (à pretensão dos autarcas) com a proibição do Estado em retirar o helicóptero de Macedo de Cavaleiros», disse o advogado.
Diário Digital / Lusa
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=752896

Luisa Fernandes

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Re: Portugal falido
« Responder #9283 em: 2014-12-23 13:12:35 »
Nem no Natal disfarçam a ganancia e o egoísmo! Irra...
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vbm

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Re: Portugal falido
« Responder #9284 em: 2014-12-23 13:17:49 »
Camarada VBM, há locais onde já o fazem :)

Admito que haja, mas o teu exemplo mostra que "estás vesgo"! lol
« Última modificação: 2014-12-23 13:18:21 por vbm »

Incognitus

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Re: Portugal falido
« Responder #9285 em: 2014-12-23 13:30:07 »
Nem no Natal disfarçam a ganancia e o egoísmo! Irra...

É verdade Luísa. Mas tens desculpa, pois isso já te é intrínseco.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Incognitus

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Re: Portugal falido
« Responder #9286 em: 2014-12-23 13:34:12 »
Essa solução já existe e tenho-a referido por diversas vezes. Um Rendimento Básico garantido a TODOS os cidadãos, desde o mais pobre até ao mais rico, substituindo a maioria dos múltiplos subsídios e apoios dispersos, iria proporcionar uma justiça redistributiva muito maior, pois seria acumulável com qualquer outro tipo de rendimento. Ou seja, não importa se a pessoa está empregada ou desempregada, porque um tal rendimento NÃO tem condições e por isso é universal!

Deste modo, claro que quem produzisse alguma coisa para os outros teria sempre um melhor nível de vida do que quem o não fizesse. É igualmente óbvio que quem usufruísse desse rendimento sem de facto dele necessitar o iria devolver nos impostos, mas TODOS os cidadãos adultos seriam igualmente elegíveis para o RBI... democracia total e radical!

O verdadeiro problema aqui não está no cálculo da verba a atribuir ou em saber de onde vem o dinheiro e todas as milhentas falsas questões que sempre têm solução. O grande drama do RBI é a sua simplicidade e o facto de pôr em efetiva igualdade TODAS as pessoas... seja rico ou seja pobre, não interessa!

Contudo, esta solução (mesmo talvez modificada) terá de ser obrigatoriamente adotada num futuro próximo, pois a tecnologia atual já permite que um sem número de ocupações em todas as áreas sejam executadas por máquinas e o trabalho humano irá resumir-se sobretudo às áreas criativa e artística, incluindo a gestão ou o governo da polis... ou a cidade universal humana!

Nada disto é difícil de antever, e nem vai demorar assim tantos anos a acontecer, de resto o assunto já está a ser debatido no Parlamento Europeu desde o ano passado.

Em suma: igualdade e justiça social num rendimento básico para TODOS por igual !!!

O problema desse rendimento existe consoante o nível a que ele seja atribuído. Se for alto o suficiente, destrói a necessidade de trabalhar e produzir para uma grande parte da população - e aí esquece se pensas que esse rendimento dará poder de compra a alguém, porque aquilo que aparece no supermercado para comprar com o dinheiro só aparece lá porque existem pessoas que sentem a necessidade de trabalhar para poderem comprar a produção dos outros. Não é por milagre.
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camisa

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Re: Portugal falido
« Responder #9287 em: 2014-12-23 13:47:39 »
O problema desse rendimento existe consoante o nível a que ele seja atribuído. Se for alto o suficiente, destrói a necessidade de trabalhar e produzir para uma grande parte da população - e aí esquece se pensas que esse rendimento dará poder de compra a alguém, porque aquilo que aparece no supermercado para comprar com o dinheiro só aparece lá porque existem pessoas que sentem a necessidade de trabalhar para poderem comprar a produção dos outros. Não é por milagre.

a necessidade desta explicação mostra que é impressionante a quantidade de pessoas que continua a acreditar no pai natal, deve ser da época natalícia!

Luisa Fernandes

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Re: Portugal falido
« Responder #9288 em: 2014-12-23 14:58:33 »
Uma vergonha os salários destes empregados...
Shame on you Lidl.

Citar
Os trabalhadores dos entrepostos Lidl entram em greve esta terça-feira, a partir do meio-dia, paralisação que se prolongará até ao final de quarta-feira, anunciou o Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP).

Em comunicado enviado à Lusa na segunda-feira à noite, o CESP, sindicato afecto à CGTP-IN, refere que os trabalhadores dos entrepostos Lidl decidiram avançar com um pré-aviso de greve por um período de 36 horas, abrangendo todo o dia de véspera de Natal.

O pré-aviso de greve, de acordo com a mesma estrutura sindical, abrange os trabalhadores dos entrepostos da Marateca (Setúbal), Ribeirão (Braga) e Torres Novas (Santarém).

Além da paralisação, os trabalhadores vão concentrar-se à porta do armazém da Marateca como forma de protesto contra a posição da empresa "de não negociar aumentos salariais" de um euro por dia, assim como "o caderno reivindicativo".
São objectivos da greve, segundo o sindicato, a exigência de aumentos salariais e a passagem a contrato sem termo de trabalhadores precários "que se encontram a ocupar postos de trabalho permanentes".

Os trabalhadores, entre outras medidas, reivindicam também a integração nos quadros do Lidl de elementos de empresas de trabalho temporário "a ocupar postos de trabalho permanentes", a concessão de dez por cento de desconto em todas as compras efectuadas em lojas Lidl e a existência de "música ambiente para o entreposto".

No comunicado do CESP, consta também uma nota sobre garantias de segurança durante o período de greve: "Serão observados os serviços necessários à segurança, à manutenção do equipamento e das instalações nos moldes usualmente assegurados pelos trabalhadores - a exemplo do que acontece durante os períodos de encerramento diário (ou semanal) e desde que os mesmos não possam ser assegurados por trabalhadores que não adiram à greve"

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leprechaun

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Re: Portugal falido
« Responder #9289 em: 2014-12-23 15:02:37 »
O problema desse rendimento existe consoante o nível a que ele seja atribuído. Se for alto o suficiente, destrói a necessidade de trabalhar e produzir para uma grande parte da população − e aí esquece se pensas que esse rendimento dará poder de compra a alguém, porque aquilo que aparece no supermercado para comprar com o dinheiro só aparece lá porque existem pessoas que sentem a necessidade de trabalhar para poderem comprar a produção dos outros. Não é por milagre.

Naturalmente que o RBI apenas representa o mínimo indispensável para assegurar o limiar de sobrevivência, logo corresponderá ao valor daquilo que se considera o limiar de pobreza.

Mais ainda, o argumento da "necessidade de trabalhar e produzir para uma grande parte da população" só por si é inválido se radica na conceção ainda predominante daquilo que é o "trabalho", pois as tarefas básicas e rotineiras em que a maioria da população se ocupa podem e devem ser realizadas por máquinas, com vantagem considerável. Ou ainda, o trabalho humano é uma função da criatividade e isso será cada vez mais visível nos próximos anos, com a revolução tecnológica a substituir uma percentagem sempre maior de muitos empregos atuais que não necessitam de ser executados por pessoas.

O livro de Jeremy Rifkin, "The End of Work" (1995), constitui uma boa introdução ao tema, pelo que o deixo uma vez mais em anexo... será que alguém já se deu ao trabalho de o ler para poder falar com conhecimento de causa? De resto, tal como o dinheiro, o trabalho é uma convenção social e isso significa que se trata de uma conceito mutável através do tempo e das condições particulares de uma determinada sociedade. Things change, don't you know?!

So why not get rid of the old ideias and get acquainted with the new ones?!

Citação de: Jeremy Rifkin
For the whole of the modern era, people's worth has been measured by the market value of their labor. Now that the commodity value of human labor is becoming increasingly tangential and irrelevant in an ever more automated world, new ways of defining human worth and social relationships will need to be explored.

Incognitus

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Re: Portugal falido
« Responder #9290 em: 2014-12-23 15:07:16 »
A ideia das máquinas é algo para o futuro e não para agora, basta olhar para a % da população activa empregada. Portanto, o poder ser realizado por máquinas é irrelevante.

O limiar da pobreza é provavelmente elevado demais para uma retribuição desse tipo, devido a basear-se numa percentagem do rendimento de toda a população e não num valor fixo necessário para providenciar necessidades básicas.

Em Portugal penso que esse limiar anda pelos 420 EUR/mês - ora, mesmo abaixo desse nível o RSI já atrai opções conscientes, que fará a um nível que seria directamente compatível com o SMN.
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leprechaun

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Re: Portugal falido
« Responder #9291 em: 2014-12-23 15:37:31 »
Nos países industrializados, a tendência para a progressiva robotização das tarefas mecânicas é crescente e imparável, não apenas na indústria mas também no setor dos serviços.

Eis o vídeo de uma entrevista de Roubini na Bloomberg, ontem, onde o tema é brevemente abordado:

Foxconn Plans to Replace Workers With Machines

Insisto e repito: a única originalidade do trabalho humano reside na criatividade, essa é a distinção fulcral... só a imaginação criativa se revela essencial!

E não estamos a falar de nenhum futuro distante... este é o presente AGORA MESMO!!!

Incognitus

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Re: Portugal falido
« Responder #9292 em: 2014-12-23 15:43:31 »
Nos países industrializados, a tendência para a progressiva robotização das tarefas mecânicas é crescente e imparável, não apenas na indústria mas também no setor dos serviços.

Eis o vídeo de uma entrevista de Roubini na Bloomberg, ontem, onde o tema é brevemente abordado:

Foxconn Plans to Replace Workers With Machines

Insisto e repito: a única originalidade do trabalho humano reside na criatividade, essa é a distinção fulcral... só a imaginação criativa se revela essencial!

E não estamos a falar de nenhum futuro distante... este é o presente AGORA MESMO!!!


Enfim, enquanto a esmagadora maioria das pessoas continuar empregada o presente é bastante diferente daquilo que imaginas.

Eu também acredito que isso de que falas ACONTECERÁ em algum ponto. Simplesmente, não é ainda a realidade nem nada que se pareça. Estando tu num hospital, rapidamente compreenderias que aquelas assistentes, enfermeiras, médicas, etc, não são robots. E fazem as suas funções pela mesma razão que a esmagadora maioria das pessoas trabalha - para obterem recursos para comprarem a produção dos outros. Enquanto isso for necessário, não podes criar incentivos grandes para que não o façam, a menos que queiras passar primeiro sem assistentes, depois sem enfermeiras, e no final sem médicos.
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Zenith

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Re: Portugal falido
« Responder #9293 em: 2014-12-23 15:58:45 »
Um dos pilares do Ilsão é a esmola para ser dada ao pobres que é especificada em 10% do rendimento.
Fiz umas contas baseadas nesse principio, usando o seguinte algoritmo
Começando pela pessoa com rendimentos mais altos, 10% do rendimento seriam distribuidos equitativamente por todos os que tem rendimentos inferiores, até ao valor para o qual a soma do rendimento original  + distribuido iguala a do distribuidor (para garantir que no processo de redistribuição não há alteração da ordem).
Vai-se sempre aplicando essa regra até chegar ao rendimento mais baixo, garantindo que ninguem tem decrescimo superior a 10% no rendimento e que o processo de redistruição não altera ordem.

Fiz uma simulação considerando rendimentos originais uniformenente distribuidos entre 0 e 2500Eur (mensais)o que dá rendimento médio de 1250Eur e coeficiente de Gini de 0.333
Com redistribuição rendimentos ficam na gama de 332-2250Eur e coef de Gini de 0.257.
Na pratica dado as distribuições de rendimento reais serem mais desiguais que a uniforme até é de esperar melhorias superiores
Nas figuras mostram-se os histogramas iniciais e final.
O surpreendente é que o valor de 10% especificado pelo Islão é bastante efectivo.
« Última modificação: 2014-12-23 15:59:52 por Zenith »

Incognitus

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Re: Portugal falido
« Responder #9294 em: 2014-12-23 16:07:14 »
Parece um bom método, porém um dos problemas do Estado assistencialista presente é que não existe uma centralização dos apoios - cada intervenção é isolada, com limites, etc. O resultado disso é que é perfeitamente possível - fácil até - alterar a ordem, particularmente penalizando quem tem rendimentos do trabalho inferiores (que também é a zona onde a atracção do assistencialismo pode ser maior).

Nesse caso aquilo de que o Rui Vaz fala (o rendimento mínimo em substituição de tudo o resto - mas teria que ser mesmo tudo incluindo limites do acesso à saúde, cantinas na escola, etc) é potencialmente mais eficaz.

Ou então esse método de que falas (Zenith), mas mais uma vez eliminando depois todos os outros apoios que são limitados pelo rendimento, para não provocar o mesmo problema.

(O FMI também se deu conta deste problema, porque uma das suas propostas envolvia agregar todos os apoios e colocar um cap nos mesmos, eliminando o desincentivo ao trabalho)
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camisa

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Re: Portugal falido
« Responder #9295 em: 2014-12-23 16:07:48 »
se passasem a oferecer um rendimento fixo de 500€ a qualquer pessoa que o desejasse, Portugal acabava de um dia para o outro; metade da população deixava imediatamente de trabalhar e depois vivíamos do quê? do ar?

quais robots quais quê, por enquanto isso não passa de ficção; tarefas tão básicas como passar a ferro e dobrar roupa ainda não foram automatizadas quanto mais tarefas minimamente complexas
« Última modificação: 2014-12-23 16:08:29 por camisa »

Tridion

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Re: Portugal falido
« Responder #9296 em: 2014-12-23 19:03:05 »
Eu gosto muito do Comendador Nabeiro, é de facto uma pessoa cativante. Começou no contrabando de café, tornou o negócio legítimo e nunca mais parou de crescer. Tem mais de 80 anos e continua com um discurso lúcido e empolgante.  Apregoa e pratica a simplicidade. É fácil de gostar de pessoas assim...
A questão é que se em vez de ser o Nabeiro for um construtor civil, que enriqueceu a vender casas, já não goza de grande popularidade.

A lógica é mais ou menos do género: tu podes arriscar um camião de dinheiro num negócio, criar emprego, vender coisas em mercado concorrencial, etc. mas ai de ti que isso te permita ganhar mais do que 20x um ordenado médio (e mesmo 20x já é um insulto). Se passas esse limite és um escroque, um alvo a abater, capitalista ganancioso, explorador nojento, destruidor de vidas alheias.

Quando escrevi isso relativamente ao Nabeiro, em oposição, lembrei-me de um capitalista que dizia que os portugueses gostavam muito de subsídios e pouco de trabalhar.

Pessoalmente não tenho nada contra acumulação de capital, na minha medida até a pratico. Contra à parvoíce humana já tenho algumas coisas.

Se um grande empresário cria 1000 postos de trabalho mas é estúpido, não fica menos estúpido por ter criado esses empregos. Obviamente que numa sociedade é preferível ter um estúpido que cria postos de trabalho a um outro que é só estúpido.
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Re: Portugal falido
« Responder #9297 em: 2014-12-23 19:27:26 »
[ ] Obviamente que numa sociedade é preferível ter um estúpido que cria postos de trabalho a um outro que é só estúpido.

LOL.

Mas aos 'liberais cá do burgo'
faz-lhes impressão chamar ignorante
a um pacóvio com trabalhadores ao serviço.

Lolinho

Incognitus

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Re: Portugal falido
« Responder #9298 em: 2014-12-23 19:51:33 »
Eu gosto muito do Comendador Nabeiro, é de facto uma pessoa cativante. Começou no contrabando de café, tornou o negócio legítimo e nunca mais parou de crescer. Tem mais de 80 anos e continua com um discurso lúcido e empolgante.  Apregoa e pratica a simplicidade. É fácil de gostar de pessoas assim...
A questão é que se em vez de ser o Nabeiro for um construtor civil, que enriqueceu a vender casas, já não goza de grande popularidade.

A lógica é mais ou menos do género: tu podes arriscar um camião de dinheiro num negócio, criar emprego, vender coisas em mercado concorrencial, etc. mas ai de ti que isso te permita ganhar mais do que 20x um ordenado médio (e mesmo 20x já é um insulto). Se passas esse limite és um escroque, um alvo a abater, capitalista ganancioso, explorador nojento, destruidor de vidas alheias.

Quando escrevi isso relativamente ao Nabeiro, em oposição, lembrei-me de um capitalista que dizia que os portugueses gostavam muito de subsídios e pouco de trabalhar.

Pessoalmente não tenho nada contra acumulação de capital, na minha medida até a pratico. Contra à parvoíce humana já tenho algumas coisas.

Se um grande empresário cria 1000 postos de trabalho mas é estúpido, não fica menos estúpido por ter criado esses empregos. Obviamente que numa sociedade é preferível ter um estúpido que cria postos de trabalho a um outro que é só estúpido.

Bem, o "ser estúpido" externaliza-se nas acções e pode envolver muitas facetas, e uma pessoa capaz de criar 1000 postos de trabalho não pode à partida ser totalmente estúpida. Por outro lado, até um Steve Jobs também tinha facetas onde era estúpido ou muito estúpido. Dir-se-ia aliás que a esmagadora maioria das pessoas terão facetas onde são estúpidas ou muito estúpidas ... eu lembro-me até de mim e da forma como reajo a burocracias e papeladas. Lá está, estúpido ou muito estúpido. Mais inteligente (e isso já vou tentando praticar) é fazer exactamente o que interlocutor burocrático espera, seja ou não necessário.
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Re: Portugal falido
« Responder #9299 em: 2014-12-23 19:54:32 »
[ ] Obviamente que numa sociedade é preferível ter um estúpido que cria postos de trabalho a um outro que é só estúpido.

LOL.

Mas aos 'liberais cá do burgo'
faz-lhes impressão chamar ignorante
a um pacóvio com trabalhadores ao serviço.

Lolinho

Não, o que faz impressão não é chamar ignorante ao suposto pacóvio. É sim o procurar de uma razão, por mais irrelevante que seja, para o chamar de ignorante. Por exemplo, por ele cometer uma calinada no Português ou algo assim. Sendo certo que a esmagadora maioria, senão todas as pessoas mesmo, são profundamente ignorantes de muitas matérias diferentes.

Ou seja, só chamas ignorante a alguém que não seja inteiramente retardado, se procurares mesmo e afincadamente razões para o chamar ignorante. E ao fazê-lo, tens um objectivo, que será diminuir a pessoa independentemente das outras qualidades ou feitos que tenha alcançado.

Já chamar ignorante num dado domínio, isso pode aplicar-se a praticamente qualquer pessoa. Até a doutorados.
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