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Autor Tópico: Portugal falido  (Lida 3447611 vezes)

jeab

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Re: Portugal falido
« Responder #60 em: 2012-08-02 08:51:44 »
Olá deMelo,

Mas estamos a falar de indivíduos que chegam lá por nomeações  e em varias dezenas  ;)

Passando à frente da parte em que tu tambem gostavas de la estar, e ser um "deles"...

Em Portugal é melhor ou pior que noutros paises?
Estamos melhor assim, ou numa sociedade totalmente eficiente em termos de meritocracia? E isso era exequivel?

Boa pergunta.  :)  A resposta depende da pessoa ... se é um zero à esquerda e quer chupar algumas coisa abanando o cartão do partido ou se é alguém que sabe o valor que tem e não tem medo de concorrer abertamente para um lugar na Sociedade.

Admira-me é o deMelo ainda ter dúvidas qual o lugar dele ... :D
O Socialismo acaba quando se acaba o dinheiro - Winston Churchill

Toda a vida política portuguesa pós 25 de Abril/74 está monopolizada pelos partidos políticos, liderados por carreiristas ambiciosos, medíocres e de integridade duvidosa.
Daí provém a mediocridade nacional!
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deMelo

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Re: Portugal falido
« Responder #61 em: 2012-08-02 09:45:38 »

Admira-me é o deMelo ainda ter dúvidas qual o lugar dele ... :D

O meu lugar é cá em baixo...
Mas devia ser lá em cima, no topo da cadeia alimentar! :)
The Market is Rigged. Always.

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Re: Portugal falido
« Responder #62 em: 2012-08-02 09:50:49 »

Admira-me é o deMelo ainda ter dúvidas qual o lugar dele ... :D

O meu lugar é cá em baixo...
Mas devia ser lá em cima, no topo da cadeia alimentar! :)

 nunca é tarde para a militância activa ...  :D
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Re: Portugal falido
« Responder #63 em: 2012-08-02 11:45:14 »
Olá deMelo,

Mas estamos a falar de indivíduos que chegam lá por nomeações  e em varias dezenas  ;)

Passando à frente da parte em que tu tambem gostavas de la estar, e ser um "deles"...

Em Portugal é melhor ou pior que noutros paises?
Estamos melhor assim, ou numa sociedade totalmente eficiente em termos de meritocracia? E isso era exequivel?

Não porque não sou qualificado para tal.....acho que uma sociedade eficiente por meritocracia era bem melhor

deMelo

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Re: Portugal falido
« Responder #64 em: 2012-08-02 14:28:08 »

Admira-me é o deMelo ainda ter dúvidas qual o lugar dele ... :D

O meu lugar é cá em baixo...
Mas devia ser lá em cima, no topo da cadeia alimentar! :)

 nunca é tarde para a militância activa ...  :D

Até que idade se pode começar?

Tem que se vender a alma a quem? ;)
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Re: Portugal falido
« Responder #65 em: 2012-08-02 14:35:13 »

Admira-me é o deMelo ainda ter dúvidas qual o lugar dele ... :D

O meu lugar é cá em baixo...
Mas devia ser lá em cima, no topo da cadeia alimentar! :)

 nunca é tarde para a militância activa ...  :D

Até que idade se pode começar?

Tem que se vender a alma a quem? ;)

eheh podes crer que é o que muitos fazem ... :)

Mas mais a sério, deMelo, a meritrocracia pode muito bem ser majorada na nossa Sociedade, bastando para isso que a maioria dos cargos ditos públicos deixassem de ser por nomeação e serem por concursos abertos e transparentes.

Por ex. porque raio um administrador de um porto tem que ser nomeado pelo partido do governo ? etc. etc.
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Incognitus

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Re: Portugal falido
« Responder #66 em: 2012-08-02 14:38:28 »
Um concurso aberto e transparente também não é necessariamente a melhor forma de escolher alguém, especialmente se de seguida não se puder despromover a pessoa.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Re: Portugal falido
« Responder #67 em: 2012-08-02 14:46:11 »
Um concurso aberto e transparente também não é necessariamente a melhor forma de escolher alguém, especialmente se de seguida não se puder despromover a pessoa.

Como assim ?  Num concurso existe sempre um caderno de encargos, com as qualidades necessárias para se poder concorrer, com as obrigações, deveres e regalias de quem ganhar. Caso não cumpra depois, rua ...

O que  referes, é o que acontece por nomeação, nem são qualificados para o lugar, cometem atrocidades na gestão, incluindo roubo para o próprio e para o partido e só são destituidos quando muda o governo e o partido que o apoia.
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Re: Portugal falido
« Responder #68 em: 2012-08-02 14:54:02 »
O uso de critérios objectivos e transparentes para escolher uma pessoa, não garante que ela de seguida tenha uma boa performance (mesmo que aumente as probabilidades de a ter). Por isso é que deveria sempre ser possível e fácil substituir a pessoa de seguida, pelo menos se se confirmasse a má performance.
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Re: Portugal falido
« Responder #69 em: 2012-08-02 15:03:07 »
O uso de critérios objectivos e transparentes para escolher uma pessoa, não garante que ela de seguida tenha uma boa performance (mesmo que aumente as probabilidades de a ter). Por isso é que deveria sempre ser possível e fácil substituir a pessoa de seguida, pelo menos se se confirmasse a má performance.

Plenamente de acordo. Não é só merecer o lugar, é necessário dar provas que o deve manter ...é só  mais ao menos o inverso que acontece agora, pois...
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Re: Portugal falido
« Responder #70 em: 2012-08-02 15:53:28 »
Há dois aspectos diferentes que estão aqui em causa: a transparência e o mérito.
No sector público, os concursos é a melhor maneira de garantir a transparência, e mesmo no sector privado concursos (não necessariamente públicos no sentido em que a informação final tenha de ser tornada pública) têm a vantagem de abrir  o leque de candidatos e não se ficar reduzido à pequena franja de amigos ou conhecidos dos accionistas ou gestores.
Quanto à meritocracia, uma avaliação é sempre dificil. É fácil eliminar os muito maus mas depois numa selecção mais fina fica muito mais aleatório. Eu já estive envolvido em muitos processos de selecção (não para cargos de topo, mas a nível inicial ou intermédio em eng), e devo confessar que fui muitas vezes enganado, por CVs brilhantemente elaborados e/ou entrevistas em que os candidatos demonstravam grande motivação, empenho e auto-confiança. Depois de seleccionados verificou-se que não passavam da mediania.
Mas independentemente da falibilidade na selecção, quanto mais abertos forem os processos melhor. O que não é desejável é a formação de clubes restritos que perpetuem o statis quo. Mesmo que as intenções sejam sempre boas a reduzida dimensão desses clubes, estatisticamente garante que se estão a perder muitos talentos que estão fora do main stream dirigente.
 

John_Law

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Re: Portugal falido
« Responder #71 em: 2012-08-02 17:09:27 »
Não percebi bem. Se é racional como é que pode ser subjectivo?
Racional não é uma maneira consistente de chegar a conclusões baseado na informação de que se dispõe?


Em problemas com dados difíceis de modelar é possível desenvolver um raciocino lógico baseado em premissas verdadeiras e chegar a conclusões diferentes. Definir, digamos, a estratégia duma empresa não é mesma coisa que achar o máximo do lucro numa função matemática onde há uma solução óptima. Para ti pode ser fazer sentido pagar 1M€ a um determinado gestor, para mim pode não fazer, e ambos podemos fazer um bom caso da nossa posição assente num raciocino consistente i.e., que obedeça às leis da razão.

Mas é modelo que é eficiente ou é o mercado que é eficiente?
Mas pelo menos em termos relativos temos alguma concordância. Acima de uma dimensão que acredito ser relativamente reduzida, o sistema de mercado é mais eficiente de que uma gestão centralizada que administrativamente procure conciliar a oferta e procura. A complexidade de uma gestão centralizada cresce de maneira muito rapida com o número de agentes envolvidos e acima de um nº relativamente reduzido não só o processamento seria impossível como pequenas perturbações poderiam ser amplificadas e causar caos. 


Se estamos a falar num modelo de mercado, falar num modelo eficiente ou no mercado eficiente é redundante.

Penso que deves estar a falar do sistema em si e não do modelo.
Eu não acho que o sistema capitalista seja intrinsecamente mau mas que contém imperfeições que devem ser corrigidas.
Tal como no sec XIX, se as descrições do Dickens forem fiéis era fácil antever que ou o sistema se regenerava ou era destruído. E em verdade o capitalismo conseguiu regenerar-se e em vez de se assistir ao empobrecimento até aos limites da sobrevivência dos trabalhadores explorados pelos capitalistas, assistiu-se à criação daquilo que se chama classe média. Neste momento acredito que estamos numa fase com algumas semelhanças. Ou o capitalismo se regenera de maneira a conseguir inverter o crescimento da desigualdade  que se tem vindo a verificar nas ultimas décadas ou vão surgir ideologias alternativas radicais.
Que perguntas havia que não respondi?


Acho que estamos a ficar atados na semântica... Capitalismo tem muitas definições, o tal "modelo" capitalista que defendia corresponde apenas a um conjunto de princípios básicos desse modelo: o direito à propriedade privada, uma economia baseada na iniciativa privada e mais um conjunto de liberdades individuais, etc. Outros pormenores são outra discussão.

Estas, sobre a tal noção justiça de preço:

A dinâmica do corporate governance é igual ao que era há 30 anos atrás, o que é que mudou de significativo? E como já discutimos muitas vezes no fórum sobre a justiça do preço e de rendimento, não se pode conceber o contrário de retribuições "desproporcionada(s) dos benefícios do capitalismo" - não existe o contrário. Como posso eu medir o benefícios do trabalho dum sapateiro ou de pescador? Como é que sei quem mais contribui para lhes designar uma fatia justa dos "benefícios do capitalismo"?


O  uso da capitalização bolsista é má matemática. Teria de ser corrigida pela inflação e se calhar ficava-se com um factor de 2. Eu usei um criterio independente do tempo que é um racio. Mas se se invocar que o nº de CEOs diminuiu, também há outros estudo que comparam como é feita a repartição entre o top 1% e o bottom 99% e agora não tenho aqui nada á mão para dar nºs concretes mas a % que vai para o bolso dos top 15 tem aumentado significativamente.
O argumento da quantidade de trabalho não está fundamentada e de certeza que não é um factor de 10. ALgumas leituras, que embora não se posam considerar estudos cientificos levam-me a suspeitar do contrario. Faz uns meses li um livro sobre a crise financeira (creio que era "The quants"), e as descrições que aí se fazia dos hábitos de trabalhos dos CEOs dos bancos não eram muito elogiosas. lembro-me que se dizia que o CEO da Lehman Brothers costumava sair á quinta á tarde para passar o resto da semana no golfe.


Certo, tens toda a razão nas observações que fazes. Mas eu não me propus a explicar a evolução do rácio, eu enumerei uma par de factores, não quer dizer que justifiquem tudo. (E os dados das horas de trabalho são verdadeiros, estive à procura dos estudo para te mostrar mas não o encontrei, mas até é possível que a compensação no rácio até já seja por horas de trabalho) Eu terminei dizendo:

Algo exerceu pressão sobre os rendimentos, porque a dinâmica de mercado é válida.


Se calhar até é uma moda e os accionistas acordaram ou vão acordar mais tarde para o problema, é irrelevante. Esse rácio desde 2000 foi reduzido para metade. Cresceu quase exponencialmente na bolha das dot-com, como na altura crescia a valorização das empresas. É natural que hajam fenómenos desses.


Não confundas. Não disse que todas as decisões eram aleatórias. O que escrevi e que quando há falta de informação e a que se dispõe está afectadas por ruído algumas decisões mesmo que perfeitamente racionais em face da informação de que se dispõe, é como se fossem aleatórias. E disse isso apenas para vincar que mesmo na hipótese de os agentes de mercado serem racionais, a falta de informação completa e imprecisão naquela que se dispõe faz com que a eficiencia não esteja garantida (isto nem é teoria minha, acho que foi isso que valeu o Nobel para o Stiglitz). De qq forma os trabalhos do Kahneman parecem indicar que comportamentos biased ou intuitivos são mais frequentemente a regra que a excepção.


Ok. Sim há muitos estudos parecidos. Aliás estou habituado a ouvir a lista: mercados ineficientes, limitação da informação, acompanhada de algumas falácias anti-capitilistas e mais alguns exemplos clássicos da "irracionalidade" de alguns fenómenos económicos. Tudo, para mim, irrelevante. Seria relevante fosse um libertário e fosse apologista de que se tudo fosse desregulado e achasse que seria bom operar em mercado livre em todos os sectores, etc., nesse caso seria um argumento forte contra mim. Como eu sou mais pragmático e reconheço que o mercado nalgumas circunstâncias pode não funcionar não se aplica (por "não funcionar" quero dizer que gere problemas ambientais, sociais, económicos; que não se torne instável e se destrua, por aí).

O exemplo serve para mostrar que mesmo que não houvesse diferença nas capacidades, que toda a gente se comportava de maneira ética e que as diferenças de rendimento se devessem apenas ao acaso, e o acaso favorecesse ou prejudicasse de igual modo qq pessoa, o sistema iria tender para uma situação de desigualdade.
Numa sociedade capitalista real, em que há diferenças de mérito, em que há comportamentos menos éticos e em que existirão sempre os favores da sorte ou os infortunios do azar, a evolução natural se não houver politica de redistribuição é tender para a desigualdade que ao fim de algum tempo se vai tornar socialmente insustentavel.


Eu defendo que existam mecanismos de redistribuição, acho discuti isso algumas vezes com o migueleste que, diga-se, é uma pena que já não faça parte do fórum. Se distorcer o mercado resultar noutros proveitos, pode ser feito. No entanto é totalmente diferente defender um principio simples como: quem ganha mais, contribui com mais, a defender medidas arbitrárias e autocráticas que tentam de decidir sobre o mérito das pessoas, numa tentativa repor algum tipo de justiça na sociedade.

Para além de que esse tipo de regulação, ou imposição de tectos salariais, ou limitações de cargos, nunca funcionaria na prática já que seria facílimo de contornar.
« Última modificação: 2012-08-02 19:21:10 por John_Law »

Zenith

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Re: Portugal falido
« Responder #72 em: 2012-08-02 20:05:19 »

Em problemas com dados difíceis de modelar é possível desenvolver um raciocino lógico baseado em premissas verdadeiras e chegar a conclusões diferentes. Definir, digamos, a estratégia duma empresa não é mesma coisa que achar o máximo do lucro numa função matemática onde há uma solução óptima. Para ti pode ser lógico pagar 1M€ a um determinado gestor, para mim pode não ser, e ambos podemos fazer um bom caso da nossa posição assente num raciocino consistente i.e., que obedeça às leis da razão.

Não entendi. O problema está no uso de doados diferentes de ser ter informação diferente? de onde vem a subjectividade?
Um paranoico como construir um quadro mental perfeitamente coerente onde através de observação de factos e deduções lógicas chega à conclusão que está a ser vigiado pela CIA ou outra fantasmagoria qq, mas isso deve-se ao facto de que tem uma mente que filtra a realidade deixando passar e amplificando determinados factos e ignorando outros. Penso que a premissa na economia clássica é que os agentes são perfeitamente racionais e avaliam os factos perfeitamente.




Estas, sobre a tal noção justiça de preço:

A dinâmica do corporate governance é igual ao que era há 30 anos atrás, o que é que mudou de significativo? E como já discutimos muitas vezes no fórum sobre a justiça do preço e de rendimento, não se pode conceber o contrário de retribuições "desproporcionada(s) dos benefícios do capitalismo" - não existe o contrário. Como posso eu medir o benefícios do trabalho dum sapateiro ou de pescador? Como é que sei quem mais contribui para lhes designar uma fatia justa dos "benefícios do capitalismo"?


Uma boa maneira é pedir a um gestor para te fazer umas botas ou ir á pesca para te trazer robalo  ;D
Tenho a certeza que substituir o Catroga por um sapateiro na EDP, não alterava em nada nem as contas da EDP nem irai aumentar o nº de queixas dos clientes quanto à qualidade de fornecimento da eletricidade, mas substituir o sapateiro pelo Catroga ia provocar um aumento de queixas nos clientes


Certo, tens toda a razão nas observações que fazes. Mas eu não me propus a explicar a evolução do rácio, eu enumerei uma par de factores, não quer dizer que justifiquem tudo. (E os dados das horas de trabalho são verdadeiros, estive à procura dos estudo para te mostrar mas não o encontrei, mas até é possível que a compensação no rácio até já seja por horas de trabalho) Eu terminei dizendo:

Algo exerceu pressão sobre os rendimentos, porque a dinâmica de mercado é válida.

Let's wait



Ok. Sim há muitos estudos parecidos. Aliás estou habituado a ouvir a lista: mercados ineficientes, limitação da informação, acompanhada de algumas falácias anti-capitilistas e mais alguns exemplos clássicos da "irracionalidade" de alguns fenómenos económicos. Tudo, para mim, irrelevante. Seria relevante fosse um libertário e fosse apologista de que se tudo fosse desregulado e achasse que seria bom operar em mercado livre em todos os sectores, etc., nesse caso seria um argumento forte contra mim. Como eu sou mais pragmático e reconheço que o mercado nalgumas circunstâncias pode não funcionar não se aplica (por "não funcionar" quero dizer que gere problemas ambientais, sociais, económicos; que não se torne instável e se destrua, por aí).


Mas não há nada disso?



Eu defendo que existam mecanismos de redistribuição, acho discuti isso algumas vezes com o migueleste que, diga-se, é uma pena que já não faça parte do fórum. Se distorcer o mercado resultar noutros proveitos, pode ser feito. No entanto é totalmente diferente defender um principio simples como: quem ganha mais, contribui com mais, a defender medidas arbitrárias e autocráticas que tentam de decidir sobre o mérito das pessoas, numa tentativa repor algum tipo de justiça na sociedade.

Para além de que esse tipo de regulação, ou imposição de tectos salariais, ou limitações de cargos, nunca funcionaria na prática já que seria facílimo de contornar.

Também não defendi essas limitações. Mas como a discussão começou no nº de cargos, só acrecentar o seguinte: os principios teoricos (ou utopicos) do capitalismo deveriam convergir para uma sociedade aberta. No caso que originou toda essa discussão o que parece é que alguma coisa falhou. Formou-se um clube. 

Kin2010

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Re: Portugal falido
« Responder #73 em: 2012-08-02 21:40:51 »
Teoricamente poder-se-ia dizer que, nas empresas privadas onde estas pessoas têm estes cargos é tudo legítimo, pois elas só lhes pagam se quiserem, o $$ não vem do erário público.

No entanto, pessoas destas é óbvio que só estão em tantos cargos porque avançam cunhas / tráfico de influências graças às suas conexões. Aí é que está a fonte de ilegitimidade. É inconcebível que uma pessoa tenha 73 cargos em CAs e que faça um trabalho de gestão realmente útil para todas essas 73 empresas; na maioria delas nem sequer lá põe os pés. Logo, isto é um forte indício de que o benefício que ele está a trazer a essas empresas privadas é fazer tráfico de influências (em alguns casos mesmo sendo cúmplice de corrupção pura), e que estas lhe pagam este serviço dando-lhe estes cargos pagos.

Deveria haver leis que permitissem as autoridades usarem esta informação como métodos indiciários de corrupção, e assim metessem estes tipos onde eles merecem estar.
 

pedras11

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Re: Portugal falido
« Responder #74 em: 2012-08-02 22:36:28 »
Sem dúvida Kin. Estes cargos indiciam "ligações perigosas".

mibusiness

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Re: Portugal falido
« Responder #75 em: 2012-08-02 22:56:20 »
Teoricamente poder-se-ia dizer que, nas empresas privadas onde estas pessoas têm estes cargos é tudo legítimo, pois elas só lhes pagam se quiserem, o $$ não vem do erário público.

No entanto, pessoas destas é óbvio que só estão em tantos cargos porque avançam cunhas / tráfico de influências graças às suas conexões. Aí é que está a fonte de ilegitimidade. É inconcebível que uma pessoa tenha 73 cargos em CAs e que faça um trabalho de gestão realmente útil para todas essas 73 empresas; na maioria delas nem sequer lá põe os pés. Logo, isto é um forte indício de que o benefício que ele está a trazer a essas empresas privadas é fazer tráfico de influências (em alguns casos mesmo sendo cúmplice de corrupção pura), e que estas lhe pagam este serviço dando-lhe estes cargos pagos.

Deveria haver leis que permitissem as autoridades usarem esta informação como métodos indiciários de corrupção, e assim metessem estes tipos onde eles merecem estar.

ele é accionista portanto o beneficio para as empresas também é financeiro

Kin2010

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Re: Portugal falido
« Responder #76 em: 2012-08-03 19:51:50 »
??? Confesso que não entendi.

Ele ser accionista não traz nenhum benefício financeiro à empresa que seja diferente de qualquer outro accionista com o mesmo nº de acções. Para a maioria das empresas, ele deve ter uma participação pequena ou mesmo simbólica.

Essas acçõezinhas simbólicas que ele tem, servem precisamente para disfarçar -- para legitimar a sua presença nos CAs.

mibusiness

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Re: Portugal falido
« Responder #77 em: 2012-08-03 20:18:40 »
só disse que ele podia ter entrado para o conselho de administração por ter-se tornado como accionista maioritário ou preferencial, logo financiando as mesmas. Se o Kin tem tanta certeza eu não dúvido já que não conheço o pais do amaral ou a sua vida profissional

Happy_TheOne

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Re: Portugal falido
« Responder #78 em: 2012-08-07 14:36:49 »
CGD = outro BPN dassssssssssssssssssssss

Feita uma breve investigação a que voltarei mais tarde fiquei surpreendido com o valor acumulado dos aumentos de capital da CGD. De facto, desde 2007 a Caixa tem feito um aumento de capital por ano : € 150M em 2007; € 400M em 2008; € 1000 em 2009; € 550M em 2010; € 1000 em 2011 e € 750M em capital mais € 900M em CoCo, estes em 2012.
Em resumo, a CGD aumentou o capital neste período € 4750M (€ 900 em CoCo) ou seja cerca de 2,6% do PIB.

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Re: Portugal falido
« Responder #79 em: 2012-08-07 14:39:38 »
Afinal não ha dinheiro para nada em todos os sectores menos um a banca absorve tudo ......se calhar o melhor é nacionalizar isso tudo e pronto .....

O Estado Português tem apoiado os Bancos de múltiplas formas. A principal não é sequer contabilizável pois tem a ver com a negociação do Banco de Portugal com o BCE sobre os colaterais elegíveis para desconto e com a própria cedência direta de liquidez pelo BdP aos bancos muito próxima do regímen ELA.
Para além destes fortíssimos apoios o Estado tem prestado garantias pessoais tipicamente a três anos, e participado em aumentos de capital por via direta e por CoCo. As garantias pessoais do Estado têm cláusulas de reconversão em capital em caso de não pagamento.
As CoCo têm uma remuneração de 8% que parecendo alta são um excelente negócio para os acionistas. O Estado poderia aplicar este dinheiro a taxa mais alta comprando dívida pública no mercado secundário e se os acionistas tivessem que investir este dinheiro não o fariam levando praticamente à nacionalização da entidade.
Afinal, porque não quiseram os acionistas comprar CoCo se eram assim tão bons?
As atuais operações vivas ou em curso atingem € 15,645 BN repartidas em garantias pessoais – € 6,595 BN, e aumentos de capital (incluindo CoCo) € 9,050 BN, assumindo que o Estado participa em pleno nos projetados aumentos de capital do BCP e do BANIF.
Por Bancos distribui-se assim: BCP € 6,650 BN; CGD € 4,750 BN; BES € 1,550 BN; BANIF € 1,395 BN; BPI € 1,300 BN.
A operação BANIF ainda não está completamente desenhada e, na minha avaliação, será superior ao montante aqui considerado ficando acima dos apoios do Estado ao BES.

Fonte : Arma critica