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Autor Tópico: Portugal falido  (Lida 3462858 vezes)

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Re: Portugal falido
« Responder #2760 em: 2013-04-29 16:55:32 »
a questão não é se quer cumprir mas sim se consegue cumprir

o chico espertismo dá para os dois lados. conheço pelo menos dois casos semelhantes ao relatado pelo salvadorveiga em que o patrão anda a dar o litro de noite e de dia para pagar os ordenados, enquanto os "trabalhadores" estão mais interessados em afundar o barco para receberem a indemnização e o subsídio de desemprego


Mas se rebentarem com aquilo não vai sobrar nada para pagar indemnização. Quanto muito resta-lhes o desemprego.




Mystery

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Re: Portugal falido
« Responder #2761 em: 2013-04-29 16:59:32 »
é o que eles querem e não tem nada de irracional, porque os incentivos estão todos lá

a indemnização pode ser paga (estão a contar com os activos das empresas) porque as empresas têm algumas dívidas, mas a principal dificuldade é tesouraria

e o subsídio de desemprego é muito bem vindo pois sabem que com o actual mercado de trabalho não vão trabalhar tão depressa e podem sempre ganhar por fora
A fool with a tool is still a fool.

Automek

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Re: Portugal falido
« Responder #2762 em: 2013-04-29 17:03:38 »
A questão que se coloca é saber se alguém que anda 6 meses sem pagar quer efetivamente cumprir.
Aquele que não consegue pagar continua a não conseguir, porque não é uma bocado de papel, com uma lei lá escrita, que resolve o problema. Ou seja, o desgraçado, além do problema financeiro de perder a empresa, ainda fica entalado para o resto da vida. Antes era com as dívidas ao fisco e SS e agora, se seguíssemos a sugestão do tipo entrevistado, ainda se arriscava a ir preso. Não há melhor incentivo ao empreendedorismo...

jeab

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Re: Portugal falido
« Responder #2763 em: 2013-04-29 19:25:51 »
A minha percepção é que:

1) esta cacofonia ridícula e constante está a fazer com que a propensão à entrada de novos investimentos com capital privado seja cada vez menor

2) os que estão investidos, vão sair à primeira oportunidade, porque já perceberam que o estado promove uma coisa (empreendedorismo) mas faz outra (expropriação)

3) os próprios trabalhadores que estão nestas empresas em dificuldades estão fatigados e mais interessados em sair do activo do que em continuar a lutar

Todos estes incentivos indiciam que a verdadeira crise ainda não chegou a Portugal.

Exacto.

E ninguém fala que muitas das empresas que não têm dinheiro para os salários e impostos a causa é a falta/atrazo de pagamento pelo estado ? Com um estado a pagar a 8 meses e a 1 ano qual tesouraria aguenta pagar salários e impostos adiantados ?

O Socialismo acaba quando se acaba o dinheiro - Winston Churchill

Toda a vida política portuguesa pós 25 de Abril/74 está monopolizada pelos partidos políticos, liderados por carreiristas ambiciosos, medíocres e de integridade duvidosa.
Daí provém a mediocridade nacional!
O verdadeiro homem inteligente é aquele que parece ser um idiota na frente de um idiota que parece ser inteligente!

Incognitus

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Re: Portugal falido
« Responder #2764 em: 2013-04-29 19:33:45 »
Alguns possivelmente gostavam mesmo era de criminalizar as empresas em si, para obviar a ter que esperar que tenham dificuldades ...  :D
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

pedras11

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Re: Portugal falido
« Responder #2765 em: 2013-04-29 23:10:00 »
Mas querem melhor forma de flexibilizar os despedimentos do que a insolvência de empresas?

Quantos exemplos de empresas que fecharam e abriram com outro nome com os mesmos admistradores querem. ;D ?

Muitos gestores são fracos em Portugal

secret

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Re: Portugal falido
« Responder #2766 em: 2013-04-29 23:19:19 »
Ma
Mas querem melhor forma de flexibilizar os despedimentos do que a insolvência de empresas?

Quantos exemplos de empresas que fecharam e abriram com outro nome com os mesmos admistradores querem. ;D ?

Muitos gestores são fracos em Portugal

E os trabalhadores são todos fortes?

pedras11

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Re: Portugal falido
« Responder #2767 em: 2013-04-29 23:43:37 »
Ma
Mas querem melhor forma de flexibilizar os despedimentos do que a insolvência de empresas?

Quantos exemplos de empresas que fecharam e abriram com outro nome com os mesmos admistradores querem. ;D ?

Muitos gestores são fracos em Portugal

E os trabalhadores são todos fortes?

Não. A maioria preguiçosos e com boa dose de incompetência

Zel

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Re: Portugal falido
« Responder #2768 em: 2013-04-30 20:57:31 »
aqui ha uns tempos expliquei que 2013 nao seria o pior ano, alguns membros no seu pleno direito discordaram

mas acho que os numeros dos cortes hoje apresentados tornam claro para todos que 2014 sera apenas a continuacao da actual queda

abismo aqui vamos  ;D
« Última modificação: 2013-04-30 20:58:18 por Zel »

Zel

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Re: Portugal falido
« Responder #2769 em: 2013-04-30 20:59:39 »
outra coisa... os cortes de 3 mil milhoes para 2014 fazem-me pensar que o governo nao pensa chegar ate la

vbm

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Re: Portugal falido
« Responder #2770 em: 2013-05-01 12:47:24 »
Por irrelevante que seja, financeiramente, cortar nos gastos de estatuto, como automóveis, susbsídios de rendas de casa, cartões de crédito, etc. a utilidade do exemplo é manifesta para a credibilidade das intenções e seriedade do governo. Por aí devia-se ter começado, mas já que assim não foi, antes tarde que nunca, agora é de fazer.

valves1

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Re: Portugal falido
« Responder #2771 em: 2013-05-01 15:07:00 »
O caminho  a seguir parece o da desvalorização interna no Euro; não há caminhos certos nem errados existem caminhos com consequências diferentes : os depósitos estarão seguros e valerão mais nos próximos anos do que no presente : cash will be King;
em contrapartida a economia continuará a ser drenada de pessoas e daqui a não muitos anos poderemos assistir a falências ou processos de fusões de negócios  que á luz dos dias de hoje nos parecerão totalmente inverosímeis;
 

O Documento de Estratégia Orçamental (DEO) mostra que o Executivo pretender reduzir as despesas do Estado com pessoal de 10,6% do PIB para 8,4%, no período entre 2013 e 2017


O Documento de Estratégia Orçamental (DEO), entregue hoje pelo Governo na Assembleia da República, mostra que o Executivo pretender reduzir as despesas do Estado com pessoal de 10,6% do PIB para 8,4%, no período entre 2013 e 2017

 

Esta redução representa um ajustamento de cerca de 3,6 mil milhões de euros, colocando as despesas com pessoal nos 14 mil milhões de euros, colocando-o ao nível de 1998.

 

O Governo tem dito claramente que as despesas com pessoal serão uma das rubricas que sobre a qual mais acentuará o ajustamento dos próximos anos. O DEO apresenta uma tendência descendente contínua, com quedas consecutivas em todos os anos até 2017.

 

Segundo mesmo documento, ainda que com uma contracção relativa mais ligeira, as prestações sociais apresentam também um ajustamento significativa, passando de uma despesa de 23,9% em 2013 para 21,3% em 2017.
"O poder só sobe a cabeça quando encontra o local vazio."

valves1

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Re: Portugal falido
« Responder #2772 em: 2013-05-01 17:56:30 »
portanto quase 8 mil milhões euros  vão deixar de circular pela economia até 2017 ...

As esperanças residirão no sector privado para contrabalançar este numero via   investimento ou consumo ... em todo o caso em 2017 e há luz destes números quer estes 8 mil milhões sejam ou não repostos pelo privado  o país  terá uma configuração diferente ...
Citar
O Governo pretende cortar cerca de 7,6 mil milhões de euros nas despesas do Estado com salários dos funcionários públicos e com prestações sociais, até 2017, revelam os dados do Documento de Estratégia Orçamental (DEO), aprovado ontem em Conselho de Ministros e tornado público já ao início da noite.

No documento, o executivo não revela medidas concretas, mas inscreve objetivos de redução nas diversas componentes da despesa. O corte na despesa total para os próximos quatro anos (2014-2017) é de 6,2% do Produto Interno Bruto (PIB). Deste valor, mais de metade (4,8 pontos percentuais) serão reduzidos nas remunerações dos funcionários e nas prestações sociais.

Na prática, e apesar de ter sido forçado pelo Tribunal Constitucional este ano a repor os subsídios de férias e Natal aos funcionários públicos e pensionistas, o Governo pretende realizar cortes equivalentes.

Mas vamos por partes. A despesa com os salários representou em 2012 (ano em que, além do corte dos subsídios, foi aplicado o corte de 3,5 a 10% acima dos 1.500 euros) 9,9% do PIB. Este ano, com a reposição dos subsídios, deverá subir para 10,6%.

Ora, de acordo com os quadros que acompanham o DEO, no ano que vem, o Governo pretende voltar a cortar o peso desta rubrica para 9,9% do PIB. Mas as más notícias para quem trabalha para o Estado não ficam por aqui. O corte é para ir cada vez mais fundo: em 2015, o peso dos salários deverá cair novamente para 9,1%, depois para 8,7% em 2016 e ainda mais uma vez para 8,4% do PIB em 2017.

Um corte que não deverá advir apenas da nova tabela remuneratória, mas também da redução de efetivos, que o Governo já admitiu que pretende levar a cabo.

Algo muito parecido acontece no caso das pensões. As prestações sociais (onde as pensões têm um peso preponderante) representaram 22,6% do PIB em 2012. Este ano, com a reposição dos subsídios, vão pesar mais: 23,9%. Mas no ano que vem, o Governo pretende voltar a reduzir essa rubrica para 22,7% do PIB. Em 2015 prevê-se novo corte, para 22,1%, em 2016 para 21,7% e em 2017 para 21,3%.

Também aqui se esperam outras medidas que podem ajudar a reduzir a despesa, como o aumento da idade da reforma para os 67 anos.
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« Última modificação: 2013-05-01 17:57:01 por valves1 »
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hermes

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Re: Portugal falido
« Responder #2773 em: 2013-05-01 18:49:21 »
portanto quase 8 mil milhões euros  vão deixar de circular pela economia até 2017 ...
Ou visto de outra forma, são mais 8 mil milhões euros a ficar nos bolsos dos contribuintes para estes gastarem onde lhes der na telha.
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Re: Portugal falido
« Responder #2774 em: 2013-05-01 19:16:16 »
e  esse dinheiro  ficará no bolso  dos contribuintes ou pelo menos algum desses 8 mil milhões não será dinheiro que veio dos mercados ...
e portanto estaremos a falar realmente de valores que serão retirados de circulação ? ou seja o corte desses 8 mil milhões não será resultado da desalavancagem que o estado terá que forçosamente fazer ...
vai haver mesmo redução dos impostos ?
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hermes

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Re: Portugal falido
« Responder #2775 em: 2013-05-01 19:27:50 »
e  esse dinheiro  ficará no bolso  dos contribuintes ou pelo menos algum desses 8 mil milhões não será dinheiro que veio dos mercados ...
e portanto estaremos a falar realmente de valores que serão retirados de circulação ? ou seja o corte desses 8 mil milhões não será resultado da desalavancagem que o estado terá que forçosamente fazer ...
vai haver mesmo redução dos impostos ?

Isso seria pedir demasiado. Dá-te por feliz por os impostos assim não aumentarem em 8 mil milhões de euros.
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Re: Portugal falido
« Responder #2776 em: 2013-05-01 19:32:46 »
sim mas já agora vê esta noticia que parece confirmar a ideia que primeiro o dinheiro será drenado da economia e depois virá a redução de impostos
ou seja os processos não serão feitos em simultâneo pelo meio poderá haver falências é claro já que o timing para aplicação dos cortes é assim bastante longo ...
ora vê noticia :

Citar
Passos Coelho diz que só diminuirá impostos quando gastos públicos caírem

 O primeiro-ministro português, Pedro Passos Coelho, se mostrou nesta sexta-feira favorável a uma futura redução de impostos em Portugal, mas só após ajustar e reduzir os gastos públicos mediante um programa de cortes amplos e permanentes.

"Queremos uma tributação mais baixa e mais compatível com o potencial de crescimento da economia", admitiu, mas sem reduzir os gastos públicos "ninguém pode comprometer-se a promover impostos mais baixos".

Passos Coelho expressou a determinação em manter-se "fiel" à estratégia de reduzir despesas e de cumprir com seu dever, frente à alternativa de "deixar tudo igual e não fazer nada".

O Governo português planeja uma reforma do Estado que permita cortar 4 bilhões de euros para fazer frente aos objetivos de déficit que são exigidos pela União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Por outro lado, a oposição de esquerda, os sindicatos e os movimentos cidadãos portugueses se opõem a mais medidas de austeridade e pedem mais flexibilidade no programa de cortes exigido por UE e FMI em troca do resgate financeiro do país, imerso em uma grave crise econômica.

O primeiro-ministro também se referiu às demonstrações de rejeição popular ocorridas nas últimas semanas contra vários ministros e ele próprio em atos públicos.
« Última modificação: 2013-05-01 19:33:58 por valves1 »
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Re: Portugal falido
« Responder #2777 em: 2013-05-01 19:43:19 »
já agora e por curiosidade para se ver a magnitude dos números em questão ...
Portugal gasta cerca de 10 mil milhões de Euros por ano em saúde e 6 mil milhões de Euros em Educação penso eu serem as duas rubricas com maior peso no orçamento de estado ... portanto o valor dos cortes será algures entre o  valor que se gasta em saúde num ano e o valor que se gasta em educação também num ano  (penso estar correcto )
isto vai mesmo pesar muito  na economia ...
« Última modificação: 2013-05-01 19:44:19 por valves1 »
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hermes

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Re: Portugal falido
« Responder #2778 em: 2013-05-01 19:52:21 »
Esse dinheiro vem do bolso dos portugueses. O pesa a Paulo é o alívio de Pedro. Apenas está a ser decido quem é que tem o privilégio de gastar esse dinheiro.
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Re: Portugal falido
« Responder #2779 em: 2013-05-01 20:33:48 »
Por outro lado se tivermos um perdão de divida ( coisa que não depende de nós ) existirá margem para haver mais dinheiro na economia, uma vez que uma parte do que é gasto hoje  pelo estado  está  canalizado " sob a forma de rendas ( legitimas ) para credores externos; Se houver perdão de divida haverá uma redução dos encargos para o pagamento da mesma .
será este o caminho em que o governo aposta ?  concordas ? 

   
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