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Autor Tópico: Portugal falido  (Lida 3448413 vezes)

Incognitus

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Re: Portugal falido
« Responder #18240 em: 2019-03-30 21:28:15 »
Exacto, estamos a falar de coisas diferentes. Se vires bem, tanto a a agricultura como as pescas têm subsídios, também. Tal como a cultura, e bem maiores pelo que sei.
E também nenhuma delas é correcta.  ;D

Sinceramente sou mais sensível aos apoios à cultura que à agricultura e pescas. Penso que aí o apoio bem que poderia ser mais a nível de reduzir burocracias e restrições que afectam a vida de quem trabalha do que através de subsídios. Aliás, eu não defendo propriamente subsídios por princípio. A questão é que estamos a discutir duas coisas simultaneamente. Uma delas, que é a subjectividade de tudo o que não é matematicamente quantificável, para vocês é inqualificável, o que eu discordo. Mas mesmo na cultura o critério matemático pode por vezes ser utilizado. Lembro-me, por exemplo, de uma crítica do Rui Miguel Abreu sobre o concerto de Kendrick Lamar em Lisboa há uns anos, onde o público acompanhou uma música que tem mais palavras diferentes que um álbum inteiro dos D.A.M.A. Enfim, a riqueza de vocabulário quantificável matematicamente. Mas isso não será obviamente tudo. Há riqueza quantificável na cultura, mas muitas vezes de forma qualitativa. E quem estará mais habilitado a fazê-lo serão os especialistas na matéria. Principalmente os aspectos que não são imediatos. Outra coisa que estamos a discutir simultaneamente é o apoio do Estado à cultura, e a outros aspectos da sociedade. A forma como esse apoio é feito é algo que estaria disposto a discutir. Por exemplo, é diferente financiar uma cinemateca que tenha um orçamento anual para filmes de autor e essencialmente de novos autores nacionais, de forma a dar-lhes uma plataforma para mostrarem o que valem a quem não os conhece ainda, e com isso faça a sua gestão sobre que filmes apresentar de forma a preencher uma lacuna que exista nos cinemas comerciais, outra é subsidiar directamente filmes de autores que apesar de bons, já têm reconhecimento suficiente para se safarem por si sós, como poderá ser o caso do Manoel de Oliveira. Outra é financiar museus de arte contemporânea pelo país fora, que sirva também de plataforma pra divulgação de novos artistas. Enfim, há várias formas de o Estado apoiar a cultura, não precisa de ser apenas sob a forma de subsídios directos.

O que descreves é dar poder arbitrário ao Estado para tirar a uns e dar a outros onde a acção voluntária não faria. É basicamente o mesmo objectivo da corrupção. E portanto deveria ser uma excepção dirigida a coisas essenciais para manter a vida, e talvez educar as pessoas (em assuntos universalmente importantes).
« Última modificação: 2019-03-30 21:28:50 por Incognitus »
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Re: Portugal falido
« Responder #18241 em: 2019-03-30 21:32:13 »
Sempre suspeitei que essa sigla autodenominação de "neo-liberal' era para despistar (já que de liberal não via nada). Apesar de discordar acho que os neo-marxistas tem direito a ter e expor as ideias que defendem  ;D

Os liberais também acham que os colectivistas têm todo o direito a expor as ideias que defendem. A única parte que colide com os liberais, é a parte em que os colectivistas, além de exporem as ideias que defendem, querem favorecê-las com carácter de lei, e portanto desvaforecer as ideias alternativas (pois querem apoios para as suas, que implicam retirar recursos às outras).
Aliás, num sistema liberal, atendendo a que cada um se pode organizar como entender, aquilo que vai emergir, de forma natural e sem coerção, serão as ideias defendidas pelos colectivistas SE essas ideias forem as melhores.
O facto dos colectivistas quererem impor a sua vontade, por via da força, diz muito da confiança que têm nessas ideias.   :D

Na pior das hipóteses podem ter grupos alargados de gente iluminada.

Mas já se concluiu há um bom tempo que um colectivista não defende o que defende para quem com ele concorda. Ele defende-o especificamente para quem com ele não concorda. É um pouco abominante, uma pessoa defender especificamente coisas para impor a terceiros (porque se isso não fosse central, não lhe faltaria nada para ter o que quer em cada momento, sem qualquer tipo de imposição).

--------

Outra coisa engraçada é que devido à natureza das ideologias, pessoas que partilhem uma ideologia liberal em certa medida podem concordar com o desenho de uma sociedade.

Pessoas que sejam, por exemplo, socialistas, não podem. Porque não chega o socialismo ganhar. Tem que ganhar o seu socialismo, já que o quê e quem pretendem arbitrariamente favorecer pode e vai variar de um socialismo para o outro -- ao passo que no liberalismo não existe o objectivo de favorecer coisas e pessoas específicas.
« Última modificação: 2019-03-30 21:34:25 por Incognitus »
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Re: Portugal falido
« Responder #18242 em: 2019-03-30 21:33:48 »


Sonetos, poemas, epopeias poderiam ser todos opcionais, tal como pintura, escultura e afins.

Eu também acho bem que o ensino promova a diversidade, mas de uma forma diferente: quem mostre uma aptidão muito elevada para algo, deveria ver essa aptidão desenvolvida (se o quisesse). Mas não se deveria enfiar pela goela, e muito menos avaliar o conhecimento sobre, coisas opcionais.

---------

Ninguém critica Saramago, ou o Manoel de Oliveira, pelo que se acha das obras do mesmo. Critica-se sim pela forma como foram financiadas (basicamente roubando aos restantes cidadãos. coercivamente, para algo altamente opcional e subjectivo).

Também achas que as diversas matérias da disciplina de matemática deviam ser opcionais? Ou de Ciências da Natureza? Ou de História? Mesmo educação física, lembro-me bem que por nós apenas jogávamos futebol e as miúdas ginástica. Devia ser assim? Não deve ser imposta a aprendizagem de outros desportos? Não deve ser fomentada a diversidade? É isso que é aprender, ver, ouvir e praticar algo novo, diferente.

Não. Se quiseres ver o que pode ser opcional só tens que fazer assim. Pega em 4-5 países bastante desenvolvidos. Suiça, Singapura, EUA, Finlândia, sei lá. Verifica aquilo que todos esses países ensinam (as matérias). Aquilo que todos têm em comum é potencialmente essencial. Aquilo que varia de uns para os outros (por exemplo, os autores, em literatura), é opcional.

"imposta a aprendizagem?". A actividade física não deve ser opcional, mas qualquer desporto poderia ser opcional. Ler náo deve ser opcional, mas qualquer leitura específica pode ser. História provavelmente idem. Embora dês grande valor à história, não é de forma nenhuma garantido que aproveite ao nível de vida das pessoas saber seja o que for de história, nacional ou internacional. Eu também dou valor à história, gosto bastante de conhecer pormenores por exemplo da 1GG e da 2GG, ou história económica em geral, mas isso é no fundo curiosidade.

Por fim, para as pessoas provarem coisas novas não necessitam da escola, mas a escola pode ser um bom lugar para o fazerem. Porém, em vez de a escola ditar o que há de novo para experimentar via um programa, deveria talvez ser um espaço onde as pessoas pudessem experimentar qualquer coisa. Teria que estar estruturada para tentar providenciar isso, e não para seguir um programa rígido (falo dos "opcionais"). Depois, se fossem identificados talentos em qualquer coisa, deveria ter forma de guiar essas pessoas para desenvolver os talentos.

Porque é que a actividade física não deve ser opcional, mas o contacto com diferentes desportos para além do mainstream deve?

Bom, tal como consideras subjectivo tanta coisa, porque não considerar também subjectivo o que é um país desenvolvido? Quais os critérios? Penso até que é o próprio director do escritório da ONU para o índice de desenvolvimento humano que está a desenvolver novos critérios para melhorar esse índice, pois pode não ser o mais representativo. Em muitos aspectos os EUA não seriam um país desenvolvido. Mas bom, então os autores de Filosofia, por exemplo, por serem os mesmos reconhecidos a nível internacional por especialistas já pode ser aceitável (é uma ciência humana cujos autores leccionados são globais, em todos os países se deve aprender o Aristóteles, o Platão, o Descartes e o Kant, por exemplo). Mas a literatura portuguesa, por ser portuguesa, já não pode ser submetida ao mesmo critério? Nem a História por ser História de Portugal? E Geografia, deve ser só ensinada a global, a parte específica de cada país deve ser deixada à liberdade de cada um? Pressuponho que cada país se foque, para além da geografia global, na do seu país em concreto.

Enfim, eu pessoalmente acho que não sei tudo sobre tudo, e acho que há pessoas mais habilitadas que eu para seleccionar o que tem mais qualidade, e o que é mais relevante em cada área. No entanto, eu acho que devem ser dadas opções dentro das muitíssimas obras de qualidade de existem, e possivelmente poderiam haver muitas mais. Mas até admito que isso deve ser deixado à escolha das escolas, elas próprias têm professores de português supostamente bem preparados para fazer boas escolhas nas obras a leccionar. Deixar que sejam as crianças escolher os livros é permitir a estagnação do conhecimento naquilo que já conhecem.

Por fim, deve ser garantida uma oferta cultural variada, possivelmente sustentada por impostos de todos, heterogeneidade essa garantida com o conhecimento de facto de pessoas que conhecem cada área por serem especialistas nisso, e depois ser garantida também a liberdade de cada um, tendo uma oferta variada, escolher o que quiser para si.

Porque:
* Segundo o critério que dei, actividade física terás em todos os programas.
* Mas essa actividade irá variar (logo qualquer actividade específica não é tão importante quanto existir uma actividade).

Além disso:
* Sabemos que a actividade física tem benefícios comprovados cientificamente.

----

Se tivessemos dúvidas quanto ao que constitui um país desenvolvido, poderiamos ir por uma quantidade deles mais ricos. Nota ainda que os assuntos centrais estarão presentes em praticamente todos os países.

Sobre autores de Filosofia, repetirem nos vários programas iria favorecê-los, sim. Tal como iria favorecer autores científicos, embora pessoalmente eu acho que a ciência se sobrepõe aos próprios autores (ou seja, importam mais as teorias, o método, etc).

História, literatura, etc, seriam coisas que deveriam ser construídas segundo uma lógica opcional. Ou seja, as crianças poderiam explorar o que achassem interessante, sendo que em literatura o importante seria criar hábitos de leitura e aprender a língua.

Eu não concordo necessariamente com os professores de Português terem alguma ideia do que deveriam ensinar. Senão já teria existido uma revolução, dado o que está nos programas. O que está nos programas não favorece a aprendizagem de Português, não favorece a motivação dos alunos, e por vezes nem favorece aprender Português (quando se metem com os "galalaicos".

Presentemente a oferta cultural não segue uma lógica de diversidade. Segue linhas de programa e culturas ditadas de cima para baixo. Seguir uma lógica de diversidade, é um professor ajudar a criança a procurar temas que interessem à criança. Criar um método de pesquisa e desenvolvimento, não enfiar-lhe com algo pré-determinado.

Já se tentou em Área Projecto e outras áreas assim. Tempos específicos para que os alunos propusessem temas e desenvolvessem projectos. problema is... as crianças têm, de facto, falta de conhecimentos de cultura geral suficientes para proporem projectos; logo eram os adultos a propor os temas. há uma fase na vida da gente em que temos de aprender as bases da cultura ocidental ( a nossa) para depois conseguir voar...
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Re: Portugal falido
« Responder #18243 em: 2019-03-30 21:34:28 »

Claro que atualmente os mais espertos até tendem a ter menos filhos. O principal factor que se correlaciona (negativamente) com a natalidade é o número de anos de escolaridade, principalmente nas mulheres. Nós temos mais instinto sexual do que instinto maternal/paternal perante seres ainda não gerados. No passado não era necessário o desejo de ter filhos, bastava o desejo sexual. Com os métodos de planeamento familiar, no futuro o pessoal vai ter menos desejo sexual e mais desejo de procriar.

é ao contrario.

Em relação á seleção natural diz-se darwinismo social. Existe e existem estudos a comprova-lo embora (penso...! ) ainda envolvidos em polémica.

Sim smog, a curto prazo é ao contrário. Pelo menos no que diz respeito ao desejo de ter filhos. O desejo sexual tem caído nas últimas décadas na maioria dos países.

A longo prazo (diria 10-20 gerações) o desejo de ter filhos aumentará por via genética.

O termo darwinismo social emprega-se mais à relação entre a genética e o desenvolvimento da sociedade. Eu estava mais a referir-me a cada indivíduo individualmente, embora existam obviamente implicações sociais. Daqui a uns bons anos não querer/conseguir ter filhos pode constituir um estigma tão grande como não querer ter sexo atualmente. E incentivar o planeamento familiar pode-se tornar um tabu semelhante ao incesto.
“Price is what you pay. Value is what you get.”
“In the short run the market is a voting machine. In the long run, it’s a weighting machine."
Warren Buffett

“O bom senso é a coisa do mundo mais bem distribuída: todos pensamos tê-lo em tal medida que até os mais difíceis de contentar nas outras coisas não costumam desejar mais bom senso do que aquele que têm."
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Re: Portugal falido
« Responder #18244 em: 2019-03-30 21:35:04 »
Sim smog, a curto prazo é ao contrário. Pelo menos no que diz respeito ao desejo de ter filhos. O desejo sexual tem caído nas últimas décadas na maioria dos países.

A longo prazo (diria 10-20 gerações) o desejo de ter filhos aumentará por via genética.

tenho as minhas dúvidas. o impulso da reprodução parece-me mais ambiental que genético.
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Re: Portugal falido
« Responder #18245 em: 2019-03-30 21:35:49 »
Porpor os temas não é um problema, se forem incrivelmente vastos e se um não for aceite, se passar rapidamente para o próximo em vez de tentar enfiar um específico.
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Re: Portugal falido
« Responder #18246 em: 2019-03-30 21:37:42 »
E achas que isso era aceitável eticamente? Os 20% esclarecidos ficavam a assistir aos outros a morrer com doenças sem fazer nada por eles. Ok, a culpa era mais dos 80% ignorantes, mas não se pode ter uma sociedade que simplesmente vira a cara para o lado para 80% de pessoas abandonadas assim à  sua sorte, mesmo que seja devido à ignorância deles.

A sociedade só deve aplicar coerção quando possa haver vítimas inocentes (perigo de contágio de doenças, por exemplo) ou incapacidade, permanente ou temporária, da pessoa decidir.

Se um tipo adulto, na plena posse das suas faculdades mentais e informado devidamente, quiser tratar uma apendicite aguda com água das pedras, deve ser livre de o fazer. Não há nada de inético em a sociedade assistir a isso e à sua previsivel morte.

Aliás, isso é o que acontece com os Jeovás que não querem transfusões, mesmo que esta recusa possa significar uma elevada probabilidad de morte.

Citar
“Sendo o doente livre e consciente para deliberar sobre si próprio e sobre a sua saúde, a sua recusa em receber tratamento encontra fundamento no princípio da autonomia.” Isto significa que tendo o médico verificado a competência do doente para tomar uma decisão do ponto de vista funcional, e prestado ao mesmo todos os esclarecimentos necessários ao pleno entendimento da sua condição clínica, da necessidade de transfusão e das eventuais consequências da sua não-realização, este deve apenas respeitar a decisão garantindo que ela foi tomada livre e autonomamente sem qualquer tipo de coacção externa. É por esta razão que cabe ao médico decidir em que medida envolve a família na decisão, consoante o eventual risco de condicionamento da livre escolha do doente. Conservando o médico o direito à sua consciência moral e deontológica, pode solicitar que o doente deixe de estar à sua responsabilidade clínica, sendo os seus cuidados assumidos por outro profissional, de acordo com o nº 3 do artigo 38º do Código Deontológico da Ordem dos Médicos.
http://anem.pt/programas/eticamente-falando/transfusao-de-sangue-e-derivados
« Última modificação: 2019-03-30 21:40:45 por Automek »

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Re: Portugal falido
« Responder #18247 em: 2019-03-30 21:38:37 »

Claro que atualmente os mais espertos até tendem a ter menos filhos. O principal factor que se correlaciona (negativamente) com a natalidade é o número de anos de escolaridade, principalmente nas mulheres. Nós temos mais instinto sexual do que instinto maternal/paternal perante seres ainda não gerados. No passado não era necessário o desejo de ter filhos, bastava o desejo sexual. Com os métodos de planeamento familiar, no futuro o pessoal vai ter menos desejo sexual e mais desejo de procriar.

é ao contrario.

Em relação á seleção natural diz-se darwinismo social. Existe e existem estudos a comprova-lo embora (penso...! ) ainda envolvidos em polémica.

Sim smog, a curto prazo é ao contrário. Pelo menos no que diz respeito ao desejo de ter filhos. O desejo sexual tem caído nas últimas décadas na maioria dos países.

A longo prazo (diria 10-20 gerações) o desejo de ter filhos aumentará por via genética.

O termo darwinismo social emprega-se mais à relação entre a genética e o desenvolvimento da sociedade. Eu estava mais a referir-me a cada indivíduo individualmente, embora existam obviamente implicações sociais. Daqui a uns bons anos não querer/conseguir ter filhos pode constituir um estigma tão grande como não querer ter sexo atualmente. E incentivar o planeamento familiar pode-se tornar um tabu semelhante ao incesto.

pois eu acredito que a espécie se elitize mesmo que isso implique o genocídio de parte da população humana. perde a variabilidade genética.
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Re: Portugal falido
« Responder #18248 em: 2019-03-30 21:39:11 »
Sempre suspeitei que essa sigla autodenominação de "neo-liberal' era para despistar (já que de liberal não via nada). Apesar de discordar acho que os neo-marxistas tem direito a ter e expor as ideias que defendem  ;D

Os liberais também acham que os colectivistas têm todo o direito a expor as ideias que defendem. A única parte que colide com os liberais, é a parte em que os colectivistas, além de exporem as ideias que defendem, querem favorecê-las com carácter de lei, e portanto desvaforecer as ideias alternativas (pois querem apoios para as suas, que implicam retirar recursos às outras).
Aliás, num sistema liberal, atendendo a que cada um se pode organizar como entender, aquilo que vai emergir, de forma natural e sem coerção, serão as ideias defendidas pelos colectivistas SE essas ideias forem as melhores.
O facto dos colectivistas quererem impor a sua vontade, por via da força, diz muito da confiança que têm nessas ideias.   :D
os imbecis são em maior número.

É irrelevante, se as pessoas se podem organizar em sub-grupos. Existem países com populações de 1-2 milhões de pessoas e isso não é impeditivo a funcionarem.

Por exemplo, nada impede os 10 ou 15% de comunistas Portugueses de se organizarem, hoje, em comunas. Não o fazem. Se não o fazem, é claramente porque o que desejam não é o comunismo, é outra coisa qualquer. Quanto muito desejam o comunismo para os outros (aqueles que não se querem organizar em comunas hoje e por isso não o fazem voluntariamente). É a tal coisa do "o que é meu, é meu. O que é teu, é nosso".
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Re: Portugal falido
« Responder #18249 em: 2019-03-30 21:40:29 »
Porpor os temas não é um problema, se forem incrivelmente vastos e se um não for aceite, se passar rapidamente para o próximo em vez de tentar enfiar um específico.

Faz-se.
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Re: Portugal falido
« Responder #18250 em: 2019-03-30 21:42:19 »

tenho as minhas dúvidas. o impulso da reprodução parece-me mais ambiental que genético.

Para a seleção natural o meis importante selecionar é o que favorece a reprodução. Até recentemente, um ser vivo para se reproduzir precisava de sobreviver e ter sexo. Por isso é que instintos como comer, beber, proteger-se e ter sexo são tão fortes. Se ter sexo deixou de ser suficiente, a seleção natural encontrará uma solução.
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Re: Portugal falido
« Responder #18251 em: 2019-03-30 21:43:43 »
Estás a baralhar aqui as coisas que realmente estão em discussão.

Para se defender que é necessário proteger a cultura das pinturas e estátuas mais do que a dos videojogos não é necessário assumir, como tu aí dizes, que "uma vida vivida... vale mais". A questão é que as pinturas e estátuas fazem parte de uma cultura clássica que, se se perder, terá efeitos catastróficos, e já agora, produzirá sofrimento intenso das pessoas que têm apego a essa cultura e a perdem. Ao passo que os videojogos já estão neste momento bem financiados, pelos mecanismos de mercado, e isso é óptimo.

Aquilo que puder ser financiado pelos gostos e logo, pelo mercado a funcionar, pois que o seja, isso está ok. Mas a sociedade em geral tem obrigação de proteger aquelas facetas da cultura clássica que estejam ameaçadas de simplesmente desaparecer se forem entregues só ao mercado.

Logo, não tem nada a ver com o teu argumento de qual das vidas vale mais.
Eu até concordo parcialmente contigo por isso é que nos +400M do orçamento da cultura tive o cuidado de retirar o orçamento referente ao património.

Agora, se releres o que acabaste de escrever vais ver que estão aqui todos os argumentos para não apoiar a arte contemporânea (porque não é antiga, clássica), nem para financiar eventos de música clássica (não há o risco "físico" da mesma desaparecer"), nem para financiar cinema de autor porque não há "angústia" de perder o que não foi produzido.

Além disso, justificar a coerção com o "sofrimento intenso das pessoas que têm apego a essa cultura e a perdem", significa que o sofrimento de alguém que fica sem poder ir à exposição de arte minimalista é superior ao sofrimento de alguém que deixa de ir ao futebol porque o dinheiro lhe foi retirado para a arte minimalista. É, mais uma vez, assumir que uma forma de viver (ir ver cultura) é superior à outra (ir ver futebol), ao ponto de merecer a coerção.

Obviamente que eu estou a admitir que a perda de uma coisa como o Mosteiro dos Jerónimos em Portugal, ou a música de Mozart, ou os quadros renascentistas, ou a contínua representação das peças de Molière e Shakespeare é uma perda inaceitável. Isto, confesso, é motivado por eu achar que essas obras têm um valor transcendente, por razões várias. Num dos casos, suportam um certo orgulho nacional, e isso é importante. Noutros casos são referência de toda a cultura ocidental. Ao passo que os jogos de video que se jogam nos smartphones são aos milhões e vão e vêm. Se vários deles deixarem de ser jogados a perda não é assim uma coisa que destrua a memória da cultura ocidental. (já agora acho que também merecem ser preservados símbolos de culturas não-ocidentais, obviamente).

1) Coisas assim não se perderiam por falta de apoio, pois se existisse necessidade de apoiar existiria quem o fizesse.~
2) O que se perderia é aquilo para o qual não existe interesse e ninguém vê valor.
3) Para uma pequena comunidade de um determinado jogo, o valor que lhe atribuem é igual ao que tu irás atribuir a uma dessas quaisquer obras nas quais não existe interesse suficiente para as suster. Porque é que a vontade dessa comunidade deve valer menos do que a tua? "Porque é só mais um jogo de video?". Então e uma igreja ou muralha sabe-se lá onde não é só "mais uma igreja ou muralha sabe-se lá onde"?
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Re: Portugal falido
« Responder #18252 em: 2019-03-30 21:45:12 »
Sempre suspeitei que essa sigla autodenominação de "neo-liberal' era para despistar (já que de liberal não via nada). Apesar de discordar acho que os neo-marxistas tem direito a ter e expor as ideias que defendem  ;D

Os liberais também acham que os colectivistas têm todo o direito a expor as ideias que defendem. A única parte que colide com os liberais, é a parte em que os colectivistas, além de exporem as ideias que defendem, querem favorecê-las com carácter de lei, e portanto desvaforecer as ideias alternativas (pois querem apoios para as suas, que implicam retirar recursos às outras).
Aliás, num sistema liberal, atendendo a que cada um se pode organizar como entender, aquilo que vai emergir, de forma natural e sem coerção, serão as ideias defendidas pelos colectivistas SE essas ideias forem as melhores.
O facto dos colectivistas quererem impor a sua vontade, por via da força, diz muito da confiança que têm nessas ideias.   :D
os imbecis são em maior número.

É irrelevante, se as pessoas se podem organizar em sub-grupos. Existem países com populações de 1-2 milhões de pessoas e isso não é impeditivo a funcionarem.

Por exemplo, nada impede os 10 ou 15% de comunistas Portugueses de se organizarem, hoje, em comunas. Não o fazem. Se não o fazem, é claramente porque o que desejam não é o comunismo, é outra coisa qualquer. Quanto muito desejam o comunismo para os outros (aqueles que não se querem organizar em comunas hoje e por isso não o fazem voluntariamente). É a tal coisa do "o que é meu, é meu. O que é teu, é nosso".
engraçado. Acho que já uma vez te disse que tens uma visão cínica da coisa politica. e confirma-se. os comunistas não são piores nem melhores que outros quaisquer de direita. no fundo, tu não gostas é de sociedades totalitárias e nisso estamos de acordo.
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Re: Portugal falido
« Responder #18253 em: 2019-03-30 21:47:07 »

tenho as minhas dúvidas. o impulso da reprodução parece-me mais ambiental que genético.

Para a seleção natural o meis importante selecionar é o que favorece a reprodução. Até recentemente, um ser vivo para se reproduzir precisava de sobreviver e ter sexo. Por isso é que instintos como comer, beber, proteger-se e ter sexo são tão fortes. Se ter sexo deixou de ser suficiente, a seleção natural encontrará uma solução.

ou a social. porque não ter fábricas de ?
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Re: Portugal falido
« Responder #18254 em: 2019-03-30 21:48:03 »
Relacionado com isto, imaginem que de repente a população começava a acreditar mais na homeopatia e "medicinas alternativas", que como sabemos, são completas tretas, do que na medicina ortodoxa convencional? faço esta pergunta ao Antunes em especial, que é médico.

Imaginem. 80% da população convence-se de que o melhor são as "alternativas". Os impostos são opcionais. Deixam de pagar impostos para a medicina científica. Os outros 20% acreditam e financiam. Só estes a têm e tratam-se.

Isto cria dois problemas. Primeiro, os 20% que ainda acreditam podem não reunir o suficiente para a medicina científica se aguentar -- já que esta precisa obviamente de muitos mais meios técnicos do que as tretas alternativas, que só precisam de consultórios onde se vende banha de cobra.

Segundo, os idiotas dos 80% que ficaram com as alternativas começam a ter muito pior saúde. Isso também é uma imoralidade, embora a culpa seja só deles, também não se deve deixar as pessoas entregues assim aos resultados das suas más escolhas, embora a culpa seja deles.

Felizmente, a maioria da população que frequenta as medicinas alternativas usa-as mais como complementares, isto é, vai tb ao médico e, geralmente, faz os tratamentos indicados. Mesmo em países em que a medicina é muito privada (como os EUA) a população gasta mais na medicina do que nas alternativas, embora tb desperdice imenso nas alternativas (e em consumismo de tratamentos médicos desnecessários, mas isso é outra, embora importante, questão). De qualquer modo, é normal que exista desconfiança na medicina. Durante a evolução humana, o curandeiro da tribo era muito fraco. Era melhor só recorrer a ele em caso de desespero.

Cheguei a dar uma aula na Fac. Medicina sobre medicinas alternativas (para os alunos terem conhecimentos básicos sobre o tema, era quase cultura geral, deveria ter pedido um subsídio ao M. Cultura  :) ). As alternativas têm pouco evidência, mas, na altura, a opinião científica sobre duas delas (acupunctura e osteopatia) não era tão desfavorável como actualmente.

Em vários países, está a surgir uma forte oposição científica contra as medicinas alternativas. Também em Portugal, grupos de jovens médicos e de cientistas de outras áreas têm estado especialmente activos. Os resultados começam a surgir: a FDA obrigou os "medicamentos" homeopáticos a escreverem no rótulo que não têm evidência de eficácia, nalguns países europeus o estado está a retirar práticas alternativas do SNS, em Espanha licenciaturas alternativas deixam de ser aceites. Em Portugal, o Presidente da República vetou o diploma do Governo que procede ao reconhecimento de interesse público da Escola Superior de Terapêuticas Não Convencionais, invocando falta de validade científica comprovada. Começa a crescer a pressão para que a Ordem dos Médicos não reconheça pós-graduações em acupunctura.

Na próxima 2ª feira, no programa Prós e Contras, vão-se discutir as medicinas alternativas. É difícil discutir com essa gente, mas conheço muita malta de qualidade que vai lá estar e, alguns sei que vão mesmo ao ataque. Aquilo deve aquecer bastante. Se tiverem oportunidade de ver, será interessante.

Isso são bons desenvolvientos, mas lá está, foi preciso os especialistas começarem a dizer preto no branco de que lado estava a evidência. Os cientistas e os técnicos dos organismos reguladores conseguiram impor essas soluções porque tinham a evidência do seu lado, porque sabiam mais, e também porque tinham um poder de decisão que não passava pelo voto dos gostos da população. Não foram os "gostos da maioria" que levaram a isso.

Existe um lado bom nisso, e existe um lado que deves achar deplorável: muito disso está a acontecer, e aconteceu especialmente na génese, por interesses económicos (dos praticantes) que quiseram limitar a oferta  de medicina (tanto eliminando largas áreas da mesma, como restringindo o numero de praticamente dentro da medicina científica).

Nota porém que não devemos confundir coisas razoavelmente provadas científicamente, com especialistas sem qualquer validação científica actuando em campos subjectivos.
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Re: Portugal falido
« Responder #18255 em: 2019-03-30 21:49:52 »
Sempre suspeitei que essa sigla autodenominação de "neo-liberal' era para despistar (já que de liberal não via nada). Apesar de discordar acho que os neo-marxistas tem direito a ter e expor as ideias que defendem  ;D

Os liberais também acham que os colectivistas têm todo o direito a expor as ideias que defendem. A única parte que colide com os liberais, é a parte em que os colectivistas, além de exporem as ideias que defendem, querem favorecê-las com carácter de lei, e portanto desvaforecer as ideias alternativas (pois querem apoios para as suas, que implicam retirar recursos às outras).
Aliás, num sistema liberal, atendendo a que cada um se pode organizar como entender, aquilo que vai emergir, de forma natural e sem coerção, serão as ideias defendidas pelos colectivistas SE essas ideias forem as melhores.
O facto dos colectivistas quererem impor a sua vontade, por via da força, diz muito da confiança que têm nessas ideias.   :D
os imbecis são em maior número.

É irrelevante, se as pessoas se podem organizar em sub-grupos. Existem países com populações de 1-2 milhões de pessoas e isso não é impeditivo a funcionarem.

Por exemplo, nada impede os 10 ou 15% de comunistas Portugueses de se organizarem, hoje, em comunas. Não o fazem. Se não o fazem, é claramente porque o que desejam não é o comunismo, é outra coisa qualquer. Quanto muito desejam o comunismo para os outros (aqueles que não se querem organizar em comunas hoje e por isso não o fazem voluntariamente). É a tal coisa do "o que é meu, é meu. O que é teu, é nosso".
engraçado. Acho que já uma vez te disse que tens uma visão cínica da coisa politica. e confirma-se. os comunistas não são piores nem melhores que outros quaisquer de direita. no fundo, tu não gostas é de sociedades totalitárias e nisso estamos de acordo.

Eu não tenho mesmo problemas nenhuns com o comunismo ou com as direitas. O problema está todo em os mesmos, em vez de defenderem determinadas medidas apenas para quem com eles concorda, as defenderem para toda a gente.

È claro, a hipocresia nos comunistas é mais óbvia pois poderiam desde já praticar o tipo de sociedade que defendem, enquanto esperam que os outros a ela se convertam. Não o fazem. Portanto defendem realmente outra coisa qualquer, que não o que dizem que defendem.
« Última modificação: 2019-03-30 21:50:30 por Incognitus »
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Re: Portugal falido
« Responder #18256 em: 2019-03-30 22:03:17 »
Ainda em relação às medicina alternativas é de notar que tiveram força suficiente para chegar ao parlamento e ganharem força de lei. Houve um lobby de "especialistas" em medicina alternativa suficientemente forte que levou isto a lei.

Não vos ocorre pensar que os "especialistas" em cultura tenham o mesmo modus operandis, defendendo uma coisa como cultura, mas que não é mais do que favorecimento de gente/areas seleccionadas ?

Se isso acontece com as medicinas alternativas, que não conseguem validação científica, porque é que há-de ser diferente na cultura, que é altamente subjectiva e não sujeita a validação científica (como é se se prova que fotos de mangalhos são cultura ? como é que se sabe que o Ribas, que as escolheu, não é o equivalente ao homeopata que também conhece tudo na área da homeopatia ?).
 
Além da parte ética da coerção, a questão do "especialista" na cultura parece mesmo uma questão de fé.

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Re: Portugal falido
« Responder #18257 em: 2019-03-30 22:05:44 »
Numa democracia existem vários grupos que vão a votos. ganha o grupo da maioria que vai legislar para o conjunto. Numa democracia madura o grupo vencedor é tolerante com as minorias e aceita que grupos de cidadãos proponham e submetam ao parlamento propostas concretas de leis.
Estamos aqui em Portugal.
Porém, quando um grupo de cidadãos quis por em prática a teoria, a prática revelou a filha da putice dos políticos que nos representam. Assim está a acontecer com a ILC dos professores que eu subscrevi e mostrei aqui no fórum.
O atual estado da democracia portuguesa está interessante: a lama está exposta, a fraqueza, limitações, mediocridade, corrupção, estão expostas. mas não há ninguém capaz de fazer a limpeza. .. depois admiram-se que o povo se extreme e vote num qq Bolsonaro ou Trump ou outro assim qq.
As pessoas gostam mais da hipocrisia das aparências que lidar com roupa suja estendida no varal.
« Última modificação: 2019-03-30 22:09:37 por smog »
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Re: Portugal falido
« Responder #18258 em: 2019-03-30 22:07:52 »
Ainda em relação às medicina alternativas é de notar que tiveram força suficiente para chegar ao parlamento e ganharem força de lei. Houve um lobby de "especialistas" em medicina alternativa suficientemente forte que levou isto a lei.

Não vos ocorre pensar que os "especialistas" em cultura tenham o mesmo modus operandis, defendendo uma coisa como cultura, mas que não é mais do que favorecimento de gente/areas seleccionadas ?

Se isso acontece com as medicinas alternativas, que não conseguem validação científica, porque é que há-de ser diferente na cultura, que é altamente subjectiva e não sujeita a validação científica (como é se se prova que fotos de mangalhos são cultura ? como é que se sabe que o Ribas, que as escolheu, não é o equivalente ao homeopata que também conhece tudo na área da homeopatia ?).
 
Além da parte ética da coerção, a questão do "especialista" na cultura parece mesmo uma questão de fé.

Não é. Existem Faculdades de Belas- Artes.
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Re: Portugal falido
« Responder #18259 em: 2019-03-30 22:16:33 »
Numa democracia existem vários grupos que vão a votos. ganha o grupo da maioria que vai legislar para o conjunto. Numa democracia madura o grupo vencedor é tolerante com as minorias e aceita que grupos de cidadãos proponham e submetam ao parlamento propostas concretas de leis.
Estamos aqui em Portugal.
Porém, quando um grupo de cidadãos quis por em prática a teoria, a prática revelou a filha da putice dos políticos que nos representam. Assim está a acontecer com a ILC dos professores que eu subscrevi e mostrei aqui no fórum.
O atual estado da democracia portuguesa está interessante: a lama está exposta, a fraqueza, limitações, mediocridade, corrupção, estão expostas. mas não há ninguém capaz de fazer a limpeza. .. depois admiram-se que o povo se extreme e vote num qq Bolsonaro ou Trump ou outro assim qq.
As pessoas gostam mais da hipocrisia das aparências que lidar com roupa suja estendida no varal.

Não deixa de ser curioso que se tenha medo de a maioria escolher mal quando o interesse é próprio, directo e acarreta custos (no mercado), mas que depois já possa escolher bem em democracia ...  :D

Que tal uns especialistas para decidir quem deve realmente governar?  :D
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