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Autor Tópico: Portugal falido  (Lida 3453404 vezes)

karnuss

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Re: Portugal falido
« Responder #11480 em: 2016-02-14 17:14:48 »
Portugal é de esquerda porque veio de uma ditadura de direita, com laivos de fascismo. Se tivéssemos vivido o comunismo, como o viveram os países de leste, os portugueses seriam de direita. É tão simples quanto isto. Há medida que as memórias da ditadura forem atenuando, e as gerações se forem renovando, as coisas mudarão. Mas naturalmente, de forma lenta. Não esqueçam que ospais, e os avós, é que educam os filhos. Inclusive em assuntos de política.

Incognitus

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Re: Portugal falido
« Responder #11481 em: 2016-02-14 17:20:37 »
Portugal é de esquerda porque veio de uma ditadura de direita, com laivos de fascismo. Se tivéssemos vivido o comunismo, como o viveram os países de leste, os portugueses seriam de direita. É tão simples quanto isto. Há medida que as memórias da ditadura forem atenuando, e as gerações se forem renovando, as coisas mudarão. Mas naturalmente, de forma lenta. Não esqueçam que ospais, e os avós, é que educam os filhos. Inclusive em assuntos de política.

É duvidoso, mais do que ser de esquerda o país é profundamente colectivista. Tanto a esquerda como a suposta direita são colectivistas, e só o maluco do Passos Coelho ainda parecia ter alguns pensamentos liberais. Mas certamente estava rodeado de pessoas que achavam bem taxar todos para dar só a alguns, consoante o "bom motivo" do dia.

Até a revolução ocorreu por um motivo corporativo, acima de tudo. (o corporativismo facilmente está de mãos dadas com o colectivismo, porque o objectivo do corporativismo também é obter resultados que um mercado livre não lhe proporcionaria -- precisamente o mesmo objectivo do colectivismo).

Em certa medida teria sido interessante verificar o que teria ocorrido em Portugal se o Marcelo Caetano tivesse continuado a governar até passar o poder a uma democracia, décadas mais tarde.
« Última modificação: 2016-02-14 17:23:24 por Incognitus »
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

jeab

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Re: Portugal falido
« Responder #11482 em: 2016-02-14 17:36:11 »
Um artigo bastante elucidativo . Os destaques são da minha autoria. E quer o PS estimular a economia com mais consumo, em vez de ser por aumento produtivo.

Paulo Rosa, economista, In Vida Económica 12 de fevereiro de 2016

 A ORIGEM DAS CRISES FINANCEIRAS


O dinheiro criado pelos bancos centrais, ao abrigo de diversos planos de "estímulos à economia", não foi emprestado às empresas, para que retomassem o investimento, criassem emprego e a economia crescesse, porque já existia um ótimo na utilização da capacidade empresarial instalada. Esse dinheiro novo foi largamente aplicado nos mercados financeiros, criando bolhas financeiras que, quando surgir o ajustamento, poderão repercutir-se na economia real, tal como aconteceu em 2008. Ainda o ano passado, o programa de Quantitative Easing (QE) do Banco Central Europeu (BCE), trouxe dinheiro novo que serviu para estimular as obrigações e o mercado de ações durante alguns meses, com o principal índice alemão, o Dax, a subir cerca de 30% desde janeiro até meados de abril. Tinha ganhado, por antecipação, mais de 10% de setembro de 2014 até ao final desse ano.

Se por absurdo todas as pessoas estivessem doentes, então o PIB seria zero, porque não haveria ninguém para produzir, para cuidar das crianças e dos mais velhos. Uma população extremamente envelhecida tem um impacto idêntico a uma população doente. Se por absurdo só existissem idosos a necessitar de cuidados de saúde, a riqueza produzida seria zero, porque tal como uma população doente, não haveria ninguém para trabalhar! Então se a população, de um modo geral, não está doente como é possível existirem crises económicas? O dinheiro criado pelos bancos centrais gera ciclos económicos. Acelera os períodos expansionistas e amplifica, devido ao necessário ajustamento de um “boom” artificial”, as fases de crise e depressão económica.
As inovações tecnológicas, o surgimento de novas energias, podem criar um atrito pontual na economia, mas jamais crises. Bem pelo contrário, a riqueza e as condições de vida melhoram.

Mesmo o choque petrolífero de 1973, com os preços do petróleo a quadruplicaram, que transferiram riqueza dos países não produtores dessa matéria-prima para os que a produziam, contribuíram para uma crise económica que foi intensificada pelas políticas monetárias inflacionistas dos bancos centrais. A Reserva Federal dos EUA havia enveredado por políticas expansionistas para colmatar a crise económica de 1970, o crescimento do seu défice comercial e os danos provocados pelo fim do sistema monetário Bretton Woods em vigor desde 1944, e suspenso unilateralmente pelos EUA em agosto 1971, altura em que a Fed Funds Rate era de 5.5%. Em outubro de 1973, início da subida do preço do petróleo, estava nos 10%.


O dinheiro criado pelos bancos centrais não é economicamente real?

Para receberem o novo dinheiro do BCE os bancos nacionais entregam, em troca, títulos de dívida pública. Porém, os montantes de moeda e de poupança na economia ficam enviesados pela entrada deste novo dinheiro. Os detentores de poupança, além de a verem perder valor, serão impelidos a gastar mais porque o stock de moeda aumenta, logo a taxa de juro desce e já não compensa poupar. Alguns investimentos, alicerçados nessa poupança, ficam sem suporte.

Os novos investimentos procuram setores com rentabilidades aliciantes e de curto prazo. Neste momento, poderemos estar a assistir a um novo boom, ainda que muito contido, na construção em Portugal. Existem nos créditos à habitação de 1.75% e com os indexantes em todos os prazos negativos, quer sejam a Euribor a 3 meses, 6 meses ou 12 meses. A partir de 2011 os spreads, em Portugal, subiram de 1% para níveis à volta dos 5%, e o mercado imobiliário sofreu uma retração e a construção esteve parada nos últimos 4 anos.

A riqueza produzida por um país não pode ser estimulada por mais consumo. Como referia o economista francês Frédéric Bastiat, na "Falácia da Janela Quebrada", se uma criança parte um vidro, o pai vai ter que pagá-lo, estimulando a indústria vidreira. Mais crianças partissem vidros e a indústria vidreira e a economia por arrasto teriam um forte impulso. Todavia, o pai da criança ao pagar o vidro ficaria sem dinheiro, por exemplo, para comprar uns sapatos, e esta indústria seria penalizada. É uma soma nula, uma falácia. Quando consumimos um produto, não só abdicamos de consumir outro, como o dinheiro que é utilizado para consumo não poderá ser poupado e haverá menos dinheiro para novos investimentos.

Na década 30, o famoso confronto entre Keynes e Hayek acabou por definir a economia moderna, com a maioria das vozes a dar vitória ao primeiro. A doutrina de Keynes passou a ser uma referência para os governantes vindouros que, para enfrentar as crises económicas originadas pelos bancos centrais, endividam-se sucessivamente para financiar os gastos públicos, como preconizava Keynes, e perversos efeitos crowding out surgem, que no longo prazo levarão a crises económicas e à necessidade de ajustamentos. É uma política muito popular e apreciada pelos políticos e pela sua agenda eleitoral. Em 1974, a dívida pública portuguesa era de 15% do PIB, os cofres estavam vazios de dívida, hoje é de 130%.

Hayek media a riqueza produzida com triângulos. Estes eram constituídos por vários estágios, desde a extração à distribuição e consumo, passando pela produção e armazenagem, que iam aumentando de tamanho devido ao valor acrescentado do estágio anterior para o seguinte. Os triângulos eram tantos maiores, e logo maior a riqueza produzida (PIB), quantos mais estágios tivessem, dependentes de inovação e desenvolvimento (I&D). Mais estágios conduziriam ao deslocamento para a direita da curva de possibilidades de produção. Uma maior produção de máquinas, com capital proveniente da poupança real, levaria a uma maior produção de bens. Apesar dos recursos serem escassos, com maior produtividade poderemos obter mais riqueza.

Para debelar as crises económicas, deveremos enveredar por políticas que estimulem a poupança e o investimento e diminuam a intervenção dos Bancos Centrais, nesta matéria. Talvez, focando-se quase exclusivamente numa cabal supervisão do sistema bancário.

http://omniaeconomicus.blogspot.pt/2016/02/a-origem-das-crises-financeiras.html
« Última modificação: 2016-02-14 17:36:57 por jeab »
O Socialismo acaba quando se acaba o dinheiro - Winston Churchill

Toda a vida política portuguesa pós 25 de Abril/74 está monopolizada pelos partidos políticos, liderados por carreiristas ambiciosos, medíocres e de integridade duvidosa.
Daí provém a mediocridade nacional!
O verdadeiro homem inteligente é aquele que parece ser um idiota na frente de um idiota que parece ser inteligente!

itg00022289

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Re: Portugal falido
« Responder #11483 em: 2016-02-15 10:34:49 »
 .

Automek

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Re: Portugal falido
« Responder #11484 em: 2016-02-15 13:52:47 »
Fora as emissões anteriores que os bancos portugueses absorveram.

Desta vez até isso é diferente porque os bancos portugueses estão, eles próprios, ainda falidos, o que pode acelerar as yields.

Vanilla-Swap

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Re: Portugal falido
« Responder #11485 em: 2016-02-15 15:44:35 »
alguém notou a subida dos preços dos combustíveis?
Devido ao aumento de impostos.
« Última modificação: 2016-02-15 15:47:07 por Vanilla-Swap »

pedferre

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Re: Portugal falido
« Responder #11486 em: 2016-02-15 15:58:23 »
O que eu sei é que estive a investigar as diferenças entre Portugal e Espanha, e lá a gasolina é menos 30 centimos, e o gasóleo menos 20 centimos.
Já para não falar que lá existem menos portagens, logo as empresas espanholas devem ter alguma vantagem relativamente às nossas.

Vanilla-Swap

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Re: Portugal falido
« Responder #11487 em: 2016-02-15 16:02:43 »
O que eu sei é que estive a investigar as diferenças entre Portugal e Espanha, e lá a gasolina é menos 30 centimos, e o gasóleo menos 20 centimos.
Já para não falar que lá existem menos portagens, logo as empresas espanholas devem ter alguma vantagem relativamente às nossas.

Eu atestei sexta a 0.96 o gasóleo e hoje ainda estava ao mesmo preço.

Automek

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Re: Portugal falido
« Responder #11488 em: 2016-02-15 16:06:48 »
Eu atestei sexta a 0.96 o gasóleo e hoje ainda estava ao mesmo preço.
O que significa que se não fosse o novo imposto hoje os combustíveis estariam uns 6 ou 7 cêntimos mais baratos em vez de estarem iguais. O preço é actualizado às segundas de acordo com o oil e EURUSD da semana anterior.

Foi a contar com esta ilusão que o governo enfiou o imposto na gasolina. Claro que quando comparamos com países onde esta habilidade não existe (Espanha, por exemplo) a diferença é cada vez maior.

Reg

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Re: Portugal falido
« Responder #11489 em: 2016-02-15 16:09:48 »
e Vanilla-Swap e professor reformado

imagina os outros...

so nao engana quem esta perto de espanha
Democracia Socialista Democrata. igualdade de quem berra mais O que é meu é meu o que é teu é nosso

Vanilla-Swap

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Re: Portugal falido
« Responder #11490 em: 2016-02-15 16:11:25 »
Eu atestei sexta a 0.96 o gasóleo e hoje ainda estava ao mesmo preço.
O que significa que se não fosse o novo imposto hoje os combustíveis estariam uns 6 ou 7 cêntimos mais baratos em vez de estarem iguais. O preço é actualizado às segundas de acordo com o oil e EURUSD da semana anterior.

Foi a contar com esta ilusão que o governo enfiou o imposto na gasolina. Claro que quando comparamos com países onde esta habilidade não existe (Espanha, por exemplo) a diferença é cada vez maior.

Eu acredito que as gasolineiras portuguesas estão a aguentar o barco e sobem o gasóleo daqui um semana ou duas quando ninguém se lembrar do aumento de impostos nos combustíveis.

tommy

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Re: Portugal falido
« Responder #11491 em: 2016-02-15 16:12:20 »
isso seria estúpido. pelo contrário deviam aumentar era agora, e jogar as culpas para cima do governo.

Automek

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Re: Portugal falido
« Responder #11492 em: 2016-02-15 16:15:03 »
os combustíveis, nomeadamente a formação do preço, é dos mercados mais transparentes que temos em portugal. e também dos mais competitivos, ao contrario do que as pessoas pensam, porque na parte em que não são impostos verificam-se diferenças brutais (em %) de posto para posto, nas várias zonas do país.

Vanilla-Swap

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Re: Portugal falido
« Responder #11493 em: 2016-02-15 16:16:25 »
isso seria estúpido. pelo contrário deviam aumentar era agora, e jogar as culpas para cima do governo.

daqui a 3 a 4 meses já ninguém se lembra que o governo aumentou o imposto sobre os combustíveis.

pedferre

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Re: Portugal falido
« Responder #11494 em: 2016-02-15 16:18:12 »
Na região de Madrid o preço média de gasolina é 1,052 euros, em Portugal é 1,368, em Madrid acho que o gasóleo é 0,912 e aqui 1,12...

www.dieselogasolina.com (espanha)
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Zakk

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Re: Portugal falido
« Responder #11495 em: 2016-02-15 16:18:59 »
depende do preço do petroleo daqui a 3, 4 meses.
Eu notei bem o aumento.

Mas eu sou um gajo fino  :P

Automek

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Re: Portugal falido
« Responder #11496 em: 2016-02-15 16:20:37 »
isso seria estúpido. pelo contrário deviam aumentar era agora, e jogar as culpas para cima do governo.

daqui a 3 a 4 meses já ninguém se lembra que o governo aumentou o imposto sobre os combustíveis.
exacto, já ninguém se lembrava e se as gasolineiras subissem iam levar com a ira dos portugueses.
a aumentar (mais do que o necessário) era agora, como disse o AD. enchiam os bolsos e deitavam as culpas para o imposto decretado pelo governo.

mas esquece. a formação do preço dos combustíveis é bastante transparente.

Vanilla-Swap

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Re: Portugal falido
« Responder #11497 em: 2016-02-15 16:24:07 »
depende do preço do petroleo daqui a 3, 4 meses.
Eu notei bem o aumento.

Mas eu sou um gajo fino  :P

O que o governo não soube vender aos portugueses é que este é ultimo aumento de impostos e só daqui a 10 a 15 anos é que os impostos podem aumentar. Salvo o plano B. 8)

Zakk

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Re: Portugal falido
« Responder #11498 em: 2016-02-15 16:25:22 »
Na região de Madrid o preço média de gasolina é 1,052 euros, em Portugal é 1,368, em Madrid acho que o gasóleo é 0,912 e aqui 1,12...

www.dieselogasolina.com (espanha)
www.maisgasolina.com (portugal)


também há gasóleo barato em portugal

https://www.maisgasolina.com/posto/2469/

pedferre

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Re: Portugal falido
« Responder #11499 em: 2016-02-15 16:39:35 »
Na região de Madrid o preço média de gasolina é 1,052 euros, em Portugal é 1,368, em Madrid acho que o gasóleo é 0,912 e aqui 1,12...

www.dieselogasolina.com (espanha)
www.maisgasolina.com (portugal)


também há gasóleo barato em portugal

https://www.maisgasolina.com/posto/2469/

Esses são os preços médios em Espanha, com certeza também existirão postos com preços mais baixos que a média por lá...