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Autor Tópico: Montepio - Tópico principal  (Lida 267316 vezes)

Counter Retail Trader

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Re:Golpe no Montepio ?
« Responder #40 em: 2014-08-18 15:04:51 »
O Montepio, sendo uma associação mutualista, isso significa que pertence a quem ?

Aos socios, tal como as caixas de credito agrícola. Ha uns tempos existiu uma campanha de angariação de sócios (sou dono do banco, ou qq porra semelhante). Os sócios pagam quotas, tal como para o Sporting, Benfas, etc.

Tem direito a votar nas assembleias gerais, para eleger os corpos sociais. Tem direito a credito em condiçoes vantajosas e aplicações para socios. Já tive uma, há uns anos, que estava indexada aos resultados do banco e rendeu uns euritos, terminou quando começou a turbulencia e um deposito a prazo rende pouco, mas é mais seguro.

Principal diferença para uma SA, no mutualismo uma pessoa = um voto.

abraço

Atenção , pelo menos antes tambem recebiam relativamente aos   resultados... sempre dava qualquer coisa penso que no final do ano ja nao me recordo.

Mas lembro bem dessa campanha ehe...
« Última modificação: 2014-08-18 15:08:07 por Counter Retail Trader »

SrSniper

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Re:Golpe no Montepio ?
« Responder #41 em: 2014-08-18 23:02:20 »

http://www.jornaldenegocios.pt/mercados ... o_mau.html
Como é que ao refocar em divida subordinada do bes antes do colapso protegeu a carteira dos clientes

Counter Retail Trader

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Re:Golpe no Montepio ?
« Responder #42 em: 2014-08-19 09:19:41 »
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Filho do construtor que pagou comissões a Salgado é accionista de referência da Caixa Económica Montepio Geral

  Publico, 19/08/2014 - 07:48

Paulo Guilherme, filho do construtor José Guilherme, é dono de 9% do Fundo de Participação da CEMG.

Paulo Guilherme, filho do construtor José Guilherme que pagou comissões ao ex-presidente do BES, Ricardo Salgado, detém 9% do Fundo de Participação Caixa Económica Montepio Geral (CEMG), que possui cerca de 11,75% da Caixa Económica Montepio Geral, o banco comercial do grupo mutualista.

Um dos objectivos das várias inspecções em curso no grupo encabeçado por Tomás Correia visa não só apurar se as boas práticas das decisões de concessão de crédito são cumpridas, mas averiguar também se as relações comerciais cruzadas dentro do próprio grupo são as correctas.

O Fundo de Participação Caixa Económica Montepio Geral (CEMG), constituído por Unidades de Participação (UP), no valor de 200 milhões, foi criado em Dezembro de 2013, com o objectivo de ajudar a reforçar o capital do banco comercial do grupo mutualista. Trata-se de uma aplicação financeira (e não de um fundo mutualista), que foi colocada junto dos clientes da CEMG.

O Fundo de Participação Caixa Económica Montepio contém duas participações qualificadas: a de Paulo Guilherme, que possui 18 milhões de UP, e a de Eurico Brito, investidor angolano, com 10 milhões de títulos. Estas duas informações estão disponíveis no site do banco liderado por Tomás Correia. Na prática, os dois investidores são “accionistas” indirectos da CEMG. Paulo Guilherme é filho do construtor José Guilherme que pagou as comissões a Ricardo Salgado por serviços prestados pelo banqueiro na sua entrada em Angola e que, segundo o Jornal de Negócios, terá oferecido um presente de 14 milhões de euros ao mesmo banqueiro.

As UP do Fundo de Participação Caixa Económica Montepio Geral (CEMG)  foram disponibilizadas aos clientes com a promessa de renderem um juro de pelo menos 5%, o que não se verificou ainda. Em termos de mercado, o mais activo a comprar as UP em causa é o banco do grupo mutualista, o que possibilita ter domínio sobre a cotação dos títulos (que não dão direitos de uma acção cotada). A 6 de Agosto foram transaccionados a 0,80 cêntimos.

Estratégia contestada

Recorde-se que a decisão de criar um fundo para reforçar o capital da CEMG foi alvo de forte contestação por parte de quadros do grupo, pois, pela primeira vez nos 170 anos de história da CEMG, a Associação Mutualista (a cabeça do grupo Montepio Geral) deixou de ser detentora a 100% do capital da CEMG

Como os detentores dos títulos/UP não têm nem direito de participação na vida da CEMG, nem a serem informados sobre os seus actos de gestão, fazem-se representar por um elemento eleito (a cada UP corresponde um voto), sendo ele Paulo Guilherme. 

O grupo liderado por Tomás Correia, que esta segunda-feira à noite foi à TVI garantir que a instituição está sólida, tem estado no centro da polémica que se gerou à voltou do banco comercial do grupo, a CEMG, alvo de várias inspecções por parte do Banco de Portugal. Não só para aferir se os créditos (e a renovação de créditos) aos grandes clientes foram concedidos de forma correcta, mas também para apurar se há “promiscuidade” nos negócios dentro do grupo.

Semanas antes de Carlos Costa ter encomendado uma auditoria independente ao MG, que começou a 25 de Julho (a cargo da Deloitte), Alvaro Dâmaso, ex-presidente da bolsa de valores de Lisboa, deixou a gestão da Caixa Económica, desconhecendo-se se existe alguma relação entre as duas iniciativas.

Negócios de imóveis

Os últimos relatórios e contas do grupo liderado por Tomás Correia, que preside quer à AM, quer à CEMG, dão conta de negócios realizados intra-grupo que geraram controvérsia. Uma das transacções envolveu 96 fracções da carteira de imóveis, movimentados entre a AM (a holding do grupo) e o banco comercial, CEMG, registados em cerca de 40 milhões. Este lote de 96 imóveis incluía 35 fracções, de uma carteira mais vasta de imóveis que transitaram para a Associação Mutualista no quadro da OPA lançada em Novembro de 2010 sobre o Finibanco (a AM pagou 341 milhões pelo Finibanco). Para efeitos da OPA, o Finibanco tinha valorizado os 35 imóveis por 6,4 milhões de euros (mas o seu valor patrimonial era de 3,3 milhões).

Em 2011, a AM cedeu-os (as 35 fracções) à CEMG pelos mesmos 6,4 milhões. A 29 de Junho de 2012, a CEMG revendeu à Associação Mutualista (a cabeça do grupo) as mesmas 96 fracções, por 76,7 milhões de euros (valorização de cerca de 50%), mas cujo valor patrimonial era de 16,6 milhões. A escritura integrava as 35 fracções de prédios herdados do Finibanco que regressaram ao ponto de origem, mas, agora, contabilizados a 10,9 milhões. A AM voltou em 2013  a desvalorizar os seus imóveis entre 25%  a 30%. Toda a informação está  nos relatórios e contas.

Com cerca de 600 mil associados, o Montepio Geral-Associação Mutualista (ao contrário da Caixa Económica que está na alçada do Banco de Portugal) não é fiscalizado por nenhuma entidade financeira. A situação vai mudar quando passara a   ser supervisionada pelo Instituto de Seguros de Portugal, o que exigirá a clarificação entre as várias entidades do grupo, nomeadamente, em termos da afectação dos fundos mutualistas. Parte substancial dos 600 mil mutualistas utiliza os serviços bancários da CEMG, que possui cerca de 1.400.000 clientes.

O montante de poupanças captadas pelos associados (600 mil) do MG-AM ultrapassa os quatro mil milhões de euros. A maior parcela é aplicado no grupo:  1,5 mil milhões de euros na CEMG; 200 milhões de euros nas  participadas; entre 500 a 900 milhões de euros estão em depósitos na CEMG.Há ainda registo de 400 milhões de euros referentes, nomeadamente, a empréstimos obrigacionistas e papel comercial.

Nao sabia que era tanto  , 4 mil milhoes...

Mas toda a gente tem ideia que montepio = poupança  , logo faz sentido.
Em termos de angariação de investimento o Montepio tem qualidade (ou tinha) e atingia sempre os objectivos propostos.

bezanas

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Re:Golpe no Montepio ?
« Responder #43 em: 2014-08-19 21:03:30 »
os meus velhos tem la o bago... what can go wrong?  :'(

deMelo

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Re:Golpe no Montepio ?
« Responder #44 em: 2014-09-04 16:27:59 »
O Eugénio Rosa qualquer dia aparece aí numa valeta...  :-\
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arocha

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Re:Golpe no Montepio ?
« Responder #45 em: 2014-09-04 18:05:46 »
O da CGTP? Porquê...? Coitado do homem.....não faz mal a ninguém...na página dele tem sempre muita informação (atualizada) sobre reformas (SS e CGA)-  chega a disponibilizar uma folha de excel, legislação do trabalho....Consulta obrigatória para quem trabalha por conta de outrém. Ideologias e "partidarite" à parte é útil.

Zenith

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Re:Golpe no Montepio ?
« Responder #46 em: 2014-09-04 18:18:35 »
O da CGTP? Porquê...? Coitado do homem.....não faz mal a ninguém...na página dele tem sempre muita informação (atualizada) sobre reformas (SS e CGA)-  chega a disponibilizar uma folha de excel, legislação do trabalho....Consulta obrigatória para quem trabalha por conta de outrém. Ideologias e "partidarite" à parte é útil.


qual o endereço?
O Alvaro santos Pereira também tinha informação muito completa acerca das estatíscas da economia portuguese (http://desmitos.blogspot.pt/), mas depois de ter entrado para o governo nunca mais actualizou.

deMelo

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Re:Golpe no Montepio ?
« Responder #47 em: 2014-09-05 10:18:42 »
O da CGTP? Porquê...? Coitado do homem.....não faz mal a ninguém...na página dele tem sempre muita informação (atualizada) sobre reformas (SS e CGA)-  chega a disponibilizar uma folha de excel, legislação do trabalho....Consulta obrigatória para quem trabalha por conta de outrém. Ideologias e "partidarite" à parte é útil.

Está a chatear muita gente...
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arocha

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Re:Golpe no Montepio ?
« Responder #48 em: 2014-09-05 13:55:14 »

itg00022289

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Re:Golpe no Montepio ?
« Responder #49 em: 2014-09-09 17:17:11 »
Citar
INFORMAÇÃO AOS ASSOCIADOS DO MONTEPIO
de Eugénio Rosa eleito da Lista C para os órgãos sociais do Montepio
Perante as noticias negativas divulgadas nos órgãos de comunicação social sobre o
Montepio, muitos associados, por email ou mesmo por telefone, pediram-me informações
sobre a situação da Caixa Económica porque estão preocupados pois têm as suas
poupanças no Montepio. Por essa razão e também porque tenho a responsabilidade de
prestar contas a todos que, confiando na Lista C que eu encabeçava, nos elegeram decidi
elaborar este comunicado com o objetivo de informar os associados do Montepio.
Sou membro do Conselho de Supervisão da Caixa Económica – Montepio Geral e estou
impedido, por lei, de divulgar a informação a que tenho acesso neste órgão (ela é
confidencial). Por isso, vou utilizar apenas a informação que consta dos relatórios de
contas de 2010, 2011, 2012 e 2013, assim como das contas do 1º Trimestre e do 1º
Semestre de 2014 da Caixa Económica- Montepio Geral que são publicas e acessíveis a
qualquer outra pessoa (estão disponíveis no “site” do Montepio) que, se for devidamente
analisada e interpretada, permite compreender os problemas atuais que enfrenta a Caixa
Económica- Montepio Geral. A dificuldade é que cada um desses documentos tem entre
400 a 500 páginas, é de difícil leitura, e a informação útil está dispersa e coberta por muita
“palha” e é, por vezes, muito técnica e de difícil interpretação para quem não esteja
familiarizado com ela. Para ajudar os associados a ficar a saber qual é a verdadeira
situação da Caixa Económica elaboramos o quadro 1, com dados importantes das contas
da Caixa Económica. Desta forma cada associada poderá ele próprio tirar as suas próprias
conclusões sobre o que tem sido dito sobre a Caixa Económica e sobre a sua situação.

Quais são as conclusões mais importantes que se podem tirar dos dados das contas, que
são públicas, da Caixa Económica – Montepio Geral que constam deste quadro?

O IMPACTO NEGATIVO DA AQUISIÇÃO DO FINIBANCO PELO MONTEPIO
Em primeiro lugar, para que que o associado consiga interpretar corretamente os dados do
quadro 1 precisa ter presente que o ano de 2011, é o ano da OPA da AM-MG sobre o
Finibanco, portanto o ano de aquisição e da sua integração na Caixa Económica –MG,
aquisição esta que nos opusemos tendo votado contra ela no Conselho Geral da
Associação Mutualista, como na altura demos a conhecer a todos os associados. E é
importante ter presente isso porque essa aquisição teve um impacto negativo grande no
Montepio, ainda maior porque o país estava, e está, mergulhado numa grave crise
económica e social com consequências muitas grandes em todos os bancos
Observando os dados do quadro 1, constata-se que em 2011 (ano da OPA e de incorporação
do FINIBANCO), o credito concedido sem garantias disparou (entre 2010 e 2011, passou de
976 milhões € para 1.625 milhões €, ou seja +66,5%), e as provisões/imparidades para fazer
face a perdas no crédito concedido e em operações financeiras aumentaram de 603
milhões € para 878 milhões € (+45,6%). As consequências da aquisição são também
visíveis a nível de custos e do produto bancário. Segundo os respetivos relatórios e contas,
entre 2010 e 2011, os custos operacionais da Caixa Económica aumentaram de 246
milhões € para 369,1 milhões € (+50%), enquanto a Margem Financeira (diferença entre os
juros recebidos e os juros pagos) subiu apenas de 270,9 milhões € para 318,7 milhões €
(+17,6%), e o Produto da Atividade, ou Produto bancário que corresponde, grosso modo,
ao valor acrescentado bruto da banca, aumentou de 422,3 milhões € para 564 milhões €
(+33,7%). É visível o impacto negativo da aquisição do FINIBANCO nas contas da Caixa
Económica, até porque o FINIBANCO era um banco com um perfil risco muito mais
elevado do que o da Caixa Económica e seria previsível que, com a persistência da atual
crise, o incumprimento disparasse com consequências negativas para o Montepio, como se
está a verificar. Em suma, a aquisição do Finibanco constituiu, a nosso ver, um erro grave
de gestão, não criando valor para o Montepio, mas sim destruindo valor. Foi por estas
razões, que a realidade veio depois confirmar, que votamos contra a sua aquisição.

OS PROBLEMAS DA CAIXA ECONÓMICA NÃO RESULTAM APENAS DO FINIBANCO
No entanto, não pensamos que os problemas atuais da Caixa Económica resultem apenas
da aquisição do Finibanco. A crise atual está a ter também um impacto grande na Caixa
Económica, como sucede com todas as instituições financeiras, o que agrava os problemas
resultantes de uma gestão pouco adequada, e mesmo, a nosso ver, com erros graves. A
prova-lo está, por ex., o disparar do crédito concedido sem garantias, cuja taxa de
incumprimento é muto elevada e, depois, de muito difícil recuperação (reembolso). Como
mostram os dados do quadro, entre 2010 e 2013, aumentou bastante tendo registado em
2012 uma quebra (entre 2011 e 2012, passou de 1625 milhões € para 1.445 milhões €),
para novamente aumentar de uma forma muito rápida. Entre 2010 e 2013, o crédito sem
garantias aumentou de 976 milhões € para 1.995 milhões € (atualmente dever ultrapassar
largamente os 2.000 milhões €). E o risco deste crédito de não ser pago é muito mais
elevado do que o restante crédito. Basta ter presente que, de acordo com o Relatório e
Contas de 2012, dos 902,7 milhões € de imparidades (provisões) 253,3 milhões € (28%),
diziam respeito a imparidades para “crédito sem garantias”, quando este crédito
representava apenas 8,5% do crédito total.

CONTRARIAMENTE AO QUE DIZEM OS BANQUEIROS AS IMPARIDADES SÃO GRAVES
Para disfarçar graves erros de gestão e para criar a ilusão de que a sua gestão está a
enfrentar com êxito a grave crise económica, financeira e social que fez disparar o
incumprimentos e baixar drasticamente o crédito, com consequências muito negativas na
estabilidade do sistema financeiro, os banqueiros afirmam, perante um caso de falência de
um grande cliente, ou do provável não reembolso de crédito concedido, como é o caso do
grupo Espirito Santo, que tal não acarretará consequências para o seu banco, porque esse
crédito já estava provisionado. Num entanto, “esquecem-se” de informar os acionistas, os
associados ou clientes, o que significa criar uma provisão ou que é uma imparidade. Uma
provisão ou uma imparidade é um custo que reduz os lucros (se o banco os tiver) ou
aumenta os prejuízos (no caso de não ter lucros). Afirmar que isso não determina
problemas para o banco porque esse crédito já está provisionado é ou tentar enganar a
opinião pública ou então dão uma ideia de ignorância do que falam.
Foi precisamente pelo facto de ter de criar provisões/ imparidades para prováveis perdas
elevadas de crédito concedido que os prejuízos da Caixa Económica dispararam tendo,
fundamentalmente devido a isso, os prejuízos operacionais de 2012 e 2013 somado 540
milhões de euros (168 milhões € em 20’12 mais 372 milhões € em 2013). E só nesses dois
anos as provisões/imparidades por prováveis perdas de crédito concedido (inclui também
as resultantes de operações financeiras) somaram 629 milhões €, determinando os
elevados prejuízos operacionais que a Caixa Económica – Monteio Geral teve nesses dois
anos. E mesmo em 2014, só no 1º semestre, a Caixa Económica já teve de criar 293
milhões € de provisões/imparidades por perdas prováveis de crédito concedido,
nomeadamente a empresas do grupo Espirito Santo que afetam os resultados do
Montepio, anulando praticamente os elevados ganhos (mais-valias) que a Caixa
Económica obteve no 1º semestre de 2014 (275 milhões € com operações financeiras-ver
contas), nomeadamente resultantes da venda de divida publica portuguesa.
A aquisição do FINIBANCO assim como os elevados prejuízos da Caixa Económica em
2012 e 2013, obrigou a uma elevada recapitalização da Caixa Económica para que os
rácios de capital fossem respeitados. Assim, entre 2010 e 2013, o chamado capital
institucional da Caxa Económica sofreu vários aumentos tendo passado de 800 milhões €
para 1500 milhões €, ou seja, aumentou em 700 milhões €. E este aumento de capital foi
feito pela Associação Mutualista, ou seja, com o dinheiro que os 600.000 associados
entregam a ela. E é esta a realidade que todos os associados devem saber. Para além
deste dinheiro posto na Caixa Económica devido à compra do Finibanco e também por
causa de elevados prejuízos, aqueles que adquiriram unidades de participação de 200
milhões € também contribuíram para a recapitalização da Caixa Económica.

AS MINHAS POUPANÇAS ESTÃO SEGURAS NA ASSOCIAÇÃO MUTUALISTA?
As minhas poupanças estão seguras na Associação Mutualista? – É esta a pergunta que
muitos associados me colocam e que não quero fugir a ela. A Caixa Económica está
umbilicalmente ligada à Associação Mutualista (quase 2/3 das poupanças dos associados
colocadas na Associação Mutualista estão aplicadas na Caixa Económica), e a Caixa Económica
conseguiu até a este momento, e espero que aconteça no futuro (e eu estou empenhado
nisso), resistir aos efeitos negativos que esta grave crise económica, financeira e social
está a ter em todas na instituições financeiras e, consequentemente, também na Caixa
Económica assim como aos erros de gestão cometidos, a meu ver, que referi
anteriormente. Mas para que isso é também necessário uma gestão mais profissional, e
uma fiscalização mais eficaz não só por parte do Banco de Portugal sobre a Caixa
Económica (que se esforça embora com atraso) e pelo Ministério da Solidariedade sobre a
Associação Mutualista (que não faz) mas também pelos órgãos de fiscalização internos da
Caixa Económica, nomeadamente pelo Conselho Geral e de Supervisão. E é importante
que os associados saibam que da Lista C apenas eu estou neste conselho, sendo ele
dominado pelos membros eleitos na lista A do presidente do conselho de administração do
Montepio, que têm a maioria absoluta (dos 11 membros, apenas 3 não pertencem à lista A) que
está sempre com o presidente. Para que os associados possam ter uma ideia da cultura de
autoritarismo do presidente que existe no Montepio basta relatar o seguinte episódio.
Aquando da emissão dos 200 milhões € de unidades de participação, eu fiz uma
informação aos associados que os esclarecia de aquele produto não garantia nem um
rendimento certo (dependia dos lucros da Caixa Económica que têm sido reduzidos) nem estava
garantido o reembolso da totalidade do capital investido (se o associado quiser obter o capital
terá de vender as unidades de participação no mercado secundário e recebe o que for oferecido –
em 17.8.2014 os 200 milhões € valiam 188 milhões € -ver Euronext -
https://europeanequities.nyx.com/pt-pt/products/equities/PTCMHUIM0015-XLIS/quotes#- o valor
varia quase todos os dias). Por ter informado os associados, e após um ataque pessoal a
mim pelo presidente todos aprovaram uma moção em que me ameaçavam com um
processo no tribunal. Foi só quando disse que se avançassem com tal processo iria
defender-me não só em tribunal mas também junto dos associados é que o bom senso
acabou por imperar pois o risco reputacional era grande. Este episódio mostra bem as
dificuldades que enfrento. Embora minoritário não me vergam, como já me ameaçaram, e
vou continuar a lutar para fiscalizar, e pela transparência e segurança das poupanças dos
associados, recorrendo aos supervisores (ex.:BdP) sempre que julgar necessário. Para
levar tal tarefa a bom porto necessito do apoio ativo dos associados, que espero contar.

Saudações mutualistas e um abraço de consideração e amizade para todos
Eugénio Rosa – membro do conselho geral do Montepio, da Assembleia Geral e do
Conselho Geral e de Supervisão da Caixa Económica eleito na Lista C pelos associados.
Peço que enviem a vossa opinião para eugeniorosa@zonmail.pt - 18.8.2014

http://www.eugeniorosa.com/Sites/eugeniorosa.com/Documentos/2014/informacao-mg.pdf

Arkhro

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Re:Golpe no Montepio ?
« Responder #50 em: 2014-11-24 15:36:49 »
Neste momento o Montepio deverá ser o banco com as taxas de D.P. mais altas do mercado (2,5%/ano). Será isto um presente envenenado ou a Instituição encontra-se de saúde financeira e recomenda-se?

Incognitus

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Re:Golpe no Montepio ?
« Responder #51 em: 2014-11-24 16:10:10 »
Neste momento o Montepio deverá ser o banco com as taxas de D.P. mais altas do mercado (2,5%/ano). Será isto um presente envenenado ou a Instituição encontra-se de saúde financeira e recomenda-se?


Pelas acções que o Montepio estava a tomar antes da crise financeira, o mais provável é que NÃO tenha saúde financeira...
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

justin

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Re:Golpe no Montepio ?
« Responder #52 em: 2014-11-24 16:22:10 »
Neste momento o Montepio deverá ser o banco com as taxas de D.P. mais altas do mercado (2,5%/ano). Será isto um presente envenenado ou a Instituição encontra-se de saúde financeira e recomenda-se?


Pelas acções que o Montepio estava a tomar antes da crise financeira, o mais provável é que NÃO tenha saúde financeira...

já há um bom par de anos que não casco em cima do montepio.

cá vai:

eu, que nunca tinha tido incumprimento nenhum nem tive até hoje, felizmente, fui pura e simplesmente mandado para fora do banco como cliente.
ora se para os que cumprem tratam-os assim, imagino o que lá andará dentro  :D

portanto, se o MG estoirar, coisa que já ouvi fulano sicrano e beltrano a dizer que está para breve, não sei se, pelo menos para mim, ficarei muito surpreso com tal evento.
não ligar aos trades que posto. o mais certo é correr mal.

Tranquilo

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Re:Golpe no Montepio ?
« Responder #53 em: 2014-11-24 16:24:35 »
Justin, queres explicar melhor como e porquê foste mandado borda fora?...
A Bolsa ou a Vida !? A Vida porque a Bolsa faz-me falta...

justin

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Re:Golpe no Montepio ?
« Responder #54 em: 2014-11-24 16:27:13 »
Justin, queres explicar melhor como e porquê foste mandado borda fora?...
sim, em termos genéricos, foram os spreads e o agravamento dos mesmos perante a merd@ que eles tinham feito com o crédito à habitação que lá tinha.
cambada de aldrabões, é o que foram.
não ligar aos trades que posto. o mais certo é correr mal.

Tranquilo

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Re:Golpe no Montepio ?
« Responder #55 em: 2014-11-24 16:29:35 »
ok, obrigado.
A Bolsa ou a Vida !? A Vida porque a Bolsa faz-me falta...

D. Antunes

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Re:Golpe no Montepio ?
« Responder #56 em: 2014-11-24 19:00:46 »
Neste momento o Montepio deverá ser o banco com as taxas de D.P. mais altas do mercado (2,5%/ano). Será isto um presente envenenado ou a Instituição encontra-se de saúde financeira e recomenda-se?


Pelas acções que o Montepio estava a tomar antes da crise financeira, o mais provável é que NÃO tenha saúde financeira...


já há um bom par de anos que não casco em cima do montepio.

cá vai:

eu, que nunca tinha tido incumprimento nenhum nem tive até hoje, felizmente, fui pura e simplesmente mandado para fora do banco como cliente.
ora se para os que cumprem tratam-os assim, imagino o que lá andará dentro  :D

portanto, se o MG estoirar, coisa que já ouvi fulano sicrano e beltrano a dizer que está para breve, não sei se, pelo menos para mim, ficarei muito surpreso com tal evento.

Associei-me em finais dos anos 80 e, de início, as rentabilidades dos planos mutualistas eram fantásticas. Tinha uma taxa garantida e melhorias anuais.  Até 2003, tive rentabilidades de 2 dígitos. E, nos primeiros anos, nem pagava imposto. Depois foram descendo as melhorias, mas como tinha rentabilidade garantida (cerca de 4% ao ano), mesmo com baixas melhorias, era razoável.
Nos últimos anos não tenho feito muitas subscrições mas sendo planos a muito longo prazo (a maioria a 15-20 anos) estou agarrado. Eu e familiares próximos temos lá uns 300K aplicados.

Estive a ver as contas da associação mutualista e, apesar da redução nos últimos anos, ainda há uma boa margem de segurança. Agora, convinha que a valorização dos activos estivesse bem auditada e que contivessem a hemorragia para que as rentabilidades melhorassem.
“Price is what you pay. Value is what you get.”
“In the short run the market is a voting machine. In the long run, it’s a weighting machine."
Warren Buffett

“O bom senso é a coisa do mundo mais bem distribuída: todos pensamos tê-lo em tal medida que até os mais difíceis de contentar nas outras coisas não costumam desejar mais bom senso do que aquele que têm."
René Descartes

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Re:Golpe no Montepio ?
« Responder #57 em: 2015-03-27 20:17:26 »
Ija proibiram os colaboradores de aceitar vendas ao melhor de uns títulos de participação que já perdem mais de 20% e onde a taxa é decidida em nas assembleias ....mostra bem à saúde finaceira deles sem contar a porcaria de trabalho que fazem com o que compraram a quando do finibanco :)
Não querem cortar no pessoal, não querem reduzir as agências ....etc ...quando todos os bancos já o fizeram.

Dilath Larath

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Re:Golpe no Montepio ?
« Responder #58 em: 2015-03-27 20:21:40 »
Ija proibiram os colaboradores de aceitar vendas ao melhor de uns títulos de participação que já perdem mais de 20% e onde a taxa é decidida em nas assembleias ....mostra bem à saúde finaceira deles sem contar a porcaria de trabalho que fazem com o que compraram a quando do finibanco :)
Não querem cortar no pessoal, não querem reduzir as agências ....etc ...quando todos os bancos já o fizeram.


mais um escândalo bancário?
o inc costuma dizer que há malandros em todo lado.
neste sector específico, a banca, a pergunta a fazer é: onde é que não há malandros?
há maior expoente e símbolo do sistema capitalista, que a banca?

de quem será a culpa desta vez? dos reformados? dos sindicatos? dos professores primários? dos comunistas/socialistas/colectivistas?

D
« Última modificação: 2015-03-27 20:39:58 por Dilath Larath »
O meu patrão quer ser Califa no lugar do Califa

Pecunia...Olet!

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Re:Golpe no Montepio ?
« Responder #59 em: 2015-03-27 21:19:16 »
Ija proibiram os colaboradores de aceitar vendas ao melhor de uns títulos de participação que já perdem mais de 20% e onde a taxa é decidida em nas assembleias ....mostra bem à saúde finaceira deles sem contar a porcaria de trabalho que fazem com o que compraram a quando do finibanco :)
Não querem cortar no pessoal, não querem reduzir as agências ....etc ...quando todos os bancos já o fizeram.


mais um escândalo bancário?
o inc costuma dizer que há malandros em todo lado.
neste sector específico, a banca, a perfunta a fazer é: onde é que não há malandros?
há maior expoente e símbolo do sistema capitalista, que a banca?

de quem será a culpa desta vez? dos reformados? dos sindicatos? dos professores primários? dos comunistas/socialistas/colectivistas?

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A culpa é do crédito à construção, do crédito à habitação e dos créditos ao GES. E, na opinião do Montepio Geral (MG), também do Banco de Portugal (BdP). Pelo segundo ano consecutivo o MG foi obrigado, pelo BdP, a aumentar as imparidades contra a sua vontade. Ou seja, preparava-se para continuar a fingir que estava tudo bem.

Assim, depois de um resultado líquido negativo de 299 milhões em 2013, acabaram de anunciar um prejuízo de 187 milhões em 2014.

Escusam-se nos "não recorrentes negativos" no valor de -274 milhões (riscos imobiliários, GES (140 milhões) e impostos diferidos), mas nem uma palavra sobre os "não recorrentes positivos": resultados de operações financeiras de 352 milhões de Euros, que são essencialmente mais valias geradas com a venda de dívida pública (A não ser que na opinião deles consigam manter a performance nos próximos anos que a dívida pública teve em 2014? Acho que só se as yields a 10 anos forem para -1%, e nem mesmo nesse caso porque entretanto já venderam parte substancial da carteira). 

Com uma lata monumental dizem que sem os 274 milhões negativos de não recorrentes, o resultado seria positivo de 87 milhões (-187+274). Mas porque não dizem que sem os não recorrentes positivos e negativos, o resultado seria negativo de 265 milhões (-187+274-352)? Mesmo admitindo que conseguiriam 50-100 milhões de resultados de operações financeiras (que seria fantástico se fosse recorrente, mas não é), o resultado ainda seria negativo (entre -215 e -165 milhões).

Ou seja, sem o "subsidio Draghi" reflectido na valorização da carteira de dívida pública, é justo dizer que também o Montepio teria neste momento uma vida muito diferente. Nos últimos dois anos perdeu quase 500 milhões de Euros. Mesmo com os ganhos fantásticos na carteira de dívida pública. Para a dimensão da actividade e do capital do banco é um resultado desastroso.

Agora fica com os rácios de Common tier 1: de 8,5% (phasing in) e 6,98% (full implementation). Não deixam muita margem para erros... Boa sorte, Teixeira dos Santos.