Mais um a aproximar-se do seu valor intrínseco de zero. O que se passou com o BES é óbvio que correspondia a algo profundo com a situação da banca e do país em geral. Os gestores do GES não deviam ser assim tão maus. Simplesmente a aposta no imobiliário como a quase única galinha dos ovos de ouro para os empresários patos bravos no país (bem, na realidade não era só imobiliário, era a tríade imobiliário + autarquias + luvas) tinha que dar o estouro no contexto do euro. O euro é um padrão ouro, para um país do sul da Europa ele é deflacionário. Com uma deflacção a durar muitos anos, muitos projectos que apostam no mercado interno tinham que rebentar, é a forma de perderem valor em média, de desvalorizar, uns rebentam outros ficam, logo a média perde valor, deflaciona. Isto iria acontecer.
Como o cancro é muito sistémico, a banca toda está falida em bloco. CGD inclusive. A CGD sempre deu lucros e agora precisa de 4 biliões para se manter à tona. Portanto, para os bancos (BCP, NB, CGD) não falirem, terão que entrar muitos mais capitais, e talvez serem os privados nacionalizados. Como no Japão. E esse processo poderá arrastar-se por 15 ou 20 anos, não esperem resolução rápida.
Isto implica um disparo da dívida pública e piora das yields dela, e nova baixa de rating em perspectiva. A nossa esperança é termos um novo resgate (para isso é preciso que os outros queiram resgatar-nos).