Além disso, publiquei vários outros papers em co-autoria, sendo eu autor "do meio". O mais importante destes foi este paper na Science, em 2014.
https://science.sciencemag.org/content/346/6205/56Mas aqui a maior parte do trabalho foi do Nuno Faria e do Philippe Lemey. Eu dei um contributo mais limitado.
Todos os artigos que eu menciono aqui podem ser lidos online, uma vez que estão em regime de Open Access. É fácil também obter versões em PDF e gravar.
Em todos estes artigos e em muitos mais publicados sobre a origem do HIV, admite-se que a
bushmeat foi o factor que permitiu a transmissão entre espécies (
cross species transmission, CST). Mas há uma imensa maioria de CSTs que dão origem a vírus pouco adaptados. Os processos que lhes permitem adaptar-se, aí é que está a diferença entre teorias. Sobre a minha já disse lá acima o que é que proponho, mas há outras. Por exemplo, as injecções dadas com seringas não esterilizadas (
unsafe injections ou
unsterile injections) podem também ter contribuído para a
transmissão serial e adaptação (e há bastantes papers sobre essa hipótese).
Só muito poucos acreditam que a transmissão inicial não veio da bushmeat. Um dos mais destacados é o Edward Hooper que vem defendendo desde há 20 anos que a origem é
iatrogénica (causada pela actividade médica), nomeadamente por vacinas contra a poliomielite feitas nos anos 50 que, de acordo com ele, estariam contaminadas em laboratório por terem contactado tecidos de chimpanzé. Aqui está o link para o site do Hooper:
http://www.aidsorigins.com/Esta teoria do Hooper (que tem antecessores) está convincentemente refutada.