A EFACEC não é actualmente uma empresa rentável?
A rentabilidade ou falta dela não é relevante para o que se pretende discutir, vivemos num mercado livre, e eu sou contra as muletas do Estado para amparo de mancos (TAP e EDP).
O emaranhado jurídico no qual o Estado Português se acaba de envolver com a nacionalização da EFACEC vai dar pano para mangas, e vai necessariamente acarretar consequências desastrosas num futuro não muito longínquo.
Mais uma vez se procurou a todo o custo preservar empregos, mas sabemos que parte destes vão desaparecer quando a empresa voltar para a esfera privada (fruto de restruturação).
Quem esfrega as mãos de contentamento e alegria são os trabalhadores da EFACEC, que passam para a esfera pública (é um sonho antigo, não é de agora), e passam a ter os seus salários garantidos no final do mês.
Mais uma vez a nossa Banca é carregada ao colo, e vê a sua exposição à EFACEC coberta com o crivo do Estado (sem risco).
O que questiono mais uma vez, é o critério de elegibilidade para estas ajudas estatais.
Porque é que se está a ajudar a EFACEC, quando se assiste neste País ao encerramento de inúmeros negócios ligados ao Turismo e à Restauração, mas que fruto do COVID-19 acabaram por se tornar inviáveis.
Bem sei que me podem sempre dizer que os negócios ligados a estas indústrias são elegíveis para ajudas no quadro do regime de Layoff especial criado para o efeito pelo Estado (e recorreram tal como a TAP e a EFACEC), mas vão desaparecer, ao contrário da TAP e EFACEC, as quais sobrevivem porque se tornaram públicos.
Pergunto:
Porque é que o Estado se vê na obrigação de se substituir à responsabilidade dos privados tanto na EFACEC como na TAP?
Será legítima a utilização de dinheiros públicos para salvar interesses privados?
Estaremos perante um quadro de manifesta discriminação empresarial/sectorial?
Evidentemente que me oponho às intervenções do Estado tanto na TAP como na EFACEC, entendo que as mesmas são desnecessárias e manifestamente discriminatórias.
P.S.
Felizmente já há um tópico aberto para o Montepio.
É o próximo.