Situação no norte deve-se à "quantidade de casos iniciais"
Questionada sobre os casos da região Norte do país, Graça Freitas explicou que a dinâmica de uma doença infecciosa tem que ver com a “quantidade de casos iniciais”. “Foi na região Norte que houve uma grande concentração de casos importados. Foi uma coincidência”, afirmou, referindo-se aos empresários da região norte que viajaram até à Lombardia, na Itália. “Houve muitas cadeias de transmissão secundária” e por aí fora, continuou. “As coisas expandem-se muito mais rapidamente, por mais medidas de contenção que sejam contempladas. O que poderá explicar esta situação foi a forma como se iniciaram cadeias de transmissão e os focos de transmissão comunitários.”
Graça Freitas assegurou ainda que as medidas que são tomadas no Porto ou “em qualquer outro local” são competência da avaliação local, isto é, das autoridades sanitárias juntamente com as autarquias. Essas medidas são depois transmitidas à DGS e à tutela da Saúde e da Administração Interna.
Não, não foi uma coincidência. É no norte que está grande parte do tecido industrial português e é em Março, e não só, que há muitas feiras em Itália. E este desconhecimento do mundo real por parte de uma FP, que pelos vistos pouco mais sabe fazer do que enviar e receber papel, é preocupante, tanto mais que deverá ser a DGS a monitorizar futuros surtos quando isto reabrir. Não conhecer patavina das relações económicas das indústrias exportadoras não augura nada de bom porque nunca vão conseguir pensar em causa - efeito (ou acharão que é coincidência, como agora).
Tens razão. Sustentamos os médicos de saúde publica que em situações normais fazem quase nada, e quando são mesmo precisos são apanhados a dormir. Tenho a opinião que se podia ter feito mais na fase de contenção, ou até mesmo na fase anterior, que era desaconselhar as idas às feiras em Itália em março e suspender as ligações aéreas.
Outra coisa que não é correcta é mandar para casa diagnosticados com COVID. Pelo menos nas vilas do interior, onde há poucos casos, devia ser mandatória a institucionalização. Ir para casa partilhada com a restante família é um erro crasso.
Por exemplo em Macau, que podem fazer isso por terem cerca de 600 mil habitantes, ninguém diagnosticado vai para casa. Além disso, é avaliada a temperatura a todos que entram num espaço público fechado, sendo encaminhado para teste à COVID quem tiver acima de 37,3 ºC, e é obrigatório usar máscara para entrar. Cada cidadão tem direito a levantar 10 máscaras por semana na farmácia mais próxima. Com a medida simples de avaliar a temperatura corporal diagnosticaram 40% dos casos.