Isto do estado de emergência parece-me que é mais o Marcelo a lavar as mãos do que outra coisa.
O governo, se quisesse, já podia ter fechado tudo, excepto lojas e comida e farmácias, sem ser necessário estado de emergência. Só isto já seria suficiente para reduzir ao mínimo os contactos sociais. Se os parques, jardins, cafés, restaurantes, tascas, centros comerciais ou sociedades recreativas estivessem fechados, se proibissem o ajuntamento de mais de X pessoas, para quê é que as pessoas iam sair de casa ? Não iam encontrar ninguém (que é a razão para o fazerem no dia-a-dia).
Ou seja, continuavam com liberdade, mas na prática não lhes servia de grande coisa. Não se eliminava tudo, claro, mas reduzia-se substancialmente os contactos entre pessoas.
O estado de emergência é proposto pelo Marcelo, o governo dá o parecer, é votado pela AR e, caso aprovado, é executado pelo governo.
Isto é o rato do Marcelo - que sabe que o governo pode fazer muita coisa mesmo sem estado de emergência - a passar já a batata quente ao Costa e à AR para que estes não se desculpem com coisa alguma. Se algo correr mal o Marcelo não quer ter nada a ver com o assunto e pode dizer que o Costa teve todos os meios legais à sua disposição.