Aqui vai uma teoria sobre o que vai acontecer ao mercado de acções na era de taxas de juro nulas.
Fica atractivo investir em acções. No entanto, se houver prolongamento do bull por muito mais tempo, digamos, muitos anos, então os rendimentos das acções terão superado os dos bancos e obrigações durante tempo demais. Como a actividade económica não vai subir assim tanto, pelo contrário, os crescimentos do PIB estão baixos, como justificar muito grandes subidas das acções? Além disso não faz muito sentido uma categoria de activos superar todos os outros assim por tanto tempo sem sobressaltos.
Logo, não haverá bull forte e muito prolongado.
Mas também, com os dividend yields actuais, mesmo que baixos, mesmo que só 3% ou mesmo 2.5%, isso é bem melhor do que taxas zero, logo as acções também não poderão descer muito e muito prolongadamente, senão os seus yields tornam-se super atractivos.
Então será que as acções ficarão flat nos valores actuais, a render 2-3%, e assim a terem bom termo de comparação com os yields dos outros activos? Não, isso é demasiado estático. O mercado de acções não pode ficar flat muito tempo.
Então parece-me que só há uma solução matemática. As acções ficarão aproximadamente nestes valores, mas terão fortes oscilações para cima e para baixo. Terão mini-crashes, crashes, mini-booms e booms mas sem saírem dos valores médios em que os seus yields são uns 2-3%. Mas não poderão ter bull nem bear prolongados.
Ficarão numa onda oscilante em torno de um patamar médio.