Obrigado, Thunder.
A minha filha também lhe faz impressão
esta minha resistência. É verdade,
a língua, a linguagem, a escrita
mudam no tempo.
Mas tem de conservar-se alguma consistência
sistémica. Não é totalmente indiferente
a etimologia das palavras, das ideias,
dos conceitos. No grego e no latim,
vive-se etimologicamente
a história. É muito
interessante.
Depois, nós somos europeus.
O Inglês não é a língua mais universal
o 'latim' contemporâneo das pessoas
cultas e informadas? Já viste como
se pode ser elegante em francês
e vivo em italiano?
Ouve o russo. Não é uma língua suave?
Olha, a nossa é, ao ouvido, semelhante!
Ortografia sem consoantes, puros sons vogais.
Como a 'porcaria' do inglês mascavado americano,
ou ing-ang-ong dos chineses. Um horror!
As próprias melopeias delicodoces
dos brasileiros já nem suporto!
Até o espanhol escrito me dá gosto,
por abundar de consoantes dobradas! -:)
[Em estudante, não suportava a escrita
em manuais de mexicanos ou argentinos!
Aqui há uns anos li um livro de História
em espanhol, adorei! -:)]
Depois, há uma coisa!
Pensar não é olhar e ler
um écran de computador.
Nem pouco mais ou menos.
Não é nada disso.
Nem é ver um filme,
um You Tube ou a
televisão. É sim,
mergulhar numa linguagem,
habitar num livro, num texto,
num mundo. E nós fazemo-lo
quer com a linguagem oral,
quer, importante, na palavra
escrita, sua história, seu mundo!
Não nos afastemos da Europa,
do Inglês tão cheio de latim,
a nossa língua é novi-latina,
os falantes português
que se revejam
na nossa
escrita
sem a piroseira
dos seus plebeísmos
regionais e parolos.