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Autor Tópico: A perseguição ao homem branco  (Lida 101577 vezes)

Kin2010

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Re: A perseguição ao homem branco
« Responder #1140 em: 2017-10-11 00:23:08 »
bom, a mim parece-me que o kin2010 tem dificuldades em pensar em termos probabilisticos e isso esta na base de muitas das confusoes que ele tem feito com a hereditabilidade

Podias-me lembrar quais foram essas confusões? É que eu não me lembro de nenhuma.

Só para lembrar, as coisas que eu disse foram:

1) O QI é herdável, isso ninguém discute.

2) Também a heritabilidade aumenta com a idade, é bem conhecido.

3) Essa heritabilidade + o facto de 2 grupos terem diferentes médias num trait (por ex, QI), não implica que as diferenças entre os 2 grupos sejam genéticas; não só podem ser massivamente grandes e 100% ambientais, como essa situação não é rebuscada, em vez disso é muito comum na vida real (exemplo do Lewontin das 2 plantações, que eu citei aqui). Isto é um ponto muito importante, e faço questão de o reafirmar. Posso voltar a desenvolver, se necessário.

4) Apesar do ponto 3), mesmo assim se se observar uma diferença de médias, parte da diferença pode ser genética. O ponto 3) não nega isso, apenas diz que também pode não o ser, e que a possibilidade de não serem não é estranha e rebuscada, em vez disso é algo muito natural.

5) Devido a 4) eu estou aberto à possibilidade de que, por ex, a diferença de médias de QIs entre grupos seja parcialmente genética. Repito: estou aberto a essa possibilidade, acho-a plausível. No entanto é bom notar que todos os dados de médias que se conhecem não o provam em nada; podemos estar numa situação como em 3). Certos especialistas como Turkheimer et al dizem que isso é o mais provável, mas consideram todas as hipóteses. Outros como o Nisbett dizem que há forte evidência de que as diferenças são (quase) só ambientais.

Agora, antes de mais, diz-me: dadas as minhas afirmações acima, tu lembras-te bem que foram essas que eu fiz? Ou já não te lembras bem? Quero que fiques com uma ideia correcta do que eu digo.

Depois lembra-me onde é que estão então as minhas confusões. Mas não estou a dizer que eu não tenha cometido erros neste tópico. Estou mesmo disposto a reconhecê-los se isso aconteceu.




« Última modificação: 2017-10-11 00:26:10 por Kin2010 »

Zel

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Re: A perseguição ao homem branco
« Responder #1141 em: 2017-10-11 00:44:41 »
por exemplo esta tua frase para mim nao faz sentido, parece-me que nao compreendes bem as probabilidades envolvidas na hereditabilidade

"A heritabilidade do QI deve ser mais do tipo broad sense do que narrow sense: ou seja, depende de combinações de genes, e de homozigotia, que são características que não se transmitem de pais para filhos . É genético e não ambiental, e por isso é que os estudos de gémeos mostram essa influência genética, mas a maioria dos factores genéticos não se repetem, não são transmitidos -- isso não abona em favor das teses raciais, porque as diferenças racias são, essas sim, transmissíveis."


Kin2010

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Re: A perseguição ao homem branco
« Responder #1142 em: 2017-10-11 00:59:51 »
por exemplo esta tua frase para mim nao faz sentido, parece-me que nao compreendes bem as probabilidades envolvidas na hereditabilidade

"A heritabilidade do QI deve ser mais do tipo broad sense do que narrow sense: ou seja, depende de combinações de genes, e de homozigotia, que são características que não se transmitem de pais para filhos . É genético e não ambiental, e por isso é que os estudos de gémeos mostram essa influência genética, mas a maioria dos factores genéticos não se repetem, não são transmitidos -- isso não abona em favor das teses raciais, porque as diferenças racias são, essas sim, transmissíveis."

Lê o artigo da Nature que eu anexo, o último parágrafo. Eles revêm o Murray & Herrnstein (The Bell Curve). Estes últimos dizem que a heritabilidade do QI é 0.6 a 0.8. Mas os autores deste artigo dizem que é menor: segundo os seus cálculos a braod sense é 0.48 e a narrow sense é 0.34. Depois dizem o que eu já sabia, que é a narrow sense que é relevante para argumentos evolutivos. A selecção natural só actua sobre a additive genetic variance.

Isto, todavia, não tem grande interesse, porque mesmo sendo a heritabilidade narrow sense de 0.34, esse valor não é pequeno. Não seria por aí que deixaria de haver selecção a favor do QI. Por isso esta discussão sobre narrow sense e broad sense não é muito relevante para as grandes questões. Fui eu que trouxe esse tema para aqui sim, mas agora vejo que ele não ajuda muito à discussão geral do tópico.


Zel

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Re: A perseguição ao homem branco
« Responder #1143 em: 2017-10-11 01:20:08 »
por exemplo esta tua frase para mim nao faz sentido, parece-me que nao compreendes bem as probabilidades envolvidas na hereditabilidade

"A heritabilidade do QI deve ser mais do tipo broad sense do que narrow sense: ou seja, depende de combinações de genes, e de homozigotia, que são características que não se transmitem de pais para filhos . É genético e não ambiental, e por isso é que os estudos de gémeos mostram essa influência genética, mas a maioria dos factores genéticos não se repetem, não são transmitidos -- isso não abona em favor das teses raciais, porque as diferenças racias são, essas sim, transmissíveis."

Lê o artigo da Nature que eu anexo, o último parágrafo. Eles revêm o Murray & Herrnstein (The Bell Curve). Estes últimos dizem que a heritabilidade do QI é 0.6 a 0.8. Mas os autores deste artigo dizem que é menor: segundo os seus cálculos a braod sense é 0.48 e a narrow sense é 0.34. Depois dizem o que eu já sabia, que é a narrow sense que é relevante para argumentos evolutivos. A selecção natural só actua sobre a additive genetic variance.

Isto, todavia, não tem grande interesse, porque mesmo sendo a heritabilidade narrow sense de 0.34, esse valor não é pequeno. Não seria por aí que deixaria de haver selecção a favor do QI. Por isso esta discussão sobre narrow sense e broad sense não é muito relevante para as grandes questões. Fui eu que trouxe esse tema para aqui sim, mas agora vejo que ele não ajuda muito à discussão geral do tópico.

argumentos evolutivos parece ser outro assunto.
nao falo disso mas sim disto "depende de combinações de genes, e de homozigotia, que são características que não se transmitem de pais para filhos"
nao se transmitem como? nao aumenta a probabilidade? eh zero e nao passa nada? eh aleatorio?
« Última modificação: 2017-10-11 01:27:00 por Camarada Neo-Liberal »

Zel

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Re: A perseguição ao homem branco
« Responder #1144 em: 2017-10-11 01:28:29 »
a mesma coisa para esta frase "maioria dos factores genéticos não se repetem, não são transmitidos -- isso não abona em favor das teses raciais, porque as diferenças racias são, essas sim, transmissíveis."

nao sao transmitidos? como assim? nao estaras a confundir argumentos evolutivos com hereditabilidade? uma diferente distribuicao de alelos nao eh transmitida entre geracoes, recessivos ou nao?
nao percebo se percebo o que queres dizer
« Última modificação: 2017-10-11 01:37:52 por Camarada Neo-Liberal »

Kin2010

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Re: A perseguição ao homem branco
« Responder #1145 em: 2017-10-11 01:48:18 »
a mesma coisa para esta frase "maioria dos factores genéticos não se repetem, não são transmitidos -- isso não abona em favor das teses raciais, porque as diferenças racias são, essas sim, transmissíveis."

nao sao transmitidos? como assim? nao estaras a confundir argumentos evolutivos com hereditabilidade?

As combinações entre genes não são transmitidas. Quando eu disse "a maioria" estava a pensar que a heritabilidade narrow sense (h2) era bastante menor do que a broad sense(H2). Agora vejo que o Devlin estima-as em 0.34 e 0.48, por isso não é bem assim. A minha expressão "a maioria" aplica-se se se comparar esta estimativa de 0.34 para a narrow com a estimativa do Murray et al de 0.8 para a broad, aí já se pode dizer que a narrow é uma minoria da broad.

narrow sense herit   h2 = Va / Vt
broad sense herit     H2 = Vg / Vt

Va- var genética aditiva
Vg - var genética total
Vt - var fenotípica total, genética ou não

A selecção natural trabalha com a Va.

Se os estudos de heritabilidade medirem sobretudo a H2 (broad), e parece ser esse o caso, pois usam estudos de gémeos, etc, uma parte dessa heritabilidade corresponde a variância genética não-aditiva, e logo que não é relevante para a selecção.





. Mas o ponto é que a parcela da heritabilidade que só contribui para a broad e não para a narrow é devida a variância genética não aditiva, e logo que não se transmite de geração em geração

Zel

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Re: A perseguição ao homem branco
« Responder #1146 em: 2017-10-11 02:02:14 »
a mesma coisa para esta frase "maioria dos factores genéticos não se repetem, não são transmitidos -- isso não abona em favor das teses raciais, porque as diferenças racias são, essas sim, transmissíveis."

nao sao transmitidos? como assim? nao estaras a confundir argumentos evolutivos com hereditabilidade?

As combinações entre genes não são transmitidas. Quando eu disse "a maioria" estava a pensar que a heritabilidade narrow sense (h2) era bastante menor do que a broad sense(H2). Agora vejo que o Devlin estima-as em 0.34 e 0.48, por isso não é bem assim. A minha expressão "a maioria" aplica-se se se comparar esta estimativa de 0.34 para a narrow com a estimativa do Murray et al de 0.8 para a broad, aí já se pode dizer que a narrow é uma minoria da broad.

narrow sense herit   h2 = Va / Vt
broad sense herit     H2 = Vg / Vt

Va- var genética aditiva
Vg - var genética total
Vt - var fenotípica total, genética ou não

A selecção natural trabalha com a Va.

Se os estudos de heritabilidade medirem sobretudo a H2 (broad), e parece ser esse o caso, pois usam estudos de gémeos, etc, uma parte dessa heritabilidade corresponde a variância genética não-aditiva, e logo que não é relevante para a selecção.





. Mas o ponto é que a parcela da heritabilidade que só contribui para a broad e não para a narrow é devida a variância genética não aditiva, e logo que não se transmite de geração em geração

a combinacao de genes tem uma determinada probabilidade que numa populacao como um todo eh transmitida (falamos de racas, certo)
como eh que isto destroi argumentos raciais como afirmaste?
« Última modificação: 2017-10-11 02:09:57 por Camarada Neo-Liberal »

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Re: A perseguição ao homem branco
« Responder #1147 em: 2017-10-11 02:05:05 »
sobre os alelos e as racas, a diversidade genetica eh maior em africa e diminui com a distancia em relacao a africa oriental
« Última modificação: 2017-10-11 02:08:44 por Camarada Neo-Liberal »

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Re: A perseguição ao homem branco
« Responder #1148 em: 2017-10-11 02:15:10 »
kin2010, se puderes responde tb a isto (pergunta ja feita para tras):
---------
"nao falo disso mas sim disto "depende de combinações de genes, e de homozigotia, que são características que não se transmitem de pais para filhos"
nao se transmitem como? nao aumenta a probabilidade? eh zero e nao passa nada? eh aleatorio?"

Kin2010

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Re: A perseguição ao homem branco
« Responder #1149 em: 2017-10-11 02:21:53 »
As combinações entre genes não são transmitidas. Quando eu disse "a maioria" estava a pensar que a heritabilidade narrow sense (h2) era bastante menor do que a broad sense(H2). Agora vejo que o Devlin estima-as em 0.34 e 0.48, por isso não é bem assim. A minha expressão "a maioria" aplica-se se se comparar esta estimativa de 0.34 para a narrow com a estimativa do Murray et al de 0.8 para a broad, aí já se pode dizer que a narrow é uma minoria da broad.

narrow sense herit   h2 = Va / Vt
broad sense herit     H2 = Vg / Vt

Va- var genética aditiva
Vg - var genética total
Vt - var fenotípica total, genética ou não

A selecção natural trabalha com a Va.

Se os estudos de heritabilidade medirem sobretudo a H2 (broad), e parece ser esse o caso, pois usam estudos de gémeos, etc, uma parte dessa heritabilidade corresponde a variância genética não-aditiva, e logo que não é relevante para a selecção.

. Mas o ponto é que a parcela da heritabilidade que só contribui para a broad e não para a narrow é devida a variância genética não aditiva, e logo que não se transmite de geração em geração

a combinacao de genes tem uma determinada probabilidade que numa populacao como um todo eh transmitida (falamos de racas, certo)
como eh que isto destroi argumentos raciais como afirmaste?

Eu não disse que destrói, vê acima. Eu disse "não abona". Eu também acho plausível que as diferenças raciais sejam parcialmente de causa genética. Mas acho mais provável que as causas sejam na sua grande maioria ambientais. O efeito Flynn, por ex, é isso que sugere.




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Re: A perseguição ao homem branco
« Responder #1150 em: 2017-10-11 02:25:03 »
As combinações entre genes não são transmitidas. Quando eu disse "a maioria" estava a pensar que a heritabilidade narrow sense (h2) era bastante menor do que a broad sense(H2). Agora vejo que o Devlin estima-as em 0.34 e 0.48, por isso não é bem assim. A minha expressão "a maioria" aplica-se se se comparar esta estimativa de 0.34 para a narrow com a estimativa do Murray et al de 0.8 para a broad, aí já se pode dizer que a narrow é uma minoria da broad.

narrow sense herit   h2 = Va / Vt
broad sense herit     H2 = Vg / Vt

Va- var genética aditiva
Vg - var genética total
Vt - var fenotípica total, genética ou não

A selecção natural trabalha com a Va.

Se os estudos de heritabilidade medirem sobretudo a H2 (broad), e parece ser esse o caso, pois usam estudos de gémeos, etc, uma parte dessa heritabilidade corresponde a variância genética não-aditiva, e logo que não é relevante para a selecção.

. Mas o ponto é que a parcela da heritabilidade que só contribui para a broad e não para a narrow é devida a variância genética não aditiva, e logo que não se transmite de geração em geração

a combinacao de genes tem uma determinada probabilidade que numa populacao como um todo eh transmitida (falamos de racas, certo)
como eh que isto destroi argumentos raciais como afirmaste?

Eu não disse que destrói, vê acima. Eu disse "não abona". Eu também acho plausível que as diferenças raciais sejam parcialmente de causa genética. Mas acho mais provável que as causas sejam na sua grande maioria ambientais. O efeito Flynn, por ex, é isso que sugere.

nao abona como? qual eh a razao especificamente

Kin2010

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Re: A perseguição ao homem branco
« Responder #1151 em: 2017-10-11 02:30:52 »
kin2010, se puderes responde tb a isto (pergunta ja feita para tras):
---------
"nao falo disso mas sim disto "depende de combinações de genes, e de homozigotia, que são características que não se transmitem de pais para filhos"
nao se transmitem como? nao aumenta a probabilidade? eh zero e nao passa nada? eh aleatorio?"

Sobre a questão dos homozigotos já foi muito falado lá para trás. Se tiveres um indivíduo AA, é verdade que o filho pode ser AA (será de certeza se a parceira for também AA, e terá 50% de chances se ela for Aa). Mas se o gene A tiver uma frequência baixa na população, então um AA estará casado muitas vezes com uma aa, e às vezes com uma Aa, e por isso, no cômputo geral, a probabilidade de o filho ser AA é pequena. Obviamente isto desdobra-se em imensas situações, dependentes das frequências. Está certo eu dizer que *em geral* o evento de 2 As se juntarem no mesmo indivíduo (homozigotia) não é coisa que passe aos filhos. Pode passar a alguns mas depois também teria de novo pequena probabilidade de passar aos netos e por aí adiante.

Quanto às combinações de genes, pensa em 3 loci, A, B, C. Um certo indivíduo é Aa, Bb e Cc. Vamos supor que os 3 genes A, B, C (mas não a, b, c) têm uma interacção de forma que há um trait fenotípico que depende de o indivíduo ter os 3, A, B e C. Nesse caso o indivíduo tem o trait mas a grande maioria dos filhos não tem. Por ex, só 1/2 dos filhos herda A e idem para B e para C, e logo só 1/8 dos filhos herda os 3 juntos. Ou seja, as combinações de genes não são herdáveis.

Kin2010

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Re: A perseguição ao homem branco
« Responder #1152 em: 2017-10-11 02:42:56 »

Eu não disse que destrói, vê acima. Eu disse "não abona". Eu também acho plausível que as diferenças raciais sejam parcialmente de causa genética. Mas acho mais provável que as causas sejam na sua grande maioria ambientais. O efeito Flynn, por ex, é isso que sugere.

nao abona como? qual eh a razao especificamente

Se a variação genética aditiva no QI (a única que pôde estar sujeita à selecção natural nas últimas dezenas de milhares de anos) é menor do que o valor que o é sugerido pelas medições de heritabilidade (broad) dos Murray et al, isso significa que a selecção teve menos capacidade para agir no QI do que se essa variação genética aditiva fosse maior e correspondesse à alta estimativa de heritabilidade de 0.8 (ou seja se esta última fosse narrow e não broad). Como os argumentos em geral são que a selecção a actuar em continentes diferentes é que causou as diferenças, é por isso que eu disse que "não abona". Mas é só uma questão de grau.


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Re: A perseguição ao homem branco
« Responder #1153 em: 2017-10-11 02:49:18 »
sobre os alelos e as racas, a diversidade genetica eh maior em africa e diminui com a distancia em relacao a africa oriental

Sim, isso é conhecido. Agora o que vou dizer foi inspirado pelo mapa, mas não vem directamente desses dados que estão no mapa. Olhando para as raças e para o mapa, vês humanos com pouca cultura e poucos conhecimentos, e iletrados, um pouco espalhados pelos continentes todos. E medições de QI neles dão valores muito baixos. Só que isto não se aplica a uma raça em especial, mas sim a todas: africanos, aborígenes australianos, ameríndios, esquimós (e também brancos de há poucas décadas atrás). Todas estas "raças" têm histórias evolutivas em lugares completamente diferentes, umas no frio e outras no calor. Tenho uma ideia de que li que o QI médio dos esquimós era muito baixo (terei que checar isto, posso não me lembrar bem). Então o que está a contar mais, é a raça, é o calor ou o frio, ou é a literacia e cultura?


Zel

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Re: A perseguição ao homem branco
« Responder #1154 em: 2017-10-11 10:01:21 »
kin2010, se puderes responde tb a isto (pergunta ja feita para tras):
---------
"nao falo disso mas sim disto "depende de combinações de genes, e de homozigotia, que são características que não se transmitem de pais para filhos"
nao se transmitem como? nao aumenta a probabilidade? eh zero e nao passa nada? eh aleatorio?"

Sobre a questão dos homozigotos já foi muito falado lá para trás. Se tiveres um indivíduo AA, é verdade que o filho pode ser AA (será de certeza se a parceira for também AA, e terá 50% de chances se ela for Aa). Mas se o gene A tiver uma frequência baixa na população, então um AA estará casado muitas vezes com uma aa, e às vezes com uma Aa, e por isso, no cômputo geral, a probabilidade de o filho ser AA é pequena. Obviamente isto desdobra-se em imensas situações, dependentes das frequências. Está certo eu dizer que *em geral* o evento de 2 As se juntarem no mesmo indivíduo (homozigotia) não é coisa que passe aos filhos. Pode passar a alguns mas depois também teria de novo pequena probabilidade de passar aos netos e por aí adiante.

Quanto às combinações de genes, pensa em 3 loci, A, B, C. Um certo indivíduo é Aa, Bb e Cc. Vamos supor que os 3 genes A, B, C (mas não a, b, c) têm uma interacção de forma que há um trait fenotípico que depende de o indivíduo ter os 3, A, B e C. Nesse caso o indivíduo tem o trait mas a grande maioria dos filhos não tem. Por ex, só 1/2 dos filhos herda A e idem para B e para C, e logo só 1/8 dos filhos her

da os 3 juntos. Ou seja, as combinações de genes não são herdáveis.

nao esta certo dizeres que nao ha transmissao, ela existe. e devido a variabilidade genetica baixa ate pode ser muito importante. os escandinavos nao transmitem os olhos azuis?
la esta, eh a tal cena das probabilidades que tu pareces nao entender

se a vantagem for grande um gene recessivo pode ter grande impacto na cauda da populacao, o mesmo para uma combinacao

mas os resultados de QI com mulatos parecem confirmar que a inteligencia media eh afectada pouco por esses factores
senao os mulatos estariam super proximos dos negros mas estao mais ou menos na media
« Última modificação: 2017-10-11 10:55:28 por Camarada Neo-Liberal »

Zel

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Re: A perseguição ao homem branco
« Responder #1155 em: 2017-10-11 10:10:50 »
sobre os alelos e as racas, a diversidade genetica eh maior em africa e diminui com a distancia em relacao a africa oriental

Sim, isso é conhecido. Agora o que vou dizer foi inspirado pelo mapa, mas não vem directamente desses dados que estão no mapa. Olhando para as raças e para o mapa, vês humanos com pouca cultura e poucos conhecimentos, e iletrados, um pouco espalhados pelos continentes todos. E medições de QI neles dão valores muito baixos. Só que isto não se aplica a uma raça em especial, mas sim a todas: africanos, aborígenes australianos, ameríndios, esquimós (e também brancos de há poucas décadas atrás). Todas estas "raças" têm histórias evolutivas em lugares completamente diferentes, umas no frio e outras no calor. Tenho uma ideia de que li que o QI médio dos esquimós era muito baixo (terei que checar isto, posso não me lembrar bem). Então o que está a contar mais, é a raça, é o calor ou o frio, ou é a literacia e cultura?

ha de haver um elemento de aleatoriadade. nao eh so ir para o frio e ficar inteligente. o QI dos esquimos anda nos 91, maior do que os africanos mais inteligentes (nigeria, 84)

mas tem caracteristicas engracadas

From Race Differences in Intelligence by Richard Lynn

The Inuit have an unusually strong visual memory ability that is not measured in standard intelligence tests. This was shown by Kleinfeld (1971) in a study of the visual memory of 125 Inuit village children in Alaska aged 9–16 compared with 501 white children in Anchorage and Fairbanks, the two principal towns in Alaska. The test consisted of the presentation of drawings for a brief period of time, after which the children were given the task of drawing them from memory. The Inuit children obtained a mean IQ of 106 in relation to a white mean of 100. Kleinfeld (p. 133) observes that this test result is consistent with the observations of travelers who have accompanied Inuit on long hunting expeditions. She writes that "Caucasians who have traveled with Inuit frequently remark on their extraordinary ability to travel through what seems to be a featureless terrain by closely observing the smallest land-marks and memorizing their spatial locations."

The strong visual memory of Inuit may explain why they are relatively good at spelling. In Vernon's (1969) study he found that Inuit 10-year-olds had a spelling IQ of 95, considerably higher than their verbal IQ of 80, of which spelling is generally considered a component (Carroll, 1993). Good visual memory helps spelling because it makes it possible to recall the shapes of words. This is probably why females are much better at spelling than males (Lynn, 1992): they have better visual memories (Halpern, 2000; Kimura, 2002).

It is likely that the strong visual memory of Inuit has a genetic basis. It has been found by Osborne and Gregor (1966) that visual memory has a high heritability. Even 9-year-old Inuit children had significantly better visual memory than Europeans, and it seems unlikely that children of this young age would have acquired this strong ability through training, even if this is possible. The most probable explanation for the strong visual memory of Inuit children is that this ability developed genetically through natural selection because of the need for Arctic Peoples to remember fine details of the landscape in order to find their way home after going out on long hunting expeditions. The landscape of the frozen tundra provides few distinctive cues, so hunters would need to note and remember such few features as do exist. The strong visual memory of the Inuit is also present in the East Asians (IQ 107) (Chapter 10, Section 7) and Native Americans, for whom Lombardi (1970) found an IQ of 104, very close to the IQ of 106 found by Kleinfeld for Inuit. Possibly the ancestral population of northeast Asia evolved strong visual memory before they diverged into the East Asians, Native Americans, and Arctic Peoples. The strong visual memory of the Inuit has a parallel with that in the Australian Aborigines reported by Kearins (1981) and explained as an adaptation to living in deserts with few landmarks and similar in this regard to the frozen tundra of the Arctic (see Chapter 8).

It has only proved possible to find one study of the brain size of Arctic Peoples. Smith and Beals (1990) give brain sizes for ten populations of which the mean is 1,444cc. They give a brain size for Europeans of 1,368cc. The difference of 76cc is substantial. Brain size is associated with intelligence among individuals and the same association would be expected to hold between groups. The larger brain size of the Arctic Peoples leads to the expectation that they would have higher IQs than Europeans, yet this is not the case.

Incognitus

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Re: A perseguição ao homem branco
« Responder #1156 em: 2017-10-11 10:40:08 »
kin2010, se puderes responde tb a isto (pergunta ja feita para tras):
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"nao falo disso mas sim disto "depende de combinações de genes, e de homozigotia, que são características que não se transmitem de pais para filhos"
nao se transmitem como? nao aumenta a probabilidade? eh zero e nao passa nada? eh aleatorio?"

Sobre a questão dos homozigotos já foi muito falado lá para trás. Se tiveres um indivíduo AA, é verdade que o filho pode ser AA (será de certeza se a parceira for também AA, e terá 50% de chances se ela for Aa). Mas se o gene A tiver uma frequência baixa na população, então um AA estará casado muitas vezes com uma aa, e às vezes com uma Aa, e por isso, no cômputo geral, a probabilidade de o filho ser AA é pequena. Obviamente isto desdobra-se em imensas situações, dependentes das frequências. Está certo eu dizer que *em geral* o evento de 2 As se juntarem no mesmo indivíduo (homozigotia) não é coisa que passe aos filhos. Pode passar a alguns mas depois também teria de novo pequena probabilidade de passar aos netos e por aí adiante.

Quanto às combinações de genes, pensa em 3 loci, A, B, C. Um certo indivíduo é Aa, Bb e Cc. Vamos supor que os 3 genes A, B, C (mas não a, b, c) têm uma interacção de forma que há um trait fenotípico que depende de o indivíduo ter os 3, A, B e C. Nesse caso o indivíduo tem o trait mas a grande maioria dos filhos não tem. Por ex, só 1/2 dos filhos herda A e idem para B e para C, e logo só 1/8 dos filhos herda os 3 juntos. Ou seja, as combinações de genes não são herdáveis.

Isso depois depende também das frequências na população, pois pode não herdar de um dos pais mas herdar do outro, etc. Além disso descreveste o herdar directo por 1/8.

Em todo o caso isto também está estudado e está identificada uma tendência para cada filho tender para a média da população (ou seja, filhos de QIs elevados dentro de uma população tendem para baixo em média, apesar de a meio-termo entre o QI dos pais e da população, e filhos pais de QI baixo, tendem para cima embora a meio-termo para a média). O problema, claro, é que aparentemente a média para a qual convergem é a da população (raça, população ancestral, o que se queira) de que partem.

Esse fenómeno parece ser consistente com o que descreves, ou seja, expectável: Que parte das diferenças são resultantes de genes únicos que são mais ou menos comuns dentro de cada população, e parte de combinações que são mais ou menos comuns dentro de cada população (mas que se perdem, ou ganham, mais facilmente entre gerações). Mas igualmente, o fenómeno é consistente com diferenças genéticas entre populações.

« Última modificação: 2017-10-11 10:41:52 por Incognitus »
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

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Zel

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Re: A perseguição ao homem branco
« Responder #1157 em: 2017-10-11 10:51:20 »

Eu não disse que destrói, vê acima. Eu disse "não abona". Eu também acho plausível que as diferenças raciais sejam parcialmente de causa genética. Mas acho mais provável que as causas sejam na sua grande maioria ambientais. O efeito Flynn, por ex, é isso que sugere.

nao abona como? qual eh a razao especificamente

Se a variação genética aditiva no QI (a única que pôde estar sujeita à selecção natural nas últimas dezenas de milhares de anos) é menor do que o valor que o é sugerido pelas medições de heritabilidade (broad) dos Murray et al, isso significa que a selecção teve menos capacidade para agir no QI do que se essa variação genética aditiva fosse maior e correspondesse à alta estimativa de heritabilidade de 0.8 (ou seja se esta última fosse narrow e não broad). Como os argumentos em geral são que a selecção a actuar em continentes diferentes é que causou as diferenças, é por isso que eu disse que "não abona". Mas é só uma questão de grau.

a ideia que a seleccao natural nao se faz nada nos genes recessivos ou combinacoes de genes por as probs serem menores de transmissao parece ingenua. os olhos azuis sao algo visivel e sabemos que ha zonas geograficas onde sao preponderantes apesar de essencialmente recessivos. mas eu ate posso dar isso de barato porque o restante (narrow) pode perfeitamente explicar todas as diferencas. e o QI como algo hereditario esta perfeitamente estabelecido, seja qual for a razao teorica. portanto nao pode ser uma coisa cheia de genes recessivos e combinacoes improvaveis pois se fosse nao teria uma enorme hereditabilidade directa, com sabemos que tem. seria muito mais aleatorio.

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The 2006 edition of Assessing adolescent and adult intelligence by Alan S. Kaufman and Elizabeth O. Lichtenberger reports correlations of 0.86 for identical twins raised together compared to 0.76 for those raised apart and 0.47 for siblings.[66] These number are not necessarily static. When comparing pre-1963 to late 1970s data, researches DeFries and Plomin found that the IQ correlation between parent and child living together fell significantly, from 0.50 to 0.35. The opposite occurred for fraternal twins.[67]

Another summary:

Same person (tested twice) .95
Identical twins—Reared together .86
Identical twins—Reared apart .76
Fraternal twins—Reared together .55
Fraternal twins—Reared apart .35
Biological siblings—Reared together .47
Biological siblings—Reared apart .24
Biological siblings—Reared together—Adults .24 [68]
Unrelated children—Reared together—Children .28
Unrelated children—Reared together—Adults .04
Cousins .15
Parent-child—Living together .42
Parent-child—Living apart .22
Adoptive parent–child—Living together .19[69]

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« Última modificação: 2017-10-11 11:13:20 por Camarada Neo-Liberal »

Zel

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Re: A perseguição ao homem branco
« Responder #1158 em: 2017-10-11 11:07:05 »
eh uma pena os gajos fazerem tantos estudos de QI apenas com criancas, isso aumenta muito a influencia dos factores ambientais
obviamente o importante eh o que afecta o QI "final" dos adultos 

Zel

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Re: A perseguição ao homem branco
« Responder #1159 em: 2017-10-11 11:28:39 »
quero enfatizar isto aqui:

Unrelated children—Reared together—Adults .04

que mais uma vez mostra que o ambiente para o QI dos adultos eh pouco importante (e inviabiliza explicacoes de gaps de 15 pontos (1 SD) entre populacoes devido ao ambiente)

The general figure for the heritability of IQ, according to an authoritative American Psychological Association report, is 0.45 for children, and rises to around 0.75 for late teens and adults.[5][6] In simpler terms, IQ goes from being weakly correlated with genetics, for children, to being strongly correlated with genetics for late teens and adults. The heritability of IQ increases with age and reaches an asymptote at 18–20 years of age and continues at that level well into adulthood.[7] Recent studies suggest that family and parenting characteristics are not significant contributors to variation in IQ scores


https://en.wikipedia.org/wiki/Heritability_of_IQ
« Última modificação: 2017-10-11 11:34:41 por Camarada Neo-Liberal »