E a solução, perante botes cheios de gente a afundar no mediterrâneo é o quê? Se as pessoas forem salvas e incluídas nas várias sociedades europeias, até acompanhadas durante os primeiros tempos de adaptação, acabam por ficar protegidas dos supostos destinatários. Tudo depende da atitude dos países. Simplesmente não acho bem que se deixem pessoas a morrer às centenas quando se pode evitar. Sim, mas eu não estou no sofá a fazer julgamentos sobre o bem estar dos outros. Assumo que alguém que arrisca a vida, e na maioria dos casos dá tudo o que tem antes de o fazer para o poder fazer, é porque não vem passar umas férias. É porque tem certamente desespero por mudar de vida.
Serem pessoas em busca de uma vida melhor, não há dúvidas. Mas resgatá-las é incentivar uma rede de tráfico de pessoas em vez de a extinguir. Pior, ainda, é fazer parte dessa rede porque ao encarregar-se do último percurso, a UE está activamente a participar no tráfico de pessoas.
Como é que se combate:
a) Desincentivando - colocando as pessoas de volta no ponto de partida. Só vêm pessoas porque outras já conseguiram e isso incentiva mais e mais a vir (basta ver os marroquinos que conseguiram e vieram a seguir amigos - isto é um comportamento normal).
b) Combatendo na origem as razões - eliminando tarifas e burocracias com esses países, permitindo que se desenvolvam economicamente, cortando fontes de financiamento a quem se consegue manter no poder à força (é o dinheiro que movimenta tudo), intervindo militarmente se houver indícios de opressão à população ou eleições falsas (para que serve a ONU se não for para isto ?), etc.
No fundo ensinar todas pessoas a pescar, em vez de dar o peixe ao número ínfimo que consegue cá chegar.
Diga-se que aqueles que pagam para vir até são os menos pobres dos pobres. Então e os outros que ficam lá e que são a maioria ? São menos pessoas ? Parece que a preocupação pelos pobres só se justifica aos que são pobres, a bordo de um barco. Os que são pobres, porque nem conseguiram entrar no barco, ficam esquecidos.
Não incluo aqui os refugiados, claro. Esses devem ser ajudados, naturalmente, mas, como já se percebeu, são uma pequena minoria destas pessoas.