https://www.youtube.com/watch?v=VhEbt2PjWz8uma conferencia com o Professor Jorge Ramos do Ó.
Ouvi atentamente porque me interessa a escrita/leitura que se faz na escola. Sendo eu de Ciencias tendo atransformar-me em rato de laboratória para análise. Como escrevo eu? Como ensino a escrever? Existe uma forma de escrita mais cientifica ou é tudo igual?
A partir desta conferencia fiz algumas reflexões que partilho.
A escrita como oralidade:Escrevo nos fóruns há 20 anos e escrevo de duas formas:
uma escrita mais reativa, mais próxima do oral sem que se confunda com a oratória ( que é toda uma outra arte porque uso os recursos do corpo) e é a forma de escrita que previlegio para comunicar com os outros forunistas. Mesmo argumentando numa discussão tendo sepre á conversa e o produto final sai pouco estruturado.
outra escrita mais reflexiva em que discurso para mim própria ( e quem me quiser ler) e que sai um pouco mais estruturada. não muito, porque um forum não é um trabalho académico.
O Movimento do interior para o exterior:Escrever de dentro para fora é a escrita reflexiva que enunciei e que me permite tomar consciencia, apreender os meus pensamentos, aprender comigo própria, auto-conhecer-me. Mas se estiver a ler (fora para dentro) posso tecer um comentário á leitura (dentro para fora).
Um aluno ouve/lê uma determinada informação, mastiga-a e depois exprime oralmente ou por escrito esse conhecimento. Quando o faz aprende e mostra o que aprendeu. Os movimentos são complementares.
O Arquivo/armazem de citaçõesEu li muito e incorporei muita informação ao longo da minha vida. É a minha cultura geral. Quando escrevo essa cultura está implicita e mesmo que quisesse não saberia localizar no tempo/espaço a ideia original. Mas há ideias originais?
Fazer um arquivo ajuda a reforçar a nossa opinião com A e B mas duvido que o pensamento original esteja ali. Mas pronto: estamos acompanhados por um argumento de autoridade. Uma escrita académica é isso.
Na escola, há que construir na mente do aluno um acervo de ideias/conhecimentos que interiorize e lhe deem uma estrutura inteletual que lhe dê acesso ás diferentes literacias. É o seu armazem interior que deve ir engordando ao longo da escolaridade. Explicitar ideias originais em citaçoes faz algum sentido a partir de uma certa idade. Mas mais importante é aprender a compreender os textos, aprender a raciocinar, a aplicar as ideias, a analisa-las... é isso que se faz na consolidação dos conhecimentos, nos exercicios. E isso tudo se faz pela escrita e pela oralidade.