Eu sobre o ban da Huawei nos EUA, acho que cada pais está no inteiro direito de banir o que quer que seja no seu território (aí a discussão é mais sobre os direitos dos seus cidadãos em consumirem algo, e não tanto sobre os direitos do fornecedor estrangeiro).
Onde acho que os EUA foram muito além do aceitável, e onde a China nunca foi, está em banir empresas estrangeiras de mercados estrangeiros, por via de impedir fornecimentos críticos (e antes que se fale que as rare earths são uma coisa igual, não são. As rare earths são uma commodity, existem outros fornecedores, e podem ser obtidos novos fornecedores num espaço de tempo relativamente curto).
Eu estou de acordo contigo, até porque acho uma tragédia qualquer limitação ao comércio internacional.
Se eu produzo camisas e tu produzes sapatos, ficaremos sempre melhor se trocarmos camisas por sapatos, do que eu ter de produzir sapatos e camisas e tu o mesmo.
Apenas quis salientar, exclusivamente, a parte da Huawei, uma empresa chinesa, poder recorrer a um tribunal americano no que toca a ban em solo americano, coisa que uma empresa americana jamais poderá fazer em solo chinês (ou será uma fantochada), por idênticas razões.
Também sei que me estou a centrar na parte estritamente formal (acção contra ban em território americano quando, na prática, os EUA estão a banir, por via de bullying, no mundo inteiro). Quis apenas notar que, sendo evil, há diferenças democráticas/judiciais significativas entre estes dois países. Não aceito que apresentem a China como um exemplo de país, em contraponto aos EUA.
Quanto à China nunca ter feito o mesmo é bom que se diga que a China ainda nunca teve esse poder (não quer dizer que não mude a breve trecho), nem teria tido interesse porque é a principal beneficiada do comércio internacional. O nosso Costa também podia fazer o mesmo que o Trump, a diferença é que ninguém lhe ligaria nenhuma e o efeito era nulo.