Olá, Visitante. Por favor entre ou registe-se se ainda não for membro.

Entrar com nome de utilizador, password e duração da sessão
 

Autor Tópico: China - Tópico principal  (Lida 212573 vezes)

JoaoAP

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 4778
    • Ver Perfil
Re:China - Tópico principal
« Responder #80 em: 2013-05-19 22:07:47 »
Um artigo interessante.
Gigantes estatais afogam crescimento económico da China
Citar
Tanto os analistas chineses como os estrangeiros, e inclusive os próprios governantes da potência asiática, concordam na necessidade de reformar as empresas estatais da China, gigantes transformados num mal endémico para a economia e de cuja liberalização depende o seu futuro crescimento.


Trata-se de 145 mil empresas, 126 delas conglomerados de dimensão mastodôntica, que representam 35% da actividade económica do país e que abrangem todos os sectores estratégicos, como energia, aeronáutica, telecomunicações e bancos.
Apesar de as maiores terem-se transformado em companhias cotadas na Bolsa de Valores, muitos economistas denunciam a sua baixa rentabilidade - uma vez que atuam num regime de quase monopólio - e as suas ligações políticas, que no caso da China ainda são mais evidentes pelo sistema Estado-Partido.
Prova do facto é que em 2012 as empresas estatais (SOE, em inglês) registaram perdas conjuntas de 50 mil milhões de iuanes (8,116 mil milhões de dólares).
Muitos economistas chineses argumentam que as maiores companhias, especialmente os bancos e as empresas de telecomunicações, cresceram tanto - ou estão politicamente tão bem conectadas - que conseguem grande parte dos empréstimos bancários, um financiamento que não chega a empresas menores, mas com mais potencial, e que põe em xeque o crescimento económico do país.
Um deles é o decano da escola de negócios CEIBS, Xu Dingbo, que, apesar de fazer parte do conselho de administração de uma SOE, não esconde que o crédito que outorgado a estas empresas acaba por transformar-se num valor agregado baixo para a economia.
«A solução é a privatização», assegurou Xu, «embora em curto e médio prazo seja uma tarefa muito difícil pelo volume de activos que possuem estas empresas», 100 biliões de iuanes somente no sector bancário.
«Nenhum governo pode realizar um processo deste calibre de forma racional em cinco ou dez anos», acrescentou o académico.
Os números são de tal magnitude que um estudo do mesmo professor conclui que, se em 2011 as maiores empresas estatais chinesas tivessem sido tão eficientes como as companhias americanas que cotam no índice Dow Jones industrial, o Produto Interno Bruto do gigante asiático teria crescido nove pontos percentuais a mais.
Nesse ano, a China cresceu 9,3%, um número que, segundo os cálculos de Xu, dobraria até 18,3%.
O ex-primeiro-ministro, Wen Jiabao, prometeu no seu último relatório de governo reduzir os monopólios estatais e estimular o investimento não-governamental, algo que demonstra a vontade dos altos líderes de realizar estas mudanças.
Mas, se isso derivará em acções concretas, depende da vontade dos novos líderes chineses de desafiar as famílias com conexões políticas que administram muitas destas companhias, em algumas ocasiões mais motivados por critérios políticos que empresariais.

In DinheiroDigital
« Última modificação: 2013-05-19 22:15:14 por JoaoAprende »

pvg80713

  • Visitante
Re:China - Tópico principal
« Responder #81 em: 2013-05-30 10:38:27 »
se todos os telemoveis são feitos na china........ porquê pagar 650 euros por um ?

acabei de comprar um "compativel" com o SIV. vamos ver o que dá. O que comprei na china compativel com o SIII, saiu muito bom. A minha filha roubou-mo e diz que é fantástico...

kitano

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 8677
    • Ver Perfil
Re:China - Tópico principal
« Responder #82 em: 2013-05-30 15:28:48 »
De tudo o que é feito na china, há padrões de qualidade e exigência diferentes.

Conheço um caso de um tablet e outro de um telemóvel que saíram furados...mas é uma questão de sorte, parece que tu tens tido sorte!
"Como seria viver a vida que realmente quero?"

pvg80713

  • Visitante
Re:China - Tópico principal
« Responder #83 em: 2013-05-30 15:37:23 »
De tudo o que é feito na china, há padrões de qualidade e exigência diferentes.

Conheço um caso de um tablet e outro de um telemóvel que saíram furados...mas é uma questão de sorte, parece que tu tens tido sorte!

só compro os mais comprados e com feedback.

a propósito de sorte... dos 4 chuveiros que comprei, já nenhum funciona aquela cena da luz com a temperatura da água.... nem tudo é fantástico.
o SIII apesar de ter saido bom, logo de inicio o USB não estava bom e tive de pagar o arranjo aqui...

pvg80713

  • Visitante
Re:China - Tópico principal
« Responder #84 em: 2013-06-07 07:22:18 »
achei engraçado........
 
costumo comprar na Light in the box. esta empresa começou esta semana a cotar em NY  LITB (?) e subiu 20% no primeiro dia.

depois.......... a malta ainda acredita que China é longe... fraco... mas eles estão aí em todo o lado.

hermes

  • Global Moderator
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 2836
    • Ver Perfil
Re:Negócios da China
« Responder #85 em: 2013-06-08 16:57:27 »
Voltando aos negócios da China, finalmente apareceram menções credíveis da criação de uma bolsa para a transacção de contratos sobre o petróleo que certamente será em yuans:

ShFE to launch night trades in gold, silver from July 5-sources

SHANGHAI, June 7 | Fri Jun 7, 2013 5:23am EDT

http://www.reuters.com/article/2013/06/07/shanghai-gold-bourse-idUSB9N0B802120130607

(Reuters) - The Shanghai Futures Exchange (ShFE) will start after-hours trading for its gold and silver contracts from July 5, two sources with direct knowledge of the matter said, as part of its efforts to become a more global marketplace.

The ShFE, the country's biggest commodity exchange by the value of contracts traded, trades copper, aluminium, zinc, lead, natural rubber, fuel oil and steel, besides gold and silver. It is also preparing to launch crude oil futures. (Reporting by Ruby Lian and David Stanway; Editing by Muralikumar Anantharaman)
"Everyone knows where we have been. Let's see where we are going." – Another

hermes

  • Global Moderator
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 2836
    • Ver Perfil
Re:Negócios da China
« Responder #86 em: 2013-06-09 18:19:33 »
Nicaragua gives Chinese firm contract to build alternative to Panama Canal

Project will reinforce China's growing influence on global trade and weaken US dominance over a key shipping route

Jonathan Watts and agencies
guardian.co.uk, Thursday 6 June 2013 17.41 BST   

http://www.guardian.co.uk/world/2013/jun/06/nicaragua-china-panama-canal


Nicaragua has awarded a Chinese company a 100-year concession to build an alternative to the Panama Canal, in a step that looks set to have profound geopolitical ramifications.

The president of the country's national assembly, Rene Nuñez, announced the $40bn (£26bn) project, which will reinforce Beijing's growing influence on global trade and weaken US dominance over the key shipping route between the Pacific and Atlantic oceans.

The name of the company and other details have yet to be released, but the opposition congressman Luis Callejas said the government planned to grant a 100-year lease to the Chinese operator.

The national assembly will debate two bills on the project, including an outline for an environmental impact assessment, on Friday.

Nicaragua's president, Daniel Ortega, said recently that the new channel would be built through the waters of Lake Nicaragua.

The new route will be a higher-capacity alternative to the 99-year-old Panama Canal, which is currently being widened at the cost of $5.2bn.

Last year, the Nicaraguan government noted that the new canal should be able to allow passage for mega-container ships with a dead weight of up to 250,000 tonnes. This is more than double the size of the vessels that will be able to pass through the Panama Canal after its expansion, it said.

According to a bill submitted to congress last year, Nicaragua's canal will be 22 metres deep and 286 km (178 miles) long - bigger than Panama and Suez in all dimensions.

Under the initial plans for the project, the government was expected to be the majority shareholder, with construction taking 10 years and the first ship passing through the canal within six years. It is unclear if this is still the case.

Two former Colombian officials recently accused China of influencing the international court of justice to secure the territorial waters that Nicaragua needs for the project.

In an op-ed piece for the magazine Semana, Noemí Sanín, a former Colombian foreign secretary, and Miguel Ceballos, a former vice-minister of justice, said a Chinese judge had settled in Nicaragua's favour on a 13-year-old dispute over 75,000 square kilometres of sea.

They said this took place soon after Nicaraguan officials signed a memorandum of understanding last September with Wang Jing, the chairman of Xinwei Telecom and president of the newly established Hong Kong firm HK Nicaragua Canal Development Investment Company, to build and operate the canal.

Nicaragua has accused Colombia and Costa Rica, which has a claim on territory likely to be used by the new canal, of trying to prevent the project going ahead.

Additional reporting by Gareth Richards

• This article was amended on 7 June to clarify the location of Lake Nicaragua and to remove an incorrect reference to the proposed width of the canal.
"Everyone knows where we have been. Let's see where we are going." – Another

Kin2010

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 3989
    • Ver Perfil
Re:Negócios da China
« Responder #87 em: 2013-06-11 21:44:51 »
Alguém comenta o sell-off que se está a ver nos mercados emergentes? Será que é para continuar?

O Brasil teve recentemente uma paragem do seu crescimento, agora está abaixo dos 3% julgo. A Turquia pode estar a começar a ter problemas. A China abrandou bastante também, e até há quem diga que é um hard landing. Com isso os hedge funds começaram a vender a sua exposição aos emergentes em massa.

Mas não sei se foram a maioria dos hedge funds ou só alguns que o propagandearam muito, daí as minhas perguntas.

Incognitus

  • Administrator
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30961
    • Ver Perfil
Re:Negócios da China
« Responder #88 em: 2013-06-11 21:52:28 »
Alguém comenta o sell-off que se está a ver nos mercados emergentes? Será que é para continuar?

O Brasil teve recentemente uma paragem do seu crescimento, agora está abaixo dos 3% julgo. A Turquia pode estar a começar a ter problemas. A China abrandou bastante também, e até há quem diga que é um hard landing. Com isso os hedge funds começaram a vender a sua exposição aos emergentes em massa.

Mas não sei se foram a maioria dos hedge funds ou só alguns que o propagandearam muito, daí as minhas perguntas.

Os emergentes estão muito dependentes de basic materials, e estes nem sequer acompanharam a euforia nos mercados desenvolvidos. Agora com uma queda (ainda que pequena) dos desenvolvidos, desmonta-se tudo naturalmente.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

pvg80713

  • Visitante
Re:China - Tópico principal
« Responder #89 em: 2013-06-12 13:24:03 »
a minha ultima compra na China, um telemovel que me dizem compativel com o Samsung Galaxy SIV, demorou uma semana a chegar a Portugal, agora está na Alfandega à espera........... neste momento à mais de uma semana.

nem sequer foi processado, nem tem numero Português.......... apenas está lá.......... á espera...

e que tal mandar todos estes funcionários para a Rua ?

Kin2010

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 3989
    • Ver Perfil
Re:Negócios da China
« Responder #90 em: 2013-06-13 23:07:00 »
Há um emergente interessante: Indonésia. Existe o ETF EIDO.

Teve um forte dip para baixo agora, tal como quase todos os emergentes. Acho que pode ser uma boa aposta porque:

1) Pensa-se que pode haver crises de dívida e cambiais em alguns emergentes se o dólar subir mais (como sucedeu em 1997). Isso parece um risco maior na Turquia que tem um current account deficit e no Brasil, cujo crescimento está a fraquejar. A Indonésia tem current account surplus e o rácio dívida pública / PIB é baixo, <40%.

2) O crescimento do país é 6%.

3) Já é membro do G20 e parece ter uma economia bastante diversificada, com indústria, e petróleo e outros minerais.

4) Quando o ETF chegou a um patamar alto antes desta queda, não se viu sinais de distribuição -- os volumes mantiveram-se baixos.

O que te parece?

Incognitus

  • Administrator
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30961
    • Ver Perfil
Re:China - Tópico principal
« Responder #91 em: 2013-06-17 12:57:43 »
Pode estar a começar neste preciso momento um estoiro financeiro na China, as taxas de juro de curto prazo estão a disparar e aparentemente já existiu uma intervenção pública para comprar acções de duas instituições financeiras.


"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

peterpint

  • Jr. Member
  • **
  • Mensagens: 22
    • Ver Perfil
Re:China - Tópico principal
« Responder #92 em: 2013-06-17 17:33:36 »
Inc.,

isso tem implicações muito fortes nas bolsas, certo?   
tens mais dados de última hora?

obg
p




Já há 3 dias o  gaia tinha postado o seguinte (deve estar relacionado com o que hj se está a passar)

gaia
Ordem dos Especialistas
Sr. Member

Mensagens: 307


Re:Mercado em TEMPO REAL - Notícias, rumores, análises, chat.
« Responder #5084 Online: 2013-06-14 18:33:34 »
Na CNBC ,no inicio da tarde estavam a chamar atenção para a subida das taxas do interbancário  chinês , não sabem o motivo ....
« última modificação: 2013-06-14 20:15:24 por gaia »

Luso11

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 1300
    • Ver Perfil
Re:China - Tópico principal
« Responder #93 em: 2013-06-17 17:38:37 »
As taxas do mercado interbancário Chinês tem a "suprema tutela e orientação" do Partido Comunista Chinês.                   Não existe contemplação com grandes oscilações , o Estado tudo comanda, até ao dia...

Bons negócios

Incognitus

  • Administrator
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30961
    • Ver Perfil
Re:China - Tópico principal
« Responder #94 em: 2013-06-17 17:41:06 »
Inc.,

isso tem implicações muito fortes nas bolsas, certo?   
tens mais dados de última hora?

obg
p




Já há 3 dias o  gaia tinha postado o seguinte (deve estar relacionado com o que hj se está a passar)

gaia
Ordem dos Especialistas
Sr. Member

Mensagens: 307


Re:Mercado em TEMPO REAL - Notícias, rumores, análises, chat.
« Responder #5084 Online: 2013-06-14 18:33:34 »
Na CNBC ,no inicio da tarde estavam a chamar atenção para a subida das taxas do interbancário  chinês , não sabem o motivo ....
« última modificação: 2013-06-14 20:15:24 por gaia »

Pode ter, há rumores de um default no interbancário (já há mais de uma semana atrás), e de intervenção em 2 instituições (na Sexta) ... isto pode ser algo para ter influência no curto prazo.
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

Iced

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 910
    • Ver Perfil
Re:China - Tópico principal
« Responder #95 em: 2013-06-17 20:07:04 »
O que disseram na CNBC na sexta, para além do que referiste, foi que também poderia estar eventualmente relacionado com os Feriados Chineses da semana passada, mas se continua a subir a pique...
A vida para ter interesse,deve ser construida por nos,de forma inteligente!
-devemos criar marcos na nossa vida,que sejam pontos de referencia!
-devemos amar muitas mulheres para sabermos o verdadeiro sentimento do amor!
-devemos combater de acordo com os nossos ideais,lutando e sendo solidarios,em busca de um mumdo melhor!
-devemos fazer aquilo que nos apetece,respeitando as regras socias!
-devemos por vezes ser egoistas,gostar de nos proprios,pois e impossivel dar felicidade a alguem,quando somos infelizes!

POR FIM,DEVEMOS SER GENUINOS!

JAMES

pvg80713

  • Visitante
Re:China - Tópico principal
« Responder #96 em: 2013-06-19 17:23:36 »
a minha ultima compra na China, um telemovel que me dizem compativel com o Samsung Galaxy SIV, demorou uma semana a chegar a Portugal, agora está na Alfandega à espera........... neste momento à mais de uma semana.

nem sequer foi processado, nem tem numero Português.......... apenas está lá.......... á espera...

e que tal mandar todos estes funcionários para a Rua ?

continua à espera.......... agora parece que a culpa é apenas dos CTT . A Autoridade Aduaneira diz-me que está à espera dos CTT......

itg00022289

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 2332
    • Ver Perfil
Re:China - Tópico principal
« Responder #97 em: 2013-06-24 14:29:51 »
Citar
Agora é a vez de a China assustar os mercados

24 Junho 2013, 13:44 por Diogo Cavaleiro | diogocavaleiro@negocios.pt

Há um aperto no crédito na China. O banco central não está a fornecer liquidez adicional. Prefere combater o sistema financeiro “sombra”. Com receios de perderem uma grande fonte de receitas, os bancos vão cedendo valor. Em bolsa, já se entrou em “bear market”. Com o aperto monetário, pergunta-se como irá crescer a segunda maior economia do mundo. Os mercados estão com medo.
Numa semana, os Estados Unidos. Na semana seguinte, a China. Os mercados têm estado em alta tensão. E foi sob uma forte pressão que iniciaram a semana.
 
O índice bolsista que reúne as 300 maiores empresas cotadas nas bolsas de Xangai e Shenzhen marcou, esta segunda-feira, a maior desvalorização diária desde 31 de Agosto de 2009. Deslizou 6,3%. Com o desempenho de hoje, o CSI 300 acumula uma descida de 21% desde o máximo de Fevereiro. Entrou, por isso, em “bear market” (mercado urso).
 
O que é o bear market
É a entrada num ciclo negativo de mercado. O “bear market”, ou mercado urso (numa tradução literal), acontece quando um índice perde mais de 20% desde o seu recente máximo. O nome está relacionado com o urso, que costuma atacar de cima para baixo, uma trajectória descendente, ao contrário do touro, que ataca de baixo para cima (“bull market”).
 
As ondas de choque não se ficaram pela China. Espalharam-se pelo globo. O vermelho está hoje a pintar os mercados accionistas, como aconteceu já na semana passada. Depois de o banco central dos Estados Unidos, a Reserva Federal, ter mostrado abertura para reduzir os estímulos monetários à maior economia do mundo, agora é a vez de o banco central da China, o Banco Popular, apertar as condições monetárias na segunda maior economia.
 
O combate ao mundo sombra
 
Esse aperto acontece depois de o Banco Popular da China ter iniciado uma luta contra a explosão de crédito. O aumento expressivo, nos últimos anos, foi sustentado por produtos de poupança da banca que não são regulados mas cujas taxas são mais atractivas do que as oficiais. É o chamado sistema financeiro sombra.
 
Nas últimas semanas, começou a haver um aperto no fornecimento do crédito. Até este momento, o banco central sempre injectou dinheiro no sistema financeiro quando esse aperto se verificava. Tudo para manter as taxas praticadas no mercado interbancário em níveis adequados. Mas, desta vez, o banco não interveio. Não há dinheiro adicional. O economista do Nomura, Zhang Zhiwei, sublinha, em declarações citadas pelo “Financial Times”, que esta decisão mostra o compromisso da instituição com uma política de maior aperto monetário, que é o mesmo que dizer menos flexível.
 
A luta da China é contra este sistema financeiro sombra e contra o crédito especulativo, que colocou o país numa trajectória de endividamento excessivo. Segundo a publicação financeira londrina, muitos dos produtos negociados neste mercado informal são constituídos por estruturas complexas, muitas delas podem até ser insolventes.
 
As autoridades querem colocar as actividades aí praticadas sob controlo. Os bancos de média dimensão são os que mais se destacam, já que uma parte considerável das suas actividades não são reguladas.
 
Foram, aliás, os bancos de dimensão média os mais afectados pela venda em força que ocorreu esta segunda-feira nos mercados bolsistas. Alguns bancos recuaram 10%. Os maiores cederam 3%. Ao todo, o sector da banca cotado no CSI 300 apresentou uma queda de 7,6%.
 
Perigo para os bancos de menor dimensão
 
Além disso, estes bancos são os mais dependentes do mercado interbancário, ou seja, são os que mais dependem de empréstimos feitos junto de outros bancos. Com as taxas interbancárias a subir para máximos históricos, com receios de um congelamento do mercado de crédito, estes bancos são os que estão em pior situação.
 
É para isso que alerta a agência de notação financeira Moody’s. Aquele que é o pior aperto do dinheiro em, pelo menos, uma década poderá afectar os bancos de menor dimensão, já que deverá haver uma erosão das margens devido a essa dependência. Serão eles os primeiros a registar problemas para se financiarem, se persistirem as actuais condições de mercado.
 
O Banco Popular da China, o banco central do país, considera, no comunicado da reunião do segundo trimestre, datado de 17 de Junho mas tornado público esta segunda-feira, que a actual liquidez no sistema financeiro é “razoável”, afastando o cenário de "cash crunch". Os bancos é que têm de ter cuidado com a expansão do seu próprio crédito, ou seja, as instituições financeiras é que têm de olhar para o balanço, alerta a entidade. As afirmações foram entendidas como um sinal de que o aperto ao crédito se irá manter.
 
O alerta da agência de notícias
 
Esta tinha sido já uma mensagem passada por fontes oficiais ao longo do fim-de-semana. A agência de notícias estatal Xinhua lançou um comentário, este fim-de-semana, em que atribuía às actividades de especulação e ao sistema financeiro sombra as elevadas taxas praticadas no mercado interbancário, conforme conta a Reuters. A agência chinesa também afirmou que crise de liquidez não foi causada por qualquer problema na oferta – o que foi repetido pelo banco central quando defendeu que há níveis razoáveis de liquidez – mas sim por questões estruturais que impedem o dinheiro de alcançar a economia real.
 
“A recusa do banco central em injectar dinheiro no sistema, apesar da escalada das taxas de crédito no curto prazo, sugere que a política monetária começou a deixar de ter o seu foco na quantidade de liquidez de mercado para passá-lo para a qualidade”, escreve a Reuters citando a agência chinesa.
 
O primeiro-ministro da China desde Março, Li Keqiang (na foto), deu indicações, na semana passada, de que queria combater a especulação causada pelo dinheiro fácil. Isto quando afirmou que os bancos deveriam fazer uma utilização mais eficaz do crédito existente.
 
O futuro
 
Entretanto, já houve condições para que os bancos voltassem a fornecer créditos uns aos outros no final da semana passada. As taxas interbancárias começaram a descer - a Bloomberg diz que houve uma actuação do banco central. Mas isso não trouxe alívio para as acções.
 
Nos próximos seis a nove meses, teremos uma volatilidade e incerteza continuadas
 
James Bevan, da CCLA.
Há quem considere que o banco irá tornar as condições monetários mais flexíveis, nomeadamente tendo como base a ideia de que o Banco Popular da China poderá “ajustar” as suas políticas, conforme sublinhou no comunicado.
 
“O que estamos aqui a ver é uma mudança na agenda política da China, que terá lugar nos próximos seis a nove meses. Durante esse período, teremos uma volatilidade e incerteza continuadas”, comentou à Bloomberg James Bevan, responsável pela equipa de investimento da CCLA.
 
As acções podem ter ainda um caminho de descida pela frente, com a diminuição do crédito a afectar a confiança dos investidores, segundo David Poh, responsável numa unidade do Société Générale em Singapura. A falta de liquidez irá afectar as empresas chinesas, avisou, numa análise citada pela Bloomberg.
 
A mesma ideia tem Kelvin Wong, do Bank Julius Baer, cuja análise também foi divulgada pela agência de informação. A disposição do governo chinês em aceitar um crescimento mais lento indicia que não irá anunciar medidas de estímulo nos próximos dois a três meses. Ainda assim, a casa de investimento tem uma perspectiva positiva em relação às acções da potência asiática no médio prazo.
 
Os efeitos sobre o crescimento
 
O que os investidores temem – e muita da desvalorização nos mercados tem sido justificada por este argumento – é que as condições de crédito afectem o desempenho da economia chinesa.
 
“As taxas de curto prazo que estejam, de uma forma persistente, em alta vão desanimar ainda mais a actividade económica, que já está com um ritmo lento”, comentou Liu Li-Gang, economista em Hong Kong à Bloomberg.
 
“Embora a intenção seja boa, o aperto monetário cria um ambiente adverso para o crescimento económico e a economia já está em abrandamento”.
 
Shen Jianguang, da Mizuho Securities.
 
O Goldman Sachs cortou as previsões para o crescimento económico na China em 2013. Em vez de uma expansão anual de 7,8%, o banco estima agora um crescimento de 7,4%. O aperto na liquidez está a ter efeitos negativos sobre o crescimento, justifica. O banco de investimento China International Capital Corporation Limited reduziu, igualmente, as estimativas de 7,7% para 7,4%. Há quatro trimestres consecutivos, que a economia expande-se a um ritmo inferior a 8%, sublinha a Bloomberg.
 
“Embora a intenção seja boa, o aperto monetário cria um ambiente adverso para o crescimento económico e a economia já está em abrandamento”, comentou ao “Financial Times” o economista Shen Jianguang, da Mizuho Securities.
 
Uma das conclusões que se pode retirar deste caso é, de acordo com o FT, que os líderes chineses estarão disponíveis para um caminho de crescimento mais lento, mas também mais sustentável, da potência asiática.
 
O economista Liu Li-Gang, em Hong Kong, também segue essa ideia mas deixa um alerta. “Apesar de o novo governo parecer disponível para tolerar um crescimento mais lento, ele terá de honrar a meta de crescimento de 7,5% estabelecida para este ano. De outra forma, corre o risco de perder a sua credibilidade”.

http://www.jornaldenegocios.pt/economia/mundo/asia/detalhe/agora_e_a_vez_de_a_china_assustar_os_mercados.html

hermes

  • Global Moderator
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 2836
    • Ver Perfil
Re:China - Tópico principal
« Responder #98 em: 2013-06-24 15:24:50 »
Respostas interessantes. Assim, tudo indica que a resposta à pregunta de quando o Banco Central deve tirar a taça do ponche é nunca. Enfim, não é muito diferente da canção do agora não:

Deolinda - Movimento Perpétuo Associativo
"Everyone knows where we have been. Let's see where we are going." – Another

hermes

  • Global Moderator
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 2836
    • Ver Perfil
Re:Negócios da China
« Responder #99 em: 2013-06-24 18:41:21 »
UK and China in £21bn currency swap deal

23 June 2013 Last updated at 14:07 GMT 

http://www.bbc.co.uk/news/business-23020718

The Bank of England and its Chinese counterpart have signed a deal likely to boost trade between the UK and China in the yuan.

The Bank and the People's Bank of China have signed a three-year currency swap arrangement worth 200bn yuan (£21bn, $33bn), the UK central bank confirmed.

The UK is looking to become a centre for the Chinese currency, also known as the renminbi.

British banks hold 35bn yuan worth of deposits in the Chinese currency.

Currency-swap agreements allow central banks to swap currencies and can be used by firms to settle trade in local currencies rather than in US dollars, as happens now, since China's currency is not fully convertible to other currencies.

The prospective deal was first announced in February by BoE Governor Sir Mervyn King.

"In the unlikely event that a generalised shortage of offshore renminbi liquidity emerges, the Bank will have the capability to facilitate renminbi liquidity to eligible institutions in the UK," Sir Mervyn said on Saturday.

Last year, the UK Treasury announced plans to make London - the world's largest currency trading hub - the leading international centre for trading the yuan outside mainland China and Hong Kong.

China has been gradually relaxing strict controls on the value of its currency and on flows of capital.

Beijing has been using these pacts as part of its push for a more global role for the yuan.

It has a swap agreement with Brazil worth $30bn and has also signed similar agreements with other trading partners such as Japan, Australia and Hong Kong.
"Everyone knows where we have been. Let's see where we are going." – Another