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Autor Tópico: Portugal Positivo  (Lida 145722 vezes)

tatanka

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Re: Portugal Positivo
« Responder #660 em: 2019-04-15 18:26:32 »

...
Há um peixe, meio vermelho dos Açores que será muito bom, não comprei, mas costumo ver no Continente. Tenho de ver se anoto o nome.


Esse peixe é a Veja.
http://1.bp.blogspot.com/-5jPVXpzJn7w/T_n73qxPEwI/AAAAAAAADnQ/D1sR_dK1Jsg/s1600/DSC_2847.jpg
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Ugly bull

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Re: Portugal Positivo
« Responder #661 em: 2019-05-15 19:08:57 »
Citar
Ricardo Arroja: “O Estado serve-se das pessoas em vez de servir as pessoas”
Tudo somado, pareceu-me que era altura de passar das palavras aos atos e procurar uma primeira experiência política, de forma a ver com que intensidade estas ideias colhem junto da opinião pública, porque acredito que estamos num momento em que precisamos de uma alternativa. Os principais partidos, da esquerda à direita, defendem ideias que na sua génese são todas elas socialistas, umas mais outras menos, uma grande dependência do Estado, uma grande associação ao Estado, com os lóbis instalados, centralizadores e que não defendem a concorrência, mas sim interesses corporativos.

https://24.sapo.pt/atualidade/artigos/ricardo-arroja-o-estado-serve-se-das-pessoas-em-vez-de-servir-as-pessoas

Coloco esta entrevista neste tópico porque, na minha perspectiva, mais inclinada para a ideologia liberal do que socialista, é positivo que alguém em Portugal decida erguer esta bandeira. Obviamente vai ser trucidado, porque neste país socialista estado-dependente, ser liberal é ser sinonimo de capitalista. Ou seja, é o diabo em pessoa. Numa economia liberal o estado existe mas não é o fim em si mesmo. Está lá mas ninguém dá por ele. Num estado como o português, dito 'social'(ista), germinam os compadrios, os amiguismos que acabam em figuras tolas como o Berardo. 

vbm

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Re: Portugal Positivo
« Responder #662 em: 2019-05-15 20:30:00 »
Mas na arena do mercado inter-nações,
os estados têm um papel dinamizador
chave para o êxito do empresariado privado!

Concilie-se tal cooperação de peito abeto
à concorrência de outros povos produtores.

jeab

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O Socialismo acaba quando se acaba o dinheiro - Winston Churchill

Toda a vida política portuguesa pós 25 de Abril/74 está monopolizada pelos partidos políticos, liderados por carreiristas ambiciosos, medíocres e de integridade duvidosa.
Daí provém a mediocridade nacional!
O verdadeiro homem inteligente é aquele que parece ser um idiota na frente de um idiota que parece ser inteligente!

D. Antunes

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Re: Portugal Positivo
« Responder #664 em: 2019-05-20 14:24:58 »
Huawei já negoceia com portuguesa Aptoide para ser alternativa à Google
Segunda-feira, 20 Maio 2019
Rui da Rocha Ferreira

Aptoide é uma das maiores alternativas à loja de conteúdos da Google, tendo mais de 900 mil aplicações e 200 milhões de utilizadores ativos.
A empresa portuguesa Aptoide, que tem aquela que é uma das maiores alternativas à loja de conteúdos Google Play, está a negociar uma parceria com a Huawei após a suspensão de serviços feita pela Google. A informação foi confirmada à DN Insider por Paulo Trezentos, diretor executivo da Aptoide.

“Vemos esta notícia como uma oportunidade interessante de mercado para criar uma parceria com a Huawei e resolver este problema que surgiu para eles. Estes contactos já vêm de trás, eu próprio já me reuni com um dos responsáveis da Huawei e o meu colega responsável pelo escritório de Shenzhen (China) tem andado em contacto. Quando saiu a notícia voltamos a falar para saber se havia aqui uma oportunidade de colaboração”, explica o CEO.

“Os contactos estavam vivos, temos trocado emails, temos feito reuniões e eles têm mostrado interesse, portanto reavivamos esse contacto”, acrescentou ainda o executivo português.

A Aptoide tem mais de 900 mil aplicações disponíveis na sua loja de conteúdos para o sistema operativo Android e tem mais de 200 milhões de utilizadores. A empresa já trabalha com três dos maiores fabricantes chineses de smartphones, nomeadamente a Xiaomi, Oppo e Vivo.

O modelo de uma eventual parceria não está definido, mas pode acontecer de duas formas: a loja de aplicações da Aptoide vir instalada de origem nos smartphones da Huawei ou a Huawei integrar, através de interface de desenvolvimento (API), os conteúdos da loja Aptoide na sua própria loja.

“Temos aqui vários produtos diferentes e é perceber qual o enquadramento que poderia ou não fazer sentido para eles”, atirou ainda Paulo Trezentos.

A Huawei já tem a sua própria loja de aplicações, mas a sua utilização está acima de tudo focada na China, onde os serviços da Google não estão disponíveis.

Excluída fica já a possibilidade de a Aptoide aceitar uma proposta de aquisição da Huawei, caso a situação da suspensão dos serviços da Google venha a manter-se. “Não faz parte do nosso horizonte a curto prazo, porque tal como esta oportunidade surgiu, estão sempre a surgir novas oportunidades nesta área e sentimos que este crescimento que temos vindo a fazer não tem parado. Temos ainda muitos desafios para endereçar antes de eventualmente pensar numa fusão ou aquisição”.

https://insider.dn.pt/em-rede/huawei-aptoide-loja-aplicacoes-alternativa/
“Price is what you pay. Value is what you get.”
“In the short run the market is a voting machine. In the long run, it’s a weighting machine."
Warren Buffett

“O bom senso é a coisa do mundo mais bem distribuída: todos pensamos tê-lo em tal medida que até os mais difíceis de contentar nas outras coisas não costumam desejar mais bom senso do que aquele que têm."
René Descartes

jeab

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O Socialismo acaba quando se acaba o dinheiro - Winston Churchill

Toda a vida política portuguesa pós 25 de Abril/74 está monopolizada pelos partidos políticos, liderados por carreiristas ambiciosos, medíocres e de integridade duvidosa.
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D. Antunes

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Re: Portugal Positivo
« Responder #667 em: 2019-06-10 22:19:49 »
Esta manhã cheguei a casa cansado do trabalho. Enquanto me entretinha a fazer zapping, passei por este discurso do 10 de Junho. Não os costumo ouvir, mas este prendeu-me a atenção.

https://www.publico.pt/2019/06/10/politica/opiniao/deem-nos-alguma-coisa-em-que-acreditar-1875954?fbclid=IwAR1l7iOQEzK0yJXZy5IJX_JPFoXhH-ggGN2o5wbZ4Do9EULlFbUX6hc29IY

Dêem-nos alguma coisa em que acreditar


Os portugueses lutaram pela liberdade em 1974. Lutaram pela democracia em 1975. Lutaram pela integração na Comunidade Europeia nos anos 80. Lutaram pela entrada na moeda única durante a década de 90. Não é fácil saber porque é que estamos a lutar hoje em dia. O discurso na íntegra de João Miguel Tavares nas comemorações do 10 de Junho, a cuja comissão organizadora presidiu.


Senhor Presidente da República Portuguesa,

Senhor Presidente da República de Cabo Verde,

Autoridades civis e militares,

Minhas senhoras e meus senhores.


I

Eu vivi e cresci a 100 metros do local onde me encontro, ali mesmo, no cimo da Avenida Frei Amador Arrais. Foi nessa casa que habitei até fazer aquilo que a maior parte dos portalegrenses faz após acabar o secundário: deixar a cidade para ir estudar fora, na universidade. Boa parte dos portalegrenses, infelizmente, já não volta a viver aqui. Eu não voltei. Mas aquela será sempre a minha casa. E esta foi, é e será sempre a minha cidade.

Tenho a honra de ser o primeiro filho da democracia a presidir às comemorações do 10 de Junho. Não sei o que é viver sem liberdade. Devo ao Portugal democrático e ao Estado português boa parte daquilo que sou. Sou filho de dois funcionários públicos. Fiz o ensino básico e secundário numa escola pública. Licenciei-me numa universidade pública.

Portugal não falhou comigo. Permitiu que um simples estudante de uma cidade do interior, sem qualquer ligação à capital e às suas elites, fosse subindo aos poucos na vida e chegasse até aqui.

O meu crescimento acompanhou o crescimento da democracia portuguesa.

Vi o quanto o país mudou.

Até ao final da década de 90, Lisboa estava a mais de quatro horas de autocarro de Portalegre, e a essa distância física correspondia uma ainda maior distância cultural. Os livros eram poucos e vendiam-se nas papelarias; o cinema só funcionava ao fim-de-semana; as bandas que nós queríamos ouvir não passavam por cá.

Mas o país progredia, e eu via-o progredir. Os meus pais estudaram mais anos e tiveram mais oportunidades do que os meus avós. Eu estudei mais anos e tive mais oportunidades do que os meus pais.

Como acontecia em tantas casas, a minha família investia parte do salário a comprar livros e enciclopédias que chegavam pelo correio, a prestações. Esses livros representavam o conhecimento e a educação que as famílias ambicionavam para os seus filhos.

A geração dos meus pais sacrificou-se para que os filhos tivessem o que eles nunca tiveram. Mas é possível que eles tenham tido aquilo que mais nos tem faltado nos últimos vinte anos: um objectivo claro para as suas vidas e um caminho para trilhar na sociedade portuguesa
Os pais lutavam por isso – lutavam menos por eles, do que pelas suas crianças, para que elas tivessem uma vida melhor, estudassem, fossem “alguém”. Os seus filhos chegariam às universidades. Estudariam dezasseis, dezassete, vinte anos, se fosse preciso. Viajariam mais. As suas férias não estariam limitadas aos 15 dias em Albufeira. Seriam grandes. Seriam felizes. Seriam europeus.

A geração dos meus pais sacrificou-se para que os filhos tivessem o que eles nunca tiveram. Mas é possível que eles tenham tido aquilo que mais nos tem faltado nos últimos vinte anos: um objectivo claro para as suas vidas e um caminho para trilhar na sociedade portuguesa.

Os portugueses lutaram pela liberdade em 1974. Lutaram pela democracia em 1975. Lutaram pela integração na Comunidade Europeia nos anos 80. Lutaram pela entrada na moeda única durante a década de 90.

Não é fácil saber porque é que estamos a lutar hoje em dia.

II

É nessa dificuldade que repousam tantas das nossas angústias.

As pessoas de hoje não são diferentes das de ontem: enquanto indivíduos, continuamos a amar, a sofrer, a chorar, a rir, hoje como sempre. Boa parte de nós, talvez julgue mesmo que a política é somente um cenário longínquo, distante da vida que nos importa, que é aquela que está mais próxima de nós. Daí o chamado “desinteresse pela política”.

Mas creio que este sentimento é já uma consequência dos nossos próprios fracassos. A integração na Europa do euro não correu como queríamos. Construímos auto-estradas onde não passam carros. Traçámos planos grandiosos que nunca se cumpriram. Afundámo-nos em dívida. Ficámos a um passo da bancarrota. Três vezes – três vezes já – tivemos de pedir auxílio externo em 45 anos de democracia. É demasiado.

Perguntamo-nos como foi isto possível. Criámos comissões de inquérito para encontrar responsáveis. Descobrimos um país amnésico, cheio de gente que não sabe de nada, que não viu nada, que não ouviu nada. Percebemos que a corrupção é um problema real, grave, disseminado, que a Justiça é lenta a responder-lhe e que a classe política não se tem empenhado o suficiente a enfrentá-la.

A corrupção não é apenas um assalto ao dinheiro que é de todos nós – é colocar cada jovem de Portalegre, de Viseu, de Bragança, mais longe do seu sonho.

O sonho de amanhã ser-se mais do que se é hoje vai-se desvanecendo, porque cada família, cada pai, cada adolescente, convence-se de que o jogo está viciado. Que não é pelo talento e pelo trabalho que se ascende na vida. Que o mérito não chega. Que é preciso conhecer as pessoas certas. Que é preciso ter os amigos certos. Que é preciso nascer na família certa.

Os miúdos que não nasceram nesse tipo de “família certa” têm direito aos mesmos sonhos que os filhos das elites portuguesas – todos nós concordamos com isto. Mas será que estamos a fazer alguma coisa para que aquilo com que concordamos se torne realidade? Será que podemos garantir que o talento conta mais do que a família em que cada um nasceu? Será que a igualdade de oportunidades existe?

No nosso país instalou-se esta convicção perigosa: um jovem talentoso que queira singrar na carreira exclusivamente através do seu mérito, a melhor solução que tem ao seu alcance é emigrar. Isto é uma tragédia portuguesa
Quando eu digo à Carolina, ao Tomás, ao Gui ou à Rita – os meus quatro filhos – “leiam mais, trabalhem mais, que o vosso esforço será recompensado” – será que lhes estou a dizer a verdade?

Os meus pais disseram-me isso a mim. E eu estou aqui. Mas será que a mesa está equilibrada e o elevador social funciona hoje da mesma forma? Ou a vida estará bem mais difícil para um jovem na casa dos vinte anos, que numa economia de baixo crescimento tem de competir com uma geração mais velha já licenciada, integrada num mercado de trabalho rígido, que confere muita protecção a quem tem um lugar no quadro e muito pouca protecção a quem não o tem?

No nosso país instalou-se esta convicção perigosa: um jovem talentoso que queira singrar na carreira exclusivamente através do seu mérito, a melhor solução que tem ao seu alcance é emigrar. Isto é uma tragédia portuguesa.

Não podemos condenar os nossos filhos ao discurso fatalista de um Portugal que é assim, porque nunca foi de outra maneira.

O desespero não nasce do erro, mas do sentimento de que não vale a pena esforçarmo-nos para que as coisas sejam de outra forma – porque nunca serão.

A falta de esperança e a desigualdade de oportunidades podem dar origem a uma geração de adultos desencantados, incapazes de acreditar num país meritocrático.

Esta perda de esperança aparece depois travestida de lucidez, e rapidamente se transforma numa forma de cinismo. Achamos que temos de ser pessimistas para sermos lúcidos. Que temos de ser desesperançados para sermos realistas. Que temos de ser eternamente desconfiados para não sermos comidos por parvos.

Há o “eles” – os políticos, as instituições, as várias autoridades, muitas das quais (receio bem) se encontram hoje aqui presentes. E há o “nós” – eu, a minha família, os meus colegas, os meus amigos. Entre o “nós” e o “eles” há uma distância atlântica, com raríssimas pontes pelo meio
Guardamos os bons sentimentos para as nossas relações pessoais, onde somos certamente seres encantadores, mas quando se trata de reflectir sobre o nosso papel enquanto cidadãos, partes de uma nação e de um tecido social e político comum, colocamos uma mola no nariz e dizemos que pouco temos a ver com isso, porque os políticos não se recomendam.

Há o “eles” – os políticos, as instituições, as várias autoridades, muitas das quais (receio bem) se encontram hoje aqui presentes. E há o “nós” – eu, a minha família, os meus colegas, os meus amigos.

Entre o “nós” e o “eles” há uma distância atlântica, com raríssimas pontes pelo meio.

“Eles” não têm nada a ver connosco. “Nós” não temos nada a ver com eles.

III

O senhor Presidente da República costuma dizer com frequência que os portugueses, quando querem, são os melhores do mundo. O senhor Presidente da República que me perdoe o atrevimento: não há qualquer razão para os portugueses serem melhores do que os finlandeses, os nepaleses ou os quenianos.

Partilhamos uma língua, um país com uma estabilidade de séculos, sem divisões, e é uma pena que por vezes pareçamos cansados de nós próprios. Tivemos História a mais; agora temos História a menos. Passámos da exaltação heróica e primária do nosso passado, no tempo do Estado Novo, para acabarmos com receio de usar a palavra “Descobrimentos”
Mas tenho uma boa notícia para dar: também não precisamos de ser melhores.

Para quem ainda acredita numa ideia de comunidade, os portugueses são aqueles que estão ao nosso lado. E isso conta. E conta muito.

Partilhamos uma língua, um país com uma estabilidade de séculos, sem divisões, e é uma pena que por vezes pareçamos cansados de nós próprios. Tivemos História a mais; agora temos História a menos. Passámos da exaltação heróica e primária do nosso passado, no tempo do Estado Novo, para acabarmos com receio de usar a palavra “Descobrimentos”. Simplificamos a História de forma infantil.

No século XVI, Luís de Camões já cantava os seus amores por uma escrava de pele negra – tão bela e tão negra que até a neve desejava mudar de cor. Para desarrumar os estereótipos, talvez precisemos de um pouco menos de Lusíadas e de um pouco mais de lírica camoniana.

Menos exaltação patriótica e mais paixão por cada ser humano – eis uma fórmula que me parece adequada aos tempos que vivemos. Sendo já poucos os que acreditam nas grandes narrativas, continuamos a acreditar nas pessoas que temos ao nosso lado. E esse é o caminho para a identificação possível dos portugueses com Portugal.

Sozinhos somos ninguém. A velha pergunta bíblica “acaso sou eu o guarda do meu irmão?” tem uma única resposta numa sociedade decente: “Sim, és.” Num país algo desencantado, o grande desafio está em tentar desenvolver um sentimento de pertença que vá além dos prodígios do futebol.

IV

Quando o senhor Presidente da República me convidou para presidir a estas cerimónias houve muita gente que ficou espantada, incluindo eu próprio. Mas com o tempo fui-me afeiçoando à ideia de que talvez não seja absolutamente necessário ter méritos extraordinários para estar aqui, e que Portugal precisa cada vez mais de um 10 de Junho feito de pessoas comuns e para pessoas comuns.

Um 10 de Junho que aproxime as linhas entre o “nós” e o “eles”. Uma festa do português anónimo, da arraia-miúda, daquelas pessoas que todos os dias fazem mais por este país do que elas próprias imaginam.

O 10 de Junho do meu avô, que tinha uma casa de pasto no fundo da rua de Elvas e oferecia um prato de sopa a quem não tinha dinheiro para pagar uma refeição.

O 10 de Junho dos meus sogros, que tiveram de fugir de Moçambique em 1975 e reconstruir toda a vida em Portugal com seis filhos para criar, alguns dos quais ficaram dispersos pela família até eles voltarem a ter condições para os acolher.

O 10 de Junho das três mulheres que criaram a minha mulher, uma delas originária de Timor, que viajaram desde o outro lado do mundo para acolher um bebé nascido em Moçambique e fazê-lo crescer numa pequena aldeia da Beira Interior.

São histórias de vida impressionantes.

Portugal não é composto apenas por instituições longínquas, Parlamentos em Lisboa, políticos distantes de quem dizemos mal no café.

Temos o hábito de levantar a cabeça à procura de grandes exemplos, e nem sempre os encontramos – mas muitas vezes os melhores exemplos estão ao nosso lado, e alguns deles começam em nós mesmos. Sobre cada um de nós recai a responsabilidade de construir um país do qual nos possamos orgulhar
Portugal somos nós. Sou eu. São as pessoas que estão sentadas em lugares privilegiados nestas bancadas. São os militares que desfilam à nossa frente. São os portalegrenses debaixo do sol de Junho. São as pessoas lá em casa, a ouvir estas palavras.

Todos temos nas nossas famílias histórias destas, de gente banal envolvida em feitos extraordinários.

Temos o hábito de levantar a cabeça à procura de grandes exemplos, e nem sempre os encontramos – mas muitas vezes os melhores exemplos estão ao nosso lado, e alguns deles começam em nós mesmos.

Sobre cada um de nós recai a responsabilidade de construir um país do qual nos possamos orgulhar.

Aos políticos que dirigem Portugal, e representam os seus cidadãos, compete-lhes contribuir para esse esforço, propondo-nos um caminho inteligível e justo. Os portugueses podem não ser os melhores do mundo, mas são com certeza capazes de coisas extraordinárias desde que sintam que estão a fazê-las por um bem maior.

Aquilo que melhor distingue as pessoas não é serem de esquerda ou de direita, mas a firmeza do seu carácter e a força dos seus princípios. Aquilo que se pede aos políticos, sejam eles de esquerda ou de direita, é que nos dêem alguma coisa em que acreditar. Que alimentem um sentimento comum de pertença. Que ofereçam um objectivo claro à comunidade que lideram
A política não falha apenas quando conduz o país à bancarrota. A política falha quando deixa o país sem rumo e permite que se quebre a aliança entre o indivíduo e o cidadão.

Aquilo que melhor distingue as pessoas não é serem de esquerda ou de direita, mas a firmeza do seu carácter e a força dos seus princípios. Aquilo que se pede aos políticos, sejam eles de esquerda ou de direita, é que nos dêem alguma coisa em que acreditar. Que alimentem um sentimento comum de pertença. Que ofereçam um objectivo claro à comunidade que lideram.

Nós precisamos de sentir que contamos para alguma coisa. (Além de pagar impostos.)

Cada português precisa de sentir que conta, precisa de sentir que os seus gestos não contribuem apenas para a sua felicidade individual, ou para a felicidade da sua família, mas que têm um efeito real na sociedade, e podem, à sua medida, servir o país.

É preciso dizer ao velho que perdeu tudo nos incêndios de Pedrógão – tu contas.

É preciso dizer ao miúdo que habita na pobreza do Bairro da Jamaica – tu contas.

É preciso dizer ao cabo-verdiano que trocou a sua terra por Portugal, em busca de um futuro melhor para os seus filhos – tu contas, e os teus filhos não estão condenados a passarem o resto das suas vidas a limpar as casas da classe alta de Lisboa ou do Porto.

É preciso dizer à mãe ou ao pai que se sacrifica diariamente para que o seu filho possa estudar numa boa escola – tu contas, o teu esforço não será desperdiçado, e enquanto cidadão português tens os mesmos direitos e a mesma dignidade que um primeiro-ministro ou um Presidente.

E se alguma pessoa emproada vos perguntar pelo vosso currículo, digam-lhe que currículo tem tanto o académico que decide dedicar a sua vida ao estudo como o pai que decide dedicar a sua vida aos filhos.

Currículo tem tanto o cientista que dedica o seu tempo à investigação como o reformado ou o jovem que dedicam o seu tempo a ajudar os outros.

São diferentes tipos de currículo, mas são currículo.

E se ainda assim vos perguntarem “quem é que tu achas que és?”, respondam apenas: “Sou um cidadão que todos os dias faz a sua parte para que possamos viver num Portugal melhor e mais justo.”
“Price is what you pay. Value is what you get.”
“In the short run the market is a voting machine. In the long run, it’s a weighting machine."
Warren Buffett

“O bom senso é a coisa do mundo mais bem distribuída: todos pensamos tê-lo em tal medida que até os mais difíceis de contentar nas outras coisas não costumam desejar mais bom senso do que aquele que têm."
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vbm

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Re: Portugal Positivo
« Responder #668 em: 2019-06-10 23:07:10 »
De facto, os clássicos defendem coisas simples para as quais a mão invisível é canhota: i) o Estado defender o País contra agressores externos; ii) o Estado administrar imparcialmente a justiça; iii) o Estado fazer as obras, redes e vias de comunicação de interesse geral para a comunidade; iv) o Estado garantir a instrução e saúde pública básica de todos os cidadãos. Tudo o mais, nós próprios trataríamos de o conseguir! Não parece mau rumo político…

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Re: Portugal Positivo
« Responder #669 em: 2019-06-11 16:56:52 »
....interessante....eh.eh.... :-\

Citar
Samsung tirou foto panorâmica de toda a costa Portuguesa

https://www.samsung.com/pt/smartphones/galaxy-s10/fotografia-943km/
« Última modificação: 2019-06-11 16:59:28 por Batman »

meopeace

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Re: Portugal Positivo
« Responder #670 em: 2019-06-12 01:57:56 »
Citar
Não é fácil saber porque é que estamos a lutar hoje em dia


Considerando que as televisões já dedicam mais tempo de antena ao futebol do que à informação, à cultura ou a qualquer outra área...
A resposta a essa dúvida parece fácil:

Estamos a lutar hoje em dia por um Estado de Futebol !


   :)

Automek

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Re: Portugal Positivo
« Responder #671 em: 2019-06-12 09:39:29 »
Eu gostei do discurso do JMT na parte em que fala de liberdade, igualdade de oportunidade e falência do estado/justiça.
De resto, não concordei nada com ele quando pede uma visão, uma inspiração aos políticos. Se há gente incompetente neste país são, sem dúvida, os políticos. Esperar que sejam eles a inspirar o povo é esperar que um invisual conduza um autocarro sem ter um acidente. Eu, pela minha parte, dispenso inspirações de políticos, até porque inspirações de políticos costumam significar apoios discricionários a determinadas pessoas, sectores, actividades, apoios esses pagos pelos meus impostos.

E, como se esperava, o JMT rapidamente se deslumbrou com os dois minutos de fama e já começou a dizer disparates, como é aliás habitual nele (com pseudo-liberais destes, os colectivistas podem estar descansados):
https://observador.pt/2019/06/12/joao-miguel-tavares-defende-ensino-do-crioulo-em-escolas-portuguesas/

JoaoAP

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Re: Portugal Positivo
« Responder #672 em: 2019-07-27 21:54:54 »
Duas propriedades vinícolas portuguesas entre as 50 melhores do mundo.

Os World's Best Vineyards não só distinguem as melhores vinhas como os melhores locais para degustar vinho e aprender sobre os processos de produção.
Via RTP

NO DOURO:

37.º Quinta do Bonfim (Pinhão) - umas das que pertence aos Symington (já agora têm um vinho biológico espectacular!)

4.º Quinta do Crasto (Sabrosa) - uma das que pertence a uma das famílias Roquette

https://www.worldsbestvineyards.com/top-50/

5555

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Re: Portugal Positivo
« Responder #673 em: 2019-07-31 14:17:17 »

Bom salário? Oeiras é o município que tem os rendimentos mais altos do país

A diferença entre os rendimentos mais elevados, registados em Oeiras, e os mais baixos, verificados em Resende, ultrapassa os sete mil euros. A média nacional era de 8.687 euros em 2017.

Dos cerca de 300 municípios portugueses, há 64 que apresentaram, em 2017, valores medianos do rendimento superiores à referência nacional. O primeiro lugar do pódio pertence a Oeiras, seguindo-se Lisboa e Cascais. Em todos eles, os valores estão acima dos dez mil euros anuais.

De acordo com os dados divulgados estar quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), em Portugal, o valor mediano do rendimento bruto declarado deduzido do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (IRS) liquidado por sujeito passivo foi de 8.687 euros.

Em Oeiras, este valor foi 12.935 euros, enquanto em Lisboa o rendimento bruto declarado deduzido do IRS liquidado por sujeito passivo foi 11.212 euros e em Cascais foi 11.130 euros. Além dos três municípios do pódio, também o Entroncamento, Alcochete, Coimbra, Almada, Porto, Vila Franca de Xira, Évora, Seixal, Aveiro, Marinha Grande, Odivelas e Setúbal apresentam valores acima dos dez mil euros.

Por outro lado, Resende é o município onde o rendimento bruto declarado deduzido do IRS liquidado por sujeito passivo é mais baixo. Em Resende, o valor situa-se nos 5.481 euros. Significa isto que a diferença entre os valores de Oeiras e os verificados em Resende superam os sete mil euros.

Desigualdade nos rendimentos é maior nos Açores. Lisboa vem a seguir
Outra leitura feita pelo INE com base nos dados dos valores medianos de rendimento bruto declarado deduzido do IRS liquidado por sujeito passivo é a da desigualdade, medida através do coeficiente de Gini — indicador que visa sintetizar num único valor a assimetria da distribuição dos rendimentos.

Em 2017, dos 34 municípios com coeficientes de Gini superiores ao valor nacional, de 26,7% (quanto mais elevada a percentagem, maior a desigualdade de rendimentos), 11 registaram também valores medianos de rendimento bruto declarado deduzido do IRS liquidado por sujeito passivo superiores à referência nacional.

“A Região Autónoma dos Açores (28,1%), a Área Metropolitana de Lisboa (27,7%), e as sub-regiões contíguas do Douro (27,7%), do Alto Tâmega (27,6%) e de Terras de Trás-os-Montes (27,0%) apresentaram coeficientes de Gini superiores ao valor nacional, evidenciando uma maior desigualdade na distribuição do rendimento”, explica o INE.

https://eco.sapo.pt/2019/07/31/quer-um-bom-salario-oeiras-e-o-municipio-que-tem-os-rendimentos-mais-altos/


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Rendimento das famílias sobe na zona euro e União Europeia
Lusa, 26 Julho 2019
O rendimento real das famílias aumentou na zona euro e na União Europeia no primeiro trimestre de 2019, segundo dados do Eurostat e Banco Central Europeu.

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« Última modificação: 2019-08-01 15:58:37 por Batman »

Kin2010

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Re: Portugal Positivo
« Responder #674 em: 2019-08-01 00:45:48 »
Parece que vão finalmente penhorar a colecção do Berardo.

Se assim for, Portugal está de parabéns. As instituições públicas e governo utilizaram os métodos formais que se devem utilizar nestas situações, e o poder de networking / cunhas de um bilionário não conseguiu evitá-lo.

Não era costume as nossas instituições agirem tão bem, sem ceder às pressões informais. Parabéns pela melhoria.

Automek

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Re: Portugal Positivo
« Responder #675 em: 2019-08-01 07:33:29 »
Eu aquilo que vejo é que foi preciso ele rir-se descaradamente na cara dos deputados e, indirectamente, de todos os portugueses para alguma coisa se ter mexido, depois de anos e anos sem se saber nada. Não achas que é uma grande coincidência, de repente, em poucas semanas, terem arrestado duas casas, uma quinta e a colecção ? Se não há aqui pressão política sobre os bancos é um acaso incrível.

E diga-se que desde o arresto até que isto se torne posse efectiva, validada por tribunal, ainda devem faltar uns anos.

Fica-se com sensação que se o Berardo não fosse um gabarolas gozão e tivesse adoptado uma postura de low profile à Ricardo Salgado, nada tinha acontecido.

vbm

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Re: Portugal Positivo
« Responder #676 em: 2019-08-01 09:41:51 »
Mesmo assim, é bom o que intentam.

Agora, o que fica na sombra,
é todo o complot e
a ingenuidade
de Berardo.

Porque o ponto foi este:
foram os bancos que pediram
ao Berardo que interviesse
para secundar a demissão
de J. Gonçalves, e com
essa ajuda, ganharia
uma comissão
apetecível.

Ele, Berardo, nunca pôs
dinheiro nenhum
naquilo, foram
os bancos
os interessados,
ele só os ajudou
na mira de um
módico ganho!

A trama do golpe
fica na sombra!

E note-se que a ideia
dos bancos não era má,
pois o J. Gonçalves
andava a fazer
uma data de
manobras
ilegais,
a perder dinheiro,
como toda a banca, aliás!

Agora, roem a corda
e o Berardo que se 'lixe'.

5555

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Kin2010

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Re: Portugal Positivo
« Responder #678 em: 2019-08-11 05:45:51 »
Portugal tem a taxa de crime mais baixa da União Europeia.

https://zap.aeiou.pt/portugal-paraiso-imigrantes-endinheirados-272941

É interessante notar que o Brasil tem uma das mais altas e fala a nossa língua. Culturas até certo ponto semelhantes.

As causas sociais, organizacionais, e políticas são decisivas para estas diferenças.

Automek

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Re: Portugal Positivo
« Responder #679 em: 2019-08-11 15:39:29 »
Uma coisa que é de realçar no Brasil é que as armas são proibidas.