Isto é o absurdo politico do nosso País. Quando temos um PR como o Cavaco que nada intervinha, abstinha-se de fazer um comentário explicito, interagir com a população, etc, todos o criticavam.
Agora temos um PR que aparenta ser o oposto, em particular por não se coibir de se manifestar e dar a sua opinião e tentar ter um papel activo e interventivo, voltam todos a criticar.
Pessoalmente prefiro que um PR tenha um papel activo, frontal e explicito. Politiquices de bastidores acontecem de certeza, mas pelo menos podemos ver alguma coisa de forma mais transparente.
O que eu mais aprecio no Marcelo é a presença cumplice efectiva próxima do cidadão --- uma espécie de amigo que não rejeita a proximidade, muito pelo contrário, medeia, ouve, compromete-se e tranquiliza, e que cumpre com isso um papel que está muito em falta na política --- uma ponte para os cargos de decisão. Para além disso, o homem não pára. Está sempre activo, em qualquer evento de relevo, e sempre bem disposto.
Essencialmente é isto, uma função que não lhe é exigida, mas que ele cumpre com (aparente) gosto e dedicação, num completo oposto a um Cavaco que não saía do sarcófago.
Faz falta um político com este perfil num cargo com esta exposição.
Mesmo que por vezes se atravesse em competências que não são dele e que proponha soluções polémicas, como foi aqui o caso.
(Tino de Rans... Vai lá vai... )
O problema de uma presidência POP é que se auto-consome, podendo em caso de se cometerem erros sucessivos as pessoas virarem-se contra o Sr. Presidente. O que era proximidade, torna-se confiança a mais e aí todos podem dizer-lhe o que vai na alma. Depois, pode-se começar a desprestigiar a Presidência da República, na pessoa do seu Presidente, e chamar-lhe por exemplo, mentiroso. Algo do género seria vergonhoso e colocaria Marcelo ao nível do Cavaco (aquando da rábula do ordenado), desprestigiando ainda mais as instituições políticas, o com a agravante de ser o cargo representativo mais importante no Estado Português. E se se pode desrespeitar a instituição n.º1 da nossa democracia, imagina a 2ª, a 3ª...
É giro ver o Marcelo a comer cachupa na Cova da Moura, dá conforto às pessoas, alegra-lhes o dia e o resto do pessoal quando vê TV pensa "Opá que Presidente tão fixeeeee...." Mas no fim, aquelas pessoas com dificuldade ficarão só com uma história gira para contar aos netos. Preferia muito mais um presidente que chamasse o PM e lhe perguntasse o que está a fazer para conter a evolução da taxa de juro, que se isso continuar, convoca novas eleições. Aí os netos da Cova da Moura ficariam com uma história engraçada para contar e com menos dívida para que no seu futuro tenham mais oportunidades para serem aquilo que eles querem ser.
Um Presidente POP é como a música POP, é divertida, descontraída e até podemos cantarolá-la, mas se for para facturar lá teremos que recorrer aos clássicos...