A França e a Inglaterra têm projectos europeus bem diversos. Não é estranho. Nenhum país coincide plenamente com o outro no seu projecto europeu. E nesta matéria não é, numa perspectiva de longo prazo, o Reino Unido que é maioritário, mas a França.
O curioso é que a França e a Inglaterra são dois países com Histórias interligadas profundamente. A língua inglesa é a mais francesa das línguas depois do francês. Segundo os linguistas entre 40% a 60% da língua inglesa é de origem francesa. Para os ingleses seria impossível sequer falar sem a marca francesa. Os latinos semi-alfabetizados não percebem que o inglês lhes é muito mais perceptível exactamente por causa dessa marca francesa. Desde conceitos abstractos, ao sentimento, de gosto, jurídicos e técnicos, todos eles estão cheios dessa marca. Ninguém diria «makable», mas «possible» e no entanto seria bem mais anglo-saxónico dizer a primeira que a segunda.
onu ganhe juizo
porque estes apesar serem parecidos.... quando estiveram juntos so deu guerra
a verdade é que a França e a Inglaterra são os mais longos aliados de que há memória na História europeia. Contra os Habsburgos em todo o século XVI e XVII (apesar de variantes ligadas aos Stuarts que não há tempo de referir). Depois da guerra franco-prussiana os alemães, engordados com as indemnizações francesas de guerra, dirigiram-se ao Banco de Inglaterra oferecendo o seu excesso de liquidez. Os ingleses responderam-lhe com desdém aristocrático perante o novo-rico, porque credível para eles era apenas a banca francesa. Com a Restauração, a Monarquia de Julho, o II Império, a III República, a I Guerra Mundial e até à crise do Suez nos anos de 1950 encontramos um período de cerca de 150 anos em que franceses e ingleses lutam do mesmo lado, são os principais aliados. Porque, lembro mais uma vez, um aliado é o que, podendo dizer não, diz sim quando tratamos do fundamental. E tendo a França e a Inglaterra dito muitas vezes não uma à outra, disseram sempre sim no que era fundamental.
Os cultores do folclore falam da aliança luso-britânica como a mais antiga do mundo. Falaria antes eu de protectorado. Perguntaram-se os ingleses: «Temos de fazer guerra contra X, temos por isso de perguntar aos portugueses se vêm connosco?» Seria ridículo termos essa presunção. Alianças fazem-se entre iguais em poder, ou pelo menos equivalentes. Os ingleses e franceses foram os principais aliados uns dos outros pelo mais longo período da História que se conhece. Ainda hoje em dia quando uns e outros pensam fazer um porta-aviões extra é entre eles que o pensam fazer. Quando fazem um Concorde é entre eles que o fazem.
Mas seria esconder o sol com a peneira ignorar que desde o fim da II Guerra Mundial que a aliança se começou a partir. A França e a Alemanha são hoje aliados mais profundos que estes e a Inglaterra
Na imaginação mais ou menos difusa, e no discurso ainda presente, os ingleses conservadores opõem-se aos franceses revolucionários. Burke contra os jacobinos. Os direitos adquiridos, a tradição contra a revolução. No entanto, se olharmos bem, vemos que hoje em dia as posições se inverteram. É a França hoje em dia o paladino dos direitos adquiridos (de uma classe média maioritária, mas não menos privilegiada por isso), da tradição (republicana, social, intervencionista, protectora), contra uma Inglaterra que, se ainda não é revolucionária, como os Estados Unidos, se encontra numa fase Voltairiana. Voltaire está hoje do lado britânico: iconoclasta, descrente de grandes projectos, de grandeza, da transcendência. Campanha de demolição, mais que de construção.
nso e toa wokes estao na inglaterra maior numero
napoliao ja tinha dito que alianca com imperio austro hungaro foi maior asneira! que fez
No seu auge, em 1811, o Império francês contava com 130 regiões administrativas, de Roma a Hamburgo. Ao longo das suas conquistas, Napoleão conseguiu unir este vasto território. O imperador dizia: “na Europa há mais de 30 milhões de franceses, 15 milhões de espanhóis e 30 milhões de alemães”. O seu objetivo era “transformar esses povos num único, numa única nação.” Foi exatamente esse desejo de construir um Estado tão vasto que fez com que a Europa se unisse para o derrotar.
Foi nesta época que começou a germinar um sentimento de união por toda a Europa. No entanto, as aspirações nacionais impuseram-se