Olá, Visitante. Por favor entre ou registe-se se ainda não for membro.

Entrar com nome de utilizador, password e duração da sessão
 

Autor Tópico: Uma nova era de confiscos em câmara lenta  (Lida 5464 vezes)

Kin2010

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 3989
    • Ver Perfil
Uma nova era de confiscos em câmara lenta
« em: 2016-02-27 19:48:07 »
Parece-me que se está a inaugurar uma nova era em que os governos dos principais países vão gradualmente confiscar riqueza a quem a tem. Senão vejamos.

As taxas de juro de uma série de bancos centrais viraram negativas. Só falta a Fed. Os bancos ficam a perder $ assim nos depósitos que lá têm. Uma defesa dos bancos seria emprestarem para a economia real. Mas onde é que há novos projectos interessantes? O mais certo será os bancos defenderem-se aplicando taxas de juro negativas aos depósitos. Isto acontecerá com taxas quase zero + comissões. Isso já me está a acontecer no Credit Suisse: o que pago de comissão é mais do que os juros do DP. Isto é um confisco encapotado. São os depositantes a perder.

Muita gente pensou em armazenar o $ em cash físico. Por isso foram levantadas quantias recorde de notas altas em 2015. E o que começam os economistas a dizer? Que temos que abolir o cash físico. Quem afirmou isso foi o Haldane do BoE recentemente. E já vários outros também falaram. Finalmente ainda há outros, como o Larry Summers e o Lord Turner que acham que as notas altas, incluindo as de 100 dólares e de 500 euros devem ser eliminadas já. Alegam a luta contra o crime e terrorismo. Mas isso é só um pretexto. A tendência parece ser deixar as pessoas indefesas face ao Estado. Com todos os seus movimentos financeiros controlados informaticamente.

Isto reforça o clima deflaccionário. Entretanto, nas acções e no imobiliário os impostos são crescentes. Em Portugal já nos subiram os impostos sobre dividendos e mais valias todos para 28%, muito mais do que há poucos anos atrás (e foi o Passos Coelho). Também se fala cada vez mais em impostos sobre o património imobiliário. O IMI deverá tender a aumentar, pois não há maneira de os municípios gastarem menos, têm muitos boys para comer dos seus orçamentos.

Na UE já se reforçou a ideia perante os cidadãos de que, a partir de agora, resoluções bancárias poderão (deverão) dar bail in aos depositantes.

Na Grécia e Chipre já houve controles de capitais.

Vai ser difícil fugir a esta onda de confiscos, uns em câmara lenta, e outros talvez até mais rápidos. E ainda mais difícil conseguir yields decentes e sem risco. Hoje, se quisermos mesmo yields sem risco ou com risco mínimo, temos que nos contentar com uns -0.5%.



Pedro

  • Visitante
Re: Uma nova era de confiscos em câmara lenta
« Responder #1 em: 2016-02-27 21:53:49 »
Próximo episódio: Bancos a estoirar como pipocas em países como Alemanha, UK, China, Suiça e EUA. Pânico e conflitos nas ruas. Regresso das políticas protecionistas. Ouro a valorizar 200% e a ser confiscado. Onde é que já vimos este filme? Grande Depressão.

Kin2010

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 3989
    • Ver Perfil
Re: Uma nova era de confiscos em câmara lenta
« Responder #2 em: 2016-02-28 01:47:47 »
Próximo episódio: Bancos a estoirar como pipocas em países como Alemanha, UK, China, Suiça e EUA. Pânico e conflitos nas ruas. Regresso das políticas protecionistas. Ouro a valorizar 200% e a ser confiscado. Onde é que já vimos este filme? Grande Depressão.

Antes de se chegar a essas coisas já o mercado de acções se afundou. Aliás uma queda de 50% nele não tem nada de extraordinário: 1987 (quase), 1998, 2000, 2008...


pedferre

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 2599
    • Ver Perfil
Re: Uma nova era de confiscos em câmara lenta
« Responder #3 em: 2016-02-28 08:51:54 »
Antes de chegar a tudo isso ja a costa aprovou um novo imposto para doacoes e herancas ... Com retroatividade. :)

JoseM

  • Sr. Member
  • ****
  • Mensagens: 375
    • Ver Perfil
Re: Uma nova era de confiscos em câmara lenta
« Responder #4 em: 2016-02-28 10:07:45 »
Será que estamos numa era assim tão má como se tem lido ultimamente cá no fórum? Acredito numa correção de 50% (ou algo do género) nos mercados mas não deverá ser o fim do mundo ou será?
O que andam os ricos a fazer com o dinheiro? >:(

JoseM

  • Sr. Member
  • ****
  • Mensagens: 375
    • Ver Perfil
Re: Uma nova era de confiscos em câmara lenta
« Responder #5 em: 2016-02-28 10:10:06 »
Não é o buffett que diz 90% VOO e 10% BND?
É manter a estratégia aconteça o que acontecer :-\ e ter coração forte.
Óbvio que é fácil falar mas....

Kin2010

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 3989
    • Ver Perfil
Re: Uma nova era de confiscos em câmara lenta
« Responder #6 em: 2016-02-28 17:41:14 »
Será que estamos numa era assim tão má como se tem lido ultimamente cá no fórum? Acredito numa correção de 50% (ou algo do género) nos mercados mas não deverá ser o fim do mundo ou será?
O que andam os ricos a fazer com o dinheiro? >:(

Os ricos estão a fazer tudo por tudo por perder mas o mínimo possível. Se nos próximos 10 anos perderem 5% ao ano e no fim tiverem saído fisicamente incólumes sem revoluções nem guerras civis, dar-se-ão por satisfeitos. As cimeiras, etc, etc, são para isso!

Arkhro

  • Jr. Member
  • **
  • Mensagens: 29
    • Ver Perfil
Re: Uma nova era de confiscos em câmara lenta
« Responder #7 em: 2016-02-28 20:25:52 »
E no meio desta insanidade legal, não haverá pelo menos um país livre?

Deus Menor

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 1972
    • Ver Perfil
Re: Uma nova era de confiscos em câmara lenta
« Responder #8 em: 2016-02-29 12:36:47 »
E no meio desta insanidade legal, não haverá pelo menos um país livre?

Contrariamente ao que se pensa as mudanças vão fazer-se por imposição das classes médias
e não pelo proletariado socialista da Esquerda.

A classe média tem legitimidade para exigir porque é ela que paga.

O confisco , legislativo, está a tomar proporções de loucura.

hermes

  • Global Moderator
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 2836
    • Ver Perfil
Re: Uma nova era de confiscos em câmara lenta
« Responder #9 em: 2016-02-29 12:54:58 »
E no meio desta insanidade legal, não haverá pelo menos um país livre?

Contrariamente ao que se pensa as mudanças vão fazer-se por imposição das classes médias
e não pelo proletariado socialista da Esquerda.

A classe média tem legitimidade para exigir porque é ela que paga.

O confisco , legislativo, está a tomar proporções de loucura.

Só se for moral. Mas a legitimidade da democracia não é moral e sim do número de eleitores.
"Everyone knows where we have been. Let's see where we are going." – Another

Reg

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 13520
    • Ver Perfil
Re: Uma nova era de confiscos em câmara lenta
« Responder #10 em: 2016-02-29 12:59:17 »
por isso muitos paises meteram  democracia na gaveta e usam ditaduras
« Última modificação: 2016-02-29 12:59:39 por Reg »
Democracia Socialista Democrata. igualdade de quem berra mais O que é meu é meu o que é teu é nosso

Incognitus

  • Administrator
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30961
    • Ver Perfil
Re: Uma nova era de confiscos em câmara lenta
« Responder #11 em: 2016-02-29 13:07:41 »
por isso muitos paises meteram  democracia na gaveta e usam ditaduras

Às tantas a classe média depois de exigir (na prática) o confisco, exige uma ditadura por causa do confisco ...  :D
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

Europeu

  • Ordem dos Especialistas
  • Sr. Member
  • *****
  • Mensagens: 369
    • Ver Perfil
Re: Uma nova era de confiscos em câmara lenta
« Responder #12 em: 2016-02-29 15:28:13 »
mas quem é de esquerda não é o proletariado, quem é de esquerda são os funcionarios publicos.
Há dois grupos de eleitores socialistas, um grupo é o dos funcionarios publicos, o outro grupo é o dos retardados.

Incognitus

  • Administrator
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 30961
    • Ver Perfil
Re: Uma nova era de confiscos em câmara lenta
« Responder #13 em: 2016-02-29 15:44:58 »
mas quem é de esquerda não é o proletariado, quem é de esquerda são os funcionarios publicos.

Sejamos honestos, em Portugal é quase tudo de esquerda. Uns 80% tem ideias de esquerda, pelo menos quando pensa que as suas opções serão favorecidas. Só se tornam mais liberais quando toca ao próprio comportamento, património, rendimentos, etc.

Uma parte grande do PSD tem ideias que oscilam entre o socialismo e o comunismo (se excluirmos a chatice da propriedade privada, em que a esmagadora maioria dos Portugueses a defende).

Aliás, recentemente existiu um inquérito que mostrava isso mesmo -- que a ideologia dos vários partidos, julgada pelos cidadãos, era muito similar entre todos os partidos.
« Última modificação: 2016-02-29 15:46:22 por Incognitus »
"Nem tudo o que pode ser contado conta, e nem tudo o que conta pode ser contado.", Albert Einstein

Incognitus, www.thinkfn.com

pedferre

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 2599
    • Ver Perfil
Re: Uma nova era de confiscos em câmara lenta
« Responder #14 em: 2016-02-29 16:02:45 »
Eu estou cheio de medo é do novo imposto sucessório que estava no programa eleitoral do PS, e ao qual o BE e PCP darão aval para taxar as heranças. Para já disseram que era só para ricos... acima de heranças de 1 milhão de euros ou algo, mas como também já ouvi um ministro dizer que os contribuientes que ganham mais de 2 mil euros, advogados e quadros superiores são ricos (relativamente aos restantes). Esperemos pelos próximos capitulos e pelo orçamento retificativo para ver que nos impostos virão para ai.  :o

Reg

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 13520
    • Ver Perfil
Re: Uma nova era de confiscos em câmara lenta
« Responder #15 em: 2016-02-29 16:37:29 »
mete cabeça que ai vem e "Tudo no Estado, nada contra o Estado, e nada fora do Estado"  e pronto  ficaras preparado para pior
Democracia Socialista Democrata. igualdade de quem berra mais O que é meu é meu o que é teu é nosso

Kin2010

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 3989
    • Ver Perfil

Kin2010

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 3989
    • Ver Perfil
Re: Uma nova era de confiscos em câmara lenta
« Responder #17 em: 2016-03-11 20:53:22 »

European job market is rigged against younger workers, says Draghi


ECB president laments high levels of youth unemployment and warns near-zero inflation damages Generation Y’s prospects
   
     
The Guardian
Shiv Malik and Caelainn Barr

Friday 11 March 2016 09.00 GMT  Last modified on Friday 11 March 2016 10.35 GMT 


 
Europe’s economies are rigged to protect older workers at the cost of new employees, the president of the European Central Bank has told the Guardian.

Mario Draghi also said “tragic” high levels of youth unemployment had the potential to threaten social harmony in Europe and that rock-bottom inflation was damaging the prospects of Generation Y by redistributing their wealth to older people.

Mario Draghi: 'Reducing youth unemployment is a priority for everyone'
 
Draghi told the Guardian there should be a “more open, flexible, innovative and business-friendly society” that did not disadvantage new workers because companies were afraid of taking on new staff. He gave the exclusive interview as part of a Guardian series investigating the economic plight of young adults around the world.

Youth unemployment is a tragedy and prevents people from playing a full and meaningful part in society

Setting out his views before the ECB’s dramatic decision on Thursday to lower interest rates to zero percent in an attempt to pump life back into the Eurozone and return inflation back to a target rate of 2%, Draghi said:

“In many countries the labour market is set up to protect older ‘insiders’ – people with permanent, high-paid contracts and shielded by strong labour laws.”

“The side-effect is that young people are stuck with lower-paid, temporary contracts and get fired first in crisis times. That also means that employers are reluctant to invest in young people, so the incomes of this generation stay lower over their lifetime.”

Europe’s most powerful banker, 68, who has been at the ECB’s helm for four years, also said it was a priority for Europe to tackle chronic youth unemployment and reform a job market that locked out young workers.

“Youth unemployment is a tragedy and prevents people from playing a full and meaningful part in society. If every second young person is out of work – as is still the case in some countries in Europe – it seriously harms the economy ... and it threatens social harmony,” said Draghi.

Draghi said the situation for young people was made worse by a lack of inflation, which according to the bank’s own research was increasing inequality and damaging their prospects.

Low inflation means that savings, likely to be held by older people, maintain their value, while debts, which are more likely to be held by younger people, do not erode.

“Nobody stays young forever. The crucial question is whether a person can participate fully in the economy over his or her lifetime – get a good education, find a job, buy a home for the family,” said Draghi.

“What makes me worry is that increasing inequality might prevent people from doing that. This is an issue all our societies need to look at carefully.

“The ECB’s role in that is to maintain price stability, which prevents unfair redistribution. For example, our research shows that in the euro area too low inflation results in redistribution from younger, more indebted households to older households that are typically net creditors.”

Responding to Draghi’s comments, Johanna Nyman, the president of the European Youth Forum, said: “After the financial crisis, there has been an increasingly clear pattern: young people are paying the price for mistakes that were not ours.

“Of course, job creation is crucial. But young people should not be put in a position where we are told that it is a choice between low-paid jobs not matching our qualifications, unpaid internships or no jobs at all. ”

Near-zero inflation and fears of decades of Japanese-style low or no growth have been the latest issues to beset Europe since the 2008 financial crash.
 
In the euro area, inflation has been below 1% for more than two years and is expected to drop further because of a dramatic collapse in oil prices. In February, Draghi said he would “refuse to surrender” to its effects.

Thursday’s unprecedented move by Draghi to create an environment of even cheaper money by reducing interest rates on borrowing and expanding its money printing programme failed to stimulate markets at close.

Draghi’s interview comes amid a Guardian investigation into the incomes of Generation Y, also known as millennials, showing they are almost no better off in terms of disposable income than their parents were in a number of countries across Europe and America.

His comments are published on the day that sees the launch of the first Europe-wide intergenerational index showing that ageing populations and the fallout from the 2008 financial crisis have led to the prospects of young people across the EU hitting a 10-year low.

The index, drawn up by the Intergenerational Foundation thinktank, found that alongside increased future debt repayments, the average share of health spending consumed by the over-60s across the EU rose from 42% in 2000 to more than 54% in 2013.

In effect, over-60s consumed more than half of all healthcare resources in the EU, despite representing less than a quarter of all EU citizens.

Pension spend was also higher than 10% of GDP in some of Europe’s largest economies: France, Germany, Denmark, Italy and the UK.

Angus Hanton, the co-founder of the Intergenerational Foundation, said the findings “should act as a wakeup call to policymakers”.

“Younger generations are being systematically disadvantaged. We cannot expect the young to carry the burden of an ageing population if we do not give them the tools required to become economically active citizens. It is therefore in all generations’ interests to prioritise spending on the young,” Hanton said.

Asked whether today’s younger adults would have as good a standard of living as pensioners today when they came to retire, Draghi responded: “That’s our common choice. Our standard of living depends on the strength of our economy.

“Much focus is put on the central bank to raise growth, and it can contribute through price stability and a stable financial system. But in the long run real growth is driven by what the economy can produce. That is much more about ideas, technology, flexibility, motivation, skills. It is up to elected governments to set a growth-friendly environment.”

Kin2010

  • Ordem dos Especialistas
  • Hero Member
  • *****
  • Mensagens: 3989
    • Ver Perfil
Re: Uma nova era de confiscos em câmara lenta
« Responder #18 em: 2016-03-21 23:09:35 »
A dar-me razão nesta tese dos confiscos em câmara lenta está o que o Draghi diz acima, sobre as pessoas jovens terem dívidas e as mais velhas terem activos e não dívidas --- e assim, tem que se tirar às segundas para dar às primeiras.

Noto ainda que o imposto sobre as mais valias em Portugal era só de 10% há alguns anos e havia isenção para valores detidos por 12 meses ou mais. Agora já vai em 28% e acabou essa isenção.

Verifiquei hoje que, na Bélgica, este ano, pela primeira vez vão taxar em 33% as mais valias de valores detidos por menos de 6 meses. Até agora o imposto era muito baixo. E a Bélgica não está como Portugal.

O que se seguirá? IMI ++, IRS ++, imposto sobre o património, taxas de "solidariedade", etc, etc.


Zel

  • Visitante
Re: Uma nova era de confiscos em câmara lenta
« Responder #19 em: 2016-03-21 23:23:15 »
eh por isso que eu ja disse que quem puder devia mudar-se para um paraiso fiscal, o futuro eh muito incerto