Os holandeses parecem ser pouco delicados quando dizem as coisas mas nós portugueses, criaturas sensíveis que somos, ficamos sempre mais preocupados com a forma do que com o conteúdo. Podem-nos chamar de incompetentes, mas tem de ser de forma delicada, não à holandesa.
Quando o outro disse que gastamos em vinhos e mulheres, qualquer mentecapto percebe que vinhos são estádios do euro às moscas e mulheres são aeroportos de Beja. Mas ficamos incomodadinhos porque o holandês não disse aquilo de forma fofinha.
Ao longo dos últimos anos fomos ultrapassados por quase todos os países que vieram lá bem do fundo. Isso é que nos devia preocupar, mas enquanto houver um holandês contra quem cerrar fileiras, mais vale isso do que assumir a nossa incompetência (é nossa, sim, colectiva, porque os governos escolhidos são uma opção colectivas da maioria; ter uma RTP a mamar 230M por ano e não ter 25M para uma ala pediátrica é uma opção, não é uma fatalidade, nem é culpa do holadês).