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Autor Tópico: Climate Change - acordo na conferência de Paris  (Lida 24953 vezes)

Incognitus

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Re: Climate Change - acordo na conferência de Paris
« Responder #20 em: 2015-12-13 23:58:28 »
Subida da temperatura desde então: ~0.3ºC, abaixo do intervalo previsto. E novamente, é de relembrar que o intervalo é extremamente largo.

Subida do nível do mar desde então: 7-8cm, em cima do mínimo do intervalo (que novamente, é um intervalo extremamente largo). Aqui não verifiquei se foram aplicadas correcções, é mais difícil obter os dados sem serem "corrigidos" ...

Outra coisa importante: nas temperaturas como no nível do mar é preciso ter cuidado -- pois desde que começaram a surgir discrepâncias tem existido uma tentativa fortíssima de "corrigir" parte do passado para baixo, de forma a favorecer a subida. Isso pode ser constatado com:
* Utilizando a mesma fonte e vendo o que é que a fonte reportava como sendo as temperaturas do passado e presente há, digamos, 20-30 anos atrás, e o que reporta agora para essas mesmas épocas.
* A forma como várias fontes diferentes (satélites, estações terrestres, etc) começam a divergir entre si (tendencialmente os satélites são sujeitos a menos "correcções").
« Última modificação: 2015-12-13 23:59:45 por Incognitus »
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Re: Climate Change - acordo na conferência de Paris
« Responder #21 em: 2015-12-14 00:07:22 »
Citação de Incognitus

Citar
A informação científica ser credível ou não não é ditada por entidades específicas.

Para a informação científica ser credível, tem que ser:
* Replicável, em experiências, por terceiros -- produzindo os resultados previstos pela teoria.
* Ou, na ausência de possibilidade de replicar em laboratório, a teoria tem que produzir previsões que depois são verificadas mais tarde na realidade.

Neste caso, caímos no segundo ponto. Para a IPCC ser credível, não basta afirmar alguma coisa. Temos que comparar previsões feitas no passado com aquilo que se verificou. No caso do clima, têm que ser previsões muito no passado. O mais para trás da IPCC que encontrei, foi o relatório AR1.

https://www.ipcc.ch/ipccreports/far/wg_I/ipcc_far_wg_I_full_report.pdf

É este que tem que ser confrontado com os resultados verificados, até porque desde essa publicação há 25 anos, podemos dizer que a evolução do CO2 foi a do cenário "Business as usual" ou pior. Portanto é com as previsões feitas nesse cenário que o relatório tem que ser confrontado. Da breve tentativa que fiz (dificultada por as previsões serem dadas em intervalos BRUTAIS e ainda por cima só em gráfico em vez de tabela -- o que retira precisão), o que apurei é que a evolução em geral foi junta ao MÍNIMO previsto nesses gráficos (que, devido aos intervalos serem tão grandes, leva a que tenha sido uma evolução muito fraca em temperatura ou nível do mar).

Isso é ciência, o resto é tanga. Por exemplo, quando agora vão buscar modelos AR4 para dizer "vejam, até está no topo das previsões desses modelos desde 1990 ou 2000!", isso é uma grande tanga -- porque esses modelos foram escolhidos e divulgados em ... 2007).

----------

Lark, sempre que vês um pedaço de informação que confirma os teus beliefs bates palmas. Isso não é uma atitute científica, isso é confirmation bias no seu melhor.

-----------

Alguém, Meteorologista incluído, discorda que a atitude científica própria é confrontar a observação da realidade hoje (e nos últimos 25 anos) com previsões feitas há 25 anos atrás, e não com previsões feitas DEPOIS da maioria dos 25 anos terem passado? Se alguém discorda disto não está a adoptar uma atitude científica.


Vê, por favor, no link abaixo de que instituição estou a falar e poderás ajuizar da sua credibilidade científica:

 http://www.ipcc.ch/organization/organization.shtml

Subsistindo dúvidas, penso que uma navegação pelo site poderá dissipá-las


Penso que não leste o que escrevi.

Neste caso a ÚNICA coisa que importa é comparar modelos a previsões. O que a IPCC é ou deixa de ser é irrelevante. E as comparações têm que ser feitas contra previsões feitas há MUITO tempo atrás. O mais para trás que se consegue ir no IPCC é 1990. É com essas previsões, que aqui coloquei, que tem que ser comparada a realidade.

O resultado dessa comparação não é favorável aos modelos. As alterações da realidade estão ou abaixo ou em cima do limite INFERIOR das bandas dadas. E as bandas são extremamente largas...

Nota, claro, que se fores há IPPC eles dizem coisas exactamente opostas. Conclusão: não podem ser sérios, porque qualquer um pode verificar as previsões feitas para trás. Aliás, não são linearmente sérios quando fazem coisas como no gráfico Alias, porque o AR4 usado foi divulgado em 2007!! Que fraude é que é ir buscar um modelo de 2007 para dizer que a subida do nível do mar de 1990 para cá (17 anos dos quais são efectivamente "história" para tal modelo) está no intervalo superior das previsões? Isto nada tem de credível.

« Última modificação: 2015-12-14 00:08:04 por Incognitus »
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Re: Climate Change - acordo na conferência de Paris
« Responder #22 em: 2015-12-14 00:13:07 »
Outra coisa, a própria IPCC tem estado a cortar lentamente as suas previsões para a frente. Os AR vão levando a modelos menos agressivos. Mas mesmo ESSES têm que ver as suas previsões comparadas com a realidade para a frente. Nem nesses, menos agressivos, se pode confiar como sendo "mais científicos". Tal como não se podia confiar nos passados. O modelo tem no mínimo que mostrar que prevê o que ocorre para a frente.

A relatividade de Einstein ou a teoria de Newton, passaram por essa validação. Foram aceites porque a observação estava de acordo com as previsões, não porque era Einstein ou Newton ou uma organização qualquer a dizer que aquilo é que era. E a teoria de Einstein suplantou a de Newton porque previa mais exactamente ainda. Não porque uma organização qualquer tenha dito que Einstein é que era.

-----------

Já agora, porque é que este género de coisas são importantes? Porque mesmo em 1990 a IPCC já colocava outros cenários no caso de serem tomadas medidas para conter o CO2. E o que aconteceu, mesmo sem serem tomadas medidas (pelo que a evolução foi igual ou talvez até pior do que o cenário "Business as Usual"), é que na realidade a evolução foi abaixo do previsto no caso dos cenários com medidas. Se tivesse existido um custo para evitar a evolução prevista, ter-se-ia tido um custo para se evitar algo que não ocorreu.

-----------

Para que não restem dúvidas e para o que o debate se centre em argumentos, o Meteorologista é meteorologista.
« Última modificação: 2015-12-14 00:48:34 por Incognitus »
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Re: Climate Change - acordo na conferência de Paris
« Responder #23 em: 2015-12-14 13:17:37 »
Isto já é de 2009, mas para se ter uma ideia do tipo de ajustamentos que andam a acontecer nos dados de temperatura ...

The Smoking Gun At Darwin Zero
http://wattsupwiththat.com/2009/12/08/the-smoking-gun-at-darwin-zero/

De notar que na Austrália e outros países (Islândia, outros), em muitos casos cientistas locais andam a colocar este género de coisa em dúvida (quando olham para os seus locais ajustados nos dados globais apresentados).
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Re: Climate Change - acordo na conferência de Paris
« Responder #24 em: 2015-12-16 01:09:22 »
Como o Incognitus e eu próprio informámos, sou meteorologista.
Não sou especialista em Climatologia, mas sim em observação (meteorológica) remota e previsão (meteorológica) de muto curto prazo.
Peço desculpa ao Incognitus por andar sem tempo para analisar com cuidado os seus posts neste tópico. Quando o puder fazer deixarei aqui os meus comentários.
Entretanto, vou deixar aqui algumas considerações genéricas sobre o tema em análise que poderão ser de ajuda para quem não tem formação específica nestas áreas.
Relativamente ao Clima, deve começar-se por distinguir-se entre variabilidade climática e alterações climáticas.
A variabilidade climática consiste no facto de as grandezas que caracterizam o estado do tempo (temperatura, precipitação, etc.) terem em geral uma grande variância. Daqui resulta que o clima duma região (que corresponde às condições médias do estado do tempo nessa região) só pode ser determinado dispondo de séries temporais muito longas de observações dessas grandezas. Classicamente o período mínimo necessário é de trinta anos. Por exemplo, o primeiro Atlas Cilmatológico de Portugal, publicado pelo então serviço Meteorológico Nacional em 1974, utilizou o tratamento estatístico de todos os dados de observação disponíveis do período 1931/60.
Por aqui se vê que para se detectarem Alterações Climáticas tem de se fazer o tratamento estatístico de séries temporais de observações também muito longas.
Dito isto, é geralmente aceite que a temperatura média global (nalgumas regiões até pode descer) tem vindo a subir nas últimas décadas.
Há alguns anos, o Instituto de Meteorologia fez um estudo das séries centenárias da temperatura em Portugal e também detectou uma subida, não tendo, agora, de memória os valores encontrados.
Mas atenção que o nível do mar, de que também tanto se fala, tem vindo a subir na costa portuguesa, pelo menos, desde o princípio do século passado pelo que essa subida não pode imputar-se totalmente às alterações climáticas.
Considera-se também que se pode afirmar que a subida da temperatura média global é antropogénica com um intervalo de confiança de 95%.
Não quero terminar sem falar agora um pouco de modelos de previsão meteorológica.
Devo começar por dizer que a Dinâmica da Atmosfera é muito complexa: as equações diferenciais que regem o estado da atmosfera não têm solução analítica conhecida e têm um comportamento caótico (no sentido da Teoria do Caos).
A solução numérica destas equações, o enorme volume de dados de observação necessário para definir as condições iniciais, a necessidade de se ter em conta a interacção oceano/atmosfera e de se dispor dos dados da altitude do solo e o tempo disponível para elaboração das previsões em tempo útil, obrigam à utilização de sistemas de computação muito potentes e à instalação e operação de estruturas muito caras que estão fora dos orçamentos da maior parte dos países. Assim, a previsão meteorológica a médio prazo (até dez dias) é feita em grandes centros mundiais como o consórcio europeu (Centro Europeu de Previsão a Médio Prazo: http://www.ecmwf.int/) em que Portugal participa, no centro da NOAA, e mais alguns poucos.
E mesmo assim o índice de acerto das previsões vai diminuindo até ao quinto dia e entre o quinto e o décimo já é pouco razoável.
« Última modificação: 2015-12-16 01:14:38 por Meteorologista »

Incognitus

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Re: Climate Change - acordo na conferência de Paris
« Responder #25 em: 2015-12-16 01:20:54 »
A subida de temperaturas e níveis do mar actuais vem no contexto de uma subida global de uns 16ºC e 140 metros, de há 20000 anos para cá, a maior parte da qual ocorreu no início desse período. Essa mesma subida tem n ciclos similares na história. Está um gráfico algures a mostrar isso... "climate change" é desde logo um muito mau nome para o que aqui se debate.

Mas o que importa mesmo é que neste contexto "ciência" = construir modelos que fazem previsões, e comparar as previsões à realidade. E não "construir modelos que prevêem catástrofes e actuar com base nessas catástrofes previstas".

Portanto, é preciso validar os modelos. Como eu mostrei, os modelos do IPCC AR1 (de 1990) falharam bastante em prever grande coisa. Os AR4 de que se fala agora foram apenas iniciados em 2007 e é irrelevante como se estejam para já a portar pois passou muito pouco tempo. Se quiserem basear-se nesses modelos, ainda teremos que esperar uns 20 anos mais para saber se são melhores ou piores que os anteriores. Mas entretanto os modelos em si já começaram a ser mais moderados. Se não me engano os últimos (AR5?) já prevêem tão pouca subida de temperatura que é necessário esperar tipo um século para esta subir 1.2ºC.
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Re: Climate Change - acordo na conferência de Paris
« Responder #26 em: 2015-12-16 15:10:31 »
A subida de temperaturas e níveis do mar actuais vem no contexto de uma subida global de uns 16ºC e 140 metros, de há 20000 anos para cá, a maior parte da qual ocorreu no início desse período. Essa mesma subida tem n ciclos similares na história. Está um gráfico algures a mostrar isso... "climate change" é desde logo um muito mau nome para o que aqui se debate.

Mas o que importa mesmo é que neste contexto "ciência" = construir modelos que fazem previsões, e comparar as previsões à realidade. E não "construir modelos que prevêem catástrofes e actuar com base nessas catástrofes previstas".

Portanto, é preciso validar os modelos. Como eu mostrei, os modelos do IPCC AR1 (de 1990) falharam bastante em prever grande coisa. Os AR4 de que se fala agora foram apenas iniciados em 2007 e é irrelevante como se estejam para já a portar pois passou muito pouco tempo. Se quiserem basear-se nesses modelos, ainda teremos que esperar uns 20 anos mais para saber se são melhores ou piores que os anteriores. Mas entretanto os modelos em si já começaram a ser mais moderados. Se não me engano os últimos (AR5?) já prevêem tão pouca subida de temperatura que é necessário esperar tipo um século para esta subir 1.2ºC.

Apenas, com conhecimento de senso comum, nada de conhecimentos científicos sobre a matéria, tenho a sensação que, os modelos mais antigos, realmente, pecaram, mas por defeito, isto é, as alterações foram mais rápidas que as projectadas. Por exemplo, o degelo, é público, tem ocorrido a uma velocidade bem superior à que estava projectada inicialmente com base nesses 1ºs modelos.
Mais vale estar fora de um trade e querer estar dentro, que estar dentro e querer estar fora.

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Re: Climate Change - acordo na conferência de Paris
« Responder #27 em: 2015-12-16 15:23:32 »
A subida de temperaturas e níveis do mar actuais vem no contexto de uma subida global de uns 16ºC e 140 metros, de há 20000 anos para cá, a maior parte da qual ocorreu no início desse período. Essa mesma subida tem n ciclos similares na história. Está um gráfico algures a mostrar isso... "climate change" é desde logo um muito mau nome para o que aqui se debate.

Mas o que importa mesmo é que neste contexto "ciência" = construir modelos que fazem previsões, e comparar as previsões à realidade. E não "construir modelos que prevêem catástrofes e actuar com base nessas catástrofes previstas".

Portanto, é preciso validar os modelos. Como eu mostrei, os modelos do IPCC AR1 (de 1990) falharam bastante em prever grande coisa. Os AR4 de que se fala agora foram apenas iniciados em 2007 e é irrelevante como se estejam para já a portar pois passou muito pouco tempo. Se quiserem basear-se nesses modelos, ainda teremos que esperar uns 20 anos mais para saber se são melhores ou piores que os anteriores. Mas entretanto os modelos em si já começaram a ser mais moderados. Se não me engano os últimos (AR5?) já prevêem tão pouca subida de temperatura que é necessário esperar tipo um século para esta subir 1.2ºC.

Apenas, com conhecimento de senso comum, nada de conhecimentos científicos sobre a matéria, tenho a sensação que, os modelos mais antigos, realmente, pecaram, mas por defeito, isto é, as alterações foram mais rápidas que as projectadas. Por exemplo, o degelo, é público, tem ocorrido a uma velocidade bem superior à que estava projectada inicialmente com base nesses 1ºs modelos.

Não, as previsões podem ser consultadas. Eu fiz isso para a temperatura e níveis do mar, e basicamente falharam.

Só podemos dizer em que é que acertaram ou falharam indo ver as previsões feitas em 1990 e comparando com os dados de então até este ponto.
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Re: Climate Change - acordo na conferência de Paris
« Responder #28 em: 2015-12-16 15:56:25 »
A subida de temperaturas e níveis do mar actuais vem no contexto de uma subida global de uns 16ºC e 140 metros, de há 20000 anos para cá, a maior parte da qual ocorreu no início desse período. Essa mesma subida tem n ciclos similares na história. Está um gráfico algures a mostrar isso... "climate change" é desde logo um muito mau nome para o que aqui se debate.

Mas o que importa mesmo é que neste contexto "ciência" = construir modelos que fazem previsões, e comparar as previsões à realidade. E não "construir modelos que prevêem catástrofes e actuar com base nessas catástrofes previstas".

Portanto, é preciso validar os modelos. Como eu mostrei, os modelos do IPCC AR1 (de 1990) falharam bastante em prever grande coisa. Os AR4 de que se fala agora foram apenas iniciados em 2007 e é irrelevante como se estejam para já a portar pois passou muito pouco tempo. Se quiserem basear-se nesses modelos, ainda teremos que esperar uns 20 anos mais para saber se são melhores ou piores que os anteriores. Mas entretanto os modelos em si já começaram a ser mais moderados. Se não me engano os últimos (AR5?) já prevêem tão pouca subida de temperatura que é necessário esperar tipo um século para esta subir 1.2ºC.

Apenas, com conhecimento de senso comum, nada de conhecimentos científicos sobre a matéria, tenho a sensação que, os modelos mais antigos, realmente, pecaram, mas por defeito, isto é, as alterações foram mais rápidas que as projectadas. Por exemplo, o degelo, é público, tem ocorrido a uma velocidade bem superior à que estava projectada inicialmente com base nesses 1ºs modelos.

Não, as previsões podem ser consultadas. Eu fiz isso para a temperatura e níveis do mar, e basicamente falharam.

Só podemos dizer em que é que acertaram ou falharam indo ver as previsões feitas em 1990 e comparando com os dados de então até este ponto.

há previsões desde a década de 60 do século passado.
porquê especialmente essas de 1990?

já agora queres deixar o link para essa previsões que clamas terem falhado?

L
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Re: Climate Change - acordo na conferência de Paris
« Responder #29 em: 2015-12-16 16:12:51 »
Hope From Paris

Did the Paris climate accord save civilization? Maybe. That may not sound like a ringing endorsement, but it’s actually the best climate news we’ve had in a very long time. This agreement could still follow the path of the 1997 Kyoto Protocol, which seemed like a big deal but ended up being completely ineffectual. But there have been important changes in the world since then, which may finally have created the preconditions for action on global warming before it’s too late.

Until very recently there were two huge roadblocks in the way of any kind of global deal on climate: China’s soaring consumption of coal, and the implacable opposition of America’s Republican Party. The first seemed to mean that global greenhouse emissions would rise inexorably no matter what wealthy countries did, while the second meant that the biggest of those wealthy countries was unable to make credible promises, and hence unable to lead.

But there have been important changes on both fronts.

On one side, there is a visible shift in Chinese attitudes — or at any rate, a shift that would be visible if the smog weren’t so thick. Seriously, China faces a huge air quality crisis, brought on largely by coal-burning, which makes it far more willing to wean itself from the worst form of fossil fuel consumption. And China’s economic growth — real income per capita has quadrupled since 1997 — also means that it has a rapidly growing middle class that demands a higher quality of life, including air that’s relatively safe to breathe.

So China is playing a very different role now than it did in the past. One indicator: some of the usual suspects on the right have suddenly changed their line. They used to argue that U.S. emission limits would be useless, because China would just keep polluting; now they’re starting to argue that U.S. action isn’t necessary, because China will cut coal consumption whatever we do.

Which brings us to the U.S. Republican attitudes haven’t changed, except for the worse: the G.O.P. is spiraling ever deeper into a black hole of denial and anti-science conspiracy theorizing. The game-changing news is that this may not matter as much as we thought.

It’s true that America can’t take broad-based action on climate without new legislation, and that won’t happen as long as Republicans retain a lock on the House. But President Obama has moved to limit emissions from power plants — a big part of the solution we need — through executive action. And this move has already had the effect of restoring U.S. climate credibility abroad, letting Mr. Obama take a leading role in Paris.

Still, what reason is there to believe that the accord will really change the world’s trajectory? Nations have agreed both to emission targets and to regular review of their success or failure in meeting those targets; but there are no penalties other than censure for countries that fail to deliver.

And achieving those emission targets would definitely hurt some powerful special interests, since it would mean leaving most of the world’s remaining fossil fuels in the ground, never to be burned. So what will stop the fossil fuel industry from buying enough politicians to turn the accord into a dead letter?

The answer, I’d suggest, is that new technology has fundamentally changed the rules.

Many people still seem to believe that renewable energy is hippie-dippy stuff, not a serious part of our future. Either that, or they have bought into propaganda that portrays it as some kind of liberal boondoggle (Solyndra! Benghazi! Death panels!) The reality, however, is that costs of solar and wind power have fallen dramatically, to the point where they are close to competitive with fossil fuels even without special incentives — and progress on energy storage has made their prospects even better. Renewable energy has also become a big employer, much bigger these days than the coal industry.

This energy revolution has two big implications. The first is that the cost of sharp emission reductions will be much less than even optimists used to assume — dire warnings from the right used to be mostly nonsense, but now they’re complete nonsense. The second is that given a moderate boost — the kind that the Paris accord could provide — renewable energy could quickly give rise to new interest groups with a positive stake in saving the planet, offering an offset to the Kochs and suchlike.

Of course, it could easily go all wrong. President Cruz or President Rubio might scuttle the whole deal, and by the time we get another chance to do something about climate it could be too late.

But it doesn’t have to happen. I don’t think it’s naïve to suggest that what came out of Paris gives us real reason to hope in an area where hope has been all too scarce.
Maybe we’re not doomed after all.

krugman/nyt
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Re: Climate Change - acordo na conferência de Paris
« Responder #30 em: 2015-12-16 16:45:35 »
A subida de temperaturas e níveis do mar actuais vem no contexto de uma subida global de uns 16ºC e 140 metros, de há 20000 anos para cá, a maior parte da qual ocorreu no início desse período. Essa mesma subida tem n ciclos similares na história. Está um gráfico algures a mostrar isso... "climate change" é desde logo um muito mau nome para o que aqui se debate.

Mas o que importa mesmo é que neste contexto "ciência" = construir modelos que fazem previsões, e comparar as previsões à realidade. E não "construir modelos que prevêem catástrofes e actuar com base nessas catástrofes previstas".

Portanto, é preciso validar os modelos. Como eu mostrei, os modelos do IPCC AR1 (de 1990) falharam bastante em prever grande coisa. Os AR4 de que se fala agora foram apenas iniciados em 2007 e é irrelevante como se estejam para já a portar pois passou muito pouco tempo. Se quiserem basear-se nesses modelos, ainda teremos que esperar uns 20 anos mais para saber se são melhores ou piores que os anteriores. Mas entretanto os modelos em si já começaram a ser mais moderados. Se não me engano os últimos (AR5?) já prevêem tão pouca subida de temperatura que é necessário esperar tipo um século para esta subir 1.2ºC.

Apenas, com conhecimento de senso comum, nada de conhecimentos científicos sobre a matéria, tenho a sensação que, os modelos mais antigos, realmente, pecaram, mas por defeito, isto é, as alterações foram mais rápidas que as projectadas. Por exemplo, o degelo, é público, tem ocorrido a uma velocidade bem superior à que estava projectada inicialmente com base nesses 1ºs modelos.

Não, as previsões podem ser consultadas. Eu fiz isso para a temperatura e níveis do mar, e basicamente falharam.

Só podemos dizer em que é que acertaram ou falharam indo ver as previsões feitas em 1990 e comparando com os dados de então até este ponto.

há previsões desde a década de 60 do século passado.
porquê especialmente essas de 1990?

já agora queres deixar o link para essa previsões que clamas terem falhado?

L

As de 1990 são as do AR1 do IPCC. São as primeiras oficiais. O link está no tópico.

https://www.ipcc.ch/ipccreports/far/wg_I/ipcc_far_wg_I_full_report.pdf

Mas sim, também se podem usar previsões mais para trás ainda -- existirão porém muitos modelos, e não se pode ir fazer cherry picking sobre qual deles se está a falar. Terá que se ter um critério quaquer ou agregar todos os que se possam (sem excluir alguns só porque achamos à posteriori que falharam)

-----------

Já agora, eu sou todo pró-climate change, então se eu tenho investmentos em solares chinesas!

Mas "ciência", aqui, é o que eu digo. Não essas balelas anti-ciência do Krugman que nem deve saber bem o que está em causa e já defende ferozmente toda a coisa. Ciência é fazer modelos e testar previsões. Ciência NÃO é fazer modelos e depois REAGIR às previsões sem que estas tenham sido testadas.

« Última modificação: 2015-12-16 16:50:59 por Incognitus »
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Re: Climate Change - acordo na conferência de Paris
« Responder #31 em: 2015-12-16 17:43:46 »
Mas "ciência", aqui, é o que eu digo. Não essas balelas anti-ciência do Krugman que nem deve saber bem o que está em causa e já defende ferozmente toda a coisa.

porque é que achas que tens mais competência que o Krugman para falar de alterações climáticas?

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Re: Climate Change - acordo na conferência de Paris
« Responder #32 em: 2015-12-16 17:48:33 »
Mas "ciência", aqui, é o que eu digo. Não essas balelas anti-ciência do Krugman que nem deve saber bem o que está em causa e já defende ferozmente toda a coisa.

porque é que achas que tens mais competência que o Krugman para falar de alterações climáticas?

L

isso ja foi explicado, o que o krugman diz sao balelas e ja foi explicado porque

mas se achas que o que o krugman defende nao sao balelas argumenta e defende as posicoes do krugman de forma racional

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Re: Climate Change - acordo na conferência de Paris
« Responder #33 em: 2015-12-16 17:51:42 »

já agora queres deixar o link para essa previsões que clamas terem falhado?

L


As de 1990 são as do AR1 do IPCC. São as primeiras oficiais. O link está no tópico.

https://www.ipcc.ch/ipccreports/far/wg_I/ipcc_far_wg_I_full_report.pdf


confrontaste estes dados com? (link)

L
« Última modificação: 2015-12-16 17:52:36 por Lark »
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Re: Climate Change - acordo na conferência de Paris
« Responder #34 em: 2015-12-16 17:54:53 »
Mas "ciência", aqui, é o que eu digo. Não essas balelas anti-ciência do Krugman que nem deve saber bem o que está em causa e já defende ferozmente toda a coisa.

porque é que achas que tens mais competência que o Krugman para falar de alterações climáticas?

L

Porque ele ainda não adiantou nenhum dado relevante para a discussão -- provavelmente aceitou o senso comum / opinião do grupo onde se insere, da mesma forma que tu.

Isto mesmo sendo relativamente simples compreender a crítica básica que se pode fazer àquilo: que os modelos congelados têm que ser comparados às previsões que fizeram.

Repara que tu nem tentas abordar a questão sob esse ângulo, apesar de ser um ângulo neutro e científico. Estás já fortemente cometido para com uma teoria da qual sabias impressionantemente pouco, como se constatou sobre o que sabias de variações de temperatura, ciclos, níveis do mar, lag do CO2, etc.

Mas nem é preciso saber nada disso. Basta aceitar que para um modelo neste campo ser científico, tem que ser congelado no tempo e as suas previsões têm que bater certo com a realidade verificada. Esse requisito não é ideológico, é científico. Quem recuse tal requisito ou não veja a sua importância, estará a partir de uma base ideológica ou de fé, não de uma base científica.
« Última modificação: 2015-12-16 17:55:17 por Incognitus »
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Re: Climate Change - acordo na conferência de Paris
« Responder #35 em: 2015-12-16 17:57:00 »

já agora queres deixar o link para essa previsões que clamas terem falhado?

L


As de 1990 são as do AR1 do IPCC. São as primeiras oficiais. O link está no tópico.

https://www.ipcc.ch/ipccreports/far/wg_I/ipcc_far_wg_I_full_report.pdf


confrontaste estes dados com? (link)

L

Relê o tópico, está para trás. Vê-se que ignoraste. Debater usando dados que dão trabalho a colectar, para depois alguém os ignorar quando julga participar nesse debate é uma coisa triste. Não vou obviamente repetir as comparações, o tópico é pequeno, e tem muita coisa interessante.
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Re: Climate Change - acordo na conferência de Paris
« Responder #36 em: 2015-12-16 18:01:03 »

já agora queres deixar o link para essa previsões que clamas terem falhado?

L


As de 1990 são as do AR1 do IPCC. São as primeiras oficiais. O link está no tópico.

https://www.ipcc.ch/ipccreports/far/wg_I/ipcc_far_wg_I_full_report.pdf


confrontaste estes dados com? (link)

L

Relê o tópico, está para trás. Vê-se que ignoraste. Debater usando dados que dão trabalho a colectar, para depois alguém os ignorar quando julga participar nesse debate é uma coisa triste. Não vou obviamente repetir as comparações, o tópico é pequeno, e tem muita coisa interessante.

desculpa, tens razão.
ainda por cima é um tópico pequeno.

o pecado da preguiça....

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Re: Climate Change - acordo na conferência de Paris
« Responder #37 em: 2015-12-16 18:04:12 »
o único link que deixaste foi este: http://www.skepticalscience.com/co2-lags-temperature.htm
como tu estavas a falar de previsões de temperaturas, estava à espera de algo que descrevesse a evolução real das temperaturas terrestres de 1990 para cá.

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Re: Climate Change - acordo na conferência de Paris
« Responder #38 em: 2015-12-16 18:25:33 »
o único link que deixaste foi este: http://www.skepticalscience.com/co2-lags-temperature.htm
como tu estavas a falar de previsões de temperaturas, estava à espera de algo que descrevesse a evolução real das temperaturas terrestres de 1990 para cá.

L


Tensa de começar a ver as coisas de uma outra perspectiva:

- és um idealista mas és vítima, como muitos outros , da tua fé em conceitos
falaciosos que alimentam os "sacerdotes" que só querem poder, protagonismo e dinheiro.

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Re: Climate Change - acordo na conferência de Paris
« Responder #39 em: 2015-12-16 18:33:15 »
A temperatura existem uma série de fontes, por exemplo aqui a NASA:

http://www.giss.nasa.gov/research/news/20150116/

A evolução cai sempre em volta de 0.3ºC

Idem para os níveis do mar, estão em n lugares diferentes e apontam para 7-8 cm, mas aí existe um problema, é difícil achar um único conjunto de dados não ajustado pelo GIA, uma correcção que tem sido altamente variável e que está um bocado debaixo de fogo por não raramente a correcção exceder a própria grandeza que se mede.

Ainda assim os 7-8 cm colocam a subida do mar no intervalo mínimo estimado no IPCC AR1, que era um alcance enorme entre 7.5cm a 25cm.

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