A opinião é claramente sobre o BES e ele até diz que isso pode ter algum impacto sobre a economia real não obstante o banco ser seguro. O impacto viria das perdas grandes para alguns investidores (também conhecidos como "accionistas", "credores júniores"). Ou seja, não há qualquer dúvida de que o Cavaco esteve 100% correcto, o BdP idem pois o BdP apenas vê a estrutura de capital como uma almofada para absorver perdas e salvar depositantes.
O Marcelo fora do seu campo tem facilidade em dizer besteiras politicamente motivadas. O seu campo é advocacia. O Marcelo ainda deve perceber menos de estrutura de capital do que o Louçã.
Continuo a não estar de acordo contigo nestes dois parágrafos, mesmo que o Cavaco possa ter estado 100% correcto em relação ao que disse.
Porque:
- Não devia ter falado do BES
- A ter falado do BES, deveria de ter falado da situação de forma mais completa, não apenas da salvaguarda dos depósitos, mesmo que a intenção nesse caso possa ter sido boa.
- Devia ter falado de forma muito mais clara, tendo em conta que toda a gente, todos os portugueses, o iriam ouvir. Ele não tem culpa da ignorância das pessoas, mas tem culpa de não levar essa variável em consideração quando fala de uma situação: complexa, grave, e com grande impacto na opinião pública. Com impacto sobretudo a nível da palavra que andamos a discutir: CONFIANÇA (no sistema bancário, nas entidades reguladores, nos políticos que nos governam).
- Ou seja, tem de ter extremo cuidado com as palavras. E aqui o Marcelo tem toda a razão, sendo ou não a sua área, porque também ele não percebeu o que Cavaco estava a dizer, e assumiu aquilo que praticamente toda a gente assumiu. O Cavaco não devia ter usado a expressão "O Banco de Portugal tem sido categórico a afirmar que os portugueses podem confiar no BES (...), porque 1 - subverte qualquer omissão que possa estar ausente da mensagem (como é o caso dos tais accionistas e credores júniores), 2 - ao saber de antemão que o banco ia ser nacionalizado (e não o revelando), essas palavras são tomadas como uma mentira (indepedentemente de poderem estar tecnicamente correctas no contexto em que foram usadas).