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Autor Tópico: Presidenciais 2015/2016 - O Tópico  (Lida 56417 vezes)

Jsebastião

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Re: Presidenciais 2015/2016 - O Tópico
« Responder #340 em: 2016-01-26 15:09:17 »
http://www.presidencia.pt/?idc=10&idi=100449

Fui á fonte para tentar perceber melhor os argumentos. E não parece-me ser birra.
Segundo a argumentação, o próprio TC indica que é necessário um certo período de reflexão por parte da mulher, e com acompanhamento, com aconselhamento sobre os potenciais apoios sociais e suporte que poderá ter no caso de não abortar. O TC deixa bem claro que não se deve "facilitar" de tal forma o processo, que tal passe a ser usado quase como um "planeamento familiar".
Segundo o TC e o PR, tais precauções, estarão em linha com as práticas de alguns países europeus.

Em relação ao que tinha referido anteriormente:

" Ao ser repristinada aquela norma, é reintroduzido na ordem jurídica um impedimento que não deixará de ser percebido como uma desconfiança relativamente à isenção do profissional de saúde objetor de consciência, tal como já havia assinalado na Mensagem que enviei à Assembleia da República em 10 de abril de 2007, assim afastado de todas as fases de um processo que, saliente-se, tanto pode resultar na interrupção da gravidez como pode, pelo contrário, levar à decisão, tomada livremente pela mulher, sem quaisquer constrangimentos, de não interromper a sua gravidez."

Logo, o BE (entre outros), parecem querer que a grávida não seja aconselhada com calma e com direito a vozes contraditórias. Parece-me que será o argumento que qualquer aconselhamento pode ser uma influência "paternalista" (principalmente o objector de consciência) sobre o processo de decisão da mulher.
Não sei, mas parece-me um bocado anti-democrático, excluir profissionais de saúde do processo de aconselhamento, só porque terão uma voz que não alinha com a decisão do aborto.

Parece-me que a questão da falta de discussão pública, que é o ponto que a CS está a martelar como crucial para o veto, não é o mais relevante na fundamentação do veto.

Como se vê, o PR pode ter um papel importante para alertar a população para alterações legislativas que ele ache prejudiciais. Agora a população também tem que fazer o seu papel ...


Várias coisas Thunder. Em primeiro lugar é bom saber que foste informar-te bem sobre o caso antes de comentares.  :)

A propósito da interrupção voluntária da gravidez, eu sou da opinião de que a mulher que pretende abortar só deve ser aconselhada por profissionais se assim o desejar. Não lhe devem ser impostas quaisquer opiniões, favoráreis ou contárias à sua escolha, nem deve ser pressionada para evitar que aborte. Só se assim o desejar explicitamente. Não penso que esses profissionais que se opõem ao processo devam ser afastados do processo. Devem é apenas ser solicitados a pedido da mulher, e não em todos os processos.

Quanto à intervenção do Cavaco, ele não martela na falta de "discussão pública", o que ele sugere é "uma auscultação de entidades ou personalidades com relevância neste domínio e uma mais amadurecida reponderação sobre as soluções legislativas a adotar numa área de grande sensibilidade política, ética e social" .

Mas quem serão tais personalidades? Tal como na Assembleia, é relativamente simples encontrar personalidade "com relevância no domínio" que defendam posições contrárias. É uma área em que não há, manifestamente, consenso. O debate em torno desta questão não é novo e já subiu ao plenário várias vezes, pelas mais variadas questões. Foi debatido até à exaustão. SABENDO DISTO TUDO, porque razão teima então Cavaco em mandar o diploma para trás?
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Automek

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Re: Presidenciais 2015/2016 - O Tópico
« Responder #341 em: 2016-01-26 15:14:03 »
Foi debatido até à exaustão. SABENDO DISTO TUDO, porque razão teima então Cavaco em mandar o diploma para trás?
Pode-se colocar a questão de outra forma. Porque razão é que não pode mandar para trás se acha que ainda não foi discutido o suficiente ? Ou, por não concordar, e veta para expressar uma opinião política. Não é um dos direitos que tem ?
Ou afinal o PR é mesmo um boneco que ali está para assinar leis ? (que é a minha opinião)

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Re: Presidenciais 2015/2016 - O Tópico
« Responder #342 em: 2016-01-26 15:16:28 »
http://www.presidencia.pt/?idc=10&idi=100449

Fui á fonte para tentar perceber melhor os argumentos. E não parece-me ser birra.
Segundo a argumentação, o próprio TC indica que é necessário um certo período de reflexão por parte da mulher, e com acompanhamento, com aconselhamento sobre os potenciais apoios sociais e suporte que poderá ter no caso de não abortar. O TC deixa bem claro que não se deve "facilitar" de tal forma o processo, que tal passe a ser usado quase como um "planeamento familiar".
Segundo o TC e o PR, tais precauções, estarão em linha com as práticas de alguns países europeus.

Em relação ao que tinha referido anteriormente:

" Ao ser repristinada aquela norma, é reintroduzido na ordem jurídica um impedimento que não deixará de ser percebido como uma desconfiança relativamente à isenção do profissional de saúde objetor de consciência, tal como já havia assinalado na Mensagem que enviei à Assembleia da República em 10 de abril de 2007, assim afastado de todas as fases de um processo que, saliente-se, tanto pode resultar na interrupção da gravidez como pode, pelo contrário, levar à decisão, tomada livremente pela mulher, sem quaisquer constrangimentos, de não interromper a sua gravidez."

Logo, o BE (entre outros), parecem querer que a grávida não seja aconselhada com calma e com direito a vozes contraditórias. Parece-me que será o argumento que qualquer aconselhamento pode ser uma influência "paternalista" (principalmente o objector de consciência) sobre o processo de decisão da mulher.
Não sei, mas parece-me um bocado anti-democrático, excluir profissionais de saúde do processo de aconselhamento, só porque terão uma voz que não alinha com a decisão do aborto.

Parece-me que a questão da falta de discussão pública, que é o ponto que a CS está a martelar como crucial para o veto, não é o mais relevante na fundamentação do veto.

Como se vê, o PR pode ter um papel importante para alertar a população para alterações legislativas que ele ache prejudiciais. Agora a população também tem que fazer o seu papel ...


Várias coisas Thunder. Em primeiro lugar é bom saber que foste informar-te bem sobre o caso antes de comentares.  :)

A propósito da interrupção voluntária da gravidez, eu sou da opinião de que a mulher que pretende abortar só deve ser aconselhada por profissionais se assim o desejar. Não lhe devem ser impostas quaisquer opiniões, favoráreis ou contárias à sua escolha, nem deve ser pressionada para evitar que aborte. Só se assim o desejar explicitamente. Não penso que esses profissionais que se opõem ao processo devam ser afastados do processo. Devem é apenas ser solicitados a pedido da mulher, e não em todos os processos.

Quanto à intervenção do Cavaco, ele não martela na falta de "discussão pública", o que ele sugere é "uma auscultação de entidades ou personalidades com relevância neste domínio e uma mais amadurecida reponderação sobre as soluções legislativas a adotar numa área de grande sensibilidade política, ética e social" .

Mas quem serão tais personalidades? Tal como na Assembleia, é relativamente simples encontrar personalidade "com relevância no domínio" que defendam posições contrárias. É uma área em que não há, manifestamente, consenso. O debate em torno desta questão não é novo e já subiu ao plenário várias vezes, pelas mais variadas questões. Foi debatido até à exaustão. SABENDO DISTO TUDO, porque razão teima então Cavaco em mandar o diploma para trás?


Afirmas que o Cavaco está a actuar por teimosia. Portanto não pode ter convicções próprias. Não faz sentido. Ele foi eleito (bem ou mal, desiludindo ou não) pelas suas convicções. Aliás é o único que o pode afirmar, porque o PM não é eleito pelo povo. Portanto só tem de afirmar as suas convicções pelos mecanismos ao seus dispor. Pode explicar-se mal (e isso não lhe tem sido raro), mas não confundo isso com teimosia...

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Re: Presidenciais 2015/2016 - O Tópico
« Responder #343 em: 2016-01-26 15:17:55 »
Foi debatido até à exaustão. SABENDO DISTO TUDO, porque razão teima então Cavaco em mandar o diploma para trás?
Pode-se colocar a questão de outra forma. Porque razão é que não pode mandar para trás se acha que ainda não foi discutido o suficiente ? Ou, por não concordar, e veta para expressar uma opinião política. Não é um dos direitos que tem ?
Ou afinal o PR é mesmo um boneco que ali está para assinar leis ? (que é a minha opinião)

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Re: Presidenciais 2015/2016 - O Tópico
« Responder #344 em: 2016-01-26 15:24:10 »
Olha Sebastião, cá está o tal respeito que têm pelo actual PR e que o Tino nunca conseguiria.

Citar
“Terá de promulgar os diplomas, quer queira, quer não”, vaticinou Catarina Martins, referindo-se a um chefe de Estado que, considera, “vai acabar o seu mandato da pior maneira, menorizado pela Assembleia da República e socialmente isolado por escolha própria”.

Esta é a última de uma infindável série de traulitadas que o Cavaco levou em 10 anos.

Eu não olho para a situação como um mérito do Tino, olho para a situação como um demérito enorme do Cavaco.

Que ninguém ou quase ninguém respeite politicamente o Cavaco enquanto PR por estes dias é um ponto assente (eu próprio referi isso na outra mensagem). As "traulitadas" todas que está a levar são em boa parte provocadas pela forma como exerce o cargo, e a meu ver são mais do que merecidas. Mas não é o cargo que está em causa, é a forma como é encarado por quem o ocupa. Não entendo pois como fazes a ponte entre o péssimo trabalho que ele, Aníbal, fez, e a ideia de que ter lá o Tino seria melhor... ou pelo menos igual. Não entendo como possas considerar que o Tino seria tão boa escolha quanto alguém como o Marcelo ou o Nóvoa.
Tu é que disseste que o Tino não teria o respeito dos seus pares. Ora, o Cavaco também não o tem.

O que eu disse, muito em concreto, foi isto:

Citar
E como seria um Presidente da República que não seria minimamente respeitado pelos seus pares? Já nem falo do eleitorado, que acharia uma grande piada à situação.

Podem alegar que o Cavaco já está nessa posição - mas eu considero que não, não é a mesma coisa. Mesmo que o respeito tenha desaparecido por completo, há uma diferença entre a falta de respeito por um político com currículo e determinadas competências técnicas basilares, e um cidadão "normal" com o qual à partida todos já gozam pelas bacoradas que diz com a maior das naturalidades

Eu disse explicitamente que o respeito pelo Cavaco desapareceu por completo, mas estabeleço uma distinção óbvia com relação a alguém como o Tino.

Citar
Nenhum presidente de direita terá o respeito da esquerda trauliteira. Está no ADN deles. Não é ser o Tino, o Cavaco ou outro qualquer.

Eu vejo as coisas do mesmo modo. Acho que a questão do respeito pode ser medida a vários níveis, e que mesmo havendo partidos opostos em confronto, a personalidade específica de alguém com determinadas qualidades pode manter essa imposição do respeito, e pode promover activamente a sua manutenção. Não sucedeu com o Cavaco, mas não signifique que não possa suceder com o Marcelo. A relação Cavaco-Costa é significativamente diferente da relação Marcelo-Costa. Ter um Tino a ocupar o cargo era logo à partida uma cuspidela no desejo de promover a credibilização do sistema.

Lê o link que o Thunder colocou com o Veto do Cavaco e imagina o Tino a escrever aquilo...
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Re: Presidenciais 2015/2016 - O Tópico
« Responder #345 em: 2016-01-26 15:30:33 »
Afirmas que o Cavaco está a actuar por teimosia. Portanto não pode ter convicções próprias. Não faz sentido. Ele foi eleito (bem ou mal, desiludindo ou não) pelas suas convicções. Aliás é o único que o pode afirmar, porque o PM não é eleito pelo povo. Portanto só tem de afirmar as suas convicções pelos mecanismos ao seus dispor. Pode explicar-se mal (e isso não lhe tem sido raro), mas não confundo isso com teimosia...

Sim, por teimosia, porque sabe de antemão qual vai ser a resposta da Assembleia. Não é por achar que se vai ganhar alguma coisa com a tal "auscultação a entidades de relevo". Ter convicções próprias ninguém duvida que tenha, nem que as possa ter. Nunca fez foi o suficiente para as promover junto do eleitorado/povo.

Cá para mim são os últimos suspiros para se fazer notado.
« Última modificação: 2016-01-26 15:30:53 por Jsebastião »
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Re: Presidenciais 2015/2016 - O Tópico
« Responder #346 em: 2016-01-26 15:32:21 »
Foi debatido até à exaustão. SABENDO DISTO TUDO, porque razão teima então Cavaco em mandar o diploma para trás?
Pode-se colocar a questão de outra forma. Porque razão é que não pode mandar para trás se acha que ainda não foi discutido o suficiente ? Ou, por não concordar, e veta para expressar uma opinião política. Não é um dos direitos que tem ?
Ou afinal o PR é mesmo um boneco que ali está para assinar leis ? (que é a minha opinião)

E se assina de uma forma é um heroi, se assina de forma contrária é um sacana...

Normalemente é assim que as coisas se avaliam, terminoligia à parte.  :D
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Re: Presidenciais 2015/2016 - O Tópico
« Responder #347 em: 2016-01-26 15:36:36 »
Afirmas que o Cavaco está a actuar por teimosia. Portanto não pode ter convicções próprias. Não faz sentido. Ele foi eleito (bem ou mal, desiludindo ou não) pelas suas convicções. Aliás é o único que o pode afirmar, porque o PM não é eleito pelo povo. Portanto só tem de afirmar as suas convicções pelos mecanismos ao seus dispor. Pode explicar-se mal (e isso não lhe tem sido raro), mas não confundo isso com teimosia...

Sim, por teimosia, porque sabe de antemão qual vai ser a resposta da Assembleia. Não é por achar que se vai ganhar alguma coisa com a tal "auscultação a entidades de relevo". Ter convicções próprias ninguém duvida que tenha, nem que as possa ter. Nunca fez foi o suficiente para as promover junto do eleitorado/povo.

Cá para mim são os últimos suspiros para se fazer notado.

Então, por essa orfem de ideias, sempre que houver uma mairia na AR, podemos dispensar o PR. De facto fica mais barato... Continua a não fazer sentido. Só porque ele sabe que vai ter de aprovar (e se calhar nem será ele, mas sim o Marcelo), vai abdicar das suas convicções ? É que não tem mesmo ponta por onde se pegue esse tipo de considerações. É um menosprezar do papel de PR e pior ainda, um menosprezar haver um politico com convicções (certas, erradas, é irrelevante para o caso) que é totalmente contrário ao que se pede à classe politica...

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Re: Presidenciais 2015/2016 - O Tópico
« Responder #348 em: 2016-01-26 15:39:32 »
Foi debatido até à exaustão. SABENDO DISTO TUDO, porque razão teima então Cavaco em mandar o diploma para trás?
Pode-se colocar a questão de outra forma. Porque razão é que não pode mandar para trás se acha que ainda não foi discutido o suficiente ? Ou, por não concordar, e veta para expressar uma opinião política. Não é um dos direitos que tem ?
Ou afinal o PR é mesmo um boneco que ali está para assinar leis ? (que é a minha opinião)

E se assina de uma forma é um heroi, se assina de forma contrária é um sacana...

Normalemente é assim que as coisas se avaliam, terminoligia à parte.  :D

Por acaso não é. Ou não deveriam ser. Eu não o faço. Gostava que mais não o fizessem. O meu maior receio quanto ao Marcelo é ele ter o jeito para ser cata-vento e muito pouco dado a convições (talvez excepto as que têm ligações à religião). Eu quero politicos que digam o que defendem e defendem-no sem receios. Quer percam quer ganhem. Quer concorde com eles, quer não. Se não concordo, não voto neles. Simples.

Jsebastião

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Re: Presidenciais 2015/2016 - O Tópico
« Responder #349 em: 2016-01-26 19:12:49 »
Então, por essa orfem de ideias, sempre que houver uma mairia na AR, podemos dispensar o PR. De facto fica mais barato... Continua a não fazer sentido. Só porque ele sabe que vai ter de aprovar (e se calhar nem será ele, mas sim o Marcelo), vai abdicar das suas convicções ? É que não tem mesmo ponta por onde se pegue esse tipo de considerações. É um menosprezar do papel de PR e pior ainda, um menosprezar haver um politico com convicções (certas, erradas, é irrelevante para o caso) que é totalmente contrário ao que se pede à classe politica...

Não, eagle, eu por acaso não menosprezo NADA o papel de PR, muito pelo contrário. Se leres as minhas mensagens para trás, esta posição é inequívoca. O que menosprezo é o que o Cavaco fez enquanto esteve (ausente) no cargo. Tanta preocupação agora com a questão da IVG, mas quando é que o viste um dia que fosse falar abertamente do assunto, tentando promover o diálogo social, o entendimento entre os partidos, e motivando as tais "entidades relevantes" a participar?  Zerinho.
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Re: Presidenciais 2015/2016 - O Tópico
« Responder #350 em: 2016-01-26 19:32:46 »
Então, por essa orfem de ideias, sempre que houver uma mairia na AR, podemos dispensar o PR. De facto fica mais barato... Continua a não fazer sentido. Só porque ele sabe que vai ter de aprovar (e se calhar nem será ele, mas sim o Marcelo), vai abdicar das suas convicções ? É que não tem mesmo ponta por onde se pegue esse tipo de considerações. É um menosprezar do papel de PR e pior ainda, um menosprezar haver um politico com convicções (certas, erradas, é irrelevante para o caso) que é totalmente contrário ao que se pede à classe politica...

Não, eagle, eu por acaso não menosprezo NADA o papel de PR, muito pelo contrário. Se leres as minhas mensagens para trás, esta posição é inequívoca. O que menosprezo é o que o Cavaco fez enquanto esteve (ausente) no cargo. Tanta preocupação agora com a questão da IVG, mas quando é que o viste um dia que fosse falar abertamente do assunto, tentando promover o diálogo social, o entendimento entre os partidos, e motivando as tais "entidades relevantes" a participar?  Zerinho.

Ok. Mas continuo a dizer quer não é aceitável atacar o presidente (a pessoa) em termos pouco adequados a representantes de instituições. Mesmo que o presidente tenha sido incompetente. Existem formas correctas de criticar e não é por serem correctas que têm menos efeito ou força. O BE não quer entender isso porque prefere a postura de trauliteiros. Dá-lhes mais tempo de antena... é verdade.

Jsebastião

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Re: Presidenciais 2015/2016 - O Tópico
« Responder #351 em: 2016-01-26 20:39:23 »
Ok. Mas continuo a dizer quer não é aceitável atacar o presidente (a pessoa) em termos pouco adequados a representantes de instituições. Mesmo que o presidente tenha sido incompetente. Existem formas correctas de criticar e não é por serem correctas que têm menos efeito ou força. O BE não quer entender isso porque prefere a postura de trauliteiros. Dá-lhes mais tempo de antena... é verdade.


Eu até concordo com a questão dos "termos pouco adequados", mas quanto a trauliteiros, há especialistas em todos os partidos.

---

Voltando ao Cavaco, o que têm a dizer sobre o outro diploma que foi vetado?

Citar
Os argumentos que convenceram Cavaco a não promulgar lei da adoção

Cavaco não promulgou diploma sobre adoção invocando carta de "reputados juristas e professores de Direito". O que diz a carta? Que finalidade da adoção apenas permite filiação materna e paterna.

Num dos seus últimos atos enquanto Presidente da República, Cavaco Silva devolveu ao Parlamento os diplomas sobre a adoção de crianças por casais do mesmo sexo e a revogação da lei sobre a interrupção voluntária da gravidez. Na argumentação, Cavaco remeteu para uma “exposição” enviada por um “grupo de reputados juristas e professores de Direito”, que defendia a tese de que a nova lei sobre a adoção tinha sido aprovada “com base em fundamentos descentrados da tutela jurídica das crianças”.

Trata-se de uma carta enviada à Presidência da República a 6 de janeiro, subscrita, entre outros, por Rita Lobo Xavier, professora de Direito da Universidade Católica, Pedro Vaz Patto, juiz e presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz, e José Lobo Moutinho, professor de Direito da Universidade Católica.

Na carta, a que o Observador teve acesso, o grupo de “reputados juristas e professores de Direito”, como lhe chama Cavaco, desdobra-se em argumentos para explicar que a nova lei não centra a atenção no benefício das crianças mas sim dos adoptantes.

Começando por dizer que o regime legal português atualmente em vigor não implica por si só a discriminação dos adotantes face à sua orientação sexual, uma vez que permite a qualquer pessoa singular adotar, os subscritores explicam que a nova lei aprovada pela Assembleia da República não altera o objeto e finalidade jurídica da “adoção”. Qual é a finalidade? “Beneficiar a criança com um vínculo em tudo semelhante ao da sua filiação biológica”, materna e paterna. Os juristas defendem, por isso, que não está em causa a discriminação por via da orientação sexual, mas sim a impossibilidade de um casal homossexual ir ao encontro da “finalidade” da adoção, sendo que essa não é alterada.

“A inadmissibilidade legal de adoção de uma criança por duas pessoas do mesmo sexo não é determinada pela orientação sexual de qualquer um dos candidatos mas é exigida pela própria finalidade e configuração do instituto, não alterado pela nova lei aprovada – duas pessoas do mesmo sexo, de orientação homossexual ou de orientação heterossexual, não são capazes de reconstituir a filiação natural da criança pretendida pelo instituto (obrigatoriamente materna e paterna), nem as representações da sua geração”, lê-se na carta.

Para os subscritores ouvidos por Cavaco, as alterações feitas à lei e aprovadas no Parlamento “descaracterizam o instituto da adoção” porque “permitem a constituição de vínculos duplos de filiação materna e paterna, impossíveis na geração natural, contrários às representações simbólicas da mesma, e inexistentes no seu reconhecimento jurídico”.

Na mesma missiva, alega-se que a discussão sobre a alteração legislativa se “centrou na satisfação de interesses de paternidade e maternidade de adultos com orientação homossexual”, não atendendo “aos direitos fundamentais de filiação materna e paterna das crianças protegidas pelo instituto da adoção”.

    No final, os subscritores fazem um último apelo a Cavaco para “aceitar os contributos de reflexão”, “esperando que o Estado português garanta os direitos fundamentais das crianças privadas dos seus pais naturais”.

Apesar de Cavaco Silva ter devolvido os diplomas à Assembleia, não os promulgando, PS, PCP, BE e PEV já fizeram saber que vão voltar a aprová-los no Parlamento terminado o prazo de 15 dias para ponderação, previsto no regimento. Depois de o Parlamento reconfirmar a aprovação dos diplomas, sem alterações, Cavaco Silva será aí sim obrigado a promulgá-los no prazo de oito dias.
« Última modificação: 2016-01-26 20:54:56 por Jsebastião »
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Re: Presidenciais 2015/2016 - O Tópico
« Responder #352 em: 2016-01-26 20:45:48 »
Sem dúvida que todos os partidos estão recheados de trauliteiros. O BE só tem trauliteiras :)

Quanto à questão da adopção por casais do mesmo sexo, a minha opinião é que tal deve ser aprovado. O foco não pode ser a sexualidade dos pais adoptivos mas sim a capacidade destes para serem pais. Aplica-se a qualquer tipo de casal. E espero que se faça sempre uma análise rigorosa e acompanhamento contínuo sejam casais do mesmo sexo ou sexo diferente.

Receio que o BE não esteja preocupado com as crianças mas sim apenas com os direitos dos casais homosexuais. E isso está errado pelo que escrevo em cima.

vbm

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Re: Presidenciais 2015/2016 - O Tópico
« Responder #353 em: 2020-01-09 23:01:29 »
-:)

vbm

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Re: Presidenciais 2015/2016 - O Tópico
« Responder #354 em: 2020-09-12 22:06:27 »
Ele continua a ser um mero presidente de câmara. Não vislumbra mais além.

vbm

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Re: Presidenciais 2015/2016 - O Tópico
« Responder #355 em: 2020-11-11 14:11:54 »
O que é um 'galarote'?
Há no Porto!?
Será 'engatatão'?
Isso há, no Porto!
O Sócrates é isso!?
Que pindérico...