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Autor Tópico: Jerónimo Carvalho de Sousa o português de Tirana  (Lida 546 vezes)

Vanilla-Swap

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Eu não sei como o PS vai negociar com o líder da CDU que tem o pensamento da antiga Albânia.

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Re: Jerónimo Carvalho de Sousa o português de Tirana
« Responder #1 em: 2015-11-03 16:54:03 »
https://www.marxists.org/portugues/amazonas/1991/04/albania.htm

Concessões admissíveis, mas não de princípios

São compreensíveis as dificuldades políticas que o governo e o PTA defrontam. Entende-se a abertura que tentam fazer junto a entidades e governos europeus. Concessões são admissíveis. O que não se compreende é uma linha de conduta que se confunda com as posições enganosas dos imperialistas. O discurso do camarada Ramiz Alia, na ONU, em alguns trechos, vai nessa direção. Ele diz que do balanço anual daquela entidade pode-se concluir que

"finalmente a humanidade, às portas do século XXI, pode guiar-se na solução dos conflitos pela razão e não pelo recurso à força, pela cooperação e não pela confrontação, pelo bom entendimento e não pela desconfiança".

Nada disso corresponde à realidade. A política do imperialismo é, e será sempre, a de utilizar a força e não a razão, de empregar a violência contra os povos, de ir ao confronto bélico para impor a defesa de seus interesses rapaces. Foi isso o que fizeram os Estados Unidos ao agredir o Panamá, ao intervir militarmente em Granada e matar o seu presidente, ao hostilizar permanentemente Cuba e seu regime revolucionário, ao financiar mercenários para derrubar o governo da Nicarágua. Ramiz afirma também: se

"pode valorizar e considerar como promissoras as mudanças que se produziram nas relações entre os Estados Unidos e a União Soviética, os acordos que firmaram em relação ao desarme e, em geral, sua maneira de considerar a segurança recíproca e geral".

As forças progressistas, antiimperialistas, pensam de outra maneira. Julgam com inteira razão que os acordos soviético-norte-americanos não passam de conluio contra os povos e contra a paz, sobretudo contra o movimento revolucionário. Mais adiante, o dirigente albanês elogia a unificação imperialista da Alemanha.

"A reunificação alemã por via pacífica (o grifo é nosso) é um bom exemplo para a solução de outros problemas análogos". E aduz: "Tais soluções contribuem muito para a democratização das relações internacionais, para o fortalecimento da paz e da segurança, para a criação das condições adequadas a uma cooperação sincera (o grifo é nosso) e construtiva entre os povos".

Isso também disseram os analistas da burguesia, e nem todos. A unificação é vista pelos povos esclarecidos como um verdadeiro anchluss (anexação), lança nuvens sombrias sobre o futuro da Europa e do mundo.

Em tempo algum o imperialismo germânico contribuiu para a efetiva democratização das relações internacionais, sempre tentou sua hegemonia pelos mais bárbaros meios. A primeira vítima do banditismo desse imperialismo tem sido o povo alemão. Ramiz Alia, com uma visão muito unilateral e deformada dos acontecimentos do Golfo Pérsico, condena unicamente o Iraque. Não diz uma palavra sobre o problema maior do Oriente Médio que é a guerra incitada por Bush e seus iguais. Centenas de milhares de soldados norte-americanos em territórios árabes estão atacando e transformando o deserto e as cidades iraquianas num mar de sangue. O objetivo? Apossar-se das imensas reservas de petróleo a fim de garantir sua hegemonia mundial e de amenizar a profunda crise em que se debatem os Estados Unidos. As forças democráticas, no mundo inteiro, inclusive nos EUA, protestam contra a atitude guerreira de Bush, exigem paz e respeito aos direitos dos povos.

Que pretenderia o camarada Ramiz Alia com semelhante discurso que soa em falsete no movimento revolucionário? Ganhar as boas graças do imperialismo? Ele tem presente a difícil situação do seu país. Cabe-lhe o direito de tentar ajuda e apoio no exterior para salvaguardar a liberdade e a independência de sua pátria. Mas não pode fazer concessões que sacrifiquem os nossos princípios. Nem alinhar-se com as posições do inimigo de classe. Além do mais, o imperialismo não ajudará a Albânia a sair das dificuldades, enquanto esta mantiver no alto a bandeira do marxismo-leninismo, das conquistas obtidas pela revolução.
« Última modificação: 2015-11-03 16:56:20 por Vanilla-Swap »