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Autor Tópico: John Nash  (Lida 4324 vezes)

Incognitus

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Re: John Nash
« Responder #20 em: 2015-05-27 12:30:29 »
O caso do Nash tem bastante ironia. Um matemático puro desenvolveu uns trabalhos que despertaram um interesse tal na área de economia que lhe valeu o prémio Nobel mas no final suspeito que o maior campo de aplicação será na engenharia.
A teoria dos jogos baseia-se na pura racionalidade díficil de encontrar em economia e embora possa ser importante em termos de compreensão dos fenómenos dificilmente será uma ferramenta de uso directo generalizado. Já no campo da engenharia envolvendo coexistência de sistemas autónomos ou semi-autónomos ou sistemas distribuídos, em que os algoritmos usados seguem leis da matemática e lógica, os principios e resultados de teoria dos jogos parecem ter um campo de aplicação perfeito.

A meu ver a engenharia de software mais complexa está a fugir deste tipo de regras e teorias. Converge para a big data mas de uma forma curiosa. Um exemplo é o reconhecimento de voz, outro as traduções automáticas, ainda outro a forma de programar computadores para jogarem jogos.

O interessante nesses casos é que o machine learning não se está a apoiar sobre regras como a gramática, ou teorias sobre como melhor jogar. Em vez disso, baseia-se simplesmente em padrões descobertos através da análise estatística de uma montanha de dados (por exemplo no caso das traduções, em padrões estabelecidos entre documentos que se sabe existirem traduzidos para várias línguas).

As máquinas estão basicamente a aprender por observação e trial & error. Um bocado como os humanos, que aprendem a língua da mesma forma. Um problema do tipo do resolvido por uma teoria de jogos aqui será resolvido por observação de milhões de jogos similares e respectivos resultados, e não por uma teoria que indica o melhor caminho "à priori". Já é assim que funciona para a resolução de muitos jogos de forma computacional, incluindo o poker. Inclusive uma forma engraçada para ensinar o computador nesse jogo é particularmente interessante: colocaram o computador a jogar contra si próprio, partindo de um estado "burro"!
« Última modificação: 2015-05-27 12:31:58 por Incognitus »
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Zenith

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Re: John Nash
« Responder #21 em: 2015-05-27 13:09:13 »
Não era nessas áreas que estava a pensar.
Era mais no campo de sistemas distribuidos como as telecomunicações onde com a complexidade fica dificil ter uma gestão centralizada e onde além de haver vários sistemas (operadores) em competição, dentro da mesmo sistema a impossibilidade de uma gestão centralizada implica alguma autonomia nos elementos da rede e por isso a utilização dos resultados da teoria dos jogos cooperativos  parece promissora, para uma gestão semi-autónoma dos recursos .

Incognitus

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Re: John Nash
« Responder #22 em: 2015-06-08 00:42:44 »
A carta de recomendação de John Nash (para que este entrasse Princeton), com 19 anos, era extremamente curta.

« Última modificação: 2015-06-08 00:43:01 por Incognitus »
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Re: John Nash
« Responder #23 em: 2015-06-08 01:34:24 »
Se for verdade, é incrivel que tenha sido um paper de umas 300 palavras a dar o Nobel a John Nash ...  (eventualmente o prémio foi também baseado em trabalho posterior, e o Nobel em si não tenho a certeza que tenha sido um Nobel "tradicional" e foi partilhado).
 
« Última modificação: 2015-06-08 01:36:36 por Incognitus »
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