Como é para todas as coisas... aqui vai.
Acabei de receber da Teresa Olazabal algo interessante e relacionado com o trabalho que ela desenvolve. Uma mulher extraordinária que no Porto ajuda, dentro das suas possibilidades, as pessoas da rua.
Em especial, este ano, poderá quem quiser confirma, ela está nas 1ª quartas-feiras de cada mês (o ano passado era nas 3ªs), entre a parte de trás das Câmara Municipal do Porto e a Ordem da TRindade, faz uma noite de oração e no final distribui sacos ternura (assim ela os chama) aos famintos e que dormem na rua.
Nesse dia tenta também aproximar-se de alguns deles, conversar, ouvi-los, etc..
Tenta com alguns deles, resolver os problemas que os afligem, ou o desemprego, problemas de saúde, alcoolismo, a prostituição forçada, etc... durante o mês. Também tem grupos de ajuda a determinadas pessoas que vivem na rua e que lhes dá apoio quase diário.
Tenta depois na sua rede de contactos ajudar essas pessoas. E tem-no feito.
Esta obra de rua é feita por uma católica, mas como é óbvio, existem muitas outras obras semelhantes de outras confissões religiosas e não só.
Como acabou de enviar um email relacionado com o assunto vou partilhá-lo.
Se alguém a quiser conhecer basta enviar-lhe um email (teresaolazabal [at] gmail.com) ou estar no local indicado por mim em cima e rapidamente a identificam. Se alguém quiser ajudar, basta falar com ela.
Para que todos tenhamos conhecimento... Para que todos nos possamos alegrar... Para que todos nos deixemos enternecer... Para que todos nos possamos inspirar... Para que todos aprendamos a mais e mais amar...
Foi há aproximadamente um ano que recebi um desafio de uma das directoras do Centro Social Infantil da minha Freguesia - do Santíssimo Sacramento - para ir lá falar com as crianças sobre a Obra da Rua, a saída, o porquê, o quê, o quando, o como, e estar á disposição dos meninos para as perguntas que quisessem fazer. E foram muitas. Fiquei espantada com a curiosidade e a consciência destas crianças pequeninas que queriam saber tanto e queriam dar tanto.
Há umas semanas recebi um telefonema dessa mesma directora a dizer que os meninos (de 6, 7 e 8 ano) tinham feito uma recolha a favor do nosso grupo de rua. E que queriam vir eles próprios trazer as suas ofertas à garagem onde normalmente trabalhamos nas saídas. Fiquei muito feliz, resolvemos datas e horas...
Eras 9h30 da manhã quando do alto da garagem os vi. Era uma fila grande - uns 40? todos agarrados aos seus saquinhos, bonés na cabeça que o sol apertava, dois a dois de mão dada, as monitoras, ajudantes, educadoras e a directora a ajudar nas travessias.
Entraram a rir, a brincar, a tagarelar. Quando viram a garagem e o sítio onde trabalhavamos, ficaram sérios. Convidei-os a fazerem uma roda e a pousarem as suas ofertas no centro e depois conversarmos mais um bocadinho. Assim aconrteceu. Tão pequeninos, tão lindos, tão contentes e tão sérios... o que trouxeram foi fruto de uma ideia genial: para a festa de fim de curso todos os convidados = pais, irmãos, avós, padrinhos, etc. tinha que trazer um pacote de alguma coisa - condição para assistirem à sua festinha de fim de ano. E ali estavam eles a entregar orgulhosos, felizes e generosamente as suas ofertas.
Expliquei-lhes o que ía acontecer no dia 1 de Agosto na rua e também o que ía acontecer em algumas das casas para onde os alimentos tb iriam ser canalizados. E eles olhavam para mim com carinhas espantadas, incrédulos que meninos da sua idade pudessem ter fome... frio... carencias. Fizeram perguntas. Inteligentes, profundas.
E no fim, antes de irem embora disse-lhes que o que ali estava - e apontei a enorme quantidade de sacos cheios de alimentos era uma "BOMBA DE AMOR" pelo amor que cada um deles tinha posto nos seus pedidos, na sua oferta, na sua vinda ao sol de um dia tão quente. E que esse AMOR iria dar os seus frutos. Mostrei-lhes a "Nossa Senhora de Fátima dos Sem-Abrigo" e convidei-os a rezarmos juntos uma Avé Maria de agradecimento. Por tudo. Por todos. Um nó na garganta ía-me denunciando a grande emoção que senti em todo o tempo: desde que ao longe os vi caminahr, ao tempo em que lá estiveram, e depois ao vê-los voltar, as mãos vazias - porque o AMOR tão grande que traziam o tinham deixado no chão da nossa garagem. Que coisa tão bonita!!! GLÓRIA A TI SENHOR, ALELUIA POR TANTO BEM ESPALHADO, RECEBIDO, OFERECIDO. OBRIGADA Ó DEUS!