Não fazes ideia se justifica ou não, e TUDO indica que faz sentido porque não se vê um magote de gente a fazer essa actividade para enriquecer.
vbm, já disse isto umas 5 vezes. Ainda não entrou.
Repara que se o agricultor fosse directo vender para a cidade E conseguisse, ainda assim obteria apenas uma fracção do preço de venda ao público, pois teria:
* Custos com transportes;
* Perdas de produto (só isto pode ir quase aos 50%, logo comendo metade do preço de venda sozinho);
* Custos com o local onde iria vender;
* Custos com a mão-de-obra para vender;
* Etc.
O que sabemos é que a diferença de preços parece aliciante e ninguém a explora. Logo também sabemos que a diferença de preços, grande como parece ser, não é realmente aliciante.[/b]
Se esses argumentos significassem que,
realmente, esses factores, essas causas, justificam e sancionam a situação presente, eu concordaria, teria de concordar contigo, e claro aceitaria que a solução actual é a melhor por não haver outra.
Mas duvido que esses factores justifiquem a composição do preço a que os produtos são vendidos ao público das cidades! Repara nisto: sempre que qualquer nova construção de estradas, modifica os custos de transporte entre localidades, o mercado de bens de consumo e de distribuição altera-se radicalmente por os preços e as margens mudarem totalmente. Lembro-me, no meu remoto curso, que a economia dos transportes era uma das disciplinas mais matematizáveis que existia, e tudo por causa das tarifas de transporte.
Isto, para dizer: o espaço, o solo, os fretes de transporte, os alugueres de terrenos, o imobiliário, o espaço urbano, toda essa teia, incluindo as taxas, IMIs, e taxinhas, e lucros de oportunidade, etc., tudo isso é margem bruta de lucro absorvida por interesses e situações monopolistas.
Claro, há uma coisa que também me 'chateia': a solução de concorrência passaria por uma certa retoma de um comércio 'proletarizado' como havia antigamente, antes das grandes superfícies; e regressar às mercearias de bairro do antigamente não é e não pode ser solução.
No entanto, pelo menos no mercado dos frescos, as feiras deveriam ser mais apoiadas pelos municípios, e os transportes mais baratos. Eu não tenho nenhuma solução no bolso, mas ao contrário de ti, vejo nos ganhos de monopólio, a razão das três maiores fortunas portuguesas serem as dos dois merceeiros e a do gasolineiro.