E como podes ter confiança na tua própria opinião, quando sabes que em casos onde existem dados e factos sólidos ainda assim consegues ter opiniões altamente desinformadas? Que confiança tens que numa coisa muito mais subjectiva, estarás minimamente próximo da verdade?
De resto, para uma pessoa razoável, racional e informada, é óbvio que este governo foi superior à maioria dos que o precederam, mesmo com muitos erros, muitas faltas de acção (muitos dos outros pecaram por acção a mais, como se vê em todas as coisas caríssimas que este está a resolver), e agora no seu final, com um borrar fantástico da figura (ao repor custos em todo o lado, de forma eleitoralista).
Eu precisava de fazer um retiro, nalgum mosteiro budista,
para meditar nas tuas objecções e conseguir volatilizá-las
com a razão do meu lado. O que possa contrapor
assim de um modo imediatista ficará sempre
muito aquém da justificada refutação.
O meu opinar pode estar longe ou perto da verdade,
mas ser-me-á altamente preferível a situar-me
numa curva de indiferença de valores
indistinguíveis, por todos serem
reputados de igual condignidade,
posto que perfilhados por A, B ou C,
logo, segundo certos 'liberais',
assim proibidos de hierarquização
numa escala de valores.
Quanto a este governo ter sido superior aos que o precederam,
é uma opinião falaciosa ou altamente, não sei como chamar-lhe,
mas apetece-me dizer:
disléxica!
O mérito do que haja sido realizado menos mal,
deve-se claramente ao
povo português
e à
troika dos credores!
E é lamentável, mais apropriado dizer:
condenável,
não ter sido aproveitada a fundo a disciplina imposta
de fora para reformar de vez o estado, a justiça,
o sistema de impostos, a lei de trabalho
para os organismos públicos
e autárquicos e o derrube
dos privilégios monopolistas
que tolhem a concorrência
no sector privado, i.e.,
cumprir o memorando da troika.