Eu não sou do PCP mas a politica mundial de atrair os grupos económicos para os setores das telecomunicações era descrita nesta intervenção do PCP.
http://www.pcp.pt/actpol/temas/comispol/cp970916.htmlO escandaloso aumento das tarifas telefónicas
Acaba de ser anunciada a assinatura da convenção de preços das telecomunicações relativa ao período de 1998/2000, entre a Portugal Telecom, o Instituto das Comunicações de Portugal e a Direcção Geral de Concorrência e Preços.
O PCP chama a atenção para que as notícias divulgadas sobre uma alegada baixa das tarifas são autêntica publicidade enganosa. Com efeito o Governo afirma que as tarifas vão baixar, mas na realidade, como tem acontecido nos últimos anos, alguma redução em certo tipo de chamadas, principalmente nas internacionais, aquelas que mais são usadas pelas grandes empresas, é acompanhada por um brutal aumento das assinaturas e das chamadas locais que recaem sobre a maioria da população.
O truque estatístico de misturar a baixa das chamadas internacionais (que a maioria dos cidadãos não faz) com o aumento das chamadas locais (que a maioria dos cidadãos efectivamente faz) é uma pura desonestidade.
Segundo o anúncio agora feito, as assinaturas mensais seriam agravadas em 9% ao ano (27% nos três anos) e para as chamadas locais, anuncia-se um aumento superior a 6% para 1998.
Entretanto o aumento das chamadas locais, bem como de certo tipo de chamadas regionais e mesmo interurbanas é influenciada e pode mesmo vir a ser superior, em função dos critérios que venham a ser adoptados para as temporizações e para a harmonização das tarifas dos vários escalões que vão ser unificados.
O PCP relembra que, com o início da privatização da Portugal Telecom, foi desencadeado um processo de brutal aumento das tarifas (assinaturas mensais e chamadas telefónicas) que recaem sobre a maioria da população, os chamados clientes residenciais (que são os que mais utilizam as chamadas locais e regionais).
As assinaturas mensais tiveram um aumento de 26% em três anos.
Uma chamada local de 10 minutos que custava 10$00 em 1993, custa em 1997, 40$50, isto é, teve um agravamento de 405%.
O custo do cabaz de telecomunicações para os clientes residenciais, segundo um recente estudo, é o mais caro da Europa.
A Portugal Telecom gerou nos últimos três anos 116 milhões de contos de lucro.
O PCP considera inaceitável, face a esta situação, que o Governo venha a anunciar novos aumentos das assinaturas e das chamadas locais para 1998 e a sua continuação nos anos seguintes.
Os aumentos anunciados, nomeadamente os das chamadas locais, significam afinal novos agravamentos das contas telefónicas da maioria da população portuguesa, para baixarem as contas das grandes empresas e subirem ainda mais os lucros dos grupos económicos e das multinacionais que vão dominar o sector das telecomunicações.
O PCP condena os aumentos agora anunciados e alerta a população para o seu real significado.
O PCP chama a atenção para o facto de estes aumentos de preços, serem inseparáveis da privatização da Portugal Telecom, cuja 3ª fase o Governo anunciou para Outubro e que conduz uma empresa estratégica à perda da maioria do capital do Estado, o que constitui um processo grave, atentatório dos interesses da população, dos trabalhadores e do país e ao qual o PCP manifesta a sua veemente oposição.