Por imprevisível que o ouro seja, por especulativo que se mostre inclinado, há pontos fixos em torno dos quais se desenharão sempre os movimentos das cotações por que é transacionado. Refiro-me à sua universal aptidão como meio de liquidação de transações no tempo e no espaço. Deste modo, é mercadoria que quita dívidas de mercadorias, e como tal, boa moeda de pagamento. Acresce que, embora extraível do banco da natureza, o ritmo de tal emissão é lento e cognoscível, logo estável. Daí ser bom padrão de medição e comparação de valores. Presta-se a especulação. Sim, mas de curto prazo. A linha de tendência, essa reflecte a economia mundial e o volume de comércio internacional. Penso o seguinte: Assumamos o stock de ouro fixo, e, ou, conhecida a sua produção anual; no outro prato da balança, o volume das transações comerciais. Se estas aumentam, o stock valoriza, por, na sua invariabilidade, continuar a ser a contrapartida última dos pagamentos devidos; se o volume de comércio diminui, o stock desvaloriza pela mesma razão. Se as divisas mais utilizadas a compor as reservas dos bancos emissores de moeda mantiverem alguma proporção de equivalência ao euro, quanto mais comércio houver, mais as moedas divisas de pagamento, serão necessárias e mais quantidade é delas emitida por o ouro se valorizar com o volume de transações. Mutatis mutandis, em sentido inverso, se o volume de comércio diminui. De maneira que me interrogo: isto é assim, ou está errado? O dólar, agora a valorizar-se, segue algum movimento de longo prazo do ouro? E o euro dá um passo atrás para a seguir dar dois em frente? Ou como é?