Os bolds e sublinhados foram colocados por mim, não estão presentes no livro.
Retirado do livro:
Os Privilegiados (Gustavo Sampaio)
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Quem também cessou actividade política para se dedicar à administração de empresas foi José Ângelo Correia, ex-ministro da Administração Interna (1981-1983), ex-presidente da Comissaõ de política Nacional do PSD (1981-1983) e, entre outros cargos, ex-deputado à AR (1976-1995). Ângelo Correia preside hoje aos conselhos de administração de várias empresas, nomeadamente do Grupo Fomentinvest (no qual Passos Coelho exerceu os cargos de director financeiro, 2004-2006, e administrador executivo, 2007-2009) e da Lusitaniagás.
A Formentinvest Ambiente, participada do grupo liderado por Ãngelo Correia, vendeu 20% do capital à Finertec em 2011. antes de assumir as funções de ministro Adjunto e dos Assuntos Parlamentares do actual Governo, Miguel Relvas foi gestor executivo da Finertec. De 2007 a 2009, Passos Coelho foi administrador executivo da Fomentinvest Ambiente. As ligações entre Relvas e Passos Coelho não se confinavam à actividade política (trata-se de uma longa relação de amizade e cumplicidade, desde os tempos em que militaram e assumiram cargos de direcção na JSD).
De 200 a 2007, Passos Coelho foi consultor e administrador da Tecnoforma, uma empresa dedicada à formação profissional que "dominou por completo, na região Centro, um programa de formação profissional destinado a funcionários das autarquias que era tutelado por Miguel relvas, então secretário de Estado da Administração Local" . Na sequência da publicação, entre Outubro e Dezembro de 2012, de uma série de artigos de investigação do jornal Público, o DCIAP abriu dois inquéritos sobre as suspeitas de favorecimento da empresa Tecnoforma por parte de Relvas enquanto secretário de Estado com a tutela do programa Foral.
No âmbito de um dos inquéritos, Helena Roseta, actual vereadora da CML, foi ouvida em janeiro de 2013 como testemunha. Na noite de 21 de Junho 2012, em directo na SIC Notícias, Roseta denunciou uma situação ocorrida com Miguel Relvas em meados de 2003. Numa altura em que exercia a presidência da Ordem dos Arquitectos (OA), Roseta terá sido abordada por Relvas com o intuito de a informar sobre verbas do programa Foral que poderiam ser canalizadas para cursos de formação promovidos pela OA, destinados a arquitectos de autarquias.
-Mas havia uma condição, e a condiçãoera simplismente esta: a formação tinha que ser feita pela empresa do doutor Passos Coelho. Eu fiquei passada e disse: "Desculpe lá, senhor secratário de Estado, mas nessas condições não há acordo nenhum". E não houve! - revelou Roseta, perante o olhar de estupefação de Teresa Caeiro, que se apressou a ressalvar o eventual desconhecimento de Passos Coelho.
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"O outro inquérito relacionado com estes factos está a correr no DIAP de Coimbra e incide especialmente sobre um dos projectos da empresa que mais dúvidas suscitaram acerca de eventuias favorecimentos de que ela tenha beneficiado. Trata-se de um projecto, no valor de 1,2 milhões de euros, que foi aprovado pelos gestores do Foral e se destinava a formar mais de mil funcionários de nove municípios da região Centro para trabalharem em nove aeródromos e heliportos daquela região, parte dos quais não existiam ou já estavam desactivados", noticiou o jornal Público.
Fim de citação.
É por estas e por outras que a luta entre PSD e PS que vejo as pessoas disputarem com tanta devoção serve na perfeição o status quo.
A nossa democracia está completamente de rastos. Os governantes estão a abusar totalmente do poder que a população a eles delegou.