Nos últimos 7 anos tenho comprado e vendido 2 apartamentos por ano em Odivelas e na zona Oeste, todos a precisar de remodelações. Faço obras decentes, modernizo e tenho conseguido um ganho (depois de tudo pago) que anda entre os 30% e os 35% por imóvel. Em 2020 vendi um e não fiz compras, por força da pandemia. Aparentemente tudo apontava para descidas de preços relevante. Não aconteceu. Em Odivelas, os preços de venda aguentaram-se e na zona Oeste têm subido, não porque haja mais procura efectiva, mas porque se criou a ideia de que passou a haver procura desenfreada por habitações fora dos grandes centros urbanos (Lisboa e arredores). Tal não é verdade. Por outro lado e no caso da zona Oeste, há um efeito concertado das principais imobiliárias, que insistem em anunciar mais procura, quando na verdade até estão a vender menos do que em 2019. O truque passa por sobrevalorizam os imóveis logo no preço de venda inicial para depois, em caso de negociação, poderem fazer descontos mais substanciais e o preço de venda acabar por ser mais razoável (ainda que superior ao que seria em 2019). Descontos entre os 10% e os 12% são já algo correntes. O vendedor consegue ganhar um pouco mais do que esperava (também ele assustado com o espectro da desgraça da pandemia), o comprador fica todo contente porque acredita ter conseguido um bom desconto e ter feito um bom negócio e a imobiliária consegue ganhar a comissão e anunciar mais uma venda. Da minha parte só lá para o final do segundo semestre poderei entrar em compras.