Imóveis alfacinhas à espera da queda
26 Novembro 2012 | 10:34
Deco Proteste
Apesar da desvalorização dos imóveis nos últimos dois anos, o estudo da Proteste Investe revela que os apartamentos da capital ainda estão sobrevalorizados. Campolide e Lapa são as zonas mais caras
Não é só a grande crise imobiliária nacional que está a afetar os preços praticados em Lisboa. Já se sabe que, por todo o país, os valores negociados das casas estão em queda. Estimamos que, na capital, a desvalorização média tenha sido de 15% desde os máximos atingidos no primeiro semestre de 2010, dos quais 8% registados nos últimos 12 meses. Apesar da queda, a descida não deverá ficar por aqui: há uma pressão demográfica para a redução de preços. Embora o número de alojamentos em Lisboa tenha subido (aumentou de 288 mil em 2001 para 324 mil em 2011, distribuídos por 52 mil edifícios, mostra o Instituto Nacional de Estatística), o número de residentes desceu. Segundo os Censos de 2001, havia 565 mil habitantes nesse ano. Em 2011, a população tinha descido para 548 mil, um decréscimo de 17 mil habitantes. Apesar disso, o número de famílias aumentou para 244 mil (eram 234 mil em 2001), de acordo com o Censos de 2011.
Juntando esta pressão demográfica ao aumento da carga fiscal em 2013 e, consequente, à redução do rendimento das famílias, bem como à continuação das políticas de restrição de crédito pelos bancos, acreditamos que os imóveis alfacinhas não têm espaço para valorizar nos próximos anos.