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Autor Tópico: Imobiliário - Tópico principal  (Lida 727090 vezes)

Kin2010

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Re: Imobiliário - Tópico principal
« Responder #760 em: 2016-05-05 01:15:36 »
Neste fim de semana, finalmente, após meses de preparação, vou receber a primeira renda do meu T1, alugado através da Airbnb. Vamos lá ver se vale a pena. Mesmo que dê para pouco mais do que pagar os impostos, será alguma coisa.


Elder

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Re: Imobiliário - Tópico principal
« Responder #761 em: 2016-05-05 11:09:25 »
Neste fim de semana, finalmente, após meses de preparação, vou receber a primeira renda do meu T1, alugado através da Airbnb. Vamos lá ver se vale a pena. Mesmo que dê para pouco mais do que pagar os impostos, será alguma coisa.

Sou senhorio à 1,5 anos dum imóvel que tenho e não estou disponível para mais contratos. Para além da perseguição constante da Adm. Fiscal (cruzamento com contas da água ou telefone, ataques surpresa às imobiliárias à procura de contratos por registar, emails ameaçadores para declarar todas as rendas - recebidas ou não, o Fisco nem quer saber), há um risco de crédito permanente em que não há qualquer mecanismos de resolução. P. ex. se um cliente não pagar ao Banco, este comunica o incumprimento à Central de Riscos do Banco de Portugal que o sistema tem acesso. Num arrendamento, quem não paga várias rendas e sai do imóvel, fica sempre com a folha limpa. E usa isso como arma para ir adiando/supendendo os pagamentos.

Para além do mais, o negócio em si não compensa. Atualmente uma renda de mercado (quando é recebida) não chega para pagar parte da mensalidade do crédito associado (ainda a taxas muito baixas), seguro de vida sobre o crédito, seguro multiriscos do imóvel, IMI (que vai subir), condomínio, taxas e taxinhas municipais (cada vez maiores), imposto sobre as rendas (tx liberatória ainda), certificado energético (outro lobby), comissão da imobiliária para colocar o imóvel, potenciais obras de desgaste, etc. Em resumo, ficamos com o risco de crédito na mão e dores de cabeça e se tudo correr bem, no final estamos na situação idêntica a ter optado por ter vendido o imóvel inicialmente.  :o

Automek

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Re: Imobiliário - Tópico principal
« Responder #762 em: 2016-05-05 11:15:13 »
E a isso tudo juntas os estragos e reparações causados na casa. Eu diria que mais vale a pessoa dedicar-se ao que o Messiah explicou no outro tópico, procurando boas oportunidades para depois vender (embora aí tenha de se ter o cash).

O imobiliário comercial será melhor ? Ou seja, uma loja que sejam quatro paredes, em que as obras são de quem se instala, provavelmente será um pouco melhor. Ou não ?

Tridion

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Re: Imobiliário - Tópico principal
« Responder #763 em: 2016-05-05 11:33:52 »
Tenho um conhecido que é uma pessoa miserável, mas com bolsos cheios e tem para aí uns 10 a 15 imóveis todos antigos. Faz obras ilegais, duplica o número de pisos e de andares, não passa recibo porque aluga sobretudo a emigrantes. Tem mais de 70 anos e nunca teve grandes problemas com ninguém.

Julgo que para uma pessoa assim o imobiliário seja uma coisa altamente lucrativa. Curioso, é que se um de nós a utilizar estes expedientes, estávamos bem f@)!)@$. Mas é sempre assim, é mais fácil apertar com o cidadão comum do que com quem utiliza práticas mais desonestas.
______________________________________
Bons Negócios
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Re: Imobiliário - Tópico principal
« Responder #764 em: 2016-05-05 13:18:26 »
Eu sou senhorio à uns 8 anos e nunca tive problemas com o fisco, relativamente ao arrendamento.
Apesar de no início ter tido problemas relativamente ao valor das rendas versus prestação da casa, com amortizações extraordinárias, consegui mais que equilibrar a situação.
Para mim o grande problema não são os impostos ou despesas inerentes ao arrendamento, mas sim fazer uma filtragem dos possíveis inquilinos. Ao não fazer a devida análise prévia, apanhei umas quantas inquilinas com capacidade reduzida de pagamento, o que levou a que ficassem apenas 1 ano na casa. Essa rotação dá cabo da rendibilidade anual do imóvel.
“Our values are human rights, democracy and the rule of law, to which I see no alternative. This is why I am opposed to any ideology or any political movement that negates these values or which treads upon them once it has assumed power. In this regard there is no difference between Nazism, Fascism or Communism..”
Urmas Reinsalu

Automek

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Re: Imobiliário - Tópico principal
« Responder #765 em: 2016-05-05 13:39:37 »
Como é que fazes essa triagem agora para minimizar esse problema ?

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Re: Imobiliário - Tópico principal
« Responder #766 em: 2016-05-05 13:57:31 »
inicialmente não fazia a triagem e aceitava o que a imobiliária me apresentava.

O melhor é olhar para o IRS do potencial inquilino, ver qual o valor que recebe anualmente e fazer um cálculo da taxa de esforço. Uma das inquilinas tinha contrato sem termo com uma empresa, mas o valor era baixo. Quando ficou doente, deixou de receber e sentiu dificuldades em pagar a renda.

Também é importante saber qual o tipo de vínculo que têm. Uma das inquilinas tinha contrato com um hotel, mas posteriormente fiquei a saber que tinha era uma relação com uma empresa de contratos temporários. Quando a puseram a andar, fiquei trompicado e ainda tive um calote.

No caso de casais, até agora, não tive qualquer problemas. O casal actual paga religiosamente no dia 1 ou 2 de cada mês.
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Re: Imobiliário - Tópico principal
« Responder #767 em: 2016-05-05 14:18:51 »
Pelo que já reparei, casais são mais cumpridores a pagar (quando têm emprego estável) mas mais propensos a estragar a casa (por causa dos filhos). Em relação a pessoas sozinhas, são mais desprendidas da casa (passam lá pouco tempo) mas pagar a tempo não é com elas.

Em relação à questão do imobiliário comercial, para além de ter VPTs superiores face à mesma área para habitação, a tributação é superior (taxas de IMI e IMT). 

tommy

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Re: Imobiliário - Tópico principal
« Responder #768 em: 2016-05-05 15:59:11 »
inicialmente não fazia a triagem e aceitava o que a imobiliária me apresentava.

O melhor é olhar para o IRS do potencial inquilino, ver qual o valor que recebe anualmente e fazer um cálculo da taxa de esforço. Uma das inquilinas tinha contrato sem termo com uma empresa, mas o valor era baixo. Quando ficou doente, deixou de receber e sentiu dificuldades em pagar a renda.

Também é importante saber qual o tipo de vínculo que têm. Uma das inquilinas tinha contrato com um hotel, mas posteriormente fiquei a saber que tinha era uma relação com uma empresa de contratos temporários. Quando a puseram a andar, fiquei trompicado e ainda tive um calote.

No caso de casais, até agora, não tive qualquer problemas. O casal actual paga religiosamente no dia 1 ou 2 de cada mês.

e é fácil para ti pedir o IRS ou o contrato de trabalho para determinares a natureza do vínculo laboral? Tinha a impressão que é difícil conseguir essas informação, porque as pessoas normalmente são muito discretas nesses aspectos.

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Re: Imobiliário - Tópico principal
« Responder #769 em: 2016-05-05 16:45:03 »
Basta solicitar à imobiliária que o peça antes da assinatura do contrato.
Das vezes anteriores mostraram sempre, mas foi na altura da assinatura do contrato. Não me dava tempo para fazer a triagem.
Basta solicitar com 3/4 dias de antecedência para se fazer a análise.
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Kin2010

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Re: Imobiliário - Tópico principal
« Responder #770 em: 2016-05-05 19:24:18 »
Neste fim de semana, finalmente, após meses de preparação, vou receber a primeira renda do meu T1, alugado através da Airbnb. Vamos lá ver se vale a pena. Mesmo que dê para pouco mais do que pagar os impostos, será alguma coisa.

Sou senhorio à 1,5 anos dum imóvel que tenho e não estou disponível para mais contratos. Para além da perseguição constante da Adm. Fiscal (cruzamento com contas da água ou telefone, ataques surpresa às imobiliárias à procura de contratos por registar, emails ameaçadores para declarar todas as rendas - recebidas ou não, o Fisco nem quer saber), há um risco de crédito permanente em que não há qualquer mecanismos de resolução. P. ex. se um cliente não pagar ao Banco, este comunica o incumprimento à Central de Riscos do Banco de Portugal que o sistema tem acesso. Num arrendamento, quem não paga várias rendas e sai do imóvel, fica sempre com a folha limpa. E usa isso como arma para ir adiando/supendendo os pagamentos.

Para além do mais, o negócio em si não compensa. Atualmente uma renda de mercado (quando é recebida) não chega para pagar parte da mensalidade do crédito associado (ainda a taxas muito baixas), seguro de vida sobre o crédito, seguro multiriscos do imóvel, IMI (que vai subir), condomínio, taxas e taxinhas municipais (cada vez maiores), imposto sobre as rendas (tx liberatória ainda), certificado energético (outro lobby), comissão da imobiliária para colocar o imóvel, potenciais obras de desgaste, etc. Em resumo, ficamos com o risco de crédito na mão e dores de cabeça e se tudo correr bem, no final estamos na situação idêntica a ter optado por ter vendido o imóvel inicialmente.  :o

Eu não me meteria neste negócio com o imóvel comprado a crédito. Comprei a pronto, há anos atrás. Além disso, devido a esses riscos todos que enuncias, e dos quais tenho sido informado por muitas pessoas, optei pelo aluguer de curta duração via Airbnb. Creio que ganharei menos assim, mas não terá tantos riscos.


Kin2010

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Re: Imobiliário - Tópico principal
« Responder #771 em: 2016-05-05 19:29:50 »
Eu sou senhorio à uns 8 anos e nunca tive problemas com o fisco, relativamente ao arrendamento.
Apesar de no início ter tido problemas relativamente ao valor das rendas versus prestação da casa, com amortizações extraordinárias, consegui mais que equilibrar a situação.
Para mim o grande problema não são os impostos ou despesas inerentes ao arrendamento, mas sim fazer uma filtragem dos possíveis inquilinos. Ao não fazer a devida análise prévia, apanhei umas quantas inquilinas com capacidade reduzida de pagamento, o que levou a que ficassem apenas 1 ano na casa. Essa rotação dá cabo da rendibilidade anual do imóvel.

Isso de a rotação reduzir a rentabilidade, para mim, é um problema menor. O problema maior é o outro, o do incumprimento, do inquilino que se atrasa nas rendas e não sai durante meses ou anos. Este problema não está resolvido com as leis actuais, segundo muitos depoimentos que li e ouvi. O sistema de justiça tende a dar razão ao inquilino. Ir para os tribunais é uma dor de cabeça e caro. Este é que é o REAL problema.

Comparado com esse problema, para mim, o facto de a rentabilidade anual poder ficar reduzida de 5% para, por ex, 1% num certo ano, é um problema menor. Mesmo que se ganhe só 1% num ano, isso dará para pagar os impostos, condomínio, taxas, etc, e manterá o imóvel utilizado e logo sem se degradar. E não esquecer que 1% é como os juros dos DPs. Estamos num mundo confiscatório e de taxas de juro tendencialmente zero.




iront3ars

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Re: Imobiliário - Tópico principal
« Responder #772 em: 2016-05-05 20:44:43 »
e é fácil para ti pedir o IRS ou o contrato de trabalho para determinares a natureza do vínculo laboral? Tinha a impressão que é difícil conseguir essas informação, porque as pessoas normalmente são muito discretas nesses aspectos.

É normal. Para o inquilino que tenho atualmente, não só pedi os últimos 3 recibos de ordenado do casal, IRS, declaração da entidade patronal com o vínculo laboral (efetivo ou não), bem como pedi um mapa de responsabilidades com todos os créditos que têm atualmente. Forneceram sem problemas.

D. Antunes

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Re: Imobiliário - Tópico principal
« Responder #773 em: 2016-05-05 22:55:39 »
Tenho uma dúvida: se comprar um imóvel para remodelar e vender tenho que pagar escritura e IMT ou existe alguma maneira de evitar esses custos?
“Price is what you pay. Value is what you get.”
“In the short run the market is a voting machine. In the long run, it’s a weighting machine."
Warren Buffett

“O bom senso é a coisa do mundo mais bem distribuída: todos pensamos tê-lo em tal medida que até os mais difíceis de contentar nas outras coisas não costumam desejar mais bom senso do que aquele que têm."
René Descartes

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Re: Imobiliário - Tópico principal
« Responder #774 em: 2016-05-06 03:06:48 »
Tenho uma dúvida: se comprar um imóvel para remodelar e vender tenho que pagar escritura e IMT ou existe alguma maneira de evitar esses custos?

Tanto quanto sei (provavelmente não estou up to date) o IMT pagas sempre que vás à escritura. Só podes não o pagar se efectuares uma transacção sobre um contrato-promessa (ou seja, alguém celebra o contrato e depois revende o contrato a outra pessoa). Eu já fiz isto várias vezes, nos anos 1998-99 e fartei-me de ganhar e não paguei IMT. Bons tempos.


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Re: Imobiliário - Tópico principal
« Responder #775 em: 2016-05-06 09:33:30 »
Neste fim de semana, finalmente, após meses de preparação, vou receber a primeira renda do meu T1, alugado através da Airbnb. Vamos lá ver se vale a pena. Mesmo que dê para pouco mais do que pagar os impostos, será alguma coisa.

Sou senhorio à 1,5 anos dum imóvel que tenho e não estou disponível para mais contratos. Para além da perseguição constante da Adm. Fiscal (cruzamento com contas da água ou telefone, ataques surpresa às imobiliárias à procura de contratos por registar, emails ameaçadores para declarar todas as rendas - recebidas ou não, o Fisco nem quer saber), há um risco de crédito permanente em que não há qualquer mecanismos de resolução. P. ex. se um cliente não pagar ao Banco, este comunica o incumprimento à Central de Riscos do Banco de Portugal que o sistema tem acesso. Num arrendamento, quem não paga várias rendas e sai do imóvel, fica sempre com a folha limpa. E usa isso como arma para ir adiando/supendendo os pagamentos.

Para além do mais, o negócio em si não compensa. Atualmente uma renda de mercado (quando é recebida) não chega para pagar parte da mensalidade do crédito associado (ainda a taxas muito baixas), seguro de vida sobre o crédito, seguro multiriscos do imóvel, IMI (que vai subir), condomínio, taxas e taxinhas municipais (cada vez maiores), imposto sobre as rendas (tx liberatória ainda), certificado energético (outro lobby), comissão da imobiliária para colocar o imóvel, potenciais obras de desgaste, etc. Em resumo, ficamos com o risco de crédito na mão e dores de cabeça e se tudo correr bem, no final estamos na situação idêntica a ter optado por ter vendido o imóvel inicialmente.  :o

Eu não me meteria neste negócio com o imóvel comprado a crédito. Comprei a pronto, há anos atrás. Além disso, devido a esses riscos todos que enuncias, e dos quais tenho sido informado por muitas pessoas, optei pelo aluguer de curta duração via Airbnb. Creio que ganharei menos assim, mas não terá tantos riscos.
Assim que pagar o empréstimo do imóvel que arrendo, penso em usar novamente o empréstimo para adquirir outro imóvel para arrendar. Os alugueres de curta duração podem ser piores que o aluguer ao ano. A esposa do meu pai tem diversos imóveis em zona turística e que utilizava para arrendamento durante o verão. Chegou uma altura em que as despesas criadas pela má utilização do imóvel superava o valor do arrendamento.
Por exemplo, numa casa à beira mar, com 1 quarto, foi arrendada por uma família de portugueses. Na altura juntaram-se 12 pessoas nesse período. Como estava muito calor, decidiram regar frequentemente o tecto da casa para arrefecê-la. O resultado é que o valor da água a pagar foi superior à renda paga.
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Urmas Reinsalu

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Re: Imobiliário - Tópico principal
« Responder #776 em: 2016-05-06 09:40:45 »
Eu sou senhorio à uns 8 anos e nunca tive problemas com o fisco, relativamente ao arrendamento.
Apesar de no início ter tido problemas relativamente ao valor das rendas versus prestação da casa, com amortizações extraordinárias, consegui mais que equilibrar a situação.
Para mim o grande problema não são os impostos ou despesas inerentes ao arrendamento, mas sim fazer uma filtragem dos possíveis inquilinos. Ao não fazer a devida análise prévia, apanhei umas quantas inquilinas com capacidade reduzida de pagamento, o que levou a que ficassem apenas 1 ano na casa. Essa rotação dá cabo da rendibilidade anual do imóvel.

Isso de a rotação reduzir a rentabilidade, para mim, é um problema menor. O problema maior é o outro, o do incumprimento, do inquilino que se atrasa nas rendas e não sai durante meses ou anos. Este problema não está resolvido com as leis actuais, segundo muitos depoimentos que li e ouvi. O sistema de justiça tende a dar razão ao inquilino. Ir para os tribunais é uma dor de cabeça e caro. Este é que é o REAL problema.

Comparado com esse problema, para mim, o facto de a rentabilidade anual poder ficar reduzida de 5% para, por ex, 1% num certo ano, é um problema menor. Mesmo que se ganhe só 1% num ano, isso dará para pagar os impostos, condomínio, taxas, etc, e manterá o imóvel utilizado e logo sem se degradar. E não esquecer que 1% é como os juros dos DPs. Estamos num mundo confiscatório e de taxas de juro tendencialmente zero.
O incumprimento pode ser minimizado através de exigir um fiador. Nota que eu ainda não utilizei essa possibilidade, mas de acordo com o pvg, funciona muito bem. Ao não pagarem podes exigir a renda em dobro, que ajuda a diminuir não só os atrasos como o incumprimento. Da minha experiência, apesar do atraso que pode existir no pagamento da renda, o pior mesmo é o pagamento das despesas mensais. Até à penúltima inquilina, os arrendamentos que fazia, incluía ser eu a pagar as despesas e depois eles reembolsarem-me. Mas deu tantos problemas que eu já não irei fazer dessa forma, eles colocam as despesas em nome deles e que se desenrasquem com as empresas.
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Re: Imobiliário - Tópico principal
« Responder #777 em: 2016-05-06 09:42:39 »
Tenho uma dúvida: se comprar um imóvel para remodelar e vender tenho que pagar escritura e IMT ou existe alguma maneira de evitar esses custos?

Tanto quanto sei (provavelmente não estou up to date) o IMT pagas sempre que vás à escritura. Só podes não o pagar se efectuares uma transacção sobre um contrato-promessa (ou seja, alguém celebra o contrato e depois revende o contrato a outra pessoa). Eu já fiz isto várias vezes, nos anos 1998-99 e fartei-me de ganhar e não paguei IMT. Bons tempos.
Acho que actualmente o contrato promessa paga IMT. Mas é melhor confirmarem.
“Our values are human rights, democracy and the rule of law, to which I see no alternative. This is why I am opposed to any ideology or any political movement that negates these values or which treads upon them once it has assumed power. In this regard there is no difference between Nazism, Fascism or Communism..”
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D. Antunes

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Re: Imobiliário - Tópico principal
« Responder #778 em: 2016-05-06 10:03:51 »
Tenho uma dúvida: se comprar um imóvel para remodelar e vender tenho que pagar escritura e IMT ou existe alguma maneira de evitar esses custos?


Tanto quanto sei (provavelmente não estou up to date) o IMT pagas sempre que vás à escritura. Só podes não o pagar se efectuares uma transacção sobre um contrato-promessa (ou seja, alguém celebra o contrato e depois revende o contrato a outra pessoa). Eu já fiz isto várias vezes, nos anos 1998-99 e fartei-me de ganhar e não paguei IMT. Bons tempos.

Acho que actualmente o contrato promessa paga IMT. Mas é melhor confirmarem.


Eu encontrei um artigo na net que levanta a hipótese de não pagar IMT se for para revenda, desde que se cumpram algumas condições:

O conceito de revenda para efeitos de IMT, deve ser entendido como transmissão em termos fiscais e não na acepção civilística do conceito.
Os pressupostos constantes no Art.º 7 do CIMT, cujo preenchimento são conditio sine qua non para haver lugar a isenção são:
a) Apresentar a respetiva declaração prevista nos códigos de IRS e IRC que comprove que o objeto social do sujeito passivo abrange a «compra e venda de imóveis / revenda de imóveis»;
b) Incluir na letra da escritura pública de compra e venda, a indicação que os bens a transacionar têm o intuito de revenda;
c) Contabilizar nos serviços de contabilidade a respetiva aquisição numa conta de existências;
d) Apresentar uma declaração emitida pelo serviço de finanças indicando que o sujeito passivo desenvolve essa atividade de forma regular (considera-se que o sujeito passivo exerce normal e habitualmente a atividade de comprador de prédios para revenda quando adquire ou revende um imóvel com esta finalidade no ano anterior à data de escritura).
e) Os prédios adquiridos têm que ser revendidos no prazo de 3 anos, sob pena de caducidade da isenção.
f) Os prédios embora revendidos no prazo legal, não sejam novamente, para revenda.


Podem ver mais aqui:
http://moneysmouth.blogspot.pt/2015/03/imoveis-para-revenda-isentos-de-imt.html
e no código do IMT (artigos 6 a 9).

Alguém sabe como isto se processa na prática? Por exemplo, a alínea d) parece uma pescadinha de rabo na boca: para ser considerado revenda tem que já se ter efetuado uma revenda antes!
“Price is what you pay. Value is what you get.”
“In the short run the market is a voting machine. In the long run, it’s a weighting machine."
Warren Buffett

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zAPPa

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Re: Imobiliário - Tópico principal
« Responder #779 em: 2016-05-06 14:08:56 »
Tenho uma dúvida: se comprar um imóvel para remodelar e vender tenho que pagar escritura e IMT ou existe alguma maneira de evitar esses custos?


Tanto quanto sei (provavelmente não estou up to date) o IMT pagas sempre que vás à escritura. Só podes não o pagar se efectuares uma transacção sobre um contrato-promessa (ou seja, alguém celebra o contrato e depois revende o contrato a outra pessoa). Eu já fiz isto várias vezes, nos anos 1998-99 e fartei-me de ganhar e não paguei IMT. Bons tempos.

Acho que actualmente o contrato promessa paga IMT. Mas é melhor confirmarem.


Eu encontrei um artigo na net que levanta a hipótese de não pagar IMT se for para revenda, desde que se cumpram algumas condições:

O conceito de revenda para efeitos de IMT, deve ser entendido como transmissão em termos fiscais e não na acepção civilística do conceito.
Os pressupostos constantes no Art.º 7 do CIMT, cujo preenchimento são conditio sine qua non para haver lugar a isenção são:
a) Apresentar a respetiva declaração prevista nos códigos de IRS e IRC que comprove que o objeto social do sujeito passivo abrange a «compra e venda de imóveis / revenda de imóveis»;
b) Incluir na letra da escritura pública de compra e venda, a indicação que os bens a transacionar têm o intuito de revenda;
c) Contabilizar nos serviços de contabilidade a respetiva aquisição numa conta de existências;
d) Apresentar uma declaração emitida pelo serviço de finanças indicando que o sujeito passivo desenvolve essa atividade de forma regular (considera-se que o sujeito passivo exerce normal e habitualmente a atividade de comprador de prédios para revenda quando adquire ou revende um imóvel com esta finalidade no ano anterior à data de escritura).
e) Os prédios adquiridos têm que ser revendidos no prazo de 3 anos, sob pena de caducidade da isenção.
f) Os prédios embora revendidos no prazo legal, não sejam novamente, para revenda.


Podem ver mais aqui:
http://moneysmouth.blogspot.pt/2015/03/imoveis-para-revenda-isentos-de-imt.html
e no código do IMT (artigos 6 a 9).

Alguém sabe como isto se processa na prática? Por exemplo, a alínea d) parece uma pescadinha de rabo na boca: para ser considerado revenda tem que já se ter efetuado uma revenda antes!


i. tens de estar colectado para «compra e venda de imóveis / revenda de imóveis».
ii. tens de realizar uma operação no ano N que vai ser tributada.
iii. a operação em ii. pode ser a venda de uma garagem, terreno rústico, qualquer imóvel de baixo valor.
iv. realizada a operação em iii. no ano N+1 podes começar a comprar imóveis, para posterior revender, com isenção do IMT durante 3 anos (a contar da data da quisição).
Jim Chanos: "We Are In The Golden Age of Fraud".