A circular pela net:
Uma conversa telefónica
29 JANEIRO, 2016
by vitorcunha
– Luana Irene, cabeleireira. Boa tarde. Em que posso ser útil?
– Estou? Quero marcar para amanhã de manhã.
– Certamente. A que hora, mais ou menos?
– Às seis e um quarto.
– Só abrimos às nove…
– Pois, mas às nove já tenho que estar a falar na televisão.
– Em casos especiais posso abrir uma hora mais cedo… Mas às seis é impossível.
– Sou sua cliente há anos. Claro que é possível. Você não quer é trabalhar!
– Minha senhora, eu trabalho 12 horas por dia aqui no salão, às vezes mais. Trabalho o Sábado todo e Domingos de manhã por causa das festas e dos casamentos… Só fecho à Segunda-feira e, às vezes, nem isso, se uma cliente vai de férias e precisa mesmo… A minha semana de trabalho é de 78 horas quando corre bem…
– Isso é lá com a sua vida. Eu quero ser atendida às seis e um quarto e se não for aí vou a quem me atenda. Não espere é que isto fique assim. Vou dizer mal desse salão a todas as minhas amigas.
– Pronto, deixe ver… Acho que posso levar o bebé à minha mãe às cinco e meia e lá estarei às seis e um quarto para a atender…
– Eu sabia que podia contar consigo, minha querida!
– Que nome ponho aqui?
– Ana Avoila.
– Obrigado. Até amanhã.
– [som do telefone a desligar]