purehawk,
Obrigado pela resposta extensiva e argumentada ao meu juízo rápido sobre o caso. Devo dizer que pessoalmente, uma canoa em forma de vagina é de per si, bela, aliás qualquer canoa tem forma de vagina e direi mesmo que são duas formas naturais e poéticas de navegar. E por certo, tens razão em distinguir a arte da rotina vulgar. Quanto às tribos indígenas desnudadas sem ofensa ao pudor é justamente um caso que sai, extravasa, a minha premissa: o pudor é sustentáculo da sociedade, - civilizada, por suposto. O Japão é uma nação antiquíssima, com uma poesia de amor despojado muito bela, e podes porventura ter razão na severidade puritana com que possa ter tratado o caso que relatas. Não me debrucei propriamente sobre isso, - nem me apetece -, mas sim e apenas enunciei um princípio basilar da vida em sociedade; pessoalmente, reconheço, detesto a prática colectiva de nudismo, só o compreendo privadamente homem-mulher e no máximo com crianças muito pequenas, ainda longe da idade da razão; noutras condições, acho o nudismo inestético e deplorável. Quanto à Torre Eiffel e à Torre dos Clérigos, e quaisquer outros obeliscos, obvia e claramente são símbolos fálicos, de que sentirão agrado e orgulho os dois géneros da humanidade, - se bem que deixem indiferentes outras espécies de animais (daí a expressão, «como um boi olha para um palácio», aplicável a tantas situações de insensibilidade, inapreensão do belo e do inteligível).
À parte estes "pen-sen-timentos", eu compreendo a tua resposta
e agradeço-a por tão completa que a formaste.
abraço,
v.