Um artigo interessante da Forbes:
Could a Puerto Rico Default Hammer the $3.7 Trillion US Muni-Bond Market in 2014?
http://www.forbes.com/sites/larrymcdonald/2014/01/03/puerto-rico-default-to-re-price-the-3-7-trillion-municipal-bond-market-in-2014/
Não vejo razões para alarmismo [ao mínimo sinal de problemas, a FED baixa as calças], além de que a semelhança com a Grécia é demasiado superficial. Os políticos simplesmente dançam ao som da música que o sistema monetário toca.
O Sistema Monetário Europeu impõe pesadas restrições ao endividamento dos estados, não porque os governantes do BCE são mais virtuosos, mas sim em consequência da necessidade histórica de pacificar países beligerantes [através das relações comerciais], mas que desejavam a independência política... aliado à entrada de novos estados com iguais direitos,
depois dos estados fundadores terem planeado já na década de 60 um banco central e uma moeda única. Ou seja, o Sistema Monetário Europeu é o resultado de duas democracias gregas clássicas independentes compostas por membros com iguais direitos, que têm de pagar do seu bolso o bem comum: uma de estados e outra de bancos centrais.
O Sistema Monetário Americano não impõe tal coisa, pois quando a FED foi criada os EUA já eram um estado centralizado. Além disso, desde os anos 70, e por desenho, o padrão-dólar exige déficits constantes e permamentes por parte dos EUA para que o resto do mundo não entre em recessão [dilema de Triffin]. No fim da década de 70 Paul Volcker conseguiu salvar o dólar causando uma recessão [temporária] em todo o Mundo e conseguiu-o porque o resto do mundo não tinha moedas alternativas com a dimensão suficiente. Agora isso não vai acontecer [os europeus já não têm mais que se submeterem a austeridades alheias, pois têm uma moeda própria] e por isso o dólar está encurralado [dilema de Triffin] e forçado a uma corrida para a frente de déficits externos contínuos, enquanto teimar em manter o padrão-dólar.