Não sei se seria. Tal como o Brasil e Portugal, Angola tem muitas pessoas capazes de funcionar ao nível do primeiro mundo, e muitas que não conseguem produzir nada que possa sequer competir com Chineses mal instruídos vindos do campo.
O índice de GINI em países que tenham tais condições vai ser sempre monstruoso.
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Concordo que muitos destes países estariam melhor como estavam, colonizados. Teriam instituições mais funcionais e isso a par com a economia de mercado ajuda imenso ao desenvolvimento.
No Brasil, China, Angola, tens milionários que só o são por estarem completamente ligados ao estado.
E a maioria deles até sangra o dinheiro do país, estacionando o mesmo em paraísos fiscais.
Para mim é obvio que tal tem impacto no índice de GINI. O capital do estado de uma forma ou de outra têm que vir de algum lado, e será da parte não corrupta da população.
Eu não defendo a manutenção de colonialismo.
O que eu já discuti contigo é que o processo de colonização do Brasil, da África do Sul, de ilhas na zona da Indonésia, não teve nada à ver com o que se passou no Botswana.
Nos primeiros a colonização foi totalmente extrativa. Ninguém estava preocupado com a existência de sociedades minimamente funcionais e estáveis.
No Botswana houve a chance de manter as estruturas locais e uma sociedade minimamente estruturada.
Não, o capital não vem da parte da população que não produz nada, nem nada é retirado a essa parte da população a menos que a mesma seja impedida de produzir ... não é assim que o sistema funciona. Igualmente no Ocidente os pobres em absoluto não são produzidos pelo capitalismo "que lhes tira coisas". Só os pobres relativos são produzidos pelo capitalismo, na medida em que quem participa enriquece brutalmente versus quem não o faz.
É argumentável que um sistema melhor levaria a mais produção. Mas o sistema presente, se não impede de produzir, não pode levar a empobrecimento que não existiria de outra forma. É nisso que o socialismo consegue ser tão mau, porque ao impedir a propriedade privada, impede de produzir, além de mesmo entre os que produzem o sistema remove o incentivo para produzir.
Uma economia de mercado, mesmo toda corrupta, não tem esse efeito -- excepto na medida em que se lhe sejam acrescentadas medidas colectivistas que controlem agressivamente quem pode produzir o quê.
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Já agora, pelo menos na África do Sul esse teu conceito não pode ter sido aplicado porque esta se desenvolveu muito mais do que os países circundantes.
E novamente, essa coisa da "colonização extractiva" é debatível. Com escravos, sim, não é debatível. Mas com liberdade, é, porque ninguém é obrigado a participar em indústrias extractivas e quem o faz só ganha com isso (na sua perspectiva, ou não participaria). Além disso, "extrair" não reduz o nível de vida. Certamente aumenta-o versus "não extrair", e não o altera versus "deixar no chão".