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Autor Tópico: Angola - Tópico principal  (Lida 70480 vezes)

Deus Menor

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Re: Angola - Tópico principal
« Responder #120 em: 2015-07-08 12:12:26 »
Mesmo Portugal, que não tem afinidade com Angola, tem que concentrar os seus recursos a salvar a Grécia. Começando por perdoar aqueles 1100 milhões. É o mínimo que podemos fazer.

Não podemos tirar da equação a enorme campanha Política feita por "egos monstruosos" como
o Krugman Co.

Para eles isto é como uma RGA, uma luta romântica, mas longe da casa deles.São eles que estão a incitar os Gregos , mantendo a ilusão.

pedferre

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Re: Angola - Tópico principal
« Responder #121 em: 2015-07-08 12:13:11 »
Quem não devia ser perdoado é quem deixou entrar a Grécia no Euro já com um défice de mais de 126% do PIB e com as contas aldrabadas.

tommy

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Re: Angola - Tópico principal
« Responder #122 em: 2015-07-08 12:14:49 »
Mesmo que do bolso deles nunca saia dinheiro para ajudar ninguém ou repor justiça.

Por exemplo: Há meses que espero para ver a transferência do lark para angola no sentido de repor séculos de escravatura.
Ainda espero sentado.

Incognitus

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Re: Angola - Tópico principal
« Responder #123 em: 2015-07-08 12:15:41 »
Mesmo Portugal, que não tem afinidade com Angola, tem que concentrar os seus recursos a salvar a Grécia. Começando por perdoar aqueles 1100 milhões. É o mínimo que podemos fazer.

Não podemos tirar da equação a enorme campanha Política feita por "egos monstruosos" como
o Krugman Co.

Para eles isto é como uma RGA, uma luta romântica, mas longe da casa deles.São eles que estão a incitar os Gregos , mantendo a ilusão.

Infelizmente acho que a coisa é ainda mais sinistra.

Repara que a grande defesa da Grécia começa quando o Syriza subiu ao poder. Ou seja, é uma defesa puramente ideológica e não tem racionalidade.
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Deus Menor

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Re: Angola - Tópico principal
« Responder #124 em: 2015-07-08 12:24:35 »

Repara que a grande defesa da Grécia começa quando o Syriza subiu ao poder. Ou seja, é uma defesa puramente ideológica e não tem racionalidade.

É como referi , são Adultos a "brincar " ao Maio de 68.

itg00022289

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Re: Angola - Tópico principal
« Responder #125 em: 2015-10-08 11:51:11 »
Citar
Angola: O capitalismo de Estado e o Estado paralelo

RICARDO SOARES DE OLIVEIRA 08/10/2015 - 08:01
Ricardo Soares de Oliveira, professor na Universidade de Oxford, faz um retrato profundo e crítico sobre Angola numa obra a publicar em Portugal este mês. Excertos editados pelo PÚBLICO numa pré-publicação.

 

Ricardo Soares de Oliveira, professor associado de política comparada na Universidade de Oxford, analisa a realidade angolana e, entre vários aspectos, refere a aposta numa internacionalização assente num «capitalismo de Estado», dinâmica fundamental do Estado paralelo desde 2002. “A internacionalização da gestão de rendas e a reafectação de recursos do Estado na esfera internacional”, escreve no livro Magnífica e Miserável, Angola desde a Guerra Civil, a ser lançado em Portugal no final deste mês pela Tinta da China, servem o “favorecimento do regime e de interesses pessoais”. Excertos editados pelo PÚBLICO numa pré-publicação.

“A internacionalização da Sonangol prosseguiu em ritmo acelerado desde o fim da guerra e, em particular desde 2004, quando as receitas provenientes do petróleo começaram a encher os cofres angolanos. Di­rectamente, ou através das suas subsidiárias, a partir de 2013, as zonas de investimento da Sonangol incluíram o Brasil, o Iraque, Cuba, Venezuela, o sul do Sudão e a Argélia, além de Portugal. (…)

A estratégia da Sonangol é simples: a empresa alavanca os seus recursos e o seu papel de guardiã da economia interna de Angola (petrolífera e não petrolífera) para estabele­cer parcerias no estrangeiro. A maioria dos parceiros estrangeiros da So­nangol já são parceiros de Angola, enquanto outros encaram um acordo externo com a Sonangol como condição prévia para entrar no mercado angolano numa posição privilegiada. Esta política de “investimentos cru­zados” é um objectivo angolano declarado: “se uma empresa de Portugal ou de outro país quiser investir em Angola, a Sonangol procurará investir no país em questão”.

Daqui ressalta outra característica que distingue a política de internacionalização da Sonangol de muitos outros veículos de investimento soberano. A maioria nega de forma veemente que as suas decisões são políticas, sobretudo se o forem claramente. Por exemplo, a manifesta preocupação do Fundo Soberano angolano criado em 2012, que deverá substituir a Sonangol como principal actor de investimento no estrangeiro, é garantir a rendibilidade, e a política nunca é menciona­da. Os altos responsáveis da Sonangol, porém, têm referido abertamente que os objectivos políticos estão no centro das suas decisões.

A fúria compradora da Sonangol é igualmente política no que diz res­peito ao padrão estrutural de associação entre os seus investimentos “es­tatais” e o cortejo de oligarcas angolanos que seguem na sua esteira. Em determinados momentos, assiste-se ao avanço de empresas “privadas” angolanas no momento ou pouco depois de a Sonangol se tornar um dos principais investidores. Noutros, a Sonangol actua por intermédio das empresas (como o BAI, o principal banco de Angola) de que é o princi­pal accionista, mas em que os oligarcas detêm participações importantes. Um parceiro constante do ímpeto internacionalista da Sonangol é muito revelador deste carácter político: Isabel dos Santos, a filha do Presidente. Através de um conjunto de diferentes veículos de investimento, Isabel é a principal investidora angolana no estrangeiro a seguir à Sonangol.

 

Ape­sar da sua natureza ostensivamente privada, os investimentos de Isabel contam com o maior apoio político. “Para mim, [a Sonangol e Isabel] são a mesma coisa: ambas trazem o selo de aprovação do Presidente. Quando negociamos com ela, sabemos que estamos a negociar com o Palácio”, afirmou um importante investidor português. Isto insere-se num padrão mais amplo de interesses empresariais oligárquicos: onde a Sonangol está, encontramos frequentemente Isabel dos Santos, Manuel Vicente, Kope­lipa e outras figuras. A Sonangol é a figura de proa da internacionalização dos oligarcas.

O Fundo Soberano e o filho do presidente
A Sonangol foi, e continua a ser, de facto, o Fundo Soberano de Angola. Todavia, a partir de 2007, (…), o Governo angolano expressou o desejo de criar for­malmente um Fundo Soberano como entidade separada. Para este efeito, o Presidente criou uma comissão formada por tecnocratas próximos do regime, encarregada de estudar diferentes modelos de Fundos Sobera­nos (…). Esta comissão era um órgão típico do Estado paralelo criado por José Eduardo dos Santos, coordenado a partir da Presidência sem consultar o Ministério das Finanças ou o próprio responsável pela pasta.

Entre os seus membros, contavam-se Archer Mangueira, à época conselheiro do Presidente para os assuntos económicos e actualmente responsável pela Comissão do Mercado de Capitais angolana, Francisco de Lemos, então executivo da Sonangol e posteriormente nomeado seu director executivo, e Ricardo Viegas de Abreu, antigo banqueiro privado e, mais tarde, vice-governador do BNA. Os elementos da comissão deslocaram-se aos Emirados Árabes Unidos, Brasil, China e Noruega, a fim de estudarem os diferentes mode­los de Fundo Soberano e o seu funcionamento. (…)

Por fim, em Outubro de 2012, foi criado o Fun­do Soberano de Angola (FSDEA), um órgão com grande visibilidade e o segundo maior de África, logo depois do seu congénere do Botswana. (…)

À luz dos padrões angolanos, o Fundo representou certamente uma novidade por enfatizar a centralidade da boa governação e a trans­parência das suas operações, e também por jurar lealdade e obediência aos princípios de Santiago que regulam as melhores práticas em matéria de Fundos Soberanos. “O FSDEA foi criado com base nos critérios de referência internacionais e nas melhores práticas em matéria de gover­nação. As actividades do FSDEA respeitarão os princípios fundamentais de responsabilização e transparência”, lia-se no comunicado de imprensa divulgado por altura do seu lançamento.

Apesar dos compromissos assumidos, o FSDEA foi imediatamente objecto de publicidade negativa. O aspecto mais polémico foi a escolha de José Filomeno dos Santos, também conhecido por «Zenú», o filho mais velho do Presidente e, de acordo com rumores persistentes, a sua escolha para sucessor, para ser um dos três elementos que compõem o conselho de administração do Fundo.

(…) Zenú marcou presença em órgãos de comunicação internacional, como a CNN, onde defendeu, num inglês correcto e fluente, que a sua no­meação se baseava nas suas qualidades pessoais e experiência. “Eu estou aqui como eu próprio”, declarou, podendo ler-se no portal do FSDEA na Internet que a nomeação assenta “unicamente no mérito”.

 
Não obstan­te a experiência de Zenú na área empresarial e os diplomas atribuídos por universidades britânicas, a sua nomeação foi acolhida com cepticismo. Outro ponto de discórdia é a relação entre o Fundo Soberano e a Quan­tum Global Investment Management, uma empresa suíça especializada na gestão de activos com ligações profundas à família dos Santos e diri­gida por Jean-Claude Bastos de Morais, um empresário suíço-angolano que é amigo pessoal de Zenú.

(…) Sem que se tenha rea­lizado qualquer concurso público para o efeito, a Quantum Global foi in­cumbida da gestão de uma parte significativa do Fundo (segundo algumas notícias, um total de três mil milhões de dólares dos cinco mil milhões inicialmente atribuídos ao Fundo Soberano; o FSDEA receberá também outros montantes adicionais provenientes dos excedentes anuais da Re­serva Financeira Estratégica Petrolífera de Angola, embora, no momento da redacção deste livro, os pormenores a este respeito não tivessem sido ainda esclarecidos). Por fim, as promessas reiteradas de transparência viriam a revelar-se evasivas, já que remetem para a adopção de códigos voluntários difíceis de aferir.

O cepticismo inicial manteve-se vivo em 2013. Apesar das repetidas garantias de altos responsáveis governamentais de que a Sonangol dei­xaria de exercer funções próprias de um Fundo Soberano para voltar a dedicar-se à sua actividade principal, a verdade é que a empresa conti­nuou a ter o controlo da já referida carteira de investimentos estrangei­ros. Tal significa que, nos próximos anos, Angola disporá, na prática, de dois Fundos Soberanos. Não existiu qualquer fricção com o FSDEA, pois o Fundo manteve-se praticamente sem actividade no período em causa, sendo a única excepção os rumores que davam conta da aquisição de imó­veis caros no bairro londrino de Mayfair; a publicação da estratégia de investimento do Fundo Soberano foi adiada por diversas vezes. Após uma remodelação governamental que conduziu à nomeação de Armando Ma­nuel, o primeiro Presidente do Fundo Soberano, para ministro das Finan­ças, Zenú assumiu a presidência do Fundo.

Por intermédio do filho, José Eduardo dos Santos (JES) de­tém o controlo absoluto do Fundo Soberano, cujas verbas serão maiori­tariamente geridas por uma consultora especializada na gestão de activos da qual é próximo.

Na sua primeira intervenção pública nesta qualidade, Zenú anunciou finalmente a tão aguardada es­tratégia de investimento, não faltando a habitual declaração de compro­missos no que se refere a uma série de investimentos de médio e longo prazo, tanto em Angola como no estrangeiro. Contudo, o investimento com direito a destaque — a construção de uma cadeia de hotéis — é um empreendimento com uma rendibilidade duvidosa que dificilmente se coaduna com o compromisso de promoção do desenvolvimento social assumido pelo Fundo. Em suma, não se sabe ainda se o Fundo terá uma função de desenvolvimento, qualquer que seja a sua definição. Todavia, considerando apenas os recursos que lhe serão afectados, o FSDEA será, decerto, um elemento fundamental da economia política de Angola.

Revelando uma abordagem algo padronizada a estas questões, o FMI tem sido um defensor activo da criação do Fundo Soberano. Se for bem gerido, um Fundo deste tipo pode ser usado para controlar o impacto da volatilidade das receitas ou para pôr de lado recursos para as gerações futuras. Com reservas cambiais da ordem dos trinta e quatro mil milhões de dólares colocadas no Banco Central, este é o tipo de instrumento que se espera de Angola. No entanto, como é do conhecimento de todos os observadores dos Fundos soberanos que existem, estes não são, em si mesmos, nem uma boa nem uma má ideia; são aquilo que os decisores deles fizerem. (…) No caso do FSDEA, embora a forma moderna e transparente como se apresenta seja tranquilizadora, os factos apontam para outra — talvez ainda mais sofisticada — estratégia do Estado paralelo (…). Por intermédio do filho, José Eduardo dos Santos (JES) de­tém o controlo absoluto do Fundo Soberano, cujas verbas serão maiori­tariamente geridas por uma consultora especializada na gestão de activos da qual é próximo.


(…) Reagindo às especulações iniciais acerca da criação de um Fundo Soberano, um conhecido economista chegou a apostar que “este é o exemplo [consumado] do sistema paralelo” e “insere-se numa es­tratégia de reforma de [JES]”. O mais provável é que o Presidente esteja a tentar concretizar uma combinação de objectivos estatais e privados em continuidade total com a já referida estratégia de investimento no es­trangeiro prosseguida pela Sonangol. JES deseja que um Fundo Soberano moderadamente respeitável seja capaz de alcançar um sucesso plausível, no que diz respeito tanto à obtenção de retorno com o investimento realizado como à promoção da reputação do seu filho. Além disso, pretende alargar e intensificar o seu controlo sobre a economia política de Angola e as suas ramificações à escala global”.

Excerto editado do livro Magnífica e Miserável, Angola desde a Guerra Civil, de Ricardo Soares de Oliveira, a ser lançado em Portugal no final deste mês pela Tinta da China.

http://www.publico.pt/economia/noticia/angola-o-capitalismo-de-estado-e-o-estado-paralelo-1710408

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Re: Angola - Tópico principal
« Responder #126 em: 2015-11-25 12:35:45 »

Incognitus

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Re: Angola - Tópico principal
« Responder #127 em: 2015-11-25 13:16:52 »
A Forbes vai ter uma edição portuguesa
http://observador.pt/2015/11/25/edicao-portuguesa-da-revista-forbes-chega-as-bancas-sexta-feira/


É para limpar a imagem da Isabel dos Santos


Embora seja típico em Portugal malhar-se em Angola e no seu regime, e Angola tenha beneficiado muito com o boom petrolifero (em quantidade e preço, pelo que agora vai sofrer), a verdade é que Angola não tem muito por onde queixar-se. Desde aproximadamente 1995 tem uma performance melhor que a maioria dos outros países Africanos.

Aqui também se destaca o paraíso neoliberal (orçamentos equilibrados, economia razoavelmente livre) do Botswana (embora também largamente ajudado pela indústria dos diamantes), que tem estado a ganhar terreno aos países Africanos "mais ricos".

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Re: Angola - Tópico principal
« Responder #128 em: 2015-11-25 13:22:20 »
O Adm. do Banco de Angola dizia que so tinham reservas para 12 meses .... (penso que ate era menos) mesmo devido ao petroleo...  penso que foi por Agosto... talvez setembro nao me recordo

Aquilo é um paraiso , um Raper/artista que tem ja tudo marcado/agendado para actuar no Brasil foi impedido de sair..... isto com tudo em dia.... passaporte , impostos etc etc

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Re: Angola - Tópico principal
« Responder #129 em: 2015-11-25 13:28:05 »
O Adm. do Banco de Angola dizia que so tinham reservas para 12 meses .... (penso que ate era menos) mesmo devido ao petroleo...  penso que foi por Agosto... talvez setembro nao me recordo

Aquilo é um paraiso , um Raper/artista que tem ja tudo marcado/agendado para actuar no Brasil foi impedido de sair..... isto com tudo em dia.... passaporte , impostos etc etc

Não é um paraíso de certeza, mas é bem capaz de ser menos mau do que muitos dos países vizinhos ... (quando antes era a mesma coisa ou pior, excepto provavelmente durante a colonização Portuguesa, onde deveria estar melhor)

Tipicamente, embora ajudadas pelo petróleo, as melhorias mais significativas aconteceram após isto:

Citar
No fim dos anos 1990, o MPLA decidiu abandonar a doutrina marxista-leninista e mudar o regime para um sistema de democracia multipartidária e uma economia de mercado.
« Última modificação: 2015-11-25 13:30:42 por Incognitus »
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Thunder

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Re: Angola - Tópico principal
« Responder #130 em: 2015-11-25 13:57:44 »
Inc, estás a comparar uma fase de guerra civil com uma de maior estabilidade.

Aquilo é uma economia completamente corrupta; para mim isso foge da definição de mercado livre.
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Re: Angola - Tópico principal
« Responder #131 em: 2015-11-25 13:59:50 »
Inc, estás a comparar uma fase de guerra civil com uma de maior estabilidade.

Aquilo é uma economia completamente corrupta; para mim isso foge da definição de mercado livre.

É uma economia com largas fatias corruptas, e com corrupção a afectar uma boa parte da economia de mercado, mas não deixa de ser uma economia de mercado. Uma economia de mercado pode funcionar no meio de corrupção e burocracia, são apenas mais um serviço que é transaccionado e afecta o valor do que se transacciona. Funcionará de forma menos eficiente devido a isso, claro. Mas ainda assim funcionará melhor do que na ausência de uma economia de mercado.
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Re: Angola - Tópico principal
« Responder #132 em: 2015-11-25 14:13:34 »
A questão é que sem corrupção o índice de GINI de certeza que seria melhor.
Falo com amigos que trabalham na área da construção civil lá e aquilo é o fim do mundo em cuecas.
É um país completamente desestruturado, e com as dificuldades que a diminuição das receitas do estado irão impor, aposto que as fissuras ficarão facilmente expostas.

Em relação ao Botswana, já discutimos em outro tópico.
É um exemplo de como a manutenção do tecido social dum país têm um papel chave na sua estabilidade e desenvolvimento.
Ao contrário das estruturas sociais da maioria dos países colonizados, que foram completamente destruídas e substituídas por organizações corruptas e extrativas.
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Re: Angola - Tópico principal
« Responder #133 em: 2015-11-25 14:31:04 »
Não sei se seria. Tal como o Brasil e Portugal, Angola tem muitas pessoas capazes de funcionar ao nível do primeiro mundo, e muitas que não conseguem produzir nada que possa sequer competir com Chineses mal instruídos vindos do campo.

O índice de GINI em países que tenham tais condições vai ser sempre monstruoso.

----------

Concordo que muitos destes países estariam melhor como estavam, colonizados. Teriam instituições mais funcionais e isso a par com a economia de mercado ajuda imenso ao desenvolvimento.
« Última modificação: 2015-11-25 14:32:32 por Incognitus »
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Re: Angola - Tópico principal
« Responder #134 em: 2015-11-25 14:33:16 »
Aquilo é uma economia completamente corrupta; para mim isso foge da definição de mercado livre.

Lá como cá... presidentes de câmaras municipais a fazer rotundas e rotundinhas totalmente desnecessárias, estradas abertas em regiões autónomas para levar a sítio nenhum com pontes pelo meio, ex-ministros a liderar empresas de sectores que tutelaram e a quem entregaram balúrdios de dinheiro. Até um ex-primeiro-ministro preso...

Naturalmente que há diferenças abissais. Ma sacredito que faz parte do caminho para ser um país bem melhor.

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Re: Angola - Tópico principal
« Responder #135 em: 2015-11-25 14:45:34 »
Não sei se seria. Tal como o Brasil e Portugal, Angola tem muitas pessoas capazes de funcionar ao nível do primeiro mundo, e muitas que não conseguem produzir nada que possa sequer competir com Chineses mal instruídos vindos do campo.

O índice de GINI em países que tenham tais condições vai ser sempre monstruoso.

----------

Concordo que muitos destes países estariam melhor como estavam, colonizados. Teriam instituições mais funcionais e isso a par com a economia de mercado ajuda imenso ao desenvolvimento.

No Brasil, China, Angola, tens milionários que só o são por estarem completamente ligados ao estado.
E a maioria deles até sangra o dinheiro do país, estacionando o mesmo em paraísos fiscais.
Para mim é obvio que tal tem impacto no índice de GINI. O capital do estado de uma forma ou de outra têm que vir de algum lado, e será da parte não corrupta da população.

Eu não defendo a manutenção de colonialismo.
O que eu já discuti contigo é que o processo de colonização do Brasil, da África do Sul, de ilhas na zona da Indonésia, não teve nada à ver com o que se passou no Botswana.
Nos primeiros a colonização foi totalmente extrativa. Ninguém estava preocupado com a existência de sociedades minimamente funcionais e estáveis.
No Botswana houve a chance de manter as estruturas locais e uma sociedade minimamente estruturada.
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Re: Angola - Tópico principal
« Responder #136 em: 2015-11-25 14:48:06 »
Aquilo é uma economia completamente corrupta; para mim isso foge da definição de mercado livre.

Lá como cá... presidentes de câmaras municipais a fazer rotundas e rotundinhas totalmente desnecessárias, estradas abertas em regiões autónomas para levar a sítio nenhum com pontes pelo meio, ex-ministros a liderar empresas de sectores que tutelaram e a quem entregaram balúrdios de dinheiro. Até um ex-primeiro-ministro preso...

Naturalmente que há diferenças abissais. Ma sacredito que faz parte do caminho para ser um país bem melhor.

Não tenhas dúvidas que são mais os prejudicados que os beneficiados.
O problema é que os beneficiados têm muito maior acesso a sindicatos, aos decisores nas CM, nos gabinetes de estado e aos próprios legisladores.
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Re: Angola - Tópico principal
« Responder #137 em: 2015-11-25 14:52:16 »
Não sei se seria. Tal como o Brasil e Portugal, Angola tem muitas pessoas capazes de funcionar ao nível do primeiro mundo, e muitas que não conseguem produzir nada que possa sequer competir com Chineses mal instruídos vindos do campo.

O índice de GINI em países que tenham tais condições vai ser sempre monstruoso.

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Concordo que muitos destes países estariam melhor como estavam, colonizados. Teriam instituições mais funcionais e isso a par com a economia de mercado ajuda imenso ao desenvolvimento.

No Brasil, China, Angola, tens milionários que só o são por estarem completamente ligados ao estado.
E a maioria deles até sangra o dinheiro do país, estacionando o mesmo em paraísos fiscais.
Para mim é obvio que tal tem impacto no índice de GINI. O capital do estado de uma forma ou de outra têm que vir de algum lado, e será da parte não corrupta da população.

Eu não defendo a manutenção de colonialismo.
O que eu já discuti contigo é que o processo de colonização do Brasil, da África do Sul, de ilhas na zona da Indonésia, não teve nada à ver com o que se passou no Botswana.
Nos primeiros a colonização foi totalmente extrativa. Ninguém estava preocupado com a existência de sociedades minimamente funcionais e estáveis.
No Botswana houve a chance de manter as estruturas locais e uma sociedade minimamente estruturada.

Não, o capital não vem da parte da população que não produz nada, nem nada é retirado a essa parte da população a menos que a mesma seja impedida de produzir ... não é assim que o sistema funciona. Igualmente no Ocidente os pobres em absoluto não são produzidos pelo capitalismo "que lhes tira coisas". Só os pobres relativos são produzidos pelo capitalismo, na medida em que quem participa enriquece brutalmente versus quem não o faz.

É argumentável que um sistema melhor levaria a mais produção. Mas o sistema presente, se não impede de produzir, não pode levar a empobrecimento que não existiria de outra forma. É nisso que o socialismo consegue ser tão mau, porque ao impedir a propriedade privada, impede de produzir, além de mesmo entre os que produzem o sistema remove o incentivo para produzir.

Uma economia de mercado, mesmo toda corrupta, não tem esse efeito -- excepto na medida em que se lhe sejam acrescentadas medidas colectivistas que controlem agressivamente quem pode produzir o quê.

----------

Já agora, pelo menos na África do Sul esse teu conceito não pode ter sido aplicado porque esta se desenvolveu muito mais do que os países circundantes.

E novamente, essa coisa da "colonização extractiva" é debatível. Com escravos, sim, não é debatível. Mas com liberdade, é, porque ninguém é obrigado a participar em indústrias extractivas e quem o faz só ganha com isso (na sua perspectiva, ou não participaria). Além disso, "extrair" não reduz o nível de vida. Certamente aumenta-o versus "não extrair", e não o altera versus "deixar no chão".
« Última modificação: 2015-11-25 14:56:02 por Incognitus »
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Re: Angola - Tópico principal
« Responder #138 em: 2015-11-25 14:59:53 »
Aquilo é uma economia completamente corrupta; para mim isso foge da definição de mercado livre.

Lá como cá... presidentes de câmaras municipais a fazer rotundas e rotundinhas totalmente desnecessárias, estradas abertas em regiões autónomas para levar a sítio nenhum com pontes pelo meio, ex-ministros a liderar empresas de sectores que tutelaram e a quem entregaram balúrdios de dinheiro. Até um ex-primeiro-ministro preso...

Naturalmente que há diferenças abissais. Ma sacredito que faz parte do caminho para ser um país bem melhor.

Não tenhas dúvidas que são mais os prejudicados que os beneficiados.
O problema é que os beneficiados têm muito maior acesso a sindicatos, aos decisores nas CM, nos gabinetes de estado e aos próprios legisladores.

Explica o processo para existirem sequer "prejudicados".

Só existem 2 formas de alguém sair prejudicado:
* Ou por o impedirem de produzir algo.
* Ou por o taxarem forte e feio no que produz para dar a outros.

Não parece que alguma destas esteja em questão mesmo que um monte de malandros façam estradas e pontes para lado nenhum em Angola ... necessariamente fazerem isso não impede alguém de produzir algo, e também não serão as massas improdutivas que serão certamente taxadas para fazer isso.

Penso que estarás a contar com o direito da população em geral a parte da riqueza que não produz, simplesmente porque os recursos vendidos que a produzem seriam de todos (o que é relativamente razoável). Mas isso, novamente, é debatível. Isto porque essa riqueza não se extraí sozinha. A população não teria direito a nada (como não teve, durante muito tempo) se ninguém a extraísse ...

Obviamente pode ser uma coisa claramente pouco justa (só uns quantos beneficiarem, o que é debatível, porque provavelmente o Estado Angolano até está a espalhar um bocado uma parte dessa riqueza), mas é muito diferente de ser efectivamente tirado algo a alguém.
« Última modificação: 2015-11-25 15:01:06 por Incognitus »
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Re: Angola - Tópico principal
« Responder #139 em: 2015-11-25 15:02:41 »
Inc, para ti o uso que é dado a um recurso natural do país, é igual em Angola ou na Noruega?
Nullius in Verba
Divide et Impera
Não há almoços grátis
Facts do not cease to exist because they are ignored
Bulls make money, bears make money.... pigs get slaughtered